Disciplina: África: Cultura, história e literatura
Aluna: Camila Brito Curso: Engenharia civil
A África e sua origem
Os povos africanos denominados de berberes e bantu foram um dos
primeiros grupos humanos a habitarem o continente africano. Através da análise dos objetos encontrados, os arqueólogos chegaram à conclusão de que o local que hoje é a África do Sul foi habitado por grupos nômades que viviam da caça e da pesca há mais de 100 mil anos. Os povos chamados de berberes, por exemplo, foram considerados um dos primeiros povos que habitaram o norte da África. Esse grupo também ficou conhecido pelo nome de caucasoide. O termo caucasoide foi criado pelo estudioso Cristoph Meiners que, através dos estudos do crânio, decifrava a região em que determinados grupos se desenvolveram. Assim, caucasoides foram aqueles que viveram em diferentes regiões do planeta, como Europa, Norte da África e Ásia Ocidental. No Norte da África, os berberes desenvolveram-se ao longo da costa mediterrânea, do Egito ao Atlântico. Ainda hoje existem povos descendentes desse grupo que, segundo especialistas, são uma mistura de diferentes etnias. Contudo, o termo berbere atualmente refere-se mais ao idioma do que propriamente a uma etnia específica, pois é uma língua falada por milhões de argelinos e marroquinos. Os bantu também foram um dos primeiros povos que habitaram o continente africano. As atuais regiões da Nigéria e Camarões foram as localidades onde surgiram esse grupo que viveu no período da Idade do Ferro. Eles foram responsáveis pela introdução de novas técnicas que contribuíram para a formação das primeiras comunidades agrícolas. O desenvolvimento da metalurgia e da cerâmica foram exemplos específicos das invenções dos bantu, que ajudaram na escalada da evolução humana. Durante o século XV os exploradores vindos da Europa chegaram primeiro ao litoral da África Ocidental. O estímulo dado a essa exploração foi uma forma de buscar novos caminhos para as Índias, após o comércio ser fechado por parte dos turcos no leste do Mar Mediterrâneo. Os colonizadores de Portugal, da Espanha, da França, da Inglaterra e dos Países Baixos foram os competidores do novo caminho, estabelecendo no litoral feitorias e portos de embarque para, principalmente, comercializar escravos. Concomitantemente, foram realizadas as primeiras viagens científicas que adentraram o interior do continente. A partir do século XIX, as potências europeias interessadas política e economicamente representavam estímulo para que o interior da África seja penetrado e colonizado. As potências europeias desejavam a criação de impérios que fossem estendidos de litoral a litoral. Devido ao regime colonial estabelecido no continente, foram destruídas e modificadas as estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas da maioria do território da África negra. As colônias que proclamaram sua independência, processo emancipatório que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e se concluiu principalmente de 1960 até 1975, tiveram que enfrentar problemas graves de integração nacional, resultantes das fronteiras arbitrárias herdadas do sistema colonial, além da pobreza prevalecente no continente e o rápido crescimento da população africana, mais elevado do que o número de alimentos produzidos.
Fonte: (Artigo acadêmico) - OLDEROGGE, Dmitri Alexeyevich. Migrações e diferenciações
étnicas e linguísticas. In:_________. KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África – I: metodologia e pré-história da África. 2.ed.rev. Brasília: UNESCO, 2010.