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Sistemas
Digitais 3ºano
Curso de
Resumo dos apontamentos do capitulo
Electrotecnia e
3: Álgebra de Boole
Telecomunicações
Capitulo # III: Algebra de Boole
3.1- A álgebra de Boole
Em meados do século passado George Boole, um matemático inglês, desenvolveu
uma teoria completamente diferente para a época, baseada em uma série de
postulados e operações simples para resolver uma infinidade de problemas. Apesar
da algebra de Boole, como foi chamada, poder resolver problemas práticos de
controle e fabricação de produtos, na época não havia Eletrônica e nem as
máquinas eram suficientemente avançadas para utilizar seus princípios.
Em 1938, C. E. Shannon aplicou esta álgebra para mostrar que as propriedades de
circuitos eléctricos de chaveamento podem ser representadas por uma álgebra
Booleana com dois valores.
A álgebra de Boole veio a se tornar importante com o advento da Eletrônica,
especificamente, da Eletrônica Digital, que gerou os modernos computadores. Boole
estabelece em sua teoria que só existem no universo duas condições possíveis ou
estados, para qualquer coisa que se deseje analisar e estes dois estados são
opostos. Assim, uma lâmpada só pode estar acesa ou apagada, uma torneira só
pode estar aberta ou fechada, uma fonte só pode ter ou não ter tensão na sua saída,
uma pergunta só pode ter como resposta verdadeiro ou falso. Dizemos de maneira
simples que na álgebra de Boole as variáveis lógicas só podem adquirir dois
estados: 0 ou 1 Alto ou Baixo (HI ou LO) Ligado ou Desligado.
Na Eletrônica Digital partimos justamente do fato de que um circuito só pode
trabalhar com dois estados possíveis, ou seja, encontraremos presença do sinal ou
a ausência do sinal, o que se adapta perfeitamente aos princípios da álgebra de
Boole. Tudo que um circuito lógico digital pode fazer está previsto pela álgebra de
Boole.
Na álgebra Booleana, existem três operações ou funções básicas. São elas,
operação OU, operação E e complementação. Todas as funções Booleanas podem
ser representadas em termos destas operações básicas.
A álgebra de Boole é uma ferramenta matemática relativamente simples que nos
permite descrever as relações entre as saídas dos circuitos lógicos e suas entradas
como uma equação Algebrica.
A álgebra de Boole é uma poderosa ferramenta de projecto de circuito digitais,o seu
uso permite que um circuito logico seja interpretada por expressões e operações em
forma de equações algébricas, ela é ideal para implementar operações de circuitos
lógicos em um computador que executa um programa que tem como base a
equação algébrica do circuito.
A principal diferença entre a algebra Booleana e a Algebra convencional é que a
Algebra booleana as constantes e as variaveis podem ter apenas dois valores
possiveis “0” e “1”.
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3.2 – Variável lógica
As entradas de circuito lógico são consideradas variáveis lógicas cujos níveis lógicos
determinam a qualquer momento os níveis de saídas do circuito.
Variáveis lógicas são variáveis que podem ter apenas dois valores possíveis “0” e
“1” e são usadas para representar o nível de tensão presente em uma conexão ou
em terminais de entrada/saída de um circuito.
Por exemplo em um sistema digital, o valor Booleano “1” pode representar
qualquer tensão dentro da faixa de 2 v a 5 v e o valor booleano “0” pode
representar qualquer tensão dentro da faixa de 0 a 0,8 v.
As variáveis booleanas “0 e 1” não representam efectivamente números, mais sim
o estado do nível de tensão de uma variável o qual denominamos níveis lógicos.
Denominamos uma tensão em circuito digital como sendo de nível lógico Baixo
(Low) ou de nível lógico (High), dependendo do valor da variável.
Em lógica digital vários outros termos são usados como sinonimo para os níveis
lógicos “0” e “1”, tais como mostrado na tabela:
Nível Lógico “0” Nível Lógico”1”
Falso Verdade
Desligado Ligado
Baixo “ Low” Alto “ High”
Não Sim
Chave Aberta Chave Fechada
Tabela#1: Significado do nível logico “0” e “1”
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O número de combinações de entrada em uma Tabela da Verdade é igual:
2N
onde N: representa o número de variáveis de entrada na tabela da verdade.
