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Aula 2

Circuitos Elétricos

Apresentação

A partir desse momento você está dando início ao estudo da


segunda aula que te mostrará como é que se utilizam as grandezas
elétricas nos circuitos que serão estudados a seguir.
Para os profissionais que trabalham com eletroeletrônica é vital
conhecer e saber analisar os circuitos para compreender como é que
as grandezas elétricas se distribuem e como é que elas interagem
Dica:
quando os seus valores variam.
Durante o processo na atividade da manutenção eletroeletrônica Pode ocorrer que durante a manutenção
é comum para o técnico fazer medições da corrente, tensão, de um equipamento, você perceba que
um resistor foi totalmente queimado,
resistência, etc., e assim, identificar possíveis falhas nos circuitos. Para impossibilitando a sua identificação. As
que ele possa fazer esse tipo de diagnóstico, muitas vezes há a vezes, não se consegue obter o esquema
necessidade de calcular as correntes que circulam nos componentes, elétrico do equipamento. Nesse caso é
as quedas de tensão, e então, poder comparar os valores medidos muito importante conhecer as leis
tratadas nessa aula, pois, você poderá
com os valores calculados. fazer um levantamento do circuito e
Nesse texto você aprenderá quais são os elementos que através das mesmas determinar o valor
compõe um circuito elétrico, vai conhecer os resistores e como dese componente danificado.
associá-los formando os circuitos série, paralelo e misto. Em seguida,
estudará como é que os alimentam, para prosseguir estudando duas
ferramentas indispensáveis: A Lei de OHM e as Leis de Kirchhoff.
Durante o desenvolvimento dessa aula serão mostrados vários
exemplos, relacionados com a aplicação dessas citadas leis.

Objetivos
Fornecer para os alunos os conhecimentos relacionados aos
estudos dos circuitos série, paralelo e misto com resistores e as leis de
Ohm e de Kirchhoff.
Mostrar de maneira clara e objetiva como aplicar os
conhecimentos relacionados às leis de Ohm e de Kirchhoff.

Fig. 3
2.1 - Introdução
Os circuitos elétricos geralmente são constituídos por quatro
partes: a primeira é a fonte de alimentação ou bateria, a segunda é o
condutor ou fios que interligam seus componentes, a terceira é o
consumidor, também conhecida com carga e a quarta é o dispositivo
de controle, ou seja, a chave que liga e desliga o circuito.
Antes de mostrar um circuito básico com essas quatro partes,
vamos mostrá-las isoladamente para que você as conheça e entenda o
que são, e como será aplicada cada uma delas. Vamos Iniciar pela
fonte de alimentação. Observe a figura1.

Dica:

Fig.1- Pilha (fonte de CC) Se você sentir dificuldades para entender


o assunto, ou resolver os exercícios na
primeira tentativa, não se desespere!
A figura 1 mostra o aspecto físico de uma pilha que representa Tente mais uma vez, pois, para estudar
num circuito elétrico, uma fonte de alimentação. A mesma serve para eletroeletrônica, é preciso ter muita
atenção e perseverança. Reveja o texto,
fornecer ao circuito uma diferença de potencial (ddp) em volts e assim os exemplos, e em seguida faça nova
fazer com que circule corrente elétrica pelo mesmo. Agora observe a tentativa, tente até acertar. Comigo
figura 2. sempre deu certo, e com você dará
também.

+ _
Fig.2 - Símbolo de uma Pilha (fonte CC)

Veja, na figura 2 aparece o símbolo que representa uma fonte


de alimentação. Note que uma única pilha pode representar essa fonte.
Prosseguindo, observe a figura 3.

Fig.3 – Aspecto Físico de um Condutor (fio metálico)

Na figura 3 aparece o aspecto físico de um condutor metálico


com uma capa isolante e a parte metálica exposta na extremidade do
lado direito. A finalidade do condutor em um circuito consiste, em ligar,
unir os componentes do mesmo, permitindo assim, que haja a
circulação da corrente elétrica. Agora observe a figura 4 que mostra a
representação simbólica de um condutor.

