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Infraestrutura Social

Social
EDIFÍCIOS

Infraestructura
VERDES
PA R A O S E TO R
D E SAÚ D E
Identificação de medidas com melhor
custo-benefício para o projeto sustentável
Eric Fischel – Wilhelm Dalaison – Esperanza González-Mahecha
Ignacio Astorga - Michelle Carvalho Hallack - Virginia Snyder

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Índice
Abreviaturas 5 Anexos 57
Resumo executivo 6 Anexo 1. Descrição detalhada das cidades consideradas 58
1. Antecedentes 9 Anexo 2. Descrição detalhada das construções consideradas 62
2. Introdução 10 Anexo 3. Códigos utilizados no estudo 65
3. Mudanças climáticas e o setor de saúde 12 Anexo 4. Resumo de medidas simuladas 66
4. Metodologia de análise 13 Anexo 5. Descrição detalhada do hospital existente 69
5. Identificação das cidades e suas condições climáticas 14 Anexo 6. Resumo de simulações para o hospital existente 70
6. Estudos de caso e tipologias de edifícios de saúde 16 Anexo 7. Tarifas de serviço públicos segundo preços de mercado 71
7. Simulações: design passivo e design ativo 17
8. Resultados das simulações: economia 21
9. Análise financeira dos estudos de caso 32
10. Hospital existente 37
11. Resultados das simulações do hospital existente: economia 48
12. Análise financeira do hospital existente 49
13. Achados e recomendações 51
14. Limitações e considerações finais 55
15. Bibliografia 56

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Índice de figuras
Figura 1. Localização geográfica das cidades. 14 Figura 26. Custo incremental por m2 e economia por cidade com tarifas de preços de
Figura 2. Clínica Ambulatorial 1 – Economia de energia segundo a cidade. 22 mercado. 35
Figura 3. Clínica Ambulatorial 2 - Economia de energia segundo a cidade. 22 Figura 27. Indicadores financeiros de diferentes cidades com tarifas pesquisadas. 35
Figura 4. Centro de Diagnóstico - Economia de energia segundo a cidade. 22 Figura 28.Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação a. 38
Figura 5. Hospital de Múltiplas Especialidades - Economia de energia segundo a Figura 29. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação b. 39
cidade. 23 Figura 30. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação c. 40
Figura 6. Hospital Universitário - Economia de energia segundo a cidade. 23 Figura 31. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação d. 41
Figura 7. Lar de Idosos - Economia de energia segundo a cidade. 24 Figura 32. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação e. 42
Figura 8. Consumo de Energia/ m2/ano. CCR-CD-Simulação 1 e 2. 25 Figura 33. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação f. 43
Figura 9. Consumo de Energia/m2/ano. CCR-HU-Simulação 1 e 2. 25 Figura 34. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação g. 44
Figura 10. Consumo de energia médio por m2 por cidade. 26 Figura 35. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação h. 45
Figura 11. Consumo de energia anual (m2/ano).LPB-HEM-Simulação 1 e 2 26 Figura 36. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação i. 46
Figura 12. Média diária de consumo de água (m3/paciente) Simulação 1 e 2. 27 Figura 37. Economia de energia simulações HP. 48
Figura 13. Consumo diário de água por paciente. CCR-CD-Simulação 1 e 2. 28 Figura 38. Economia de água simulações HP. 48
Figura 14. Consumo diário de água por paciente. CCR-HU-Simulação 1 e 2. 28 Figura 39. Custo incremental e economias anuais em HP. 49
Figura 15. Média de energia incorporada nos materiais. Simulação 1 e 2. 29 Figura 40. Indicadores financeiros de diferentes cenários HP. 50
Figura 16. Energia incorporada nos materiais/m2. CCR-CD-Simulação 1 e 2. 29 Figura 41. Economia anual de energia por m2 HP. 50
Figura 17. Energia incorporada nos materiais/m2. CCR-HU-Simulação 1 e 2 29 Figura 42. Economia anual de água por m2 HP. 50
Figura 18. Economia anual de energia por m2 para diferentes cidades. 30 Figura 43. Condições atmosféricas e geográficas de Hermosillo/México. 58
Figura 19. Economia anual de água por m2 para diferentes cidades. 30 Figura 44. Condições atmosféricas e geográficas de Cartago/Costa Rica. 58
Figura 20. Economia em energia incorporada nos materiais por m2 para diferentes Figura 45. Condições atmosféricas e geográficas de San Salvador/El Salvador. 59
cidades. 30 Figura 46. Condições atmosféricas e geográficas de Quito/Equador. 59
Figura 21. Economia em emissões por m2 para diferentes cidades. 30 Figura 47. Condições atmosféricas e geográficas de Santa Marta/Colômbia. 60
Figura 22. Tarifas elétricas e de água por país segundo EDGE. 33 Figura 48. Condições atmosféricas e geográficas de La Paz/Bolívia. 60
Figura 23. Custo incremental por m2 e economia em diferentes cidades por ano. 33 Figura 49. Condições atmosféricas e geográficas de Manaus/Brasil. 61
Figura 24. Indicadores financeiros das cidades. 34 Figura 50. Condições atmosféricas e geográficas de Puerto Santa Cruz/Argentina. 61
Figura 25. Tarifas elétricas e de água por cidade/país segundo preços de mercado. 34 Figura 51. Condições atmosféricas e geográficas de Buenos Aires/Argentina. 69

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Índice de tabelas
Tabela 1. Período de retorno do investimento segundo tarifas a preços de mercado. 8 Tabela 25. Resumo de medidas em Clínica Ambulatorial2 (CPA2). 66
Tabela 2. Principais características das cidades analisadas. 14 Tabela 26. Resumo de medidas em Centro de Diagnóstico (CD). 67
Tabela 3. Classificação Köppen-Geiger – Primeira e segunda letra. 15 Tabela 27. Resumo de medidas em Hospital de Múltiplas Especialidades (HEM). 67
Tabela 4. Classificação Köppen-Geiger – Terceira letra. 15 Tabela 28. Resumo de medidas em Hospital Universitário (HU). 68
Tabela 5. Principais características dos 6 edifícios analisados. 16 Tabela 29. Resumo de medidas em Lar de Idosos (RA). 68
Tabela 6. Medidas de economia de energia na EDGE. 17 Tabela 30. Parâmetros e informação do hospital existente. 69
Tabela 7. Principais diferenças entre as simulações de energia. 18 Tabela 31. Quadro-resumo de estratégias implementadas por simulação. 70
Tabela 8. Medidas de economia de água EDGE6. 18 Tabela 32. Tarifas elétricas segundo preços de mercado (Out-2019). 71
Tabela 9. Principais diferenças entre as simulações de água. 18 Tabela 33. Tarifas de água segundo preços de mercado (Out-2019). 71
Tabela 10. Medidas de eficiência nos materiais EDGE selecionados. 19
Tabela 11. Consumo de energia segundo tipo de edifício. 24
Tabela 12. Resumo comparativo de tarifas. 36
Tabela 13. Parâmetros e informação de Clínica Ambulatorial (300 m2). 62
Tabela 14. Parâmetros e informação de Clínica Ambulatorial (1500 m2). 62
Tabela 15. Parâmetros e informação de Centro de diagnóstico. 63
Tabela 16. Parâmetros e informação de Hospital de Múltiplas Especialidades. 63
Tabela 17. Parâmetros e informação de Hospital Universitário. 64
Tabela 18.. Parâmetros e informação de Lar de Idosos. 64
Tabela 19. Cidades. 65
Tabela 20. Tipologias de edifício. 65
Tabela 21. Medidas de economia de energia. 65
Tabela 22. Medidas de economia de água. 65
Tabela 23. Medidas de eficiência nos materiais. 65
Tabela 24. Resumo de medidas em Clínica Ambulatorial1 (CPA1). 66

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Abreviaturas
CD: Centro de Diagnóstico; edifício de os custos incrementais de investimento e a a 3.600 quilojoules, que é uma potência de 1 VRF: ‘Variable Refrigerant Flow’ (por sua
5.000 m2 com dois pavimentos e 400 m2 de economia em serviços públicos de acordo com Watt por 3.600 segundos ou por uma hora. definição em inglês). Refere-se a sistemas
irrigação; não conta com leitos para pacientes as medidas de eficiência selecionadas. RA: Lar de Idosos; é um tipo de projeto de de ar condicionado que variam o volume
ou serviço de lavanderia. 3.000 m2 em dois pavimentos, com 300 m2 de de refrigerante com um compressor de
HEM: Hospital de Múltiplas Especialidades; é
CPA1: Clínica Ambulatorial de 300 m com 2
área de paisagismo. velocidade variável com a tecnologia ‘Inverter’
um tipo de projeto hospitalar de 12.000 m2
somente um pavimento; possui 150 m2 de para modular cargas parciais. A maioria dos
em três pavimentos, com 1.200 m2 de área de PRI: Período de Recuperação do Investimento:
áreas de paisagismo. sistemas VRF possui eficiências equivalentes
paisagismo, incluindo serviços de lavanderia, o período de recuperação do investimento muito altas, uma vez que os sistemas
CPA2: Clínica Ambulatorial de 1.500 m2 com cozinha e leitos para atendimento a pacientes. é uma variável utilizada para determinar a geralmente são projetados para cargas de pico
somente um pavimento; possui 300 m2 de HP: Hospital Público; é um tipo de projeto quantidade de anos necessária para que um e operam realmente nessa condição em menos
áreas de paisagismo. hospitalar de 40.000 m2 em dez pavimentos, investimento de capital se recupere com a de 2% do tempo2; portanto, equipamentos
COP: ‘Coefficient of Performance’ (por com 2.000 m2 de área de paisagismo; economia ou lucro líquido que poderiam ser com alta eficiência em cargas parciais pode ser
sua definição em inglês). É um coeficiente incluindo serviços de lavanderia, cozinha e gerados caso sejam implementados. A maneira superiores.
adimensional utilizado para expressar leitos para atendimento a pacientes. mais simples de calculá-lo é dividindo o
investimento de capital pela economia média WWR: ‘Window to Wall Ratio’ (pela definição
a quantidade de calor ou unidades de HU: ‘Hospital Universitário; é um tipo de em inglês). Refere-se à relação que existe em
energia que podem ser removidas por um anual ao longo da vida útil do projeto.
projeto hospitalar de 20.000 m2 com seis uma fachada entre a parede ou muro sólido e
equipamento para cada unidade de energia pavimentos; possui 1.500 m2 de área de TIR: A Taxa Interna de Retorno de um projeto a janela. O EDGE calcula o caso base para a
elétrica. É calculado pela divisão do calor paisagismo, incluindo serviço de lavanderia, de investimento de capital quantifica, em tipologia de Hospitais com uma WWR de 30%
transformado com a unidade de energia cozinha e leitos para atendimento a pacientes. termos percentuais, o que este gera quando e estabelece um caso de WWR- aprimorado
elétrica. comparado ao investimento inicial; é a taxa de de 20%; no entanto, as modificações
IFC: ‘International Finance Corporation’ juros na qual o valor presente líquido se torna
EDGE: ‘Excellence in Design For Greater necessárias podem ser feitas nas 8 fachadas
(por sua definição em inglês). É uma zero. É calculado com o investimento inicial e
Efficiencies’ (por sua definição em inglês). do projeto, de 0% a 100%, dependendo do
organização membro do Grupo Banco os fluxos líquidos futuros do projeto por um
EDGE é uma plataforma on-line, um padrão projeto arquitetônico.
Mundial; é a maior instituição financeira período estabelecido.
de construção ecológica e um sistema de global focada no setor privado dos países em
certificação usado em mais de 150 países. VAN: O Valor Presente Líquido representa
desenvolvimento.
O aplicativo EDGE ajuda a determinar as a quantia hoje se todos os fluxos de caixa
kWh: É uma unidade de consumo de energia. líquidos futuros de um projeto forem trazidos
opções com melhor custo-benefício para
Outra forma de entendê-la seria que cada a valores presentes, a uma taxa de desconto
projetar um edifício verde1. Essa plataforma é
quilowatt-hora representa o consumo de uma estabelecida, e o investimento inicial de
utilizada para inserir informações do projeto a
potência de 1.000 Watt por uma hora inteira. É capital for subtraído. Em geral, considera-se
fim de verificar a eficiência do design e obter
uma unidade do sistema métrico, equivalente que se um VAN positivo for obtido, o projeto é
1 EDGE é uma marca registrada do IFC. viável. 2 ANSI/AHRI STANDARD 340/360

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Resumo executivo
E
m 2018, a nível global, os edifícios infraestrutura no setor de saúde. Para isso, b) fornece uma base ampla que abrange
e o setor de construção foram optamos por usar uma ferramenta criada diferentes cidades e tipologias, e permite
responsáveis por 36% do consumo pela International Finance Corporation obter resultados comparáveis entre si.
final de energia e 39% das emissões de (IFC) que permite identificar rapidamente Para o desenvolvimento dessa análise,
CO2, dos quais 11% correspondem ao as maneiras mais eficientes de reduzir trabalhamos em um conjunto de casos
processo de fabricação de materiais de energia, água e energia incorporada nos hipotéticos de infraestrutura de saúde em
construção como aço, cimento e vidro. materiais de construção. A ferramenta diferentes cidades da região, analisando
Os projetos de infraestrutura e, em é chamada “Excellence in Design For diferentes alternativas de projeto em cada
particular, os do setor de saúde, oferecem Greater Efficiencies” (EDGE). um dos casos.
uma oportunidade de projetar, construir, A EDGE é composta por uma plataforma Foram estabelecidas 8 cidades,
administrar e investir em sistemas e online, um padrão a ser alcançado e um localizadas em diferentes latitudes, que
instalações que utilizem eficientemente os sistema de certificação. A plataforma apresentam condições atmosféricas
recursos energéticos e hídricos, reduzindo online ou o aplicativo permitem inserir variadas (temperatura média anual,
as emissões de gases de efeito estufa parâmetros do edifício, localização, precipitação média anual, altitude, entre
desse setor, ao mesmo tempo em que tipologia, entre outros, e escolher as outras). Para cada uma das cidades,
cumprem a razão da existência dessas diferentes opções em uma lista de medidas foram avaliados 6 casos hipotéticos de
infraestruturas: atender às pessoas. A de design passivas e/ou ativas e avaliar diferentes edifícios de saúde novos com
implementação de medidas combinadas o impacto que cada uma delas tem no características distintas. Essa primeira
de design e eficiência energética desempenho do edifício. A certificação do análise determinou um universo de 48
resulta não apenas em uma economia edifício é outorgada por um organismo estudos de caso.
de recursos, mas também na redução independente (Certificador) quando fica
dos custos operacionais do edifício e, demonstrado que o edifício atende o
portanto, em sua sustentabilidade a longo padrão definido pela EDGE.
prazo. A EDGE foi utilizada neste trabalho
Essa análise foi realizada para identificar principalmente por duas razões: a) é um
as medidas com melhor custo-benefício, sistema simples e disponível gratuitamente,
que permitem gerar economia no consumo que permite uma aproximação às medidas
de energia e água em projetos de com melhor custo-benefício; e

6
8 cidades: Para cada um desses estudos de caso,
dois tipos de simulações foram realizados
com base nas opções propostas pela
» Hermosillo – México, » Santa Marta – EDGE, uma utilizando estratégias de
com clima seco, quente e Colombia, com clima de design passivo (S1) e outra que reflete
árido. savana tropical com verão medidas ativas de design, tais como
» Cártago – Costa Rica, seco. melhorar a eficiência dos equipamentos
com clima tropical » La Paz – Bolivia, La de ar condicionado ou o uso de painéis
chuvoso. Paz – Bolívia, com clima fotovoltaicos, entre outras (S2). No total,
temperado ameno, com foram realizadas 96 simulações.
» San Salvador – El
Salvador, San Salvador – inverno seco e verão Adicionalmente, outro caso hipotético
El Salvador, com clima de quente. foi definido, referente a um hospital
savana tropical e inverno » Manaos – Brasil, público já existente na cidade de Buenos
seco. com clima tropical de Aires, de 40.000 m2 e construído no
monções. ano 2000, onde foram incorporadas
» Quito – Ecuador, com
medidas destinadas a reduzir o consumo
clima temperado úmido » Puerto Santa Cruz –
de energia e água, sem modificações
suave com verão cálido. Argentina, com clima de
arquitetônicas. Para este caso adicional,
cálido. estepe semiárido e frio
foram realizadas um total de 9 simulações.
árido.
O objetivo foi aprofundar a análise de
6 tipologias de edifícios medidas que podem ser utilizadas em
edifícios existentes e que podem ou não

de saúde: envolver reformas.


