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BT 00566 PDF
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ISSN 0103-9830
BT/PCC/566
Parâmetros e conceitos dos custos
de infra-estrutura em uma cidade
média
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Kenya Abiko
Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso
Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr.
Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonçalves
Prof. Dr. Vanderley Moacyr John
Prof. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenadora Técnica
Profª. Drª. Silvia Maria de Souza Selmo
ISSN 0103-9830
BT/PCC/566
Parâmetros e conceitos dos custos
de infra-estrutura em uma cidade
média
Evandro José da Silva Eloy
Luiz Reynaldo de Azevedo Cardoso
São Paulo – 2011
O presente trabalho é parte da dissertação de mestrado apresentada por Evandro José da Silva Eloy
sob orientação do Prof. Dr. Luiz Reynaldo de Azevedo Cardoso. “Custos de infra-estrutura:
parâmetros de uma cidade média do interior do estado de São Paulo” defendida em 01/06/2010, na
EPUSP.
A referência bibliográfica deste boletim deve ser feita conforme o seguinte modelo:
ELOY, E. J. S.; CARDOSO, L. R. A. Parâmetros e conceitos dos custos de infra-estrutura em uma cidade média. São
Paulo: EPUSP, 2011. 15 p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de
Construção Civil, BT/PCC/566)
FICHA CATALOGRÁFICA
Irregular.
Conteúdo deste número: Parâmetros e conceitos dos custos de infra-estrutura em
uma cidade média / E. J. S. Eloy, L. R. A. Cardoso – (BT/PCC/566)
ISSN 0103-9830
RESUMO
A quantificação dos recursos financeiros para execução de uma obra de infra-
estrutura urbana é tarefa complexa cujo grau de precisão depende de inúmeros
fatores. Consistem no estabelecimento do conjunto de atividades, sua
ordenação e qualificação, considerando a influência dos fatores locais. Dessa
forma, orçar pressupõe o conhecimento do processo produtivo, instalações de
apoio, mobilização de equipamento, utilização de insumos, fiscalização,
acompanhamento técnico e a desmobilização final. Este trabalho explana sobre
esses múltiplos conceitos e apresenta os parâmetros de custos para uma
cidade média do interior do estado de São Paulo. Através de Estudo de Casos
calcula os custos de urbanização por metro quadrado de área bruta e por lote
atendido, comparando-os com os valores de referência.
ABSTRACT
The quantification of financial resources for the implementation of a urban work
infrastructure is a complex task and its precision depends on many factors.
They consist in establishing the set of activities, its ordering and its qualification,
considering the influence of local factors. Thus, making a budget requires
knowledge of the production process, support facilities, mobilization of
equipment and use of inputs, technical monitoring and final demobilization. This
paper explains about those several concepts and it presents the cost
parameters for an average size city in the state of Sao Paulo. Through Case
Studies the urbanization cost per square meter of gross floor area and attended
lot is estimated, comparing them with the reference values.
1 Introdução
1
PIDWIRNY, M. (2006). "Definitions of Systems and Models". Fundamentals of Physical
Geography, 2nd Edition. Disponível em:
http://www.physicalgeography.net/fundamentals/4b.html - Acessado em 31/07/2009
3
Para Trajano (1985, apud Dias, 2006, p.30), custos diretos são
relacionados direta e exclusivamente com o produto em execução [...] custos
indiretos, são aqueles que não se relacionam diretamente com um produto ou
parte dele, ou que não convém que sejam imputados diretamente, por razões
econômicas ou dificuldades práticas, devendo ser apropriados separadamente
e imputados aos produtos através de métodos de rateio.
Para Tisaka (2006, p.39) o custo direto é resultado da soma de todos os
custos unitários dos serviços, obtidos pela multiplicação dos consumos dos
insumos sobre os preços de mercado, multiplicados pelas quantidades, mais o
custo da infra-estrutura para realização da obra.
Para Gadelha (2006, p.23), detectam-se dois grupos de custos:
No primeiro grupo, encontra-se o conjunto de custos ligados diretamente às
quantidades da planilha e só se alteram quando o tempo necessário a
realização da atividade é comprimido, exigindo uma injeção de recursos e
provocando seu aumento. Os custos dos materiais, mão-de-obra,
administração, consultorias, instalações, juros, impostos, etc., que pela relação
direta com as quantidades são denominados custos diretos. A mão-de-obra,
componente principal dos custos unitários deste grupo, apresenta sensibilidade
com relação ao prazo, sofrendo acréscimo tanto no índice físico (hora /
unidade), quanto no preço, na medida em que a atividade é acelerada.
O aumento do índice físico está relacionado à perda de produtividade que
ocorre quando a área de trabalho de cada operário é comprometida e o preço
da hora aumenta devido aos custos extraordinários. Nos equipamentos o preço
unitário pode ser reduzido aumentando-se a quantidade de horas de trabalho
por mês, pois a depreciação e os juros, apropriados mensalmente têm
relevância no custo horário.
