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A história do diwrcio

guando você está lendo a Bíblia,


uma das coisas mais perigosas que você
pode fazer é isolar versículos do seu contexto.

Neste capítulo, vamos analisar a história do divórcio entre o povo de


Deus para entender porque Jesus e Paulo tinham questões a esclarecer.
Mateus 5.31 começa com Jesus dizendo: Também foi dito:Qualquer que
deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
Quem disse isso ? O povo judeu a quem Jesus estava ensinando o Sermão
do Monte sabia o que Jesus queria dizer. Ele estava referindo-se aos escritos
de Moisés em Deuteronômio.

Ppuando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será
que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe
fará escrito de repúdio, e Iho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.
Deuteronômio 24.1

Ao ler a Bíblia, uma das coisas mais perigosas que você pode fazer é isolar
versículos das Escrituras e tirá-los de seu contexto. Tirar um versículo de um
capítulo ou de um livro, e usá-lo como fundamentação de alguma doutrina
fará com que você incorra em erro.
COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO

Contexto significa considerar quem era o falante, a quem este se dirigia,


sobre o que falava e por que considerava determinado assunto. Vimos um
pouco disso no capítulo anterior.
Analisamos o porquê de Paulo falar sobre divórcio e vimos que Ele estava
respondendo questões relativas a situações específicas que haviam sido levan­
tadas dentro de um contexto cultural de uma determinada igreja.

Jesus: o Mestre de sabedoria

Paulo escreveu em 1 Coríntios 1.30 que Jesus foi feito sabedoria, justiça,
santificação e redenção de Deus a nós. Jesus foi também um Mestre de sabe­
doria.
O ensino da sabedoria era um dos métodos educativos da época de Cris­
to. Isso significava que o mestre usava figuras de linguagem, exemplos da vida
cotidiana e hipérbole a fim de explicar alguma coisa. Podemos chamar isso de
ensino prático baseado no bom senso.
Hipérbole é o exagero usado para causar um efeito, tal como: “Ele é um
touro de tão forte”. Por exemplo, quando Jesus disse em Mateus 5.29a: Por­
tanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti;
é obvio que ele não quis dizer para seus ouvintes literalmente arrancarem
os olhos! Era um exagero para causar determinado efeito. O que ele estava
dizendo, e o que seus ouvintes entenderam, porque estavam acostumados a
esse tipo de ensino, foi: “Se alguma coisa que você acha muito importante e
necessária faz você pecar, livre-se dela. Tornou-se algo que atrapalha mais do
que auxilia”.
Se um emprego com bom salário tem impedido sua comunhão com
Deus, sua frequência aos cultos e sua convivência familiar, tomando-lhe tem­
po, deixe-o. Um trabalho em que você ganha menos será mais benéfico a
longo prazo.
Esse tipo de ensino também usava provérbios (ditados sábios), enigmas,
parábolas (histórias sobre situações da vida real com fundo moral), e alego­
rias. Alegorias são histórias em que alguns elementos são usados no lugar de
outros para formar uma imagem mais concreta.

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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO

O profeta Natã foi ao rei Davi usando uma alegoria. Ele contou ao rei
sobre o proprietário de uma cordeira que havia sido roubada e morta para
servir de banquete a um homem que já tinha muitos cordeiros. Natã usou
cordeira em vez de esposa para mostrar a Davi quão terrivelmente egoísta e
pervertido ele havia sido (2 Sm 12.3).
Quando comecei a ler a Bíblia sobre o divórcio, saí com um “dogma” em
vez de sair com a verdade. Um dogma é: “Estou certo e você está errado. Não
importa o que você diga e não venha confundir-me com fatos.”
Sem estudar a Palavra de acordo com o sábio princípio da interpretação,
você terá uma série de conclusões erradas. Você vai acreditar nos erros porque
suas conclusões irão basear-se em evidências insuficientes.
O divórcio e o segundo casamento são assuntos que trazem mais confu­
são, e sujeita as pessoas a mais condenação do que quase todos os outros na
vida cristã ou não cristã.
“Pequei contra Deus?”
“Se Deus me perdoou, por que ainda me sinto culpado?”
“Eu me casei de novo. Estou cometendo adultério ?”
“Fiz a coisa certa? Talvez devesse ter ficado quieto e esperado mais tempo
para ver o que aconteceria.”
Se você passou por um divórcio, algumas, se não todas, dessas dúvidas já
passaram pela sua cabeça.
Para vermos o que a Bíblia realmente diz, vamos interpretar os versículos
pertinentes de modo adequado.

