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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO


CAMPUS VII – CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: DIDÁTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
DOCENTE: MSC. LARISSA PINHEIRO
DISCENTE: NATHAN ALVES DOS SANTOS

LIBÂNEO, J. C. Didática. In: Didática e democratização do ensino. São Paulo:


Cortez, 1994.

José Carlos Libâneo é um proeminente pensador do eixo educacional


brasileiro, é ele o criador do termo Pedagogia Crítico social dos conteúdos,
suas produções estão relacionadas à teoria da educação, didática, formação
de professores, ensino e aprendizagem, organização e gestão da escola.
Atualmente, desenvolve pesquisas dentro da teoria histórico-cultural e trabalha
com centros de pesquisa relacionadas à educação.

No seu livro Didática, Libâneo vai explorar a necessidade da percepção


reflexiva e crítica das didáticas, bem como, a compreensão do processo de
ensino objetivos-conteúdos, métodos como princípios vitais para o domínio dos
professores para aplicação em atividades. O livro tem como propósito fornecer
aos professores um manual de estudos, despontando um conjunto de temas
que presumivelmente formam o conhecimento necessário para o exercício
educativo.

No capítulo Didática e democratização do ensino, o autor vai explorar a


importância de oferecer um ensino de qualidade e acessível a toda sociedade.
O texto inicia com a colocação que a participação ativa na vida social é o
objetivo da escola pública, o ensino é colocado como ações indispensáveis
para ocorrer à instrução. O autor também levanta e responde algumas
perguntas envolvendo a escolarização, qualidade do ensino do povo e o
fracasso escolar, pensando também a escola como compromisso profissional e
social indispensável ao desenvolvimento das capacidades intelectuais, a qual
possibilita aos alunos o acesso a conhecimentos culturais e científicos.

Para Libâneo, a escolarização é o processo principal para oferecer a um


povo sua real possibilidade de ser livre e buscar nesta mesma medida
participar das lutas democráticas, o autor endente democracia como um
conjunto de conquistas de condições sociais, políticas e culturais, pela maioria
da população para participar da condução de decisões políticas e sociais.
Entretanto, para ele, a escola brasileira tem sido incapaz de atender
satisfatoriamente o direito à educação. O autor fala também dos índices de
escolarização no Brasil, mostrando a evasão escolar e a repetência como
graves problemas advindos da falta de uma políticas públicas de igualdade nas
oportunidades em educação, deixando como resultado um enorme número de
analfabetos na faixa de 5 a 14 anos. A transformação da escola depende da
transformação da sociedade, afirma Libâneo, e continua dizendo que a escola
é o meio insubstituível de contribuição para as lutas democráticas.

Libâneo também aborda o grave problema do nosso sistema escolar


brasileiro, detalha gráficos que apontam para um quadro onde a escola não
consegue reter o aluno no sistema escolar. Aponta muitos motivos para isto,
mas considera, como principal, a falta de preparo da organização escolar,
metodológica e didática de procedimentos adequados ao trabalho com as
crianças em condição de vulnerabilidade social. Isto acontece devido aos
planejamentos serem feitos prevendo uma criança imaginada e não a criança
concreta, aquela que está inserida em um contexto único. Somente o ingresso
na escola pode oferecer um ponto de partida no processo de ensino
aprendizagem.

O autor levanta, também, neste capítulo, outros fatores como


dificuldades emocionais, falta de acompanhamento dos pais, imaturidade, entre
outros. Assim, Libâneo irárealizar várias críticas ao entrave da democratização
ao acesso do processo de escolarização, propondo como obstáculo, não
somente um encargo que recai sobre o aluno, mas também apontando
problemas socioeducativos que perpassam toda a educação pública brasileira,
como: a falta de estrutura, professores, materiais escolares, políticas de
incentivo à educação; desse modo, quando um aluno abandona a escola,
tratam sempre como desinteresse, não consideram fatores socioeconômicos,
desigualdades sociais e a responsabilidade da própria escola, reproduzindo,
portanto, o discurso de manutenção das estruturas de restrição ao ensino,
aponta o autor.

Ao pensar soluções para esse impasse na educação brasileira, Libâneo


propõe que a educação deve ser: democrática, unitária e gratuita. A escola
deve ser democrática porque deve garantir acesso pleno a todos, assim como
suas políticas devem ser elaboradas comunitariamente, de maneira que todos
os agentes desse campo social participem ativamente do processo de
formação escolar; unitária devido a necessidade de se garantir um base
comum de estudos expressos num plano de estudos básicos em nível nacional;
e, gratuita, pois, a educação é um direito imprescindível a formação cidadã,
abrindo um precedente popular de reivindicação social de um maior
compromisso estatal com a educação pública de qualidade, democrática,
unitária e gratuita.

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