Os materiais não sofrem influência da redução do prazo a não ser que
ultrapassem a capacidade de abastecimento do mercado. Conclui o autor que
“o custo total do primeiro grupo é inversamente proporcional ao prazo, a partir
do instante em que os trabalhos começam a ser desenvolvidos de forma
pressionada, fugindo a normalidade”.
No segundo grupo estão os custos relacionados à totalidade do projeto que
individualmente, não se relacionam com a duração de cada atividade, mas são
proporcionais ao prazo da obra e são denominados custos indiretos. Dentro de
certo limite, o aumento das quantidades não os altera. (GADELHA, 2006, p.25
e 26).
Para o DNIT (2003, p.8 a 10) muitos dos itens de custo que são
classificados como indiretos não têm esta característica conceitual e somente
os custos relativos à administração da obra seriam indiretos. Nesse aspecto
devem ser considerados enfoques distintos. Sob o ponto de vista do executor
da obra, os custos indiretos se limitam à parcela da administração absorvida
pela obra e a classificação do custo de um serviço está relacionada à planilha
de preços. Todos os itens objetos de cotações específicas e pagos por
medição são custos diretos. Sob o ponto de vista do contratante a distinção
entre custos diretos e indiretos está vinculada aos itens que esteja disposto a
fiscalizar, medir e pagar de forma individualizada.
5
2
Department of the Army. Cost and Economic Analysis Center. Cost Analysis Manual, 2002.
Disponível em: http://www.stormingmedia.us/18/1837/A183734.html Acesso em: 8 set. 2009.
6
3
Conjunto de ações ou movimentos que o equipamento realiza desde sua partida, de uma
determinada situação, até seu retorno, que marca o início de um novo ciclo.
4
Economicidade em Obras Públicas: O Custo de Equipamentos em Obras de Infra-Estrutura –
Disponível em: http://www2.tce.pr.gov.br/xisinaop/Trabalhos/ Acesso em 12/10/2009
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Por sua vez, a depreciação deve ser compatível com a vida útil e valor dos
equipamentos usados. Lembram que a “produtividade dos equipamentos deve
ser verificada nos itens de composição de serviços, podendo levar a distorções
tão importantes quanto seu custo horário”.
4.2.2 Mão de obra
Segundo Gadelha (2006, p.34) O custo direto da hora / homem “é o valor
definido para a categoria escoimada dos incrementos diversos que o
empregador deverá adicionar, definidos por lei e as necessidades inerentes”.
Em geral, adotam-se os pisos salariais acordados nas Convenções
Coletivas de Trabalho. A tabela básica “Padrão Salarial da Mão-de-Obra”, do
DNIT (2003, Vol.1, p.30), considera os padrões salariais das categorias para as
cinco regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Divide
os trabalhadores em seis categorias: operadores de máquinas, veículos e
equipamentos, técnicos, encarregados, operários qualificados, profissionais
não qualificados e trabalhadores em condições especiais.
Aponta padrão salarial diferenciado para região Sudeste nos Estados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Isto se deve a disparidade regional.
Enquanto que nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo os valores são
superiores ao restante do território, Minas Gerais apresenta os valores mais
baixos do Brasil. Supera os valores da região Nordeste (média regional mais
baixa), apenas nas categorias profissionais não qualificadas e especiais. No
geral aponta valores inferiores a região Norte (2ª. pior média).
4.2.3 Encargos sociais
Um dos aspectos mais discutidos na construção civil são os valores
indiretos imputados sobre o valor da mão de obra. Encargos Sociais são
encargos exigidos pelas Leis Trabalhistas ou resultantes de acordos sindicais
adicionados aos salários dos trabalhadores. De acordo com Tisaka (2006,
p.86) podem ser estabelecidos três níveis: Encargos Básicos e Obrigatórios,
Encargos Incidentes e Reincidentes e Encargos Complementares.
Para Freire (2005, p.2) “o orçamento estimativo de encargos sociais da
construção civil é objeto hoje de diversos estudos dentro e fora do corpo da
administração pública [...]”. Analisando 8 autores (Pini Sistemas, maio de 2000,
Sistema Boletim de Custos, agosto de 2002, Fundação Getulio Vargas,
dezembro de 2002, EMOP, 1998, Sinduscon-Rio, outubro de 2002, Paulo
Roberto Vilela Dias, janeiro de 2001, Fernando Morethson Sampaio, 1993 e
Walid Yazigi, 2003), mostra que os resultados apresentam pequena variação.