Buenos Aires – Argentina, com clima
» Clínica Ambulatorial » Hospital de Múltiplas subtropical úmido.
de 300 m2. Especialidades
Hospital público existente de
» Clínica Ambulatorial de 12 034 m2.
40 000 m2.
de 1500 m2. » Hospital Universitário
Após realizar 96 simulações de diferentes
» Centro de Diagnóstico de 20 017 m2
projetos em cidades com distintos
de 5000 m2. » Lar de Idosos de 3000 tipos de clima e 9 simulações adicionais
m2. no caso do hospital existente, pode-
se verificar que a EDGE permite obter
informações valiosas para orientar os
processos de design e melhorias em

7
projetos com maior eficiência energética, adotadas para buscar maior economia de Tabela 1. Período de retorno do investimento segundo tarifas a preços de mercado.
menor consumo de água e uso de consumo bem como de recursos.
materiais com menos energia incorporada Cidade Período de retorno do investimento (Anos)
Por exemplo, além dos sistemas de ar-
durante seu ciclo de vida. condicionado, os maiores consumos de Cártago – Costa Rica 0.5-2.7
No total de simulações realizadas, buscou- energia ocorrem nos serviços de cozinha e Hermosillo – México 0-2
se atingir os padrões de 20% de economia lavanderia, encontrados em edifícios com
hospitalização. O maior consumo de água La Paz – Bolivia 0.2-3.5
de energia, 20% de economia de água e
20% de economia de energia incorporada está diretamente relacionado ao tamanho Manaos – Brasil, 0-1.9
nos materiais, com a implementação de do edifício, ou seja, com a quantidade de
serviços sanitários disponíveis. Quito – Ecuador 0.6-6.2
medidas passivas de design, medidas
ativas ou com a combinação de ambas. Para a análise financeira, além da Puerto Santa Cruz – Argentina 0.2-5.3
plataforma EDGE, foi realizada uma San Salvador – El Salvador 0.1-3
Para edifícios de saúde novos, foram
análise utilizando as tarifas de mercado
obtidas economias médias anuais de Santa Marta – Colombia 0-2.4
de serviços públicos nas cidades
109 kWh, 0,9 m3 de água, 0,6 GJ de estudadas. Embora exista uma pequena
energia incorporada nos materiais e diferença entre os valores reportados
0,044 tCO2 para cada metro quadrado pela EDGE e as tarifas de mercado dos
de construção, com um custo incremental serviços públicos, em ambos os casos, e
médio que não excede US$20/m2. dependendo das medidas de economia
Para o edifício hospitalar existente, foi implementadas, os resultados foram
alcançada uma economia anual de 72 favoráveis em termos de período de
kWh e 0,86 m3 de água para cada metro retorno do investimento.
quadrado de construção, com um custo Por fim, é importante mencionar que,
incremental de US$ 13,25/m2. embora a EDGE seja uma ferramenta que
Da mesma forma, foi possível identificar facilite a escolha de medidas de design
onde os maiores consumos de destinadas a obter economia, existem
energia, água e energia incorporada outras ferramentas, como simulações
nos materiais são produzidos nos termo energéticas ou softwares
projetos de infraestrutura de saúde, específicos, que podem ser utilizados
dependendo do clima e do tipo de caso seja necessário maior precisão na
projeto. Conjuntamente, foi possível obter análise e nas soluções.
algumas recomendações de design que
têm melhor custo-benefício que outras,
permitindo identificar as medidas a serem

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1. Antecedentes
E
m 2017, as gerências do Setor de os edifícios podem contribuir?” [2]. Almeida, Rossemary Yurivilca, Marco
Infraestrutura e Energia (INE/INE) Este guia explica como os edifícios, Buttazzoni, que colaboraram na revisão e
e do Setor Social (SCL/SCL) do tanto de infraestrutura social quanto de complementação do documento.
Banco acordaram a criação da Unidade de outros setores, podem contribuir para Os autores agradecem especialmente o
Infraestrutura Social para fornecer suporte o cumprimento da meta de 30% de apoio de Ana Milena Avendaño Páez, da
técnico especializado nos programas e financiamento climático do grupo BID International Finance Corporation (IFC),
projetos financiados pelo SCL/SCL que para o ano de 2020. por suas valiosas contribuições para
possuem componentes de infraestrutura. Este trabalho, alinhado tanto ao guia melhorar este documento.
A Unidade de Infraestrutura Social lançado em 2018 quanto ao Marco de O documento foi traduzido e revisado por
trabalha em estreita colaboração com a Infraestrutura Sustentável do BID Aline Piva.
Divisão de Mudanças Climáticas (CSD/ [3], avança na análise de projetos de
CCS) na promoção e apoio aos países infraestrutura no setor de saúde. Esses
que incorporem medidas de mitigação projetos representam uma grande
e adaptação às mudanças climáticas em porcentagem do portfólio de projetos da
seus projetos de infraestrutura social. Divisão de Saúde e Proteção Social (SCL/
O apoio se dá em múltiplos momentos SPH).
do ciclo de vida do projeto, como por A análise foi desenvolvida com base
exemplo na fase de preparação, onde nos conteúdos e simulações preparados
o CSD/CCS contabiliza o percentual do por Eric Fischel, com o apoio de Gastón
valor da operação de empréstimo que Michaud e Mariana Herrera, sob a
pode ser considerado Financiamento coordenação e edição geral de Wilhelm
Climático, de acordo com a metodologia Dalaisón e Esperanza González-Mahecha e
acordada por todos os bancos o apoio especializado de Ignacio Astorga,
multilaterais de desenvolvimento [1]. Michelle Carvalho Hallack e Virginia Snyder.
Em dezembro de 2018, a colaboração Da mesma forma, contou com a
conjunta entre a Unidade de colaboração de vários colegas: Iciar
Infraestrutura Social e a CSD/CCS incluiu Hidalgo Roca, Lívia Minoja, Carlos
o lançamento do guia “Meta de 30% Henriquez, Beatriz Toribio, Juliana Salles
do financiamento climático: Como

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2. Introdução
E
xistem duas estratégias para fazer de fabricação de materiais de construção, equipamentos e tecnologia (conhecido
frente às mudanças climáticas, as tais como aço, cimento e vidro [4]. Em como medidas ativas de design), que
medidas de mitigação e as medidas comparação com 2017, as emissões podem incluir, por exemplo, equipamentos
de adaptação. As medidas de mitigação aumentaram 2%, enquanto o consumo de e iluminação eficientes, ou coletores
das mudanças climáticas visam reduzir energia aumentou 1%. Nesse sentido, o solares térmicos para atender o uso final
os gases de efeito estufa e, no caso da setor de construção apresenta um desafio, de água quente. Adicionalmente, o uso
infraestrutura predial, centram-se em mas, ao mesmo tempo, uma grande de painéis solares fotovoltaicos reduz
estratégias voltadas para economia e oportunidade para enfrentar as mudanças a demanda de eletricidade da rede e,
eficiência energética, uso de energias climáticas, na qual os formuladores de portanto, impacta as emissões associadas
renováveis e emprego de materiais com políticas, projetistas, construtores e outros ao consumo de eletricidade ou outras
baixa energia incorporada durante todo atores da cadeia de valor da construção fontes de energia. É necessário que, para
o ciclo de vida. Essas medidas, além de têm a possibilidade de trabalhar em cada projeto, seja analisada a articulação
reduzir o impacto das edificações na descarbonizar esse setor. de medidas passivas e ativas nos designs,
mudança climática, permitem economias As possibilidades de intervenção no tendo sempre em mente maior eficiência e
substanciais, sendo importantes na projeto são maiores em edifícios novos menores custos ao longo do ciclo de vida
sustentabilidade a longo prazo. se comparado aos edifícios já existentes. do projeto.
As medidas de adaptação, como o nome Para edifícios novos, é possível incidir, Nos edifícios existentes, é mais difícil
indica, concentram-se na adaptação da por exemplo, na orientação e geometria, poder atuar sobre estratégias passivas
infraestrutura aos efeitos das mudanças considerando as condições climáticas ou na seleção de certos materiais de
climáticas, para que sejam mais resilientes locais e buscando aproveitar os recursos construção; portanto, os esforços
a eventos como secas, ondas de calor, disponíveis (sol, vegetação, chuva, geralmente se centram na incorporação de
chuvas, aumento dos níveis do mar, ventos). Projetar levando em conta esses medidas ativas que tragam eficiência ao
entre outros que ocorrerão com maior elementos (conhecido como estratégias funcionamento.
frequência e intensidade. passivas de design) reduz os impactos Embora seja verdade que a incorporação
Em nível global, durante o ano de 2018, as ambientais e as demandas de energia dessas medidas nos projetos contribui
edificações e o setor de construção foram para usos finais, como por exemplo o para a redução de custos, é importante
responsáveis por 36% do consumo final condicionamento térmico do espaço. A reconhecer que é sempre necessário
de energia e 39% das emissões de CO2, aplicação de medidas passivas de design combiná-las com programas que fomentem
dos quais 11% correspondem ao processo reduz a necessidade e a dependência de mudanças comportamentais nos usuários

10
e na forma como eles influenciam e A EDGE foi utilizada neste trabalho Esta análise não pretende ser exaustiva, e
colaboram com a redução do consumo de principalmente por duas razões: a) é um os resultados dependem dos parâmetros
recursos como energia e água. sistema simples e disponível gratuitamente, e da lista de medidas estabelecidas por
Para o desenvolvimento dessa análise, que permite uma aproximação às medidas padrão na EDGE. No entanto, procura
optou-se pelo emprego de uma de melhor custo-benefício; e b) fornece ajudar as equipes de projeto e tomadores
ferramenta chamada “Excellence in uma base ampla, que abrange diferentes de decisão a identificar medidas que não
Design For Greater Efficiencies” cidades e tipologias, permitindo obter apenas permitam economia de consumo,
(EDGE), criada pela International resultados comparáveis entre si. O sistema mas também representem menores custos
Finance Corporation (IFC), que permite de certificação como tal não é considerado de investimento e períodos mais curtos de
identificar rapidamente as formas com nesta análise. retorno dos investimentos.
melhor custo-benefício para reduzir o A EDGE foi especificamente projetada para Para esta análise, diferentes estudos
consumo de energia, água e energia países emergentes, e é concebida como de caso hipotéticos de projetos de
incorporada nos materiais de construção. uma metodologia simples de aproximação infraestrutura em saúde foram modelados
Esta ferramenta é composta por uma para economia de energia, água e energia e os resultados verificados. Como se trata
plataforma online, um padrão a ser incorporada nos materiais. A EDGE de um documento orientador, recomenda-
alcançado e um sistema de certificação. consiste em um conjunto de algoritmos se que, para cada projeto específico, seja
A plataforma online ou o aplicativo matemáticos baseados em variáveis de feita uma análise mais minuciosa que
permitem inserir parâmetros do edifício, climatologia, transferência de calor e física avalie, em primeiro lugar, as medidas aqui
localização, tipologia, entre outros, e de edifícios. O usuário digita os dados do identificadas como as mais econômicas e
escolher as diferentes opções em uma projeto e a calculadora mostra o potencial as tecnologias disponíveis localmente. Essa
lista de medidas de design passivas e/ de economia no edifício. O consumo análise foi realizada em setembro de 2019,
ou ativas e avaliar o impacto de cada de energia, em particular, é previsto na Versão 2.1.5.
uma delas no desempenho do edifício3. usando um modelo quase estacionário Por fim, é importante reiterar que a
A certificação do edifício é outorgada caracterizado pela facilidade na coleta presente análise se baseia em casos
por um organismo independente de dados, reprodutibilidade e eficácia no hipotéticos, escolhidos em um universo
(Certificador) quando fique demonstrado custo de coleta de entradas para o modelo. quase infinito de possibilidades, com o
que o edifício atende ao padrão EDGE. A presente análise busca identificar as objetivo de ter algumas conclusões gerais
3 Em 2019, com vistas a reconhecer maiores economias, a
medidas de melhor custo-benefício que e diretrizes sobre quais medidas podem
EDGE inclui a possibilidade de obtenção de um certificado permitam gerar economia no consumo de ser mais eficientes a um custo menor
“EDGE Advanced” para aqueles edifícios que demonstrem
uma redução de 40% no consumo de energia (os outros
energia e água em projetos do setor de e com um menor tempo de retorno do
dois requisitos mínimos se mantêm inalterados) e um saúde, com base nos resultados obtidos investimento.
certificado “EDGE carbono zero” para aqueles edifícios que com a plataforma online da EDGE para
demonstrem uma redução de ao menos 40% no consumo
de energia, sendo que o restante 60% deve ser alcançado alcançar o padrão mencionado.
mediante energias renováveis ou com compensações de
carbono.

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3. Mudanças climáticas e o setor de saúde
Q
uando se trata de mudanças de saúde e infraestrutura. Diante do desenvolvimento da região quanto às
climáticas e setor de saúde, enorme desafio das mudanças climáticas, metas globais de mudança climática.
há vários pontos em comum. os sistemas de saúde são chamados Essa perspectiva implica uma economia
Atualmente, as mudanças climáticas a atuar em diferentes frentes, sendo de recursos financeiros em consequência
impactam a saúde humana de algumas delas: a) sistemas de alerta da redução de custos de energia e de
várias maneiras. Segundo o Grupo precoce e comunicação à população; b) recursos hídricos e materiais, que, por
Intergovernamental de Especialistas monitoramento do estado de saúde física exemplo, poderiam ser utilizados em
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, e mental da população, e c) infraestrutura programas de prevenção ou na ampliação
por sua sigla em inglês), as mudanças adequada para fornecer serviços de da cobertura. Essa abordagem também
climáticas aumentam o risco de doenças saúde. É precisamente a esse último apresenta benefícios adicionais, como a
transmitidas por vetores, tais como ponto que este documento se dedica. redução da poluição ambiental, incluindo
malária e dengue, em consequência do Os países da região têm aumentado seus GEE, além de sistemas de saúde mais
aumento na frequência e intensidade de investimentos em sistemas de saúde; eficientes. Em termos gerais, um cuidado
chuvas e ondas de calor, entre outros [5]. por esse motivo, com uma perspectiva de saúde com baixo teor de carbono
Recentemente, também se reconheceu de longo prazo, nos vemos frente a um inclui os seguintes elementos [6]: sistemas
que as mudanças climáticas podem potencial para implementar tecnologia de saúde com fornecedores locais,
ser consideradas uma ameaça à saúde e infraestrutura mais econômicas e projeto e construção de infraestrutura
mental. As perdas e o trauma resultantes menos intensivas em carbono. Conforme hospitalar focados em baixas emissões e
de desastres naturais, intensificados pelas observado pelo Banco Mundial (2017), eficiência energética, redução de resíduos
mudanças climáticas, estão associados em seu relatório “Cuidado de saúde e gerenciamento sustentável de resíduos
a doenças como transtorno por estresse climaticamente inteligente” [6], a sanitários, políticas sustentáveis de
pós-traumático (TEPT), ansiedade, infraestrutura hospitalar oferece uma transporte e água, etc.
depressão, raiva e violência. oportunidade para projetar, construir,
Todos esses efeitos são acentuados nos administrar e investir em sistemas
países de renda média e baixa devido à e instalações de saúde que gerem
sua condição de vulnerabilidade a eventos quantidades mínimas de gases de efeito
climáticos extremos, e por serem os estufa (GEE). Nesse sentido, os sistemas
que menos têm capacidade de resposta de saúde climaticamente inteligentes
devido à precariedade dos sistemas estariam alinhados tanto às metas de

12
4. Metodologia de análise
P
ara o desenvolvimento dessa análise, Ademais, foi definido um caso adicional hipotéticos, optou-se por empregar e
trabalhamos em um conjunto de (também hipotético), referente a um otimizar as medidas padrão fornecidas
casos hipotéticos de infraestrutura hospital público já existente na cidade de pela EDGE e utilizá-las da mesma maneira
de saúde em diferentes cidades da região, Buenos Aires, onde foram incorporadas para todos os casos. Por exemplo, em
analisando diferentes alternativas de medidas destinadas a reduzir o consumo relação à orientação do edifício, assumiu-
de energia e água, sem modificações se uma configuração proporcional nas
design em cada um dos casos.
arquitetônicas. Para este caso adicional, fachadas norte, sul, leste, oeste, nordeste,
Foram estabelecidas 8 cidades, foi realizado um total de 9 simulações. noroeste, sudeste e sudoeste.
localizadas em diferentes latitudes, e O objetivo deste caso foi aprofundar
que apresentam condições atmosféricas a análise de medidas que podem ser
variadas (temperatura média anual, empregadas em edifícios existentes e
precipitação média anual, altitude, entre obter várias opções possíveis.
outras). Para cada uma das cidades,
Para o desenvolvimento dessa análise,
foram avaliados 6 casos hipotéticos
utilizou-se o aplicativo EDGE, buscando
de diferentes edifícios de saúde com
obter resultados que demonstrem a
características distintas. Essa primeira
obtenção de uma redução mínima de 20%
análise determinou um universo de 48
no consumo de energia, 20% de economia
estudos de caso.
de água e 20% de energia incorporada
Para cada um desses estudos de nos materiais de cada um dos casos,
caso, foram realizados dois tipos de em comparação com a prática usual (ou
simulações: uma utilizando principalmente linha de base) de construção nas cidades
estratégias de design passivas (S1) e a determinadas.
outra incorporando medidas de design
Como mencionado, a EDGE permite
ativas, como melhorar a eficiência dos
inserir características de cada edifício
equipamentos de ar condicionado e
para determinar seu comportamento
geração de energia in situ mediante o uso
no clima em que se está analisando. A
de painéis fotovoltaicos, entre outros (S2).
variedade dessas características pode ser
No total, foram realizadas 96 simulações.
muito diversa e, por tratar-se de casos

13
5. Identificação das cidades e
Figura 1. Localização geográfica das cidades.

suas condições climáticas


P
ara a análise, foram definidas características das cidades analisadas
8 cidades do continente que (temperatura, localização e classificação
apresentam características climáticas climática) de acordo com a classificação
e geográficas variadas e representativas, climática de Köppen-Geiger. Para
variando desde climas áridos de deserto informações detalhadas sobre as cidades,
com pouca precipitação a climas frios de consulte o Anexo 1.
estepe. A Tabela 1 apresenta as principais

Tabela 2. Principais características das cidades analisadas.