A tabela da verdade pode ser apresentada de diferentes forma que podem ser
vistas nos exemplos abaixo.
A.B=B.A
A+B=B+A
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3.5.2- Propriedade associativa das operações E e OU:
A.(B.C) = (A.B).C
A+(B+C) = (A+B)+C
3.5.4-Teoremas de De Morgan:
Aplicando a operação NÃO a uma operação E, o resultado obtido é igual ao da
operação OU aplicada aos complementos das variáveis de entrada.
____ _ _
A.B=A+B
Teorema#1: Identidade
A+ 0 =A ,
Teorema#3: Idempotencia
A + A =A ,
caso geral A+ A + A +A +….+A = A
A.A = A
caso geral A.A.A.A…A= A
Teorema#6: Neutro
A.1 = A
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Teorema#8 Inversão
=0
Teorema#9: Involução
=A
Propriedade #16:
=A
Propriedade#17:
A B C Mintermo
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1 ABC
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Exemplo 1: encontrar a equação em soma de produtos (SdP) para a função F,
descrita pela seguinte tabela verdade:
A B C F(ABC)
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 0
A B C Mintermo
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1
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Cada termo soma construído conforme a regra anteriormente descrita é denominado
maxtermo (ou maxitermo). Note que, para um dado maxtermo, se substituirmos os
valores das variáveis associadas, obteremos 0. Porém, se substituirmos nesse
mesmo maxtermo quaisquer outras combinações de valores, obteremos 1. Dessa
forma, se quisermos encontrar a equação para uma função a partir de sua tabela
verdade, basta montarmos um E entre os maxtermos associados aos 0s da função
(também chamados maxtermos 0 ).
Foi escolhida a mesma função do exemplo anterior, para que se possa estabelecer
comparações entre os dois métodos de derivação. Os valores das variáveis de
entrada (A,B,C) para os quais F(ABC) = 0 são (0,0,0), (0,0,1), (1,0,0) e (1,1,1). Os
maxtermos associados a essas condições (ou seja, os maxtermos 0). Logo, a
equação em produto de somas para F será o E entre estas somas:
_ _ _ _ _
F(ABC) =(A+B+C)(A+B+C)( A+B+C)(A +B+C)
Isto significa que os parêntesis em torno de cada termo soma são obrigatórios!
Repare também que os símbolos referentes à operação E (entre os termos soma)
podem ser omitidos.
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similar, cada maxtermo pode ser representado por Mi, onde i é o decimal associado.
A tabela a seguir lista todos os mintermos e maxtermos de uma função de três
variáveis (A, B e C).
A B C Mintermo Maxtermo
0 0 0 m0 M0
0 0 1 m1 M1
0 1 0 m2 M2
0 1 1 m3 M3
1 0 0 m4 M4
1 0 1 m5 M5
1 1 0 m6 M6
1 1 1 m7 M7
E sua expressão em produto de somas, na forma canônica, pode ser reescrita como:
F (ABC)=∏(0,1,4,7)
Apesar da praticidade das representações canônicas, elas são pouco úteis para a
implementação de circuitos digitais. O número de elementos (portas lógicas e
conexões) de um circuito lógico depende diretamente do número de operações
Booleanas (inversão, E e OU) contidas na expressão associada. Desta forma, é
normal que se deseje reduzir o número de operações contidas numa função, de
modo a poder-se implementá-la com circuitos lógicos mais simples, e portanto, de
menor custo. A redução do número de operações é obtida mediante a eliminação de
literais da expressão, aplicando-se as propriedades da álgebra Booleana.