Princípios de interpretação

Há três princípios necessários para a interpretação correta das Escrituras:


1. Tenha em mente o aspecto literal daquilo que está lendo;
2. Descubra o contexto histórico do(s) versículo(s). Isso será o ambiente cul­
tural, político, econômico, social e educacional da época;
3. Examine os versículos que antecedem aquele que você está estudando e
aqueles que o sucedem: o texto anterior e o posterior compõem o contex­
to de cada versículo que você lê ou ouve.

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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO

Não importa qual livro você esteja lendo ou a quem você esteja ouvindo,
é preciso lembrar-se de que a pessoa está ensinando a partir de um versículo
que tem um texto anterior, um contexto e um texto posterior, e que também é
historicamente situado.
Se o ensino é a partir de um versículo sem levar esses itens em conside­
ração, o pregador pode estar ensinando algo errado. Você pode acreditar em
alguma coisa que não é verdadeira, se não conferir.
Portanto, no intuito de voltar a Moisés, precisamos descobrir o que Jesus
estava dizendo literalmente quando citou o patriarca e depois aperfeiçoou a
legislação mosaica.
No Sermão do Monte, Jesus estava ensinando a seus ouvintes as atitudes
características do Reino de Deus. O contexto de Seus comentários sobre di­
vórcio era o pensamento correto, bem como as atitudes corretas.
O texto introdutório de Mateus 5.30,31 são as bem-aventuranças. Pesso­
as com aquela atitude seriam a luz do mundo.
Depois, Cristo lançou uma advertência, um aviso para eles, para não fica­
rem abalados com o que Ele estava para dizer.
Em Mateus 5, nos versículos 17 a 20, Jesus disse, em outras palavras: “Vou
dizer uma coisa que poderá deixar vocês assustados. Por isso, logo de início,
quero que se lembrem de que não estou indo contra Moisés, Isaías, Jeremias
ou qualquer um dos escritores da Lei e dos profetas. Não vim para desfazer o
que eles disseram; vim cumprir ou complementar o que eles disseram. Além
disso, se alguém diz a vocês para não darem ouvidos a eles, este será o menor
no Reino. Tudo o que foi dito na Lei e nos Profetas vai durar enquanto os
céus e a terra durarem. Então, por favor, não se equivoquem com o que vou
dizer.”
Cumprir significa “expor a verdadeira intenção”. Geralmente, quando as
pessoas leem o que Jesus disse, entendem que Ele veio para cumprir as obras
da Lei. Entretanto, isso não é o que ele disse. Ele veio mostrar o que a Lei
realmente diz e porque ela havia sido dada.
Em essência, Jesus veio dar o espírito da lei-, em termos legais, não o que
era dito, mas o que de fato significava.
Após Seus comentários de advertência, Jesus falou sobre a verdadeira jus­
tiça, em oposição às aparências exteriores (rituais religiosos e assim por dian-

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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO

te). A verdadeira justiça (Mt 5.20) significava não somente não assassinar
alguém, mas nem mesmo odiar ou desejar a morte dessa pessoa.
A verdadeira justiça significa que você dá o dízimo e também perdoa seus
inimigos. A verdadeira justiça significa que não é suficiente não apenas co­
meter o adultério; você não deve nem mesmo cobiçar em sua mente, nem
desejar cair em tentação.
Em seguida, Jesus usou a hipérbole para enfatizar todas as coisas que ele
estava dizendo: Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para
longe de ti (Mt 5.29a). Depois disso, começou a discorrer sobre o divórcio.
O texto posterior ao comentário sobre o divórcio falava sobre a maneira
como eles faziam juramentos e lidavam com seus inimigos. Em outras pala­
vras, o adultério e o divórcio estavam numa lista de coisas erradas que incluí­
am tudo desde ódio até manter sua palavra ou procurar revidar.
O contexto, como eu disse acima, é: o que você pensa que é tão impor­
tante como o que você faz. Jesus estava dizendo que o divórcio não é o pro­
blema; o problema são as coisas que levam a ele. O divórcio é apenas a conse­
quência de atitudes erradas para com o cônjuge. Basicamente, o divórcio é a
manifestação sintomática de uma deficiência matrimonial.
Depois, em Mateus 19, o contexto era responder a uma pergunta dos
fariseus. O texto introdutório é a pergunta deles, e o texto posterior são os
comentários dos discípulos sobre a resposta de Jesus.
Agora, examinemos a legislação de Moisés a respeito do divórcio para ver
o contexto histórico dos comentários de Jesus.

