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A história do diwrcio
Ppuando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será
que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe
fará escrito de repúdio, e Iho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.
Deuteronômio 24.1
Ao ler a Bíblia, uma das coisas mais perigosas que você pode fazer é isolar
versículos das Escrituras e tirá-los de seu contexto. Tirar um versículo de um
capítulo ou de um livro, e usá-lo como fundamentação de alguma doutrina
fará com que você incorra em erro.
COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO
Paulo escreveu em 1 Coríntios 1.30 que Jesus foi feito sabedoria, justiça,
santificação e redenção de Deus a nós. Jesus foi também um Mestre de sabe
doria.
O ensino da sabedoria era um dos métodos educativos da época de Cris
to. Isso significava que o mestre usava figuras de linguagem, exemplos da vida
cotidiana e hipérbole a fim de explicar alguma coisa. Podemos chamar isso de
ensino prático baseado no bom senso.
Hipérbole é o exagero usado para causar um efeito, tal como: “Ele é um
touro de tão forte”. Por exemplo, quando Jesus disse em Mateus 5.29a: Por
tanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti;
é obvio que ele não quis dizer para seus ouvintes literalmente arrancarem
os olhos! Era um exagero para causar determinado efeito. O que ele estava
dizendo, e o que seus ouvintes entenderam, porque estavam acostumados a
esse tipo de ensino, foi: “Se alguma coisa que você acha muito importante e
necessária faz você pecar, livre-se dela. Tornou-se algo que atrapalha mais do
que auxilia”.
Se um emprego com bom salário tem impedido sua comunhão com
Deus, sua frequência aos cultos e sua convivência familiar, tomando-lhe tem
po, deixe-o. Um trabalho em que você ganha menos será mais benéfico a
longo prazo.
Esse tipo de ensino também usava provérbios (ditados sábios), enigmas,
parábolas (histórias sobre situações da vida real com fundo moral), e alego
rias. Alegorias são histórias em que alguns elementos são usados no lugar de
outros para formar uma imagem mais concreta.
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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO
O profeta Natã foi ao rei Davi usando uma alegoria. Ele contou ao rei
sobre o proprietário de uma cordeira que havia sido roubada e morta para
servir de banquete a um homem que já tinha muitos cordeiros. Natã usou
cordeira em vez de esposa para mostrar a Davi quão terrivelmente egoísta e
pervertido ele havia sido (2 Sm 12.3).
Quando comecei a ler a Bíblia sobre o divórcio, saí com um “dogma” em
vez de sair com a verdade. Um dogma é: “Estou certo e você está errado. Não
importa o que você diga e não venha confundir-me com fatos.”
Sem estudar a Palavra de acordo com o sábio princípio da interpretação,
você terá uma série de conclusões erradas. Você vai acreditar nos erros porque
suas conclusões irão basear-se em evidências insuficientes.
O divórcio e o segundo casamento são assuntos que trazem mais confu
são, e sujeita as pessoas a mais condenação do que quase todos os outros na
vida cristã ou não cristã.
“Pequei contra Deus?”
“Se Deus me perdoou, por que ainda me sinto culpado?”
“Eu me casei de novo. Estou cometendo adultério ?”
“Fiz a coisa certa? Talvez devesse ter ficado quieto e esperado mais tempo
para ver o que aconteceria.”
Se você passou por um divórcio, algumas, se não todas, dessas dúvidas já
passaram pela sua cabeça.
Para vermos o que a Bíblia realmente diz, vamos interpretar os versículos
pertinentes de modo adequado.
Princípios de interpretação
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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO
Não importa qual livro você esteja lendo ou a quem você esteja ouvindo,
é preciso lembrar-se de que a pessoa está ensinando a partir de um versículo
que tem um texto anterior, um contexto e um texto posterior, e que também é
historicamente situado.
Se o ensino é a partir de um versículo sem levar esses itens em conside
ração, o pregador pode estar ensinando algo errado. Você pode acreditar em
alguma coisa que não é verdadeira, se não conferir.
Portanto, no intuito de voltar a Moisés, precisamos descobrir o que Jesus
estava dizendo literalmente quando citou o patriarca e depois aperfeiçoou a
legislação mosaica.
No Sermão do Monte, Jesus estava ensinando a seus ouvintes as atitudes
características do Reino de Deus. O contexto de Seus comentários sobre di
vórcio era o pensamento correto, bem como as atitudes corretas.
O texto introdutório de Mateus 5.30,31 são as bem-aventuranças. Pesso
as com aquela atitude seriam a luz do mundo.
Depois, Cristo lançou uma advertência, um aviso para eles, para não fica
rem abalados com o que Ele estava para dizer.
Em Mateus 5, nos versículos 17 a 20, Jesus disse, em outras palavras: “Vou
dizer uma coisa que poderá deixar vocês assustados. Por isso, logo de início,
quero que se lembrem de que não estou indo contra Moisés, Isaías, Jeremias
ou qualquer um dos escritores da Lei e dos profetas. Não vim para desfazer o
que eles disseram; vim cumprir ou complementar o que eles disseram. Além
disso, se alguém diz a vocês para não darem ouvidos a eles, este será o menor
no Reino. Tudo o que foi dito na Lei e nos Profetas vai durar enquanto os
céus e a terra durarem. Então, por favor, não se equivoquem com o que vou
dizer.”
Cumprir significa “expor a verdadeira intenção”. Geralmente, quando as
pessoas leem o que Jesus disse, entendem que Ele veio para cumprir as obras
da Lei. Entretanto, isso não é o que ele disse. Ele veio mostrar o que a Lei
realmente diz e porque ela havia sido dada.