Temperatura Temperatura Temperatura Precipitação


Latitide Classificação de Clima Köppen-
Cidade/ País média anual Anual máxima Anual média anual
(Deg) Geiger
(°C) (°C) mínima (°C) (mm)
Hermosillo/México 20.67 28.0 13.0 26.70 29 Bwh Seco, Árido quente
Cartago/Costa Rica 19.37 20.5 17.6 1504.70 10 Af Tropical chuvoso
San Salvador/El
24.17 26.0 23.0 979.00 13.7 Aw Savana tropical com inverno seco
Salvador
Temperado suave úmido com verão
Quito/Ecuador 14.00 14.0 14.0 2743.00 0.13 Cfb
cálido
Santa Marta/
25.75 26.0 25.0 1777.00 11.3 As Savana tropical com verão seco
Colombia
Temperado suave com inverno seco
La Paz/Bolivia 7.17 9.0 4.0 561.00 16.5 Cwb
e verão quente
Manaos/Brasil 27.25 28.0 26.0 1811.00 3.1 Am Monção tropical
Puerto Santa Cruz/
15.42 24.0 8.0 135.00 50 Bsk Estepe semiárido com frio árido
Argentina

14
O QUE É A Tabela 3. Classificação Köppen-Geiger – Primeira e segunda letra.
Primeira e segunda letra

CLASSIFICAÇÃO A
Tipo
Climas tropicais
Descrição
Tmin ≥ +18 °C
Critério

Af Bosque tropical Pmin ≥ 60 mm


CLIMÁTICA DE Am
As
Monção tropical
Savana tropical com verão seco
Pann ≥ 25(100 - Pmin) mm
Pmin < 60 mm in summer

KÖPPEN-GEIGER? B
Aw Savana tropical com inverno seco
Climas secos
Pmin < 60 mm in winter
Pann < 10 Pth
BW Deserto (árido) Pann ≤ 5 Pth
A classificação climática de Köppen- BS Estepa (semiárida) Pann > 5 Pth
Geiger divide os climas em cinco grandes C Temperado suave -3 °C < Tmin < +18 °C
grupos e vários tipos e subtipos. Cada Cs Temperado suave com verão seco Psmin < Pwmin, Pwmax > 3 Psmin, Psmin < 40 mm
clima é representado por um número Cw Temperado suave com inverno seco Psmax > 10 Pwmin, Pwmin < Psmin
variável de letras, com o seguinte Cf Temperado suave, totalmente úmido Not Cs or Cw
significado: D Neve Tmin ≤ -3 °C
Ds Neve com verão seco Psmin < Pwmin, Pwmax > 3 Psmin, Psmin < 40 mm
A primeira letra da classificação é uma
Dw Neve com inverno seco Psmax > 10 Pwmin, Pwmin < Psmin
letra maiúscula (“A”, “B”, “C”, “D”, “E”) que
Df Neve, totalmente úmida Not Ds or Dw
se refere ao grupo climático da região: E Polar Tmax < +10 °C
tropical, seco, temperado, neve e polar. ET Tundra Tmax ≥ 0 °C
A segunda letra é uma letra minúscula EF Gelada Tmax < 0 °C
que se refere ao tipo de clima dentro do
grupo climático em função da quantidade
e distribuição das precipitações. Tabela 4. Classificação Köppen-Geiger – Terceira letra.
A terceira letra minúscula refere-se à Terceira letra
temperatura média mensal do ar no mês Tipo Descrição Critério
mais quente e à temperatura média anual h Árido quente Tann ≥ +18 °C
do ar. k Frio árido Tann < +18 °C
a Verão quente Tmax ≥ +22 °C
Nos grupos “B” ou “E”, onde a segunda
b Verão cálido Tmax < +22 °C, 4 Tmon ≥ +10 °C
letra também é uma letra maiúscula,
c Verão fresco Tmax < +22 °C, 4 Tmon < +10 °C, Tmin > -38 °C
as precipitações e a temperatura são
d Verão frio Tmax < +22 °C, 4 Tmon < +10 °C, Tmin ≤ -38 °C
referenciadas como total anual.
Fonte: Chen, D. and H. W. Chen, 2013: Using the Köppen classification to quantify climate variation and change: An example for 1901–2010.
Environmental Development, 6, 69-79, 10.1016/j.envdev.2013.03.007. 

15
6. Estudos de caso e tipologias de
edifícios de saúde
F
oram selecionadas 6 tipologias de tabela a seguir mostra um resumo com
edifícios de saúde, de acordo com as principais características dos seis tipos
algumas das opções disponíveis na de construção usados como modelo.
EDGE. Para cada uma das tipologias, foram Informações mais detalhadas sobre cada
definidas características mínimas, algumas um deles podem ser encontradas no
das quais correspondem a informações Anexo 2.
que a EDGE estabelece por padrão. A

Tabela 5. Principais características dos 6 edifícios analisados.

Tipologia da Área Área de Taxa média Lavanderia


Pavimentos
construção (m2) paisagismo de ocupação e cozinha
Clínica Ambulatorial I
300 1 60 70% No
(CPA1)
Clínica Ambulatorial II
1500 1 300 70% No
(CPA2)
Centro de Diagnóstico
5000 2 400 70% No
(CD)
Hospital de Múltiplas
12 034 3 1200 70% Si
Especialidades (HEM)
Hospital Universitário
20 017 6 1500 70% Si
(HU)
Lar de Idosos (RA) 3000 2 300 70% Si

16
Tabela 6. Medidas de economia de energia na EDGE4.

7. Simulações: design passivo e *HSE01. Redução da proporção de vidro na fachada exterior


HSE02. Pintura refletiva/telhas para teto: refletividade solar (albedo) de 0.7

design ativo
HSE03. Pintura refletiva para paredes externas: refletividade solar (albedo) de 0.7
HSE04. Controle solar externo - fator médio de sombreado natural (AASF) de 0.61
*HSE05. Isolamento do teto - Valor-U de 0.297
*HSE06. Isolamento térmico paredes externas - Valor-U: 0.289

D
HSE07. Vidro de baixa emissividade - Valor-U: 3 W/m².K e SHGC: 0.45
efinidos os 48 estudos de caso denominamos medidas mínimas e que são
HSE08. Vidro de alto rendimento térmico - Valor-U: 1.95 W/m².K e SHGC: 0.28
(8 cidades e 6 tipologias), foram identificadas com um asterisco (*).
realizadas duas simulações para HSE09. Ventilação natural - Corredores
cada caso. Foram incluídas em cada uma 7.1 Energia HSE10. Ventilação natural - Vestíbulo e áreas de espera e consulta
delas as medidas propostas pela EDGE
Na categoria energia, as medidas a HSE11. Ventilação natural - quartos de pacientes
para a medição da economia em energia,
serem utilizadas foram definidas a fim de
água e energia incorporada nos materiais. *HSE13. Refrigerante de Velocidade Variável (VRF). COP de 3.5
alcançar o padrão definido pela EDGE, ou
É importante observar que, de forma seja, uma economia mínima de 20% em *HSE14. Ar condicionado com resfriador a ar - COP de 3.3
predeterminada, a EDGE assume certas relação ao caso base. *HSE15. Ar condicionado com resfriador a água - COP de 5.2
características de design; portanto,
A tabela a seguir mostra as medidas
ao inserir as informações do projeto, HSE20. Unidades de frequência variável nas unidades de tratamento de ar (AHU)
disponíveis na plataforma.
essas informações devem ser ratificadas HSE21. Unidades de velocidade variável em bombas
ou retificadas. Dessa forma, a EDGE
estabelece uma linha de base que HSE22. Recuperação de calor sensível do ar de saída. Eficiência 60%
incorpora algumas medidas e práticas HSE29. Bombillas ahorradoras de energía - Espacios internos (excepto salas de
de construção já usuais nos países onde terapia ocupacional)
o projeto é realizado. Se o usuário não
HSE30. Bombillas ahorradoras de energía - Espacios externos
ajustar tais informações do projeto, a
EDGE assumirá essas características tanto HSE32. Controles de iluminación para pasillos
na linha de base estabelecida quanto na HSE33. Sensores de ocupación en los baños
economia recomendada. Adicionalmente,
a EDGE requere que, para algumas dessas HSE35. Colectores de agua caliente solar - 60% de la demanda de agua caliente
medidas, sejam inseridas informações HSE36. Energía solar fotovoltaica - 10% de la demanda total de energía
específicas de caráter obrigatório, que
4 Não são listadas todas as medidas oferecidas pela EDGE, somente as mais relevantes e as escolhidas para todos os estudos
de caso. As medidas com * são as medidas mínimas solicitadas pela EDGE como informações de projeto obrigatórias.

17
Para a escolha das medidas de cada uma das simulações, definiu-se o
seguinte critério5:
7.2 Água
Na categoria água, também foram definidas as medidas a serem utilizadas para alcançar
o padrão definido pela EDGE, ou seja, uma economia mínima de 20% em relação ao caso
Tabela 7. Principais diferenças entre as simulações de energia. base.
ENERGIA A tabela a seguir mostra as medidas disponíveis na plataforma.
Simulação 1 Simulação 2 Tabela 8. Medidas de economia de água EDGE6.
Inclui tanto as medidas mínimas e Ademais das medidas mínimas e *HSW01. Chuveiro de baixa vazão - 7 litros/min
a informação obrigatória definida informação obrigatória definida *HSW02. Lavatórios de baixo consumo em todos os banheiros. 2litros/min.
pela EDGE, com seus valores pela EDGE, com seus valores *HSW03. Descarga dupla para os vasos sanitários. 6 litros na primeira descarga, 3 litros na
predeterminados, como medidas predeterminados, inclui-se somente segunda descarga
*HSW04. Mictórios com uso eficiente de água em todos os banheiros – 2 litros por descarga
correspondentes a estratégias passivas. estratégias ativas de design, excluindo
*HSW07. Torneiras para cozinha com uso eficiente de água- 6 litros/min
medidas como controle solar externo
HSW09. Jardinagem com uso eficiente de água - 4 litros/m2/dia
e ventilação natural.
HSW12. Sistema de tratamento e reciclagem de águas cinzas
Entre elas, inclui-se o controle solar Entre elas, inclui-se sistemas de
externo para evitar e/ou diminuir a refrigeração de alta eficiência do tipo Para a seleção das medidas de cada uma das duas simulações, foram definidos os
incidência de radiação solar direta VRF, captadores de energia solar para seguintes critérios:
dentro do projeto e a ventilação água quente para 60% da demanda Tabela 9. Principais diferenças entre as simulações de água.
natural de espaços como lobbies, de água quente e energia solar
corredores e quartos de pacientes, as fotovoltaica para 10% da demanda ÁGUA
quais ajudariam a reduzir as cargas de elétrica.
energia.
Simulação 1 Simulação 2
Inclui tanto as medidas mínimas quanto a Adicionalmente às medidas da S1,
Adicionalmente, e ainda que não seja obrigatório, em todos os casos são
informação obrigatória definida pela EDGE, incorporam-se outras medidas.
incorporados iluminação eficiente, como lâmpadas de economia de energia do
sem variação de vazões com relação aos dados
tipo LED ou fluorescente em espaços internos e externos, controles automáticos
definidos de maneira predeterminada
e sensores de ocupação.
Entre elas, toma-se o fluxo de 7 litros/min Entre elas, o tratamento de águas cinzas e,
para chuveiros e 2 litros/min para lavatórios para os projetos de maior escala (HEM, HU),
de banheiros. No caso dos serviços sanitários, o uso eficiente de água para as áreas de
considera-se 6 litros para a primeira descarga e paisagismo.
3 litros para a segunda descarga, mictórios de 2
litros por descarga, e 6 litros/min para as pias de
5 É importante levar em conta que a EDGE não considera as medidas de economia de energia vinculadas cozinha.
ao equipamento médico, de forma que esse fator não é considerado na presente análise. Quanto a EDGE
se refere a equipamentos e sua economia de energia, faz menção a equipamentos eletromecânicos.  6 Não são listadas todas as medidas oferecidas pela EDGE, somente as mais relevantes e as escolhidas para todos os estudos
de caso. As medidas com * são as medidas mínimas solicitadas pela EDGE como informações de projeto obrigatórias.

18
7.3 Materiais Tabela 10. Medidas de eficiência nos materiais EDGE selecionados.

Os materiais foram cuidadosamente MEDIDA MATERIAL JUSTIFICATIVA


escolhidos para que pudessem ser Material mais empregado na região para a estrutura
empregados em todas as tipologias desse tipo de edifício. Utiliza-se as dimensões
de construção e para que também *HSM01. Lajes de piso e entrepiso Laje reforçada de concreto armado 350mm
(350mm) e reforços de aço (35kg/m2) definidas por
permitissem a comparação de custos por padrão
metro quadrado de construção.
Material que pode ser empregado em todas as
A maioria dos materiais escolhidos *HSM02. Construção de cobertura Laje reforçada de concreto armado 200mm tipologias; suporta um mínimo de equipamentos
contribui não apenas para alcançar eletromecânicos
o padrão de 20% de economia de
energia incorporada nos materiais, mas Malha 3D de concreto projetado em ambos os
*HSM03. Paredes exteriores Material de muito alta eficiência isolante
também afeta positivamente a categoria lados, e núcleo de poliestireno expandido*
de energia, reduzindo a demanda
por esse recurso. Dessa maneira, os Malha 3D de concreto projetado em ambos os
*HSM04. Paredes interiores Para manter o mesmo critério das paredes exteriores
custos operacionais relacionados ao lados, e núcleo de poliestireno expandido
ar condicionado e aquecimento são
reduzidos. *HSM05. Acabamento de piso Azulejo de cerâmica Material muito usado na região em edifícios de saúde

A tabela a seguir mostra os materiais Material de alta eficiência e menor custo incremental
*HSM06. Caixilhos de janelas PVC não plastificado
selecionados de acordo com as categorias que outros
disponíveis na EDGE e os critérios para Material muito usado na região, de alta eficiência e
sua seleção na presente análise. HSM07. Isolamento de paredes Fibra mineral (U: ~ 1.86 W/m²k) /A
baixo custo
O anexo 4 mostra o resumo das medidas Material muito usado na região, de alta eficiência e
consideradas nas 96 simulações. Em HSM08. Isolamento de teto Fibra de vidro (U: ~ 1.99 W/m²k)
baixo custo
todos elas, alcança-se o padrão de
20% de economia de energia, 20% de * De acordo com o Guia do Usuário da EDGE, a malha 3D de concreto projetado em ambos os lados “é composta pelos seguintes elementos: i) malha de reforço soldada com um diâmetro de
arame de 3 mm e um tamanho de malha de 50 mm × 50 mm; ii) arame diagonal (inoxidável ou galvanizado) com diâmetro de 4 mm; iii) núcleo de poliestireno expandido com espessura de 50
economia de água e 20% de economia mm a 120 mm; e iv) concreto projetado sobre a estrutura de arame.” Portanto, embora o software (Versão 2.1.5) apenas nomeie o material como “Malha 3D de concreto projetado em ambos os
de energia incorporada nos materiais, em lados”, o mesmo inclui o referido isolamento e é por isso que este documento inclui o núcleo de poliestireno expandido como parte da descrição do material.
comparação com a linha de base.

19
Dicas
A tinta refletiva e o controle solar
externo são muito vantajosos A malha 3D de concreto
O uso de tintas refletivas nas para economizar energia em projetado em ambos
paredes e coberturas é eficaz; climas quentes, embora em O tratamento de águas os lados e o núcleo de
no entanto, sua relação custo- climas frios seja necessário incluir cinzas e sua reutilização poliestireno expandido
benefício depende do clima, do isolamento térmico, uma vez que representam um alto nível nas paredes externas
tipo de parede ou cobertura. reduz a demanda energética para de economia no uso da são um dos materiais
Se materiais de alta inércia aquecimento. Embora também água e um baixo custo que apresentam maior
térmica forem escolhidos, não seja vantajoso colocar isolamento incremental. eficiência e reduzem
é necessário empregar esse térmico em climas quentes, a maior ainda mais a necessidade
tipo de tinta. eficiência será dada pela cor da de equipamentos de
superfície, uma vez que reduz a condicionamento térmico.
incidência de radiação solar.

Mesmo que o design seja O emprego de sistemas de


completamente bioclimático A arquitetura bioclimática é irrigação eficientes no uso
da água é mais rentável no O uso de janelas com
e tire o máximo proveito uma boa estratégia para reduzir
caso de grandes áreas a caixilho de PVC não
da iluminação natural, a demanda de energia para o
serem irrigadas. Para áreas plastificado tem um menor
sempre deve ser empregada resfriamento dos espaços. No
pequenas, o custo incremental custo incremental do que
iluminação eficiente, mediante entanto, devido à complexidade
é muito elevado em relação as janelas com caixilho
o uso de lâmpadas que da infraestrutura de saúde , a
à economia. Especialmente de alumínio e, além disso,
economizem energia e qualidade do ar e a temperatura
nesses casos, é recomendado possuem uma quantidade
controles ou sensores de específica dos ambientes
o uso de espécies nativas menor de energia
ocupação. Caso contrário, o devem prevalecer, bem como as
para evitar a necessidade de incorporada.
padrão de economia de 20% condições de conforto desejadas
não será alcançado. irrigação artificial.

* Por exemplo, em centros de primeiro nível, postos de saúde ou residências, a arquitetura bioclimática pode ser suficiente; no entanto, áreas de cuidados especiais ou centros cirúrgicos podem requerer outras condições térmicas e de qualidade do ar onde,
mesmo em condições favoráveis, não possa recorrer-se à arquitetura bioclimática. Mesmo dentro de um mesmo hospital, alguns setores podem ser resolvidos sem a necessidade de medidas ativas, mas outros podem exigir equipamentos específicos.

20
8. Resultados das
simulações: economia
8.1 Energía
Para cada uma das tipologias e para cada também foram encontradas diferenças
uma das cidades, foram realizadas duas importantes quando medidas ativas
simulações. As figuras a seguir mostram a (S2) foram utilizadas em conjunto com
economia de energia de cada uma. medidas passivas (S1). Nas simulações S1, a
No caso da Clínica Ambulatorial 1 (CPA1), economia está entre 20% e 31%, enquanto
foram obtidas maiores economias com nas simulações S2, a economia está entre
o uso de medidas ativas (S2) do que 35% e 40%.
com medidas passivas (S1). Para as S1, a Por outro lado, observa-se que o consumo
economia está entre 22% e 36%, enquanto de edifícios dessa tipologia geralmente
para as S2, a economia está entre 43% e (caso base) fica entre 34,0 MWh e 40,0
48%, em relação à linha de base. MWh ao mês, dependendo da cidade.
Em relação ao consumo, pode-se afirmar Aplicando as estratégias de economia de
que um edifício com essas características energia, o consumo pode ser reduzido para
geralmente consome entre 8,1 MWh e 10,0 valores entre 21,5 MWh e 30,0 MWh ao mês
MWh ao mês, dependendo da cidade. para as S1 e entre 20,0 MWh e 29,0 MWh ao
Com base nisso, pode-se afirmar que, com mês para as S2.
a incorporação de medidas passivas, o No caso dos Centros de Diagnóstico (CD),
consumo pode estar entre 5,1 MWh e 7,9 a diferença de economia entre S1 e S2 em
MWh ao mês e, com medidas ativas, pode uma mesma cidade é reduzida; no entanto,
ser reduzido para valores entre 4,1 MWh e a economia de energia varia de 22% a 50%
5,1 MWh ao mês, dependendo da cidade. entre as distintas cidades.
No caso da Clínica Ambulatorial 2 (CPA2),

21
Figura 2. Clínica Ambulatorial 1 – Economia de energia segundo a cidade. Figura 3. Clínica Ambulatorial 2 - Economia de energia segundo a cidade.

