Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leitura 4
- “Argumentamos que as escolas servem principalmente como agências de seleção e
certificação, cujo trabalho é medir e rotular as pessoas, e, apenas secundariamente,
como agências de socialização, cujo trabalho é modificar pessoas. Isso implica que as
escolas servem primeiramente para legitimar a desigualdade e não criá-la” (50).
- “As escolas não precisam ser agências de certificação. Tampouco a certificação deve
depender do tempo que se passa na escola. A certificação poderia ser feita estritamente
através de exames” (50).
- Critérios de certificação nos EUA: 1) o primeiro critério para certificar um estudante é
o tempo que ele passou na escola. O único modo de manter a maioria dos alunos na
escola é tornar a frequência contínua como meio de certificação; 2) estabelecimento de
padrões de seleção e classificação de pessoas; 3) avaliação de comportamento e
disciplina para o mercado de trabalho.
- “Em linhas gerais, concluímos que os professores do ensino médio premiam um
conjunto de características que, com exceção da aptidão acadêmica, não tem muita
relação com a sala de aula. Suspeitamos, apesar de não podermos provar, que essas
preconcepções estão baseadas numa interpretação errônea dos valores dominantes das
famílias da classe operária” (55).
- “No geral, os dados nos conduziram a três conclusões: a primeira, que origens
econômicas exercem uma influência importante na quantidade de educação escolar que
as pessoas recebem; a segunda, que a diferença entre alunos ricos e pobres é, em parte,
uma questão de aptidão acadêmica e, em parte, uma questão financeira; terceiro, que
atitudes culturais, valores e gosto pela educação escolar têm um papel ainda maior do
que aptidão e dinheiro. Mesmo se um aluno da classe média não gosta da escola, ele
evidentemente assume que terá que ficar na escola por um longo período. Alunos com
pais da classe operária ou classe baixa, efetivamente, assumem que se eles não gostarem
da escola eles podem e devem abandoná-la. Como veremos, estudantes que planejam
abandonar a escola frequentemente assumem que terão de encontrar empregos de baixo
status. Mas tais empregos, evidentemente, parecem mais admissíveis para estudantes da
classe operária do que para a maioria dos estudantes da classe média. Isso sugere que, se
quisermos equalizar o aproveitamento educacional de alunos de backgrounds
econômicos diferentes, teremos, provavelmente, que mudar não apenas suas notas em
testes padronizados e recursos econômicos, mas também suas atitudes e valores” (57).
- “O impacto de uma escola de ensino médio sobre estudantes individuais parece
depender de aspectos do clima escolar, relativamente sutis, e não do tamanho do
orçamento ou da presença de recursos que educadores profissionais dizem ser
importantes” (63).
- “Mostramos que o determinante mais importante de aproveitamento educacional é o
background familiar. O impacto desse background é representado parcialmente por
diferenças econômicas entre famílias e parcialmente por diferenças não-econômicas
mais difíceis de compreender. A não ser pelo background familiar, o determinante mais
importante para o aproveitamento educacional é provavelmente a habilidade cognitiva.
No entanto o efeito exato da habilidade cognitiva é difícil de se determinar, já que não
sabemos até que ponto as notas em testes são um substituto para diferenças não
mensuráveis e não-cognitivas entre ambientes domésticos. Parece agora que raça afeta o
aproveitamento educacional quase que inteiramente através de seus resultados nos testes
e nas aspirações” (64).
Leitura 5
- “A característica mais impressionante dos dois grupos de comparações é o papel dos
pais, e o fato disso ter uma tendência a ser maior entre os filhos mais velhos do que
entre os mais novos. Não é nenhuma surpresa que ocorram mudanças na ênfase das
atitudes dos pais conforme os filhos vão ficando mais velhos. [...] Isso produz certo
resultado na aspiração dos pais, assim que os filhos chegam ao fim da escola primária.
Nessa época, o sucesso ou fracasso do filho nos trabalhos escolares pode aumentar ou
diminuir a aspiração dos pais” (70).
- “Trabalhadores manuais e suas esposas tinham mais tendência a sentir que não tinham
aprendido nada de novo sobre seus filhos ao visitarem as escolas, ou que os professores
tinham que ter feito mais perguntas para eles. Não surpreende que os filhos de
trabalhadores manuais tenham recebido menos ajuda com o dever de casa [e fornecido
menos insumos para a educação dos filhos]” (72).
- “Parece que, apesar do trabalho desenvolvido, as escolas precisam fornecer ainda mais
livros para serem usados em casa pelos filhos dos trabalhadores manuais [que fazem
menos uso, em geral, de livros das escolas em relação a alunos de classes mais
privilegiadas]” (72).
- “A maioria dos professores recebeu uma educação e um treinamento parecidos, e eles
se diferem menos uns dos outros do que os pais. Os pais geralmente tinham tomado
conta de seus filhos durante toda a vida, enquanto a maioria dos professores sobre os
quais informações foram coletadas tinha passado com eles apenas a maior parte de um
ano letivo. Deve-se esperar então que as diferenças entre os pais explicarão mais das
variações entre alunos do que as diferenças entre escolas” (72-73).
Leitura 6
Leitura 7