Em essência, Jesus veio dar o espírito da lei-, em termos legais, não o que
era dito, mas o que de fato significava.
Após Seus comentários de advertência, Jesus falou sobre a verdadeira jus
tiça, em oposição às aparências exteriores (rituais religiosos e assim por dian-
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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO
te). A verdadeira justiça (Mt 5.20) significava não somente não assassinar
alguém, mas nem mesmo odiar ou desejar a morte dessa pessoa.
A verdadeira justiça significa que você dá o dízimo e também perdoa seus
inimigos. A verdadeira justiça significa que não é suficiente não apenas co
meter o adultério; você não deve nem mesmo cobiçar em sua mente, nem
desejar cair em tentação.
Em seguida, Jesus usou a hipérbole para enfatizar todas as coisas que ele
estava dizendo: Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para
longe de ti (Mt 5.29a). Depois disso, começou a discorrer sobre o divórcio.
O texto posterior ao comentário sobre o divórcio falava sobre a maneira
como eles faziam juramentos e lidavam com seus inimigos. Em outras pala
vras, o adultério e o divórcio estavam numa lista de coisas erradas que incluí
am tudo desde ódio até manter sua palavra ou procurar revidar.
O contexto, como eu disse acima, é: o que você pensa que é tão impor
tante como o que você faz. Jesus estava dizendo que o divórcio não é o pro
blema; o problema são as coisas que levam a ele. O divórcio é apenas a conse
quência de atitudes erradas para com o cônjuge. Basicamente, o divórcio é a
manifestação sintomática de uma deficiência matrimonial.
Depois, em Mateus 19, o contexto era responder a uma pergunta dos
fariseus. O texto introdutório é a pergunta deles, e o texto posterior são os
comentários dos discípulos sobre a resposta de Jesus.
Agora, examinemos a legislação de Moisés a respeito do divórcio para ver
o contexto histórico dos comentários de Jesus.
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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO
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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO
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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO
fosse assim, a mulher samaritana — que havia sido casada cinco vezes e estava
morando com o sexto companheiro sem estar casada — teria sido banida
da sociedade. Observe que as Escrituras nunca disseram que os ex-maridos
estavam mortos.
O divórcio era tão comum que, quando Deus estava para eliminar a na
ção de Israel e depois enviar o povo de Judá para o exílio, Ele usou o casamen
to e o divórcio como uma alegoria para explicar a gravidade do que estava
acontecendo com as duas nações.
Em Jeremias 3.8, Deus disse que havia dado uma carta de divórcio à adúl
tera Israel, e a havia despedido por causa de todos os adultérios cometidos.
Mesmo isso não fez com que a infiel Judá, sua irmã, deixasse de prostituir-se
com nações estrangeiras e outros deuses e voltasse para seu verdadeiro mari
do, disse Deus.
Mesmo na época de Jesus, os homens também praticavam a poligamia,
tendo mais de uma esposa ao mesmo tempo, embora isso não fosse tão co
mum como no tempo de Abraão.
Por outro lado, houve algumas situações em que o Senhor na verdade
exigiu que os judeus se divorciassem! Esses casos eram referentes à época após
o retorno do exílio da Babilônia, quando os homens judeus haviam casado
com mulheres pagãs e idólatras (Ed 10). O profeta ficou tão angustiado que
atacou fisicamente alguns dos homens envolvidos e arrancou chumaços de
sua própria barba. Não devemos confundir sua posição contra casamentos
mistos com uniões de etnias ou raças diferentes, trata-se de incompatibilidade
espiritual.
Ele sabia que eram os casamentos mistos com mulheres pagãs adorado
ras de ídolos que haviam levado à queda de Israel e de Judá. Ele ordenou que
todos os homens com mulheres estrangeiras despedissem suas mulheres, e a
Bíblia diz que todos eles concordaram em fazê-lo.
O ponto é que você incorre em erro ao tomar um princípio ou manda
mento de Deus e tentar aplicá-lo a todas as situações. Veja bem, não estou
falando sobre ética situacional em que não há absolutos, e regras podem ser
burladas como bem aprouver. Estou falando sobre descobrir de Deus quais
de Seus princípios ou mandamentos de fato aplicam-se àquela situação. Se
assim nao for, você está aplicando a Palavra de modo errado, e pode cometer
um grave erro de desobediência deliberada.
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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO
O princípio que norteou a situação de Esdras não foi Gênesis 2.24, sobre
se tornarem um e ser unido por Deus. Esse absolutamente não era o caso.
Deus não havia unido aqueles casais.
O princípio envolvido era: Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis (2 Co 6.14b). O restante do versículo diz: Porque que sociedade tem a
justiça com a injustiça?E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Co 6.14b).
A história do divórcio remonta desde a antiguidade e tem sido encontra
da em todas as raças, nações e civilizações. Contudo, para Israel e, mais tarde,
parajudá, o divórcio começou com Moisés, o Grande Legislador.
Tudo o que Jesus ou qualquer outro mestre dissesse deveria estar alinha
do ao dito por Moisés. E Jesus concordou com isso, dizendo: “Se você está di
vorciando-se, dê a ela uma carta de divórcio, mas a única razão é o adultério”.
Jesus não apenas se alinhou a Moisés, mas também aumentou a respon
sabilidade sobre o assunto. De acordo com o Novo Acordo, intenções e mo
tivos se tornaram mais importantes do que fazer ou agir.
Em outras palavras, Jesus respondeu à questão do divórcio falando sobre
casamento. Ele estava reiterando o princípio de que, se o casamento é devida
mente compreendido e estabelecido, não haverá necessidade de considerar o
divórcio.
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