Energia (MWh)

Energia (MWh)
Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh

Aplicando as medidas de economia de onde é possível obter maior economia no Figura 4. Centro de Diagnóstico - Economia de energia segundo a cidade.
energia, é possível obter redução de consumo energético.
consumo entre 81,0 MWh e 110,0 MWh O caso do Hospital de Múltiplas
ao mês para as S1, e entre 75,0 MWh e Especialidades (HEM) apresenta
92,0 MWh ao mês para as S2, enquanto o diferenças com os casos anteriores.
consumo do caso base se encontra entre Um HEM é um edifício de maior
116,0 MWh e 181,0 MWh ao mês. complexidade, com alta incidência de

Energia (MWh)
Outro dado interessante a ser observado equipamentos médicos e eletromecânicos,
é que em La Paz-Bolívia, o consumo o que representa um alto consumo
de energia é muito maior que nas energético. O consumo, em geral, de um
demais cidades devido à demanda por edifício desta tipologia situa-se entre
aquecimento. Por sua vez, é também 380,0 MWh e 610,0 MWh ao mês.

Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh

22
Figura 5. Hospital de Múltiplas Especialidades - Economia de energia segundo a cidade. Como no caso do Centro de Diagnóstico, demanda e energia fotovoltaica para
nessa tipologia a diferença de economia atender 10% da demanda elétrica, obtém-
entre as S1 e S2 é praticamente se uma economia de 10,21%. Nesse
inexistente. caso em particular, pode-se observar
As economias obtidas nas S1 e S2 variam que a diferença entre S1 e S2 é de
de acordo com cada país, com a S1 em aproximadamente 1%. No entanto, o custo
Cartago-Costa Rica sendo a de menor incremental da S2 aumenta em quase
Energia (MWh)

porcentagem de economia, com 26%, e US$ 200.000 devido ao alto custo dos
as S2 em La Paz-Bolívia sendo a de maior equipamentos requeridos pelas medidas
economia, com 54%, mas apresentando o selecionadas.
maior consumo no caso base. Como no caso dos Hospitais de
Um caso particular é o da cidade de Especialidades Múltiplas, os Hospitais
Hermosillo-México (HMX). O uso de Universitários (HU) são edifícios
ventilação natural e controle solar externo complexos, nos quais o equipamento
na S1 representam uma economia de tem uma alta incidência no consumo de
9,27%, enquanto na S2, que inclui as energia. O consumo, em geral, de um
Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh
medidas de captadores de energia solar edifício desta tipologia situa-se entre
para água quente para atender 60% da 332,0 MWh e 493,0 MWh ao mês.
Figura 6. Hospital Universitário - Economia de energia segundo a cidade.
Energia (MWh)

Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh

23
QUANTA ENERGIA CONSOMEM
Como nos casos anteriores, a economia de economia na categoria de energia,
de consumo energético varia entre 23% e uma vez que as medidas conjuntas
50%, sendo as S2 de melhor desempenho de controle solar externo e ventilação
devido às medidas ativas de economia de
energia aplicadas.
natural dos espaços proporcionam uma
economia de 15,44%, enquanto que, nas
OS EDIFÍCIOS DE SAÚDE?
Por último, no caso de um Lar de Idosos S2, os captadores de energia solar para
Tabela 11. Consumo de energia segundo tipo de edifício.
(RA), o consumo energético, em geral, água quente para 60% da demanda,
situa-se entre 49,8 MWh e 67,2 MWh ao juntamente com a medida de energia
fotovoltaica para 10% da demanda, Consumo Consumo Consumo Consumo
mês. Superfície mínimo máximo médio médio
proporcionam uma economia de 12,34%. Tipologia
Nesse caso, pode-se observar uma (m2) mensal mensal mensal mensal
Isso demonstra que, em cidades com
redução no consumo de energia que (MWh) (MWh) (MWh) (kWh/m2)
temperaturas elevadas, existe um
varia entre 20% e 38% para as S1 e potencial maior de otimizar o projeto
entre 31% e 45% para as S2, quando Clínica Ambulatorial
com a implementação de estratégias 300 8,1 10,0 9.05 30.0
comparado ao caso base. (CPA1)
passivas de design.
Um caso particular é o de Santa Marta-
Colômbia: a S1 apresenta 1% a mais Clínica Ambulatorial
1.500 m2 34,0 40,0 37.0 24.7
(CPA2)
Figura 7. Lar de Idosos - Economia de energia segundo a cidade.
Centro de
5.000 m2 116,0 181,0 148.5 29.7
Diagnóstico (CD)

Hospital de Múltiplas
12.000 m2 380,0 610,0 495.0 41.3
Especialidades (HEM)
Energia (MWh)

Hospital Universitário
20.000 m2 332,0 493.0 412.5 21.0
(HU)

Lar de Idosos (RA) 3.000 m2 49,8 67,2 58.5 19.5

Consumo final caso base energia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (kWh) Economia kWh

24
EM QUE OS PRÉDIOS DE SAÚDE CONSOMEM ENERGIA?
Analisando os dados de consumo global
por tipologia, conclui-se que, do ponto de
vista do consumo energético, os edifícios ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ENERGIA

poderiam ser classificados em dois Medidas de eficiência energética 21.51% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência energética 29.93% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia

grupos: 1) aqueles sem hospitalização7 e 350


Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto
350
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto

2) aqueles com hospitalização8. 300 300

Com esse agrupamento, é possível Figura 8. 250 250

Consumo de
analisar em que os edifícios consomem Energia/ m2/
200 200

energia: ano. CCR-CD- 150 150

Os do grupo 1 (sem hospitalização) Simulação 1 e 2. 100 100

50 50

geralmente não possuem equipamentos 0 0

eletromecânicos de alto consumo, nem Energia – Aquecimento


Energia – Bombas
Energia – Refrigeração (Ar condicionado)
Lavanderia
Energia – Ventiladores
Água quente
Energia – Aquecimento
Energia – Bombas
Energia – Refrigeração (Ar condicionado)
Lavanderia
Energia – Ventiladores
Água quente

equipamentos de cozinha e lavanderia, Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos

entre outros, que estão presentes nos


ENERGIA (kWh/m2 /ano) ENERGIA (kWh/m /ano)
edifícios do grupo 2 (com hospitalização).
É por esse motivo que um maior consumo
energético é relatado para este tipo de
equipamento.
ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ENERGIA
Abaixo são comparadas as simulações Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência energética 28.93% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia
Medidas de eficiência energética 23.13%
realizadas em um exemplo de cada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto
grupo na cidade de Cartago-Costa Rica. 300 300

O exemplo do Hospital Universitário 250 250


Figura 9.
(HU) mostra que existe um componente Consumo de 200 200

de serviço de alimentação e lavanderia Energia/m2/ 150 150

com alta incidência, que não aparece no ano. CCR-HU- 100 100

exemplo do Centro de Diagnóstico (CD). Simulação 1 e 2.


50 50

0 0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Energia – Bombas Lavanderia
Lavandería Água quente Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
7 Incluindo CPA1, CPA2, CD e RA. Este último, ainda que
tenha alojamentos, não são considerados hospitalização.
ENERGIA (kWh/m2 /ano) ENERGIA (kWh/m2 /ano)
8 Incluindo HEM e HU.

25
O CASO PARTICULAR DE Figura 11. Consumo de energia anual (m2/ano).
LPB-HEM-Simulação 1 e 2

LA PAZ-BOLÍVIA ECONOMIA DE ENERGIA

Medidas de eficiência energética 44.36%


EDGE ADVANCED

Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia

Das cidades analisadas, o caso de La consideravelmente maior que nas outras 700
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto

Paz-Bolívia é o que representa o maior cidades; e, da mesma forma, nota-se que 600

consumo de energia em sua linha base. a temperatura média é consideravelmente 500

A demanda por aquecimento tem um menor. 400

grande impacto, como mencionado Se analisarmos, como nos casos


300

anteriormente. anteriores, o caso do Hospital de Múltiplas


200

100

Se for analisado o consumo por metro Especialidades, podemos observar 0

quadrado (m2) de todas as tipologias, o impacto do clima frio no consumo Energia – Aquecimento
Energia – Bombas
Energia – Refrigeração (Ar condicionado)
Lavanderia
Energia – Ventiladores
Água quente

conclui-se que o consumo por energético para aquecimento. Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos

metro quadrado em La Paz-Bolívia é


ENERGIA (kWh/m2 /ano)

Figura 10. Consumo de energia médio por m2 por cidade. ECONOMIA DE ENERGIA EDGE ADVANCED

Medidas de eficiência energética 53.96% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia

Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto
700
Consumo de energia por metro quadrado de construção

600

500

Temperatura média anual (°C)


400

300
(kWh/mês/m2)

200

100

0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos

ENERGIA (kWh/m2 /ano)

Temperatura média anual (°C)

Nota: As barras indicam os valores máximos e mínimos das tipologias

26
8.2 Água por ano por metro quadrado, bem como a
economia no caso das S1 e S2.
tipologias sem leitos, e entre 23% e 33%
naquelas com leitos.
No caso da economia de água, foram
Como no caso da energia, as tipologias de Em todos os casos, o consumo e
realizadas duas simulações utilizando
edifícios podem ser agrupadas de acordo a economia são altos quando são
a mesma metodologia para cada uma
com a distribuição do uso final da água implementadas torneiras e aparelhos
das tipologias e cidades. Nesse caso, os
potável. Nesse sentido, são identificados sanitários eficientes, e a magnitude
resultados são indicados como a média
dois tipos de edifícios, aqueles que da economia depende do número
por cidade para todas as tipologias,
possuem infraestrutura de leitos e de banheiros, ou seja, do número de
uma vez que não foram evidenciadas
lavanderia (HEM, HU e RA) e aqueles pacientes que o edifício abriga. Sem
diferenças substanciais entre as cidades.
que não possuem esses serviços (CPA1, embargo, no caso de edifícios com leitos e
As mesmas medidas de economia foram CPA2 e CD). Em geral, foram alcançadas lavanderia, se os serviços de alimentação
aplicadas para todas as tipologias, economias entre 21% e 43% no caso de forem adicionados, o consumo de água é
obtendo-se um valor de consumo de água substancialmente incrementado.

Figura 12. Média diária de consumo de água (m3/paciente) Simulação 1 e 2.


Consumo de água (m3/paciente/ano)

Consumo final caso base água (m3/paciente/ano) Consumo final estudo de caso água (m3/paciente/ano) Economia

27
EM QUE OS EDIFÍCIOS DE SAÚDE CONSOMEM ÁGUA?
Os edifícios que não possuem leitos Figura 13. Consumo diário de água por Figura 14. Consumo diário de água por
e serviço de lavanderia apresentam paciente. CCR-CD-Simulação 1 e 2. paciente. CCR-HU-Simulação 1 e 2.
comportamento similar em relação
ao consumo de água potável. A figura ECONOMIA DE ÁGUA ECONOMIA DE ÁGUA

a seguir mostra a distribuição do Medidas de eficiencia


eficiência de agua
água 29.31% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água Medidas de eficiência de água 21.13% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água

consumo de água potável nos Centros 250


Linha de base Linha melhorada
800
Linha de base Linha melhorada

de Diagnóstico, tanto para as S1 quanto 700

para as S2. Essa distribuição é muito


200
600

similar para as CPA1 e CPA2. Os maiores 150


500

consumo e economia são encontrados 100


400

nas categorias de torneiras e aparelhos 300

sanitários somados, o que nos permite


200
50

100

concluir que há uma relação direta entre a 0 0

superfície e o consumo de água. Chuveiros Cozinha Torneiras Chuveiros Cozinha Torneiras


Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem

Por outro lado, a distribuição do consumo Processo relacionado


com os equipamentos
Economia de energia do sistema de
HVAC
Outros Processo relacionado
com os equipamentos
Economia de energia do sistema de
HVAC
Outros

de água potável no Hospital Universitário, Água (lts./paciente/dia) Água (lts./paciente/dia)

tanto para a S1 quanto para a S2, é muito


ECONOMIA DE ÁGUA ECONOMIA DE ÁGUA
semelhante à de um Hospital de Múltiplas
Medidas de eficiência de água 44.61% Medidas de eficiência de água 31.21%
Especialidades. Embora a proporção Linha de base
Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha melhorada Linha de base
Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha melhorada

de consumo em torneiras e utensílios 250 800

sanitários esteja diretamente relacionada


700
200
600
à escala do edifício, o diferencial de 500

consumo é representado pelos serviços


150

400

de alimentação e lavanderia. 100


300

200
50

100

0 0

Chuveiros Cozinha Torneiras Chuveiros Cozinha Torneiras


Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC com os equipamentos HVAC

Água (lts./paciente/dia) Água (lts./paciente/dia)

28
8.3 Materiais
Como explicado no capítulo anterior,
que atingisse o menor custo incremental
com a maior economia de energia
incorporada.
MALHA 3D DE Figura 16. Energia incorporada nos
materiais/m2. CCR-CD-Simulação 1 e 2.

não há diferença entre os materiais


selecionados para as S1 e S2, portanto
No caso dos materiais, a economia de
energia incorporada foi estabelecida
CONCRETO ENERGIA INCORPORADA NOS MATERIAIS

Medidas de eficiência nos materiais 24.76% Cumpre com a norma EDGE relativa aos materiais

PROJETADO E
os resultados são praticamente iguais.
Linha de base Linha melhorada

entre 22% e 38%, com relação à linha de 3000

Conforme indicado, após múltiplas base, de acordo com o tipo de edifício. 2500

interações com diferentes tipos de


materiais no aplicativo EDGE, optou-se
por utilizar uma combinação de materiais POLIESTIRENO 2000

1500

1000

Figura 15. Média de energia incorporada nos materiais. Simulação 1 e 2.


O uso desse material para paredes 900

externas e internas tem um alto 0

Laje de piso e entrepiso Cobertura/teto Paredes externas Paredes internas


impacto na economia de energia Pavimentação Janela Isolamento

incorporada nos materiais e, ENERGIA INCORPORADA NOS MATERIAIS (megajoules/m2)

adicionalmente, repercute nas


Energia nos materiais (Mj/m2)

necessidades de climatização Figura 17. Energia incorporada nos


do edifício. No exemplo a seguir, materiais/m2. CCR-HU-Simulação 1 e 2
demonstra-se como essa solução,
ENERGIA INCORPORADA NOS MATERIAIS
no caso do Centro de Diagnóstico
Cumpre com a norma EDGE relativa aos materiais
em Cartago-Costa Rica, combinada Medidas de eficiência nos materiais 24.76%
Linha de base Linha melhorada

apenas com o uso de caixilhos de


3000

PVC não plastificado, reduz a energia 2500

incorporada nos materiais em 24,76%. 2000

Utilizando o mesmo material em uma 1500

tipologia de maior complexidade, 1000

Energia nos materiais Caso Base (Mj/m2) Energia nos materiais Estudo de caso (Mj/m2) Economia (Mj/m2)
como por exemplo o Hospital 900

Universitário da mesma cidade,


0
resultados similares podem ser Laje de piso e entrepiso Cobertura/teto Paredes externas Paredes internas

observados.
Pavimentação Janela Isolamento

ENERGIA INCORPORADA NOS MATERIAIS (megajoules/m2)

29
QUANTO PODEMOS ECONOMIZAR?
ENERGIA

Economia em energia incorporada nos materiais (Gj/m2)


ENERGIA
Poderiam ser INCORPORADA

Economia de energia (kWh/ano/m2)


economizados em
média 109 kWh por
metro quadrado de
NOS MATERIAIS
construção. Poderia ser economizado em
média 0.6 GJ em materiais
por metro quadrado de
construção.

Figura 18. Economia Figura 20. Economia em


anual de energia por Cidade e país
energia incorporada nos Cidade e país
m2 para diferentes materiais por m2 para
cidades. Economia de energia (kWh/ano/m2)
diferentes cidades.
Economia em energia incorporada nos materiais (Gj/m2)

ÁGUA EMISSÕES

Economia equivalente em CO₂ (t CO₂/ano/m2)


Poderia ser
economizado em DE CO2
Economia de água (m3/ano/m2)

média 0.9 m3 de água Poderiam ser


por metro quadrado economizados em
de construção. média 44 kCO2 por
metro quadrado de
construção.

Figura 19. Economia


anual de água por Cidade e país Figura 21. Economia em Cidade e país

m2 para diferentes emissões por m2 para


cidades. Economia de água (m3/ano/m2) diferentes cidades. Economia equivalente em CO₂ (t CO₂/ano/m2)

30
Dicas
É de grande importância a De acordo com a análise entre
implementação de estratégias investimento e economia de No caso de clima quente e
de economia de energia que energia, o melhor equilíbrio, seco, com altas temperaturas
sejam simples de implementar, considerando os casos e baixa umidade, medidas
tecnicamente viáveis e com propostos, é obtido quando se passivas possuem melhor custo-
o menor tempo de retorno considera 60% da demanda por benefício. Enquanto que em um
possível. É preciso não apenas água quente sendo atendida clima frio, onde se requer maior
avaliar a economia de energia, por coletores solares térmicos, isolamento e aquecimento,
mas também o custo de sua e 10% da demanda de energia essas medidas provavelmente
implementação, operação e sendo atendida por painéis terão menor custo-benefício.
manutenção. fotovoltaicos.

A reutilização de águas
O uso de sistemas de ar cinzas na descarga de Do ponto de vista do
condicionado do tipo VRF vasos sanitários e utensílios investimento, a reutilização
reduz substancialmente o sanitários tem um alto de águas cinzas tem melhor
consumo de água, uma vez impacto na economia de água custo-benefício do que a
que não requer o uso de água potável. Nas simulações, fica reutilização da água da
potável nos processos de aproximadamente entre 5% e chuva.
resfriamento do condensador. 15%, dependendo do tipo de
edifício.