Um literal é uma variável negada ou uma variável não negada. O processo de
redução de literais (ou de redução de operações, equivalentemente) é denominado
simplificação. Para exemplificar os passos básicos para a simplificação de
expressões Booleanas, tomemos a expressão canônica, em soma de produtos, para
a função F:
F =A BC + A BC + A BC + A BC
O primeiro passo é identificar pares de mintermos que se diferenciam por apenas
um
literal, a fim de aplicar a propriedade . Os mintermos ABC e ABC, por exemplo,
possuem os mesmos literais, exceto pela variável C: no primeiro, o literal é C,
enquanto no segundo, o literal é C. Então, com o uso da propriedade, pode-se
fatorar esses dois mintermos, obtendo-se:
F(ABC) =A B(C+C)+ABC+ABC
Pela propriedade tem-se que C +C=1. Então, substituindo em, segue:
F(ABC)=A B.1+AB C +ABC
E pela propriedade, A B .1 = A B. Substituindo em , obtém-se:
F (ABC)=A B+A BC+A BC
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3.9 - Avaliação de Expressões Booleanas
Dada a equação que descreve uma função Booleana qualquer, deseja-se saber
detalhadamente como esta função se comporta para qualquer combinação das
variáveis de entrada.
O comportamento de uma função é descrito pela sua tabela verdade e este
problema é conhecido como avaliação da função ou da expressão que descreve a
função considerada. Em suma, deseja-se achar a tabela verdade para a função
Booleana.
Uma tabela verdade consiste basicamente de um conjunto de colunas, nas quais
são listadas todas as combinações possíveis entre as variáveis de entrada (à
esquerda) e o resultado da função (à direita). Também, pode-se criar colunas
intermediárias, onde são listados os resultados de sub-expressões contidas na
expressão principal. Isto normalmente facilita a avaliação, principalmente no caso
de equações muito complexas e/ou contendo muitas variáveis.
Quando numa mesma equação Booleana aparecem operações AND e OR, é
necessário seguir a ordem de precedência. Tal como na álgebra dos reais, a
multiplicação (lógica) tem precedência sobre a adição (lógica). Além disso,
expressões entre parêntesis têm precedência sobre operadores AND e OR que
estejam no mesmo nível.
Quanto à complementação, esta deve ser avaliada tão logo seja possível. Caso a
complementação seja aplicada sobre uma subexpressão inteira, é necessário que se
avalie primeiramente a subexpressão para, só após, inverter o seu resultado.
O procedimento para a criação da tabela verdade a partir de uma equação
Booleana é:
2. Criar uma coluna para cada variável de entrada que apareça complementada na
equação e anotar os valores resultantes;
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duas subexpressão, que é e . Então, cria-se duas coluna , na qual
anotam-se os resultados para este produto . Finalmente, utilizam-se os resultados
de anterior , para operar o OU com a variável S .
A B C S
0 0 0 1 0 0 0
0 0 1 1 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0
0 1 1 0 0 1 1
1 0 0 1 1 0 1
1 0 1 1 1 0 1
1 1 0 0 0 0 0
1 1 1 0 0 1 1
A B
C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1
Para se obter a expressão basta realizar a soma booleana de cada termo acima:
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Nota-se que o método permite obter, de qualquer tabela, uma expressão padrão
formada sempre pela soma de produtos.
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“O diagrama do tempo” é um gráfico que representa a variação do sinal digital ao
longo do tempo, normalmente é designado gráfico tensão versus tempo (Onda
Quadrada).
A escala do tempo no eixo horizontal é divida em intervalo reguladores, começando
em t0 e passando por t1 ,t2 t3 …….
OBS: As transições no diagrama do tempo são apresentados em linhas verticais
desde modo as transições parece ser instantaneamente, sendo que na realidade
não é isso que ocorre.
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Os diagramas são usando exclusivamente para mostrar como os sinais digitais
variam no tempo em especial para mostrar as relações entre dois ou mais sinais
digitais de um mesmo circuito digital. Por meio da visualização de um ou mais
sinais digitais em um osciloscópio ou analisador lógico podemos comparar os sinais
com os respectivos diagramas de tempo pretendidos, essa é uma etapa importante
nos procedimentos de teste e verificação de defeitos usada em sistemas digitais.
Referencia bibliografica
Livros
Dias Morgado “ Sistemas digitais aplicaçoes praticas”
Ronald Tocci “ Sistemas digitais principio e Aplicacoes”
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