Onde o divórcio começou

Qual é o contexto de Deuteronômio 24.1 ? Moisés, o legislador, registrou


em um livro todas as leis, estatutos, questões referentes à administração civil e
todas as outras coisas que Deus havia dado a ele para a nação de Israel. Assim
como no sermão da montanha de Jesus, os comentários de Moisés estavam
em meio a uma coleção de leis que cobriam tudo, desde a taxa de juros até
saúde e saneamento, além do cumprimento de votos.
Se você ler ambas as passagens nas Escrituras, verá que Jesus está, na verda­
de, reinterpretando a lei de Moisés que dava conta de situações cotidianas. Jesus

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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO

estava acrescentando uma dimensão espiritual a toda a lei de Moisés, tornando -


-a mais coerente, e não menos. Ele estava pondo o Espírito de volta na Lei.
A atitude do coração é o que conta de acordo com o Novo Pacto que
Cristo veio estabelecer, não apenas os atos do corpo.
O foco de Jesus não estava no divórcio, mas sim no que causa o divórcio
e na razão pela qual Moisés insistiu tanto nas cartas de divórcio, e a razão era
a dureza do coração deles (Mt 19.8).
O que isso significa? Significa que, por causa da dureza do coração, eles
estariam cometendo o adultério, então Moisés deveria deixar que se divor­
ciassem? Moisés não estava sequer discutindo o pecado do adultério.
Moisés não mencionou o adultério como condição para o divórcio por­
que já havia uma consequência para o divórcio: morte por apedrejamento.
Então, na época de Moisés, não havia divórcio com base no adultério.
Entretanto, os homens estavam abandonando suas es posas por qualquer mo­
tivo. E por isso que os fariseus perguntaram a Jesus se era lícito para um ho­
mem repudiar sua esposa por qualquer motivo (Mt 19.3).
Pior ainda, os homens poderiam repetir três vezes: “Estou divorciando-
-me de você”; e abandonar a esposa para casar-se com outra. Contudo, as
esposas não poderiam casar-se novamente sem um documento, uma carta
de divórcio. E, muitas vezes, elas não tinham como se sustentar depois que o
marido as abandonava.
É por isso que havia o costume de pegar qualquer que fosse o dote (di­
nheiro dado às esposas por seus pais no casamento) e trocá-lo por moedas a
serem usadas ao redor do pescoço ou penduradas em um turbante. Depois, as
esposas teriam algum dinheiro se seus maridos as pusessem para fora de casa.
Sem a compreensão do contexto das ordenanças de Moisés, você não
tem como entender o que ele disse. Moisés explicitou que os maridos não
poderiam mais tratar as esposas daquela forma. Se os homens fossem correr
atrás de segundas esposas por qualquer razão, eles antes deveríam dar às pri­
meiras cartas de divórcio.

Moisés estava protegendo as mulheres

Moisés estava estabelecendo um processo pelo qual os homens teriam


que passar com suas esposas: lavrar um termo de divórcio, dar a carta de di­
vórcio à esposa, e despedi-la.

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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO

A expressão despedir é uma figura de linguagem usada no tempo dos isra­


elitas que haviam sido despedidos pelos egípcios. Significava mandar alguém
embora com mercadorias, dinheiro, e coisas assim.
Quando um mestre libertava um escravo, ele deveria despedi-lo com algu­
mas coisas, uma quantia em dinheiro, uma muda de roupas extra e algumas
cabeças de gado. Em outras palavras, uma pessoa despedida deveria ter algu­
ma coisa para recomeçar a vida.
Jesus estava dizendo, em outras palavras: “Moisés ordenou que seus ante­
passados lavrassem um termo de divórcio porque seus corações estavam tão
endurecidos que estavam abandonando suas esposas sem nada e sem espe­
rança de outro casamento. Porém, digo que, em primeiro lugar, não é correto
aos olhos de Deus deixar suas esposas por motivos fúteis. Segundo, vim trazer
misericórdia, então, em vez de apedrejar uma mulher encontrada em adulté­
rio, divorcie-se. E essa será a única razão para o divórcio, para a quebra dos
votos do casamento, não qualquer bobagem que ela faça e que o marido não
goste” (Mt 19.8,9).
Depois, Jesus ressaltou que Deus nunca havia planejado o que Moisés
teve de permitir. Deus fez macho e fêmea e uniu-os. Ele disse aos homens
para deixarem seus pais e tornarem-se um (serem unidos, desejarem-se, tor­
narem-se um) com suas esposas. Ele também disse que ninguém podería se­
parar um casal unido por meio dos votos do matrimônio.
Jesus queria que eles entendessem do que era feito um casamento (Gn
2.24), não as condições pelas quais uma pessoa podería sair dele. Se você tem
um casamento correto, não pode sequer pensar em divórcio. Sua atitude e
seu coração é o que conta.
Deus odeia o divórcio, a quebra de votos e o não cumprimento da pala­
vra, mas, ainda assim, Ele ama os divorciados. Sob a Nova Aliança, qualquer
pecado, menos o pecado imperdoável (blasfemar contra o Espírito Santo), é
coberto pelo sangue assim que você se arrepende e recebe o perdão.
Muitas pessoas religiosas hoje agem como se o divórcio fosse um peca­
do imperdoável, um pecado tão grande que o sangue de Jesus não podería
cobrir. Isso faria do divórcio um crime mais hediondo do que o assassinato!
O divórcio se tornou mais predominante no período entre a época de
Moisés e a de Jesus. Provavelmente, era quase tão comum como é hoje. Se não