31
9. Análise financeira dos
estudos de caso
D
o ponto de vista financeiro, há
dois elementos principais a serem
levados em consideração: o custo Custo incremental: é
incremental das medidas incorporadas e a o dinheiro adicional
economia potencial no custo dos serviços necessário para a
públicos. incorporação das medidas
Para realizar a análise financeira e o de eficiência selecionadas,
cálculo dos indicadores anteriores, o em comparação com o
aplicativo EDGE foi tomado como base, custo de construção da
uma vez que considera ambos os fatores: linha de base.
o custo incremental e o custo das tarifas
de serviços públicos. No entanto, como
Economia em serviços
a EDGE atualiza as tarifas de serviços
públicos: é o custo
públicos a cada 3 anos aproximadamente,
mensal economizado
também foi realizada a análise financeira
nas contas de serviços
usando custos de mercado dos serviços
públicos, produto do
em outubro de 20199.
menor consumo devido
às medidas de economia
implementadas.

9 A EDGE estabelece os custos de construção e serviços


públicos decorrentes de sua atualização periódica, os quais
são utilizados por padrão. No entanto, esses valores são
editáveis e podem ser modificados. O Guia do Usuário
recomenda revisar os custos estabelecidos por padrão e
ajustá-los se necessário.

32
9.1 Análise financeira Cartago-Costa Rica possui o maior
custo incremental por metro quadrado
Figura 22. Tarifas elétricas e de água por país segundo EDGE.

utilizando EDGE de construção em comparação com as


demais cidades. Em Cartago, o custo
A EDGE conta com um banco de dados incremental é superior a US$ 21/m2,
de custos de construção e de serviços enquanto nas outras cidades varia de US$
públicos por cidade. Esses dados são 10 a US$ 17/m2, com Hermosillo-México

Tarifa de energia (US$/kWh)


baseados na média dos dados globais

Tarifa de água (US$/m3)


apresentando o menor valor.
e são ajustados periodicamente. Esses
A viabilidade econômico-financeira de
resultados são apresentados para fins
um projeto depende de muitos fatores.
de orientação na comparação entre as
Este documento centra-se na análise
medidas.
financeira, mediante o cálculo de alguns
Das 8 cidades (países) analisadas, a Costa indicadores básicos para cada cenário.
Rica tem o custo mais alto de serviços
públicos, como mostra a figura a seguir.
Para comparar diferentes tipologias
e cidades/países, foram calculados o
Tarifa de energia de referência ($/kWh) Tarifa de água de referência ($/m3)
custo incremental e a economia de
serviços públicos por metro quadrado de
Figura 23. Custo incremental por m2 e economia em diferentes cidades por ano.
construção10.
Da forma similar ao observado com o
custo das tarifas de serviço público,

10 A EDGE estabelece os custos de construção e serviços PRI 0.5-2.7 anos

Investimento incremental ($/m2)

Custos por serviços públicos ($/ano/m2)


públicos decorrentes de sua atualização periódica, os quais
são utilizados por padrão. No entanto, esses valores são
editáveis e podem ser modificados. O Guia do Usuário PRI 0.6-6.2 anos

PRI 0.5-3.5 anos


recomenda revisar os custos estabelecidos por padrão e PRI 0.2-5.3 anos
PRI 0-1.9 anos
ajustá-los se necessário PRI 0.1-3 anos
PRI 0-2.4 anos
PRI 0-2 anos

Custo incremental por área ($/m2) Economia de serviços públicos por área ($/ano/m2) Custos por serviços públicos ($/ano/m2)

33
Figura 24. Indicadores financeiros das cidades.
mesmo caso, a TIR é de 73%, superior à
Valor Presente Líquido (VAN): Avalia taxa de desconto (10%) escolhida para
os fluxos futuros para o presente este ano, o que significa que a taxa de
ou, em outras palavras, determina a retorno é maior que a taxa mínima de
equivalência no tempo 0 dos fluxos retorno exigida em investimento. Essa
taxa implicaria que, para um investimento

Taxa interna de retorno


US$ por metro quadrado
futuros gerados por um projeto e
compara essa equivalência com adicional de US$ 21 em cada metro
o investimento inicial. O exercício quadrado, é possível gerar uma economia
aqui apresentado considera o custo de US$ 15 por metro quadrado ao ano.
incremental como custo inicial e a
economia em serviços públicos como 9.2 Análise financeira
os fluxos futuros do projeto. Também
foi calculado com uma taxa de segundo tarifas de
desconto de 10% e 15 anos de fluxos.
Taxa Interna de Retorno (TIR): É a
mercado Custo incremental por área ($/m2) Valor presente líquido (VAN@ 10%) Taxa interna de retorno (TIR)

taxa de desconto com a qual valor Uma vez analisados os resultados


Figura 25. Tarifas elétricas e de água por cidade/país segundo preços
presente líquido (VAN) é igual a zero. financeiros das simulações EDGE, de mercado.
procedeu-se com a realização do cálculo
Período de recuperação do com base em uma pesquisa das tarifas
investimento (PRI): É a quantidade de mercado dos serviços públicos em
de anos necessários para recuperar cada um dos países estudados. Assim, a
o investimento decorrente da divisão análise financeira pode ser aperfeiçoada e
do custo incremental pela economia contrastada de duas maneiras distintas.
média anual do primeiro ano.

Tarifa de energia (US$/kWh)


As tarifas utilizadas foram produto de

Tarifa de água (US$/m3)


uma pesquisa dos preços de mercado
Ao analisar esses indicadores para as com empresas comercializadoras em
diferentes simulações, são obtidos cada cidade/país, considerando para a
resultados financeiramente atrativos. eletricidade uma tarifa de acordo com o
Por exemplo, a média de Cartago-Costa tipo de edifício e o consumo esperado.
Rica mostra um VAN positivo, ou seja, Os valores de custo de energia e água
o projeto cria valor ou economia em empregados para esta segunda análise e
serviços públicos em um valor maior sua referência podem ser encontrados no
que o custo incremental para realizar Anexo 7.
os investimentos que permitem obter
uma certificação como EDGE. Para o Tarifa de energia de referência ($/kWh) Tarifa de água de referência ($/m3)

34
Com esta análise, verificou-se que, A TIR está acima de 10%, motivo pelo Figura 26. Custo incremental por m2 e economia por cidade com tarifas de
embora os custos de água e energia em qual fica comprovado que as medidas de preços de mercado.
Cartago-Costa Rica permaneçam altos, economia selecionadas com o aplicativo
conforme indicado pela EDGE, a diferença EDGE são economicamente viáveis.
não é tão significativa com as demais Em conclusão, realizada a análise
cidades do estudo. Da mesma forma, a financeira com os dados de custo PRI 0.5-2.7 anos

Investimento incremental ($/m2)


tarifa de água em Manaus-Brasil parece

Custos por serviços públicos ($/ano/m2)


incremental da EDGE e os dados das
estar acima de todas as outras. Com esses tarifas públicas tanto da EDGE como
PRI 0.6-6.2 anos

dados, procedeu-se a um novo cálculo


PRI 0.5-3.5 anos
PRI 0.2-5.3 anos

da pesquisa de mercado, foi possível PRI 0-1.9 anos


anos PRI 0.1-3 anos

dos indicadores financeiros previamente verificar que os indicadores financeiros PRI 0-2 anos
PRI 0-2.4 anos

obtidos. apresentam resultados atrativos. Nesse


Com esta segunda análise, que considera sentido, embora considere-se que as
as tarifas de mercado, os retornos do tarifas de serviço público da EDGE
investimento simples se veem reduzidos. possam estar desatualizadas (são
Isso ocorre porque o custo incremental atualizadas a cada 3 anos), ainda assim
permanece inalterado (calculado de as medidas de design selecionadas Economia de serviços públicos por área ($/ano/m2) Custos por serviços públicos ($/ano/m2)

acordo com a EDGE), enquanto maiores geram economia em tempos de retorno


economias são obtidas pelo pagamento aceitáveis. Figura 27. Indicadores financeiros de diferentes cidades com tarifas
de serviços públicos. No caso de Puerto pesquisadas.
Santa Cruz-Argentina, observa-se a
mudança mais significativa, uma vez que
o PRI, que na primeira análise foi de 9
anos, passa para 5,3 anos na segunda
análise.

Taxa interna de retorno


US$ por metro quadrado
Custo incremental por área ($/m2) Valor presente líquido (VAN@ 10%) Taxa interna de retorno (TIR)

35
RESUMO COMPARATIVO DE TARIFAS
Tabela 12. Resumo comparativo de tarifas.
EDGE Mercado
Tarifa de energía Tarifa de água Tarifa de energia Tarifa de agua
($/kWh) ($/m3) ($/kWh) ($/m3)
Cártago – Costa
0.16 2.73 0.18 2.97
Rica

Hermosillo - México 0.08 0.50 0.17 2.96

La Paz - Bolivia 0.07 0.25 0.12 1.76

Manaos - Brasil 0.09 0.97 0.17 3.90

Quito - Ecuador 0.08 0.21 0.08 0.98

Puerto Santa Cruz -


0.06 0.10 0.09 0.45
Argentina

San Salvador –
0.08 0.21 0.11 1.82
El Salvador

Santa Marta -
0.08 0.04 0.15 1.54
Colombia

36
10. Hospital existente
O
caso corresponde a um exemplo No entanto, o fato da análise da
hipotético de um Hospital Público já economia de energia incorporada nos
existente de 40.032 m2, construído materiais não ser realizada não significa
no ano 2000 e localizado na cidade de que mudanças não sejam incluídas em
Buenos Aires-Argentina, onde não são alguns materiais que visam melhorar a
previstas modificações arquitetônicas, eficiência energética. Por exemplo, o
mas serão incorporadas medidas com aumento no isolamento de paredes ou
a objetivo de obter ao menos 20% de janelas, ou a incorporação de proteção
economia no consumo de energia e água solar nas fachadas, são materiais
em relação à linha de base. No anexo 5 incorporados ao projeto que aumentam
podem ser encontrados os detalhes do o custo incremental e também resultam
projeto e das condições climáticas. em sistemas mais eficientes em termos
Quando se trata de edifícios existentes energéticos.
com idade igual ou superior a 5 anos, Um total de 9 simulações foi realizado
a metodologia EDGE estabelece para o hospital existente. As simulações
que, na categoria de materiais, deve “a”, “b”, “c”, e “d” centram-se em
ser inserido o tipo “reutilização de estratégias de economia passiva. As
material existente”. Esse aspecto, ainda simulações “e”, “f”, “g” e “h” centram-
que relevante para a obtenção da se em estratégias de economia ativa.
certificação EDGE uma vez que garante A simulação “i” contempla apenas o
a conformidade com a redução de 20% ingresso de informações sobre as medidas
no componente de materiais, para os mínimas (indicadas com * na plataforma
fins desta análise não o é. Portanto, além online) e analisa o comportamento final
de inserir as características de projeto de custo-benefício.
do edifício existente, são fornecidas O Anexo 6 resume as diferentes
apenas informações sobre as medidas simulações e economias para esse caso.
relacionadas às categorias de energia e
água que buscam obter resultados com
melhor custo-benefício.

37
10.1 Simulação a em corredores, saguão e quartos de
pacientes.
• Mictórios de 2 litros por descarga.
• Pias de cozinha 6 litros/min.
Nesta simulação, com base em uma Água: Foram consideradas as medidas
estratégia passiva de design, obtêm-se Essa simulação não inclui o sistema
mínimas recomendadas por padrão, sem de recuperação da água de enxágue
como resultado uma economia de 29% em acréscimos ou modificações de vazões, da lavagem de roupas, uma vez que
energia e de 24,77% em água. tomando-se os fluxos e descargas da linha apresenta um alto custo incremental
Medidas consideradas: de economia proposta pela EDGE: comparado com o baixo aumento de
Energia: foram consideradas apenas • Chuveiros: 7 litros/min. eficiência.
as medidas mínimas recomendadas • Lavatório de banheiros 2 litros/min.
por padrão pela EDGE, além do uso
de iluminação eficiente em todos os • Serviços sanitários com descarga
ambientes, e medidas passivas, como dupla: 6 litros na primeira descarga e 3
controle solar externo e ventilação natural litros na segunda descarga.

Figura 28.Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação a.

ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 29.00% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 24.77% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

38
10.2 Simulação b • Pinturas refletivas em tetos e paredes. • Chuveiros 6 litros/min.
• Vidro de alto desempenho térmico. • Mictórios secos (0 litro por descarga).
Essa simulação também conta com
medidas passivas de projeto e mostra • Sistema de ar condicionado VRF Como na simulação a, o sistema de
uma economia de 29,36% em energia e de com COP de 3.5 como sistema de recuperação da água de enxágue da
26,36% em água. refrigeração que fornece ao projeto lavagem de roupas não é incluído devido
mais eficiência a um baixo custo ao seu alto custo incremental para o
Medidas consideradas:
incremental. projeto.
Energia: além das medidas mínimas
recomendadas por padrão pela EDGE e Água: Foram consideradas as medidas
do uso de iluminação eficiente em todos mínimas recomendas pela EDGE e,
os ambientes, foram consideradas as adicionalmente, ajustaram-se os fluxos de
seguintes medidas adicionais. vazões e descarga para:

Figura 29. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação b.

ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 29.36% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 26.36% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

39
10.3 Simulação c unidades de tratamento de ar e nas
bombas, com base nos valores padrões da
• Mictórios secos (0 litros por
descarga).
Essa simulação também conta com EDGE. • Torneiras de cozinha de 6 litros/min.
medidas passivas de projeto e demonstra
Água: Foram consideradas as seguintes
uma economia de 29,17% em energia e Adicionalmente, incluiu-se a recuperação
medidas:
31,78% em água. de águas cinzas, mas não o sistema de
• Chuveiros: 6 litros/min. recuperação da água de enxágue da
Medidas consideradas:
lavagem de roupas.
Energia: Adicionalmente às medidas • Lavatório de banheiros 2 litros/min.
incorporadas na simulação a e b, foi • Serviços sanitários com descarga
incluída a velocidade variável nas dupla: 6 litros na primeira descarga e 3
litros na segunda descarga.

Figura 30. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação c.

ECONOMIA DE ENERGIA AHORRO DEDE


ECONOMIA AGUA
ÁGUA

Medidas de eficiência energética 29.17% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de
Medidas de eficiência
eficiencia de
de água
agua 31.78%
31.87% Cumpre
Cumplecom
con alanorma
normaEDGE
EDGEem matéria de consumo
en materia consumo de
de agua
água
Línea
Linha debase
base Líneamelhorada
Linha mejorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
800
250
700
700

200 600
600

500
500
150
400
400

100
300
300

200
200
50

100
100

0
00
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Duchas
Chuveiros Cocina
Cozinha Grifos
Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitariosey mictórios
Sanitários orinales Lavandería
Lavanderia Jardinería
Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Proceso relacionado
Processo relacionado Ahorro dede
Economia energía dedo
energia sistema HVAC
sistema de Otros
Outros
con los
com equipos
os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Water(lts./paciente/dia)


Água (Lts/Patient/day)

40
10.4 Simulação d Medidas consideradas:
Energia: além das medidas mínimas,
Água: As medidas mínimas foram
implementadas, mas com ajuste de vazão.
Essa simulação, embora centrada
foram incluídas medidas como controle • Chuveiros: 6 litros/min.
em estratégias passivas, incorpora a
solar externo e vidros de baixa
medida ativa de design correspondente • Serviços sanitários com descarga
emissividade. Adicionalmente, foi incluído
ao aquecimento da água por meio de dupla: 6 litros na primeira descarga e 3
um refrigerador resfriado a ar com um
captadores. Caso contrário, somente litros na segunda descarga.
COP de 3.3.
com as medidas passivas selecionadas, o • Lavatórios de 2 litros/min.
padrão de economia de energia de 20% Uma estratégia ativa foi incorporada:
não seria atingido. Com esta simulação, captadores de energia solar para água • Mictórios de 2 litros por descarga.
foi obtida uma economia de 23,35% em quente, para 60% da demanda, a fim • Torneiras de cozinha de 6 litros/min.
energia e de 31,75% em água. de exceder os 20% de economia da
categoria. Uma estratégia foi incluída: a recuperação
de águas cinzas.

Figura 31. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação d.

ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 23.35% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 31.75% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

41
10.5 Simulação e de refrigeração comum em projetos
hospitalares.
• Mictórios secos (0 litro por descarga).
• Pias de 2 litros/min.
Nessa simulação, não foram incluídas
60% da demanda por água quente foi
medidas passivas e foram incorporados • Torneiras de cozinha de 6 litros/min.
suprida por coletores solares e 10% da
os equipamentos eletromecânicos mais Também foi incluída a recuperação de
demanda para outros usos finais foi
utilizados em hospitais, bem como o águas cinzas, mas não a recuperação da
coberta por energia solar fotovoltaica
design de seu entorno. Foram obtidas água da lavagem de roupas.
economias de 31,73% em energia e de Água: Incluíram-se as medidas mínimas e
31,87% em água. algumas vazões foram ajustadas: Para áreas verdes, foi incluída a medida de
uso eficiente de água para irrigação.
Medidas consideradas: • Chuveiros: 6 litros/min.
Energia: Inclui-se um sistema de ar • Serviços sanitários com descarga
condicionado resfriado a água, com uma dupla: 6 litros na primeira descarga e 3
COP de 5.2, uma vez que é um sistema litros na segunda descarga.

Figura 32. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação e.

ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 31.73% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 31.87% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

42
10.6 Simulação f solar fotovoltaica também é incorporada
para 10% da demanda total de energia do
Como na simulação anterior, foi incluída
a recuperação de águas cinzas, mas não
Essa simulação também incorpora projeto. a recuperação da água da lavagem de
medidas ativas de design, obtendo uma roupas, e, para as áreas verdes, foi incluída
Água: São utilizadas as seguintes vazões:
economia de 31% em energia e de 32,25% a medida de uso eficiente da água para
em água. • Chuveiros: 6 litros/min. irrigação.
Medidas consideradas: • Serviços sanitários com descarga
Energia: Foi considerado um sistema única: 6 litros na primeira descarga.
de ar condicionado resfriado a ar, com • Mictórios secos (0 litro por descarga).
um COP de 3.3, e captadores de energia
• Lavatórios de 2 litros/min.
solar para água quente para 60% da
demanda. Da mesma forma, a energia • Torneiras de cozinha de 6 litros/min.