Freire (2005) observa que os horistas recebem mais rigor no cálculo, pois
estão vinculadas à forma de apropriação dos custos na construção civil. Entre
os horistas, os resultados dos autores são próximos, à exceção de Yazigi. Os
números adotados são Sinduscon-Rio: 132,15%, FGV: 122,58%, EMOP:
128,56%, SBC: 122,39%, Dias: 125,00%, Sampaio: 121,40%, Pini Sistemas:
124,40% e Yazigi: 79,80%. Conclui que “as discrepâncias apontadas revelam a
fragilidade dos números a que chegam os autores e a fragilidade dos preços de
referência indicados pelos diversos sistemas de custos para a orçamentação
da construção civil”. (FREIRE, 2005, p.6)
O DNIT adota o percentual de 126,30% para horistas. Tisaka (2006, p.87)
na metodologia utilizada pelo Instituto de Engenharia, calcula este valor em
176,08% para horistas e 125,67% para mensalistas.
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4.2.4 Materiais
Segundo Padilha (2000, p.13 á 21) em termos genéricos, “materiais de
engenharia” são todos os materiais do universo que o homem utiliza para
“fazer coisas”. Parte desses materiais, no estado sólido, pela sua estrutura
atômica e ligações químicas são classificadas em quatros grupos principais:
materiais metálicos, cerâmicos, poliméricos ou plásticos e compósitos e novos
grupos emergem decorrentes das inovações tecnológicas, tais como: materiais
semicondutores, supercondutores, polímeros condutores e silicones.
Segundo a NBR. 5706:1977, material de construção “é todo produto,
natural ou elaborado empregados em uma obra”. São classificados em
materiais simples, elementos (semiterminados, simples e compostos), e
conjuntos funcionais denominadas componentes da construção.
Padilha (2000, p.13 á 21) afirma que “o preço talvez seja a principal
característica de um material. Ao selecionar os materiais para um determinado
produto acabado, além das exigências em termos de propriedades, o
engenheiro tem que levar em conta o preço”.
Em geral, as perdas são as estimadas através dos métodos teóricos
expressos nas composições de custos unitários. Os preços de aquisição dos
materiais consideram os preços praticados no comércio atacadista para
pagamento à vista, acrescida da carga tributária do Estado e o frete até a obra.
4.3 Preços em engenharia
Para o DNIT (2008, p.2 a 16) O preço é baseado nos custos de produção
acrescido do lucro que o executor pretende obter. No entanto, como parâmetro
comercial é função de quanto o contratante está disposto a pagar e no final
será fruto de acordo negociado. Na nova metodologia todos os custos indiretos
são apropriados na própria obra de acordo com a expressão:
Preço de Venda = Custo Direto Total + (PIS + COFINS + ISS + margem +
risco + custos financeiros).
O lucro é designado pela sigla BDI (Budget Difference Income) traduzido
como Benefícios e Despesas Indiretas ou Bônus e Despesas Indiretas e incide
sobre todos os gastos tendo a obra como fato gerador.
Nesse trabalho verificou-se que os preços efetivamente cobrados pelas
empresas para contratação por empreendedores privados eram semelhantes e
menores do que os custos obtidos através da orçamentação convencional
utilizando as bases de dados existentes.
Dessa forma, concluiu-se que as produtividades das equipes mecânicas
adotadas pelas empresas na formação de seu preço eram as “medidas em
campo” e que, em pequenas obras de urbanização de glebas, em condições de
livre concorrência, os riscos eram minimizados pelas empresas locais.
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5
Os valores pesquisados, aparentemente representam a totalidade dos loteamentos. Não foi
possível efetuar a confirmação.
6
Atualmente está sendo exigido o percentual mínimo de 20% de Áreas Verdes e Sistemas de
Lazer, o que representa um decréscimo da área líquida de lotes.
10
Nota: O custo médio por m2 foi calculado pela soma dos custos médios dos serviços
6 Considerações finais
7 Referências Bibliográficas
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pelo piso instalado em uma sala de aula para a sua melhor efetividade da ventilação - RENATA
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privada: aplicação na cidade de São Paulo durante o período de 1998 a 2008 – JOSÉ
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FRANCISCO FERREIRA CARDOSO
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urbanas: contribuição conceitual e metodológica através de estudo de casos na cidade de São
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BT/PCC/553 - O desempenho das estruturas organizacionais das empresas de real estate e a relação com os
seus valores de mercado - LEANDRO SEFFAIR LINS DE ALBUQUERQUE, CLAUDIO
TAVARES DE ALENCAR
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BT/PCC/548 – Método para redução de mancha nas vedações externas de edifícios - FLÁVIO LEAL
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BT/PCC/546 - Proposta de metodologia para reconhecimento de anseios de segmento do mercado residencial:
construção de um protocolo para estruturação de um banco de dados na cidade de São Paulo -
ALFREDO EDUARDO ABIBI FILHO, ELIANE MONETTI