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COMO CONSTRUIR UM CASAMENTO DURADOURO

fosse assim, a mulher samaritana — que havia sido casada cinco vezes e estava
morando com o sexto companheiro sem estar casada — teria sido banida
da sociedade. Observe que as Escrituras nunca disseram que os ex-maridos
estavam mortos.
O divórcio era tão comum que, quando Deus estava para eliminar a na­
ção de Israel e depois enviar o povo de Judá para o exílio, Ele usou o casamen­
to e o divórcio como uma alegoria para explicar a gravidade do que estava
acontecendo com as duas nações.
Em Jeremias 3.8, Deus disse que havia dado uma carta de divórcio à adúl­
tera Israel, e a havia despedido por causa de todos os adultérios cometidos.
Mesmo isso não fez com que a infiel Judá, sua irmã, deixasse de prostituir-se
com nações estrangeiras e outros deuses e voltasse para seu verdadeiro mari­
do, disse Deus.
Mesmo na época de Jesus, os homens também praticavam a poligamia,
tendo mais de uma esposa ao mesmo tempo, embora isso não fosse tão co­
mum como no tempo de Abraão.
Por outro lado, houve algumas situações em que o Senhor na verdade
exigiu que os judeus se divorciassem! Esses casos eram referentes à época após
o retorno do exílio da Babilônia, quando os homens judeus haviam casado
com mulheres pagãs e idólatras (Ed 10). O profeta ficou tão angustiado que
atacou fisicamente alguns dos homens envolvidos e arrancou chumaços de
sua própria barba. Não devemos confundir sua posição contra casamentos
mistos com uniões de etnias ou raças diferentes, trata-se de incompatibilidade
espiritual.
Ele sabia que eram os casamentos mistos com mulheres pagãs adorado­
ras de ídolos que haviam levado à queda de Israel e de Judá. Ele ordenou que
todos os homens com mulheres estrangeiras despedissem suas mulheres, e a
Bíblia diz que todos eles concordaram em fazê-lo.
O ponto é que você incorre em erro ao tomar um princípio ou manda­
mento de Deus e tentar aplicá-lo a todas as situações. Veja bem, não estou
falando sobre ética situacional em que não há absolutos, e regras podem ser
burladas como bem aprouver. Estou falando sobre descobrir de Deus quais
de Seus princípios ou mandamentos de fato aplicam-se àquela situação. Se
assim nao for, você está aplicando a Palavra de modo errado, e pode cometer
um grave erro de desobediência deliberada.

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A HISTÓRIA DO DIVÓRCIO

O princípio que norteou a situação de Esdras não foi Gênesis 2.24, sobre
se tornarem um e ser unido por Deus. Esse absolutamente não era o caso.
Deus não havia unido aqueles casais.
O princípio envolvido era: Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis (2 Co 6.14b). O restante do versículo diz: Porque que sociedade tem a
justiça com a injustiça?E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Co 6.14b).
A história do divórcio remonta desde a antiguidade e tem sido encontra­
da em todas as raças, nações e civilizações. Contudo, para Israel e, mais tarde,
parajudá, o divórcio começou com Moisés, o Grande Legislador.
Tudo o que Jesus ou qualquer outro mestre dissesse deveria estar alinha­
do ao dito por Moisés. E Jesus concordou com isso, dizendo: “Se você está di­
vorciando-se, dê a ela uma carta de divórcio, mas a única razão é o adultério”.
Jesus não apenas se alinhou a Moisés, mas também aumentou a respon­
sabilidade sobre o assunto. De acordo com o Novo Acordo, intenções e mo­
tivos se tornaram mais importantes do que fazer ou agir.
Em outras palavras, Jesus respondeu à questão do divórcio falando sobre
casamento. Ele estava reiterando o princípio de que, se o casamento é devida­
mente compreendido e estabelecido, não haverá necessidade de considerar o
divórcio.

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