Figura 33. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação f.

ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 31.00% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 32.25% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA
ENERGY (kWh/m
(kWh/m2
2
/Year)
/ano) Água (lts./paciente/dia)

43
10.7 Simulação g Foram incluídas unidades de velocidade
variável nos equipamentos de
• Chuveiros: 6 litros/min.
• Mictórios secos (0 litros por
Nesta simulação, foi obtida uma economia bombeamento e a recuperação do descarga).
de 42,74% em energia e de 34,09% em calor sensível do ar na saída, com uma
água.11 eficiência de 60%. • Lavatórios de 2 litros/min.
Medidas consideradas: Também foram incluídos captadores de • Torneiras de cozinha de 6 litros /min.
Energia: Tintas refletivas no teto e nas energia solar para água quente para 60% Como na simulação anterior, foi incluída
paredes e vidro de alto desempenho da demanda e energia solar fotovoltaica a recuperação de águas cinzas, mas não
térmico foram incluídos. Da mesma forma, para 10% da demanda total de energia do a recuperação da água da lavagem de
foi incluído um sistema de condicionamento projeto. roupas, e, para as áreas verdes, foi incluída
VRF com um COP de 3.5. Água: Foram utilizadas as seguintes a medida de uso eficiente de água para
vazões: irrigação.
11 Com a economia alcançada, uma certificação EDGE
Advanced seria obtida

Figura 34. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação g.

ECONOMIA DE ENERGIA EDGE ADVANCED ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 42.74% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 34.09% Cumpre
Cumple com a norma
con la norma EDGE
EDGE em matéria de
en materia de consumo
consumode
deagua
água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energía –
Energia - Calefacción
Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

44
10.8 Simulação h Adicionalmente, foram incorporados
captadores de energia solar para água
• Serviços sanitários de descarga única
de 6 litros.
Para esta simulação, também centrada quente para 60% da demanda e energia Adicionalmente, foram incluídos a
em medidas ativas, foram alcançadas solar fotovoltaica para 10% da demanda recuperação de águas cinzas e o uso
economias de 40,29% em energia e total de energia do projeto. eficiente de água em áreas verdes. A
32,25% em água.12
Água: Foram utilizadas as seguintes recuperação da água de enxágue da
Medidas consideradas: vazões: lavagem de roupas não foi considerada
Energia: Vidro de alto desempenho térmico novamente.
• Chuveiros: 6 litros/min.
e um sistema de condicionamento VRF com
um COP de 3.5 foram incluídos. • Mictórios secos (0 litro por descarga).
• Lavatórios de 2 litros/min.
12 Com a economia alcançada, uma certificação EDGE • Torneiras de cozinha de 6 litros/min.
Advanced seria obtida

Figura 35. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação h.

ECONOMIA DE ENERGIA EDGE ADVANCED ECONOMIA DE ÁGUA

Medidas de eficiência energética 40.29% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 32.25% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
Linha de base Linha melhorada
Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
250
700

200 600

500
150
400

100
300

200
50

100

0
0
Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
Chuveiros Cozinha Torneiras
Energia – Bombas Lavanderia Água quente
Sanitários e mictórios Lavanderia Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Processo relacionado Economia de energia do sistema de Outros
com os equipamentos HVAC

ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

45
10.9 Simulação i foi incorporado. Com essa medida, foi
alcançada uma economia de quase 15%
A inclusão dessas medidas adicionais
excedeu o padrão mínimo de 20%.
água em todos os banheiros - 2 litros/
descarga
Essa simulação foi realizada como com um custo incremental próximo a US$ Água: Da mesma forma, foram • Torneiras de cozinha com uso
um caso excepcional, com a intenção 80.000. selecionadas inicialmente as medidas eficiente de água - 6 litros/min.
de alcançar o padrão EDGE com a
Por último, foram implementadas as mínimas e foi possível exceder a economia Com o uso dessas medidas mínimas, foi
máxima economia e o menor custo
seguintes medidas: mínima sem modificar os fluxos e possível atingir o padrão requerido.
incremental possível. Para este caso,
descargas propostos pela EDGE:
foram selecionadas, inicialmente, apenas • Lâmpadas de economia de energia O anexo 6 mostra o resumo das medidas
as medidas mínimas identificadas para espaços externos. • Chuveiros de baixo fluxo - 7 litros/min. escolhidas para o total das 9 simulações
pelo EDGE, sem editar os coeficientes • Controles de iluminação para • Lavatórios de baixo fluxo para desse caso.
propostos pela ferramenta. Quando não corredores. banheiros - 2 litros/min.
foi possível alcançar o padrão, outras
medidas foram gradualmente sendo • Sensores de ocupação para banheiros. • Descarga dupla para sanitários, 3
incorporadas para buscar o padrão, mas litros e 6 litros por descarga.
• Captadores de energia solar para
com o menor custo incremental possível. água quente para 60% da demanda. • Mictórios com uso eficiente de
Como resultado dessa simulação, foram
obtidas economias de 23% em energia e
de 24,77% em água. Figura 36. Resumo de resultados caso BAA-HP-Simulação i.

Medidas consideradas:
Energia: Inicialmente, foram selecionadas ECONOMIA DE ENERGIA ECONOMIA DE ÁGUA

as seguintes medidas, embora não tenha Medidas de eficiência energética 23.00% Cumpre com a norma EDGE em matéria de energia Medidas de eficiência de água 24.77% Cumpre com a norma EDGE em matéria de consumo de água
sido possível alcançar o padrão: Linha de base Energia virtual para conforto Linha melhorada Energia virtual para conforto 800
Linha de base Linha melhorada

250
• Redução da Proporção de vidro na 700

fachada externa - WWR de 20%. 200 600

• Isolamento do teto - Valor-U de 0,442. 150


500

400

• Isolamento térmico paredes externas - 100


300

Valor-U: 0,446. 200


50

Com essas três medidas, foi alcançada 100

uma economia de 6,27%, com um custo 0


Energia – Aquecimento Energia – Refrigeração (Ar condicionado) Energia – Ventiladores
0

incremental de US$ 305.573,95 Energia – Bombas Lavanderia Água quente


Chuveiros
Sanitários e mictórios
Cozinha
Lavanderia
Torneiras
Jardinagem
Iluminação Serviços de alimentação Equipamentos
Economia de energia do sistema de Outros
Como segunda instância, o sistema de Processo relacionado
com os equipamentos HVAC

resfriamento VRF com um COP de 3.5 ENERGIA (kWh/m2 /ano) Água (lts./paciente/dia)

46
Dicas
Embora o vidro de baixa
emissividade e o vidro de
O uso de aquecedores solares O uso da recuperação de calor,
alto desempenho tenham um É possível executar uma
aporta uma importante economia com uma eficiência de 60%,
comportamento semelhante em combinação de medidas para
de energia a um custo incremental aumenta significativamente o
relação à economia de energia, o otimizar o custo incremental,
de pouco mais de US$ 60.000. O custo incremental do projeto
primeiro tem um custo incremental como, por exemplo, com a
tempo de retorno do investimento e só aumenta a economia em
inferior em relação ao segundo, colocação de lâmpadas de
é reduzido em 18 meses com a aproximadamente 2%
portanto, é mais efetivo, quando economia de energia em espaços
implementação desta medida.
refere-se a custos, colocar um vidro externos e captadores de energia
de baixa emissividade no projeto*. solar para água quente. No
entanto, se o objetivo do projeto
for a diminuição mensal do custo
dos serviços públicos, lâmpadas
O uso de um sistema de ar
O impacto do uso de Nos edifícios existentes de economia de energia devem
condicionado resfriado a
acionamentos de velocidade desta tipologia, é necessário ser instaladas em espaços
água não aporta um aumento
variável nas bombas não é implementar medidas de internos, medida que aumenta o
significativo na eficiência da
significativo em termos de iluminação eficiente e especificar custo incremental dos projetos,
categoria (aproximadamente
economia de energia ou custo o sistema de refrigeração a ser mas reduz o custo mensal.
0,2%), mas traz um custo
incremental. utilizado para atingir o padrão de
incremental de quase US$
economia de energia.
100.000..

* Deve-se levar em conta que Buenos Aires está em um


clima com 4 estações bem diferenciadas. Caso o projeto se
As medidas mínimas de água
Do ponto de vista do investimento, O uso de energia solar
encontre em climas preponderantemente frios ou quentes,
recomendadas pela EDGE são os resultados poderiam ser diferentes.
a reutilização de águas cinzas tem fotovoltaica representa um suficientes para alcançar o
melhor custo-benefício do que a custo incremental significativo, padrão, sem a necessidade de
recuperação da água da lavagem embora também represente um modificar os fluxos, descargas
de roupas. grande aumento da eficiência. ou vazões propostas pela EDGE.

47
11. Resultados das simulações do Figura 37. Economia de energia simulações HP.

hospital existente: economia

Consumo de energia (MWh)


U
ma vez que os resultados das A Sg apresenta a maior economia de
diferentes simulações foram obtidos energia, considerando um vidro com
para este caso, foi realizada uma alto desempenho térmico, um sistema
comparação para observar tendências e de HVAC do tipo VRF, um variador de
relações entre as diferentes estratégias. frequência em unidades de tratamento
de ar e bombas, recuperação de calor e
11.1 Energia energia renovável, tanto solar térmica com
Consumo final caso base energia (MWh) Economia (MWh) Consumo final estudo de caso energia (MWh)
coletores quanto fotovoltaica.
Como mencionado, todas as simulações
alcançam o padrão de economia de
energia de 20%. Sa, Sb, Sc e Sd se 11.2 Água Figura 38. Economia de água simulações HP.
centram em estratégias passivas, e Se, Sf, Como no caso da energia, todas as
Sg e Sh se centram em estratégias ativas, simulações alcançam o padrão de 20%
incluindo a geração de energia renovável de economia requerido pela EDGE. Nos

Consumo de água (m3/paciente/ano)


no local. casos em que o sistema de tratamento
A Sd apresenta a menor economia de e reciclagem de águas cinzas foi usado,
energia, principalmente pelo uso de chiller foram alcançadas economias de mais de
resfriado a ar que, se comparado com um 30%.
sistema de fluxo variável de refrigerante
(VRF), é consideravelmente menos
eficiente.

Consumo final caso base água (m3/paciente/ano) Economia em m3/paciente/ano Consumo final estudo de caso água (m3/paciente/ano)

48
12. Análise financeira do hospital existente
12.1 Custo incremental Nas alternativas Se e Sf é obtida uma
economia semelhante, mas como
12.2 Indicadores
e economias possui um custo maior de investimento
financeiros

O
incremental, o PRI é maior.
primeiro passo para realizar a Para a análise da viabilidade financeira,
Por último, a Si mostra que, com um
análise financeira é determinar são calculadas a taxa interna de retorno
investimento de US$ 530.000 (US$ 13,25/
o custo incremental de cada (TIR) do projeto de investimento, o valor
m2), é alcançada a economia do padrão
alternativa, juntamente com a economia presente líquido (VAN) e o período de
EDGE, além do retorno do investimento
potencial decorrente dos serviços retorno do investimento (PRI).
mais baixo de todas as alternativas, 4,3
públicos. Nesse caso, foi considerada uma taxa
anos. Em termos financeiros, o Si acaba
A EDGE calcula o custo incremental de sendo o mais favorável. interna de retorno (TIR) de 10% para
acordo com as estimativas de custo para
cada medida de acordo com o país. Da
mesma forma, a EDGE calcula a economia Figura 39. Custo incremental e economias anuais em HP.
em serviços públicos de acordo com a
economia de energia e água multiplicada
pela respectiva tarifa.
As Sa, Sb e Sc mostram que, com um
investimento incremental próximo a US$

Serviços públicos ($/ano)


Custo incremental ($)
1,2 milhão, o padrão EDGE poderia ser
alcançado, e seriam obtidas economias
estimadas em serviços públicos de PRI PRI PRI PRI PRI PRI PRI PRI PRI
8.1 8.4 8 11.6 11 11.3 8.7 8.4 4.3

aproximadamente US$ 150.000 por anos anos anos anos anos anos anos anos anos

ano. O valor investido representa


aproximadamente US$ 30/m2, e uma
economia de US$ 3,75/m2 seria alcançada
com um PRI de 8 anos. As Sg e Sh
mostram um PRI similar às anteriores, mas
Serviços públicos depois da economia ($/ano) Economia em serviços públicos (4/ano) Custo incremental ($)
com um maior custo incremental e uma
maior economia.

49
QUANTA ENERGIA E ÁGUA
determinar a viabilidade financeira do
projeto. Sob essas condições, todas
9% e o VAN abaixo de zero. Embora a
TIR não exceda 10%, está muito próxima PODEMOS ECONOMIZAR EM UM
as simulações mostram um resultado e pode ser considerada viável se a
economicamente atrativo. economia de recursos for priorizada em
detrimento da rentabilidade financeira.
HOSPITAL EXISTENTE?
Na figura a seguir, conclui-se que a Si é
a alternativa mais favorável em termos As Sd, Se, Sf, Sg e Sh apresentam TIRs
financeiros, uma vez que é alcançada muito baixas (abaixo de 10%) e VAN ENERGIA
uma TIR de 21,8% com um VAN positivo negativo. Em outras palavras, pode- Poderiam ser economizados
calculado com a taxa de desconto de 10%. se interpretar que os fluxos futuros do em média 72 kWh por metro

Economia de energia (kWh/ano/m2)


projeto em valor presente, com uma taxa quadrado de construção.
Como mencionado acima, as alternativas
Sa, Sb e Sc têm resultados semelhantes e de desconto de 10%, não justificam o
são validadas com a figura anterior, onde investimento.
é mostrado que a TIR está em torno de

Figura 40. Indicadores financeiros de diferentes cenários HP.


Figura 41. Economia anual Economia de energia (kWh/ano/m2)
de energia por m2 HP.

ÁGUA
Poderia ser economizado
em média 0.86 m3 de

Economia de água (m3/ano/m2)


água por metro quadrado
de construção

Figura 42. Economia Economia de água (m3/ano/m2)


anual de água por m2 HP.
50
13. Achados e recomendações
ECONOMIA DE ECONOMIA
CONSUMO FINANCEIRA
Para edifícios de saúde novos, pode- A análise realizada demonstrou que,
se obter economias médias anuais embora existam várias opções com
de 109 kWh, 0,9 m3 de água, 0,6 GJ diferentes custos de investimento
de energia incorporada nos materiais inicial (medidos como custo
e 0,044 tCO2 para cada metro incremental), esses investimentos
quadrado de construção, com um podem ser rentáveis em um período
custo incremental médio que não razoável (menos de 7 anos) se a
excede US$ 20/m2. economia nas tarifas de serviços
Para edifícios hospitalares existentes, públicos for considerada na fase
pode-se obter uma economia anual de operacional.
72 kWh e 0,86 m3 de água para cada Uma vez feita a análise financeira
metro quadrado de construção, com com as tarifas de serviços públicos da
um custo incremental médio que não EDGE, bem como com uma pesquisa
excede US$ 49/m2. Dependendo das específica de preços de mercado,
medidas implementadas, esse custo foram obtidos resultados favoráveis. De
pode cair para até US$ 13,25/m2. qualquer forma, exatamente como a
própria EDGE recomenda, é necessário
validar o valor das tarifas de serviços
públicos com as comercializadoras
locais, caso seja requerida uma análise
financeira mais precisa.

51
ENERGIA Em edifícios de baixa complexidade
e em climas quentes, o uso de
outros fatores, como a proporção
janela/parede e orientação do edifício.
O uso de lâmpadas de economia de estratégias passivas é mais eficiente O aquecimento é o principal
energia é fundamental tanto em climas do que medidas ativas. A ventilação consumidor de energia em climas
quentes quanto frios. Recomenda- natural para espaços internos é frios ou com temporadas de baixa
se o uso de lâmpadas LED e, se determinante para gerar esses temperatura. Para esses casos,
não for possível, o uso de lâmpadas resultados. No entanto, devem ser equipamentos de alta eficiência
fluorescentes compactas (CFL), T5 ou levados em consideração possíveis devem ser selecionados para reduzir o
outros tipos que atinjam 90 lm/W ou requerimentos de hermeticidade de consumo de energia.
mais. ambientes ou normativas específicas
O sistema de refrigeração VRF que não permitam o uso de ventilação
com um COP de 3.5 foi sempre natural em determinadas áreas.
positivo devido ao seu menor custo No caso de maior escala e em climas
incremental em comparação ao nível quentes, não basta empregar medidas
de economia, especialmente em passivas de projeto. É necessário
projetos de maior escala, como os incorporar um sistema de resfriamento
hospitais. Outros sistemas, como o ar VRF com um COP mínimo de 3.5 para
condicionado resfriado a ar ou água, alcançar o padrão.
não foram tão eficazes e os custos
O uso de proteção de janela para
incrementais são maiores.
limitar a radiação solar direta é uma
As tintas refletivas para cobertura e medida de melhor custo-benefício
parede têm uma baixa contribuição do que o vidro de alto desempenho
para economia e aumentam o custo térmico, uma vez que este último
incremental, embora sua eficácia seja possui uma eficiência menor que 1,5%
maior em climas quentes. A chave e aumenta substancialmente o custo
está no tipo de cobertura e paredes incremental em comparação com
selecionadas e no tipo de isolamento, outras opções. Essa conclusão foi
especialmente em climas frios. Sem verificada em climas quentes e frios,
embargo, em casos de muros de embora seja necessário considerar
concreto e tijolo, o uso dessas tintas
apresenta melhores resultados.

52
ÁGUA É sempre recomendável implementar
tecnologias de economia que estejam
entanto, o tratamento e reciclagem de
águas cinzas apresenta um baixo custo
Os edifícios de saúde podem ser de acordo com os fluxos propostos incremental e uma alta contribuição
agrupados em duas categorias, de na EDGE ou implementar outras que para a economia de água.
acordo com o consumo de água: os melhorem a economia no consumo de Projetos que contam com áreas verdes
que não possuem leitos, cozinha e água. e de jardinagem devem ter sistemas
lavanderia e os que dispõem desses
O serviço de lavanderia é o que eficientes de irrigação e considerar
serviços. O consumo final de água
demanda maior quantidade de água. espécies nativas para evitar o uso
nos projetos é significativamente
No entanto, a reutilização da água excessivo de água.
aumentado pelos serviços
desses serviços implica um alto
relacionados a lavanderia e preparação
custo incremental, além de maior
de alimentos.
necessidade de tratamento.
Se forem utilizados os fluxos e
Independentemente do nível de
descargas mínimos propostos pela
chuva existente em uma determinada
EDGE, é possível obter uma redução
cidade, o investimento em sistemas de
no consumo de água de pelo menos
recuperação de água pluvial nunca foi
20% e é até mesmo possível excedê-lo.
refletido como um sistema eficaz. No

53
MATERIAIS Se o fechamento de alvenaria
(elemento opaco) for utilizado em
Se deseja-se empregar esse tipo
de alvenaria, deve-se gerar um
Independentemente das medidas climas frios, o custo incremental será projeto que integre um conjunto de
propostas pela EDGE, a seleção significativamente aumentado, sem estratégias passivas e ativas para a
de materiais para os projetos deve gerar uma redução substancial na implementação ideal da medida.
sempre estar em conformidade com energia incorporada nos materiais. As lajes de concreto armado têm um
a normativa local. Estas geralmente Para esses tipos de clima, são impacto positivo se especificadas
definem espessuras e níveis mínimos recomendadas fachadas com uma com espessura inferior a 350 mm e
de isolamento que devem ser proporção maior de janela versus 35 kg de aço reforçado. É importante
considerados. parede (WWR), embora isso também ajustar-se às normas locais de cada
A Malha 3D com concreto projetado seja influenciado pela orientação e cidade.
em ambos os lados e poliestireno pelo tipo de vidro utilizado.
O PVC não plastificado e o alumínio
expandido em seu interior demonstrou Pelo contrário, em climas quentes, o têm um custo incremental muito
um bom desempenho energético a um uso da alvenaria não permite atingir o semelhante, embora o primeiro tenha
custo incremental razoável, tanto em padrão. Recomenda-se não exceder a um impacto maior na economia de
climas quentes como frios. relação de 50% entre parede e janela energia incorporada.
nas 4 fachadas.

54
14. Limitações e
considerações finais
E
ssa análise não pretendeu ser anos aproximadamente, a EDGE atualiza
exaustiva, e os resultados dependem a linha de base de cada país, incluindo
exclusivamente dos parâmetros e da os custos dos serviços públicos; por
lista de medidas estabelecidas na EDGE sua vez, a IFC está permanentemente
por padrão. Nesse sentido, os resultados fazendo ajustes na plataforma para
aqui apresentados não oferecem melhorar suas informações e precisão.
conclusões definitivas ou soluções únicas, A redução no consumo de energia
mas apenas dão uma orientação inicial às em relação às linhas de base não
equipes de projeto e aos tomadores de necessariamente maximiza o conforto
decisão para identificar as medidas que no edifício. Note-se que a EDGE é,
permitam obter economias no consumo antes de tudo, um modelo para fazer
de energia e água, menores custos de comparações financeiras direcionais.
investimento e períodos mais curtos de Para obter resultados relacionados ao
retorno do investimento. conforto do edifício, são necessários
As simulações foram realizadas em estudos adicionais mais detalhados que
setembro de 2019, na Versão 2.1.5 da incorporem o uso de software dedicado
EDGE. Por esse motivo, se o usuário à avaliação do conforto térmico das
executar simulações posteriormente, é construções.
possível que a versão da plataforma seja
diferente, de forma que os resultados
podem não ser os mesmos. A cada três

55
15. Bibliografia
[1] Multilateral Development Banks (MDBs), “Joint Report on Multilateral
Development Banks’ Climate Finance,” 2019.
[2] L. Minoja, L. Fernández, and R. Yurivilca, “Hacia el 30% de financiamiento
climático: ¿Cómo pueden contribuir los edificios? Lineamientos para la
incorporación y contabilización de medidas de mitigación y adaptación al
cambio climático,” 2018.
[3] A. Bhattacharya, C. Contreras, M. Jeong, AL. Amin, G Watkins, and M Silva.
“Atributos y Marco Para La Infraestructura Sostenible.” Washington D.C., 2019.
ttps://doi.org/http://dx.doi.org/10.18235/0001723.
[4] GABC, “2019 Global Status Report for Buildings and Construction,” 2019.
[5] IPCC, Global warming of 1.5°C An IPCC Special Report on the impacts
of global warming of 1.5°C above pre-industrial levels and related global
greenhouse gas emission pathways, in the context of strengthening the global
response to the threat of climate change, . 2018.
[6] Banco Mundial, “Cuidado de la salud climáticamente inteligente. Estrategias
de baja emisión de carbono y resiliencia para el sector de la salud,” Washington
D.C., 2017.

56
Anexos
57
Anexo 1. Descrição detalhada das cidades consideradas
1. Hermosillo, México. Considera-se que apresenta um clima
Figura 44. Condições atmosféricas e geográficas de Cartago/Costa Rica.
Cartago/Costa Rica Temperatura
desértico e que virtualmente não tem Mês
(HMX) precipitações ao longo do ano. A
Janeiro
média (°C)
17.6
temperatura média anual é de 20,7°C e a
A cidade de Hermosillo está localizada Fevereiro 18.1
precipitação média é de 26,7 mm ao ano.
no estado de Sonora, no noroeste do Março 18.7
O clima é classificado como BWh pelo
México, a 210 metros acima do nível do Abril 19.7
sistema Köppen-Geiger.
mar (m.s.n.m., na sigla em espanhol). Maio 20.5
Junho 20.3
Figura 43. Condições atmosféricas e geográficas de Hermosillo/México.
Julho 19.8
Hermosillo/México   Temperatura Agosto 20.1
Mês
média (°C) Setembro 20.4
Janeiro 13 Outubro 20.1
Fevereiro 14 Novembro 19
Março 17 Dezembro 18.1
Abril 21 Temp. Máx. 20.5
Maio 25 Temp. Min 17.6
Junho 28 Temp. Média Anual 19.4
Julho 28 Precipitação Média
Agosto 26 1504.7
Anual (mm)
Setembro 25 Latitude (Deg) 10
Outubro 22
Novembro 16
Dezembro 13
Temp. Máx. 28 2. Cartago, Costa Rica (CCR)
Temp. Min 13
Cartago está localizada a sudeste da enquanto os invernos têm muito pouca.
Temp. Média Anual 20.7
capital da Costa Rica, a uma altitude de A temperatura média é de 19,4°C e a
Precipitação Média
26.7 1.435 metros acima do nível do mar. O precipitação média anual é de 1.504,70
Anual (mm)
clima é temperado e quente. Os verões mm. Este local é classificado como Af
Latitude (Deg) 29
têm uma boa quantidade de chuva, pelo Köppen-Geiger.

58
3. San Salvador, El Salvador (SEL) Figura 46. Condições atmosféricas e geográficas de Quito/Equador.
Quito/Ecuator Temperatura
San Salvador é a capital de El Salvador verões são muito mais chuvosos que os Mês
média (°C)
e está localizada a cerca de 670 metros invernos. A temperatura média anual é de Janeiro 14
acima do nível do mar e a 25 km da costa 24,2 °C e a precipitação média é de 979 Fevereiro 14
do Pacífico. O clima de San Salvador mm por ano. Segundo Köppen-Geiger, a Março 14
é classificado como tropical, onde os classificação do clima é Aw. Abril 14
Maio 14
Junho 14
Figura 45. Condições atmosféricas e geográficas de San Salvador/El Salvador. Julho 14
San Salvador/ El Salvador Temperatura Agosto 14
Mês
média (°C) Setembro 14
Janeiro 23 Outubro 14
Fevereiro 24 Novembro 14
Março 25 Dezembro 14
Abril 26 Temp. Máx. 14
Maio 25 Temp. Min 14
Junho 24 Temp. Média Anual 14
Julho 24 Precipitação Média
2743
Agosto 24 Anual (mm)
Setembro 24 Latitude (Deg) 0.13
Outubro 24
Novembro 24
Dezembro 23
Temp. Máx. 26 4. Quito, Ecuador (QEC)
Temp. Min 23
Temp. Média Anual 24.2 Quito, capital do Equador, está localizada Köppen-Geiger, o clima é classificado
Precipitação Média entre montanhas, a 2.850 metros acima como Cfb, com temperatura média anual
979 do nível do mar. O clima é temperado e de 14°C e precipitação média de 2743 mm
Anual (mm)
Latitude (Deg) 13.7 cálido, com grande quantidade de chuva ao ano.
mesmo no mês mais seco. De acordo com

59
5. Santa Marta, Colombia (SMC) Figura 48. Condições atmosféricas e geográficas de La Paz/Bolívia.
La Paz/Bolivia Temperatura
Mês
Santa Marta está localizada na Colômbia, ao longo do ano. A temperatura média média (°C)
junto ao mar do Caribe, a uma altitude anual é de 25,8°C e a precipitação é de Janeiro 8
de 15 metros acima do nível do mar. Em 1777 mm ao ano. Este clima é considerado Fevereiro 8
Santa Marta, encontra-se o clima de BSh de acordo com a classificação Março 8
estepe local e existe pouca precipitação climática de Köppen-Geiger. Abril 8
Maio 6
Junho 5
Julho 4
Figura 47. Condições atmosféricas e geográficas de Santa Marta/Colômbia. Agosto 6
Santa Marta/Colombia Temperatura Setembro 7
Mês
média (°C) Outubro 8
Janeiro 25 Novembro 9
Fevereiro 25 Dezembro 9
Março 26 Temp. Máx. 9
Abril 26 Temp. Min 4
Maio 26 Temp. Média Anual 7.2
Junho 26 Precipitação Média
Julho 26 561
Anual (mm)
Agosto 26 Latitude (Deg) 16.5
Setembro 26
Outubro 26
Novembro 26
Dezembro 25 6. La Paz, Bolivia (LPB)
Temp. Máx. 26
Temp. Min 25
La Paz, na Bolívia, está localizada a 3.625 pouca. Segundo Köppen-Geiger, o clima
metros acima do nível do mar. O clima é classificado como Cwb, com uma
Temp. Média Anual 25.8
é quente e temperado, com verões que temperatura média de 7,2°C. Por outro
Precipitação Média
1777 apresentam uma boa quantidade de lado, a precipitação média é de 561 mm
Anual (mm)
chuvas, enquanto os invernos têm muito ao ano.
Latitude (Deg) 11.3

60
7. Manaos, Brasil (MBR) Figura 50. Condições atmosféricas e geográficas de Puerto Santa Cruz/Argentina.
Puerto Santa Cruz/Argentina Temperatura
Mês
Manaus é a capital do estado do seca que tem pouco impacto. O clima média (°C)
Amazonas no Brasil, e está localizada é classificado como Am pelo sistema Janeiro 24
a 92 metros acima do nível do mar. O Köppen-Geiger, com uma temperatura Fevereiro 22
clima em Manaus é tropical e a maioria média anual de 27,3°C e precipitação Março 19
dos meses do ano é marcada por chuvas anual de 1811 mm em média. Abril 15
significativas, com uma curta estação Maio 11
Junho 8
Julho 8
Figura 49. Condições atmosféricas e geográficas de Manaus/Brasil. Agosto 9
Manaos/Brasil Temperatura Setembro 12
Mês
média (°C) Outubro 16
Janeiro 27 Novembro 19
Fevereiro 26 Dezembro 22
Março 27 Temp. Máx. 24
Abril 27 Temp. Min 8
Maio 27 Temp. Média Anual 15.4
Junho 27 Precipitação Média
Julho 27 135
Anual (mm)
Agosto 28 Latitude (Deg) 50
Setembro 28
Outubro 28
Novembro 28
Dezembro 27 8. Puerto Santa Cruz, Argentina (SCA)
Temp. Máx. 28
Temp. Min 26
Puerto Santa Cruz é uma pequena cidade com pouca pluviosidade ao longo do ano.
da província de Santa Cruz, na Argentina, A temperatura média anual é de 15,4°C e a
Temp. Média Anual 27.3
e está localizada no rio de mesmo nome, precipitação média anual é de 135 mm. O
Precipitação Média
1811 a menos de 20 quilômetros do mar clima é considerado BSk de acordo com a
Anual (mm)
argentino. Sua altitude é de 0 metros classificação climática de Köppen-Geiger.
Latitude (Deg) 3.1
acima do nível do mar. Em Puerto Santa
Cruz, encontra-se o clima de estepe local

61
Anexo 2. Descrição detalhada das construções consideradas
1. Clínica Ambulatorial Tabela 13. Parâmetros e informação de
Clínica Ambulatorial (300 m2). 2. Clínica Tabela 14. Parâmetros e informação de
Clínica Ambulatorial (1500 m2).
(CPA1) Clínica Ambulatorial 1 Ambulatorial (CPA2) Clínica Ambulatorial 2
É proposto um edifício de atenção Área (m2): 300 É proposto um edifício de atendimento Área (m2): 1500
ambulatorial de 300 m2, comparável a um Pavimentos: 1 ambulatorial de 1.500 m2, comparável Pavimentos: 1
posto de saúde ou a um centro de saúde Área de paisagismo a um centro de saúde de média Área de 300
Informação (Exterior, m2): 60
de baixa complexidade, sem atendimento complexidade, sem atendimento paisagismo
Geral Informação
de emergência. Não conta com Taxa média de de emergência. Não conta com (Exterior, m2):
70% Geral
hospitalização, nem serviços de lavanderia ocupação: hospitalização nem serviços de Taxa média de 70%
ou cozinha. Para a distribuição das áreas Altura entre piso e lavanderia ou cozinha. Para a distribuição ocupação:
4
teto (m): Altura entre piso e 4
de espaço interno, orientação principal, das áreas de espaço interno, orientação
profundidade do piso e premissas para Tipo de Espaço Área (m2) principal, profundidade do piso e teto (m):
a linha de base, foram utilizadas as Salas de consulta 207 premissas para a linha de base, foram Tipo de Espaço Área (m2)
informações estabelecidas pela EDGE por Serviços de utilizadas as informações estabelecidas Salas de consulta 1034
24
padrão. Com relação aos sistemas, partiu- diagnóstico pela EDGE por padrão. Com relação Serviços de 121
Informação
se do princípio que o edifício terá sistema Escritórios 45 aos sistemas, partiu-se do princípio que diagnóstico
detalhada Informação
de ar condicionado e de aquecimento. Quarto elétrico e
0 o edifício contará com sistema de ar detalhada Escritórios
224
casa de máquinas condicionado e de aquecimento. Quarto elétrico e 0
Banheiros/Cantina 7 casa de máquinas
Área de espera 17 Banheiros/Cantina 34
Norte 8.7 Área de espera 86
Sul 8.7 Norte 19.4
Leste 8.7 Sul 19.4
Dimensões Oeste 8.7 Leste 19.4
do Edifício Dimensões
Nordeste 8.7 Oeste 19.4
(m) do Edifício
Noroeste 8.7 Nordeste 19.4
(m)
Sudeste 8.7 Noroeste 19.4
Suroeste 8.7 Sudeste 19.4
Suroeste 19.4

62
Tabela 15. Parâmetros e informação de Centro de Tabela 16. Parâmetros e informação de Hospital de Múltiplas
diagnóstico. Especialidades.
3. Centro de Centro de Diagnóstico Hospital de Múltiplas Especialidades
Diagnóstico (CD) Área (m2): 5000 Área (m2):
Pavimentos:
12034
3
Pavimentos: 2
É proposto um edifício ambulatorial, Área de paisagismo (Exterior, m2): 1200
Área de paisagismo 400 Informação
com função principal de serviços de Informação (Exterior, m2): Taxa média de ocupação: 70%
diagnóstico, e uma área construída de Geral
Geral Altura entre piso e teto (m): 4
Taxa média de ocupação: 70%
5.000 m2, distribuída em dois pavimentos. Quantidade de leitos 122
Como nos casos de clínicas de Altura entre piso e teto 4 Com cozinha e lavandería
pacientes ambulatoriais, não conta com (m): Hospital de Múltiplas Especialidades
hospitalização nem serviços de lavanderia Tipo de espaço Área (m2) Tipo de Espaço Área (m2)
ou cozinha, embora seja incluída uma Serviços de diagnóstico 3158 Áreas para pacientes – Serviços gerais 5490
área de estacionamento coberto. Para a Escritórios 421 Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) 488
distribuição das áreas de espaço interno, Corredores 421 Salas de cuidados pré/pós-operatórios 244
orientação principal, profundidade do piso Informação
Quarto elétrico e casa de 0 Salas de operações 488
detalhada
e premissas para a linha de base, foram máquinas Salas de consulta 854
utilizadas as informações estabelecidas Banheiros/Cantina 105 Salas de terapia 488
pela EDGE por padrão. Com relação Estacionamento coberto 526
aos sistemas, partiu-se do princípio que Informação Serviços de diagnóstico 732
Área de espera 368 detalhada Escritórios 244
o edifício contará com sistema de ar Norte 25 Corredores 976
condicionado e de aquecimento. Sul 25 Departamento de Insumos Esterilizados 244
Leste 25 Quarto elétrico e casa de máquinas 200
4. Hospital Dimensões
do Edifício
Oeste 25 Banheiros/Cantina 122
25 Cozinha e preparação de alimento 488
de Múltiplas
Nordeste
(m)
Noroeste 25 Lavanderia 122
Estacionamento coberto 732
Especialidades (HEM) Sudeste
Suroeste
25
25 Áreas de espera 122
É proposto um edifício hospitalar com Norte 31.7
a linha de base, foram utilizadas as Sul 31.7
uma área aproximada de 12.000 m2,
informações estabelecidas pela EDGE Leste 31.7
que inclui áreas cirúrgicas e 122 leitos Dimensões Oeste
por padrão. Com relação aos sistemas, 31.7
hospitalares, bem como serviços de do Edifício
Nordeste 31.7
lavandaria e cozinha, e estacionamento partiu-se do princípio que o edifício (m)
Noroeste 31.7
coberto. Para a distribuição das áreas contará sistema de ar condicionado e de
Sudeste 31.7
de espaço interno, orientação principal, aquecimento.
Suroeste 31.7
profundidade do piso e premissas para

63
5. Hospital Tabela 17. Parâmetros e informação de Hospital Universitário. Tabela 18.. Parâmetros e informação de Lar de Idosos.
Hospital Universitário (HU)
Universitário (HU) Área (m2): 20017 Área (m2):
Lar de Idosos
3000
Propõe-se um edifício hospitalar com Pavimentos: 6 Pavimentos: 2
cerca de 20.000 m2 distribuídos em Área de paisagismo (Exterior, m2): 1500 Informação Área de paisagismo (Exterior, m2): 300
6 pavimentos, incluindo todos os Informação
Taxa média de ocupação: 70%
Geral Geral Taxa média de ocupação: 70%
serviços correspondentes e 227 leitos
Altura entre piso e teto (m): 4 Altura entre piso e teto (m): 4
hospitalares. Para a distribuição das áreas
Quantidade de leitos 227 Con cocina y lavandería
de espaço interno, orientação principal,
Con cocina y lavandería Lar de Idosos
profundidade do piso e premissas para
Hospital Universitário (HU) Tipo de Espaço Área (m2)
a linha de base, foram utilizadas as Área (m2)
Tipo de Espaço Áreas para pacientes – Serviços gerais 1140
informações estabelecidas pela EDGE por
Áreas para pacientes – Serviços gerais 8172
padrão. Com relação aos sistemas, partiu- Áreas para pacientes – Salas de especialidades 684
Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) 1022
se do princípio que o edifício contará Salas de consulta 143
Salas de cuidados pré/pós-operatórios 817
com sistema de ar condicionado e de Informação Escritórios 86
Salas de operações 409
aquecimento. detalhada Corredores 86
Salas de consulta 817
6. Lar de Idosos (RA)
Cozinha e preparação de Alimentos 285
Salas de terapia 2043
Refeitório 285
Serviços de diagnóstico 1022
É proposto um edifício residencial, com Informação Escritórios Área de Espera 57
409
alojamento 24 horas, área de 3.000 m2 e detalhada Corredores Quarto elétrico e casa de máquinas 115
1634
dois pavimentos. O prédio possui área de Lavanderia 150
Departamento de Insumos Esterilizados 409
lavanderia e cozinha. Para a distribuição Norte 19.4
Quarto elétrico e casa de máquinas 200
das áreas de espaço interno, orientação Sul 19.4
Banheiros/Cantina 204
principal, profundidade do piso e Leste 19.4
Cozinha e preparação de alimento 817 Dimensões
premissas para a linha de base, foram Lavanderia 204
Oeste 19.4
do Edifício
utilizadas as informações estabelecidas Estacionamento coberto 613 (m) Nordeste 19.4
pela EDGE por padrão. Com relação Áreas de espera 409 Noroeste 19.4
aos sistemas, partiu-se do princípio que Auditório 817 Sudeste 19.4
o edifício contará com sistema de ar Norte 26.7 Suroeste 19.4
condicionado e de aquecimento. Sul 26.7
Leste 26.7
Dimensões Oeste
26.7
do Edifício
Nordeste 26.7
(m)
Noroeste 26.7
Sudeste 26.7
Suroeste 26.7
64
Anexo 3. Códigos utilizados no estudo
Tabela 19. Cidades. Tabela 20. Tipologias de edifício. Tabela 21. Medidas de economia de energia.

Cidade Código Tipologia Código Medida Código


CCR Clínica Ambulatorial I CPA1 Redução da proporção de vidro na fachada exterior *HSE01
Hermosillo – México HMX Clínica Ambulatorial II CPA2 Pintura refletiva/telhas para teto: refletividade solar(albedo) de 0.7 HSE02
La Paz – Bolivia LPB Centro de Diagnóstico CD Pintura refletiva para paredes externas: refletividade solar (albedo) de
HSE03
Manaos – Brasil, MBR Hospital de Múltiplas 0.7
Quito – Ecuador QEC HEM
Especialidades Controle solar externo - fator médio de sombreado natural (AASF) de
Puerto Santa Cruz – Argentina SCA HSE04
Hospital Universitário HU 0.61
San Salvador – El Salvador SEL Lar de Idosos RA Isolamento do teto - Valor-U de 0.297 *HSE05
Santa Marta – Colombia SMC Hospital Público Existente HP Isolamento térmico paredes externas - Valor-U: 0.289 *HSE06
Buenos Aires – Argentina BAA Vidro de baixa emissividade - Valor-U: 3 W/m².K e SHGC: 0.45 HSE07
Vidro de alto rendimento térmico - Valor-U: 1.95 W/m².K e SHGC: 0.28 HSE08
Ventilação natural - Corredores HSE09
Tabela 22. Medidas de economia de água. Tabela 23. Medidas de eficiência
nos materiais. Ventilação natural - Vestíbulo e áreas de espera e consulta HSE10
Ventilação natural - quartos de pacientes HSE11
Medida Código
Refrigerante de Velocidade Variável (VRF). COP de 3.5 *HSE13
Chuveiro de baixa vazão - 7 litros/ Medida Código
*HSW01 Ar condicionado com resfriador a ar - COP de 3.3 *HSE14
min Lajes de piso e entrepiso *HSM01
Ar condicionado com resfriador a água - COP de 5.2 *HSE15
Lavatórios de baixo consumo em Construção de cobertura *HSM02
*HSW02 Unidades de frequência variável nas unidades de tratamento de ar
todos os banheiros. 2litros/min. Paredes exteriores *HSM03 HSE20
(AHU)
Descarga para os vasos sanitários. Paredes interiores *HSM04
Unidades de velocidade variável em bombas HSE21
6 litros /primeira descarga, 3 litros/ *HSW03 Acabamento de piso *HSM05
Recuperação de calor sensível do ar de saída. Eficiência 60% HSE22
segunda descarga. Caixilhos de janelas *HSM06
Lâmpadas de economia de energia - Espaços internos (exceto salas
Mictórios com uso eficiente de Isolamento de paredes HSM07 HSE29
Isolamento de teto HSM08 de terapia ocupacional)
água em todos os banheiros – 2 *HSW04 Lâmpadas de economia de energia - Espaços externos HSE30
litros/descarga Controles de iluminação para corredores HSE32
Torneiras para cozinha com uso Sensores de ocupação nos banheiros HSE33
*HSW07
eficiente de água- 6 litros/min Captadores de energia solar para água quente - 60% da demanda de
Jardinagem com uso eficiente de HSE35
HSW09 água quente
água - 4 litros/m2/dia Energia solar fotovoltaica - 10% da demanda total de energia HSE36
Sistema de tratamento e
HSW12
reciclagem de águas cinzas

65
Anexo 4. Resumo de medidas simuladas
Tabela 24. Resumo de medidas em Clínica Ambulatorial1 (CPA1). Tabela 25. Resumo de medidas em Clínica Ambulatorial2 (CPA2).

CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Energia Água Energia Água
S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE01*   HSW01* HSE01*   HSW01*
HSE02   HSW02* HSE02   HSW02*
HSE03   HSW03* HSE03   HSW03*
HSE04   HSW04* HSE04   HSW04*
HSE05*   HSW07* HSE05*   HSW07*
HSE06*   HSW09 HSE06*   HSW09
HSE07   HSW12 HSE07   HSW12
HSE08                                     HSE08                                    
HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Materiais Materiais
HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE11   HSM01* HSE11   HSM01*
HSE13   HSM02* HSE13   HSM02*
HSE14   HSM03* HSE14   HSM03*
HSE15   HSM04* HSE15   HSM04*
HSE20   HSM05* HSE20   HSM05*
HSE21   HSM06* HSE21   HSM06*
HSE22   HSM07 HSE22   HSM07
HSE29   HSM08 HSE29   HSM08
HSE30                                     HSE30                                    
HSE32                                     HSE32                                    
HSE33                                     HSE33                                    
HSE35                                     HSE35                                    
HSE36                                     HSE36                                    

66
Tabela 26. Resumo de medidas em Centro de Diagnóstico (CD). Tabela 27. Resumo de medidas em Hospital de Múltiplas Especialidades (HEM).

CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Energia Água Energia Água
S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE01*   HSW01* HSE01*   HSW01*
HSE02   HSW02* HSE02   HSW02*
HSE03   HSW03* HSE03   HSW03*
HSE04   HSW04* HSE04   HSW04*
HSE05*   HSW07* HSE05*   HSW07*
HSE06*   HSW09 HSE06*   HSW09
HSE07   HSW12 HSE07   HSW12
HSE08                                     HSE08                                    
HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Materiais Materiais
HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE11   HSM01* HSE11   HSM01*
HSE13   HSM02* HSE13   HSM02*
HSE14   HSM03* HSE14   HSM03*
HSE15   HSM04* HSE15   HSM04*
HSE20   HSM05* HSE20   HSM05*
HSE21   HSM06* HSE21   HSM06*
HSE22   HSM07 HSE22   HSM07
HSE29   HSM08 HSE29   HSM08
HSE30                                     HSE30                                    
HSE32                                     HSE32                                    
HSE33                                     HSE33                                    
HSE35                                     HSE35                                    
HSE36                                     HSE36                                    

67
Tabela 28. Resumo de medidas em Hospital Universitário (HU). Tabela 29. Resumo de medidas em Lar de Idosos (RA).

CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Energia Água Energia Água
S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE01*   HSW01* HSE01*   HSW01*
HSE02   HSW02* HSE02   HSW02*
HSE03   HSW03* HSE03   HSW03*
HSE04   HSW04* HSE04   HSW04*
HSE05*   HSW07* HSE05*   HSW07*
HSE06*   HSW09 HSE06*   HSW09
HSE07   HSW12 HSE07   HSW12
HSE08                                     HSE08                                    
HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC HSE09   CCR HMX LPB MBR QEC SCA SEL SMC
Materiais Materiais
HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 HSE10   S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
HSE11   HSM01* HSE11   HSM01*
HSE13   HSM02* HSE13   HSM02*
HSE14   HSM03* HSE14   HSM03*
HSE15   HSM04* HSE15   HSM04*
HSE20   HSM05* HSE20   HSM05*
HSE21   HSM06* HSE21   HSM06*
HSE22   HSM07 HSE22   HSM07
HSE29   HSM08 HSE29   HSM08
HSE30                                     HSE30                                    
HSE32                                     HSE32                                    
HSE33                                     HSE33                                    
HSE35                                     HSE35                                    
HSE36                                     HSE36                                    

68
Anexo 5. Descrição detalhada do
Tabela 30. Parâmetros e informação do hospital existente.

Hospital Público existente


Área (m2): 40032
Pavimentos: 10

hospital existente
Área de paisagismo (Exterior, m2): 2000
Informação
Taxa média de ocupação: 70%
Geral
Altura entre piso e teto (m): 4
Quantidade de leitos 429

1. Buenos Aires, Figura 51. Condições atmosféricas e geográficas de Buenos


Aires/Argentina.
Con cocina y lavandería
Hospital de Especialidades
Argentina (BAA) Buenos Aires/Argentina
Mês
Temperatura
média (°C)
Tipo de Espaço
Áreas para pacientes – Serviços gerais
Área (m2)
14264
Em Buenos Aires, o clima é temperado e Janeiro 25 Áreas para pacientes – Salas de especialidades 4076
quente, com grande quantidade de chuva Fevereiro 23 Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) 1630
mesmo no mês mais seco. A temperatura Março 21 815
SSalas de cuidados pré/pós-operatórios
Abril 18
média anual é de 17,4°C, e a precipitação Salas de operações 1630
Maio 14
média anual é de 950 mm. Este clima Junho 11 Salas de consulta 2856
é considerado subtropical úmido (Cfa) Julho 11 Salas de terapia 1630
de acordo com a classificação climática Agosto 12 Informação Serviços de diagnóstico 2445
Köppen-Geiger. Setembro 14 detalhada Escritórios 815
Outubro 17 Corredores 3260
É proposto um hospital público, Novembro 20
construído no ano 2000, com cerca Departamento de Insumos Esterilizados 815
Dezembro 23
de 40.000 m2 distribuídos em 10 Quarto elétrico e casa de máquinas 500
Temp. Max. 25
pavimentos e um porão, incluindo todos Temp. Min. 11
Banheiros/Cantina 408
os serviços correspondentes e 429 leitos Promedio Anual 17.4 Cozinha e preparação de alimento 1630
hospitalares. Para a distribuição das áreas Precipitacion Lavanderia 408
de espaço interno, orientação principal, Promedio Annual 950 Estacionamento coberto 2445
(mm) Áreas de espera 408
profundidade do piso e premissas para Latitud (Deg) 34.6
a linha de base, foram utilizadas as Norte 28.9
informações estabelecidas pela EDGE Sur 28.9
Este 28.9
por padrão. Com relação aos sistemas, Dimensões Oeste 28.9
partiu-se do princípio de que o edifício do Edifício
Noreste 28.9
contará com sistema de ar condicionado (m)
Noroeste 28.9
e de aquecimento e como uma área verde
Sureste 28.9
exterior de 2.000 m2.
Suroeste 28.9
69
Anexo 6. Resumo de simulações
para o hospital existente
Tabela 31. Quadro-resumo de estratégias implementadas por simulação.

Energia Sa Sb Sc Sd Se Sf Sg Sh Si   Água Sa Sb Sc Sd Se Sf Sg Sh Si
HSE01*   HSW01*
HSE02   HSW02*
HSE03   HSW03*
HSE04   HSW04*
HSE05*   HSW07*
HSE06*   HSW09
HSE07   HSW12
HSE08  
HSE09  
HSE10  
HSE11  
HSE13  
HSE14  
HSE15  
HSE20  
HSE21  
HSE22  
HSE29  
HSE30  
HSE32  
HSE33  
HSE35  
HSE36  

70
Anexo 7. Tarifas de serviço públicos segundo preços de mercado
Tabela 32. Tarifas elétricas segundo preços de mercado (Out-2019). Tabela 33. Tarifas de água segundo preços de mercado (Out-2019).

Tarifa Elétrica Cidade/País Tarifa $/m3 11 Empresa Ano


Cidade/País Empresa Año
$/kWh Hermosillo/México $ 2.958 H. Ayuntamiento de Hermosillo12 2019
Pag. Web Comissão Federal de Eletricidade,
Hermosillo/México $ 0.17 2019 Instituto Costarricense de Acueductos y
CFE2 Cartago/Costa Rica $ 2.97 2019
Cartago/Costa Rica $ 0.1847 ICE3 2019 Alcantarillados13
Estatísticas do subsetor elétrico do Sistema San Salvador/ El Administración Nacional de Acueductos y
$ 1.822 2019
San Salvador/ El de Integração Centro-Americana (SICA), 2016. Salvador Alcantarillados14
$ 0.1102 2016
Salvador Comissão Econômica para a América Latina e o Quito/Ecuador $ 0.98 EPMAPS Água de Quito15 2019
Caribe (CEPAL). CAESS4 Empresa de Servicios Públicos de Santa
Agência de Regulação e Controle de Santa Marta/Colombia $ 1.54 2019
Quito/Equador $ 0.081 2019 Marta (Essmar E.S.P.)16
Eletricidade Equador5
Pag. Web Electrificadora del Caribe. Autoridad de Fiscalización y Control Social
Santa Marta/Colômbia $ 0.15 2019 La Paz/Bolivia $ 1.76 2010
Electricaribe6 de Água Potable y Saneamiento Básico17
La Paz/Bolívia $ 0.11832 Pag. Web Distribuidora Eléctrica de La Paz.7 2019 Manaos/Brazil $ 3.9 Água de Manaus18 2019
Manaus/Brasil $ 0.17 Global Petrol Prices.com8 2019 Santa Cruz/Argentina $ 0.4475 AYASA19 2019
Ente Nacional Regulador de Eletricidade da
Santa Cruz/Argentina $ 0.095 2019 Buenos Aires/
Argentina9 $ 0.4475 AYASA1 2019
Argentina
Buenos Aires/ Ente Nacional Regulador de Eletricidade de
$ 0.095 2019
Argentina Argentina10
1. Todas em USD, segundo tipo de cambio XE (https://www.xe.com/), quando aplicável.
11. Todas em USD, segundo tipo de cambio XE (https://www.xe.com/), quando aplicável.
2. https://app.cfe.mx/Aplicaciones/CCFE/Tarifas/TarifasCRENegocio/Negocio.aspx
12. http://aguadehermosillo.gob.mx/aguah/tarifas/
3. https://www.grupoice.com/wps/portal/ICE/Electricidad/servicios-empresariales
13. https://www.aya.go.cr/servicioCliente/SitePages/estimacionImporte.aspx
4. https://www.cepal.org/es/publicaciones/42720-estadisticas-subsector-electrico-paises-sistema-la-integracion-
centroamericana 14. http://www.anda.gob.sv/pliego-tarifario/calculo-de-tarifa/

5 https://www.regulacionelectrica.gob.ec/resoluciones-pliegos-tarifarios/ 15. https://www.aguaquito.gob.ec

6. http://www.electricaribe.co/tu-energia/ 16. https://www.hoydiariodelmagdalena.com.co/archivos/229102

7 www.delapaz.bo 17. http://www.aaps.gob.bo/images/DER/EPSAS.pdf

8 https://www.globalpetrolprices.com/electricity_prices/ 18. http://www.aguasdemanaus.com.br/legislacao-e-tarifas/

9. https://www.argentina.gob.ar/enre/tarifas 19.https://www.aysa.com.ar/usuarios/Conoce-tu-factura

71
Infraestrutura Social
Infraestructura Social
EDIFÍCIOS
VERDES
PA R A O S E TO R
D E SAÚ D E
Identificação de medidas com melhor
custo-benefício para o projeto sustentável

Eric Fischel – Wilhelm Dalaison – Esperanza González-Mahecha


Ignacio Astorga - Michelle Carvalho Hallack - Virginia Snyder

72

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