Fig.4 – Símbolo de um Condutor (fio metálico)

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Nos diagramas esquemáticos que representam os circuitos
elétricos geralmente simbolizam os condutores metálicos com o
aspecto da figura 4. Continuando, observe a figura 5.

Fig.5 – Aspecto Físico de uma Lâmpada (carga)

As lâmpadas são elementos muito conhecidos e nos circuitos


são consideradas como consumidores ou simplesmente “carga”. Para
que uma lâmpada acenda é preciso alimentá-la com uma fonte de
alimentação. Assim, uma corrente irá circular pelo filamento da mesma.
Por sua vez, o filamento ao ser percorrido por uma corrente e devido a
seu elevado valor de resistência fica incandescente, e daí, provoca o
efeito luminoso que todos nós conhecemos. Na figura 6 você pode
observar o símbolo que representa uma lâmpada nos circuitos.

Fig.6 – Símbolo de uma Lâmpada (carga)

Para terminar a apresentação dos quatro elementos básicos de


um circuito, vamos mostrar a figura 7 que expõe o aspecto físico de
uma chave liga-desliga.

Fig.7 – Aspecto Físico de uma Chave Liga-Desliga

A chave liga-desliga também é conhecida como interruptor e


serve geralmente para ligar ou desligar a fonte de alimentação dos
outros dispositivos dos circuitos. Nesse momento, observe a figura 8,
para ver como é que se representa o símbolo de uma chave liga-
desliga.

Fig.8 – Símbolo que Representa a Chave Liga-Desliga

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Conhecidos isoladamente os componentes, seus aspectos
físicos e a função de cada um nos circuitos, vamos mostrar na figura 9
um diagrama elétrico (circuito elétrico).

S1

VT L

Fig.9 – Circuito Elétrico

No circuito aparece VT que representa a tensão total da fonte, S1


que representa a chave liga-desliga e L que representa a carga no
circuito.
Nesse momento você deve está se perguntando: e como será
que esse circuito funciona? O que acontece quando a chave for
fechada? Será que ao fechar a chave uma corrente vai circular pela
lâmpada fazendo a mesma acender?
Acertou! Quando a chave for acionada, uma corrente passa pela
lâmpada, aquecendo seu filamento devido ao alto valor da sua
resistência e assim, o mesmo torna-se incandescente produzindo
luminosidade.
Agora que você já conhece um circuito elétrico, passaremos ao
estudo dos resistores e dos circuitos básicos que poderemos obter
através da associação dos mesmos.

2.2 – Associação de Resistores


Para dar início ao estudo das associações você precisa
conhecer um pouco mais sobre os resistores. Esses componentes são
muito utilizados e exercem diversas funções nos circuitos que variam
de acordo com o tipo de associação e da maneira como a mesma é
empregada. A polarização de circuitos que utilizam o transistor, a
redução do valor de tensão através do circuito divisor de tensão, dentre
outros, são exemplos da aplicação dos resistores, que posteriormente
você terá a oportunidade de estudar com mais detalhes.
Os resistores são componentes utilizados nos circuitos com a
finalidade de limitar a corrente elétrica. A fig. 10 mostra alguns dos
seus aspectos físicos.

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Fig.10 – Aspecto Físico de Alguns Resistores

Os resistores possuem características importantes: resistência


ôhmica e percentual de tolerância. A resistência ôhmica é o valor
específico da resistência do componente. Os resistores são fabricados
em valores padronizados estabelecidos por norma.
EX . : 220Ω , 470Ω, 1800Ω
O percentual de tolerância são as diferenças no seu valor
ôhmico, decorrente do processo de fabricação. Essas diferenças se
situam em cinco faixas de percentual: ± 20%, ± 10%, ± 5%, ± 2% e
± 1%.
Os resistores com 20%, 10% e 5% de tolerância são
considerados resistores comuns e os de 2% e 1% são resistores de
precisão. Os resistores de precisão são usados em circuitos onde os
valores de resistência são críticos. A tabela abaixo apresenta a
padronização de valores para fabricação de resistores de +/- 5%.

10 11 12 13 15 16 18 20
22 24 27 30 33 36 39 43
47 51 56 62 68 75 82 91

Tabela 1 – Valores Padrão para Tolerância de +/- 5%

Os valores dos resistores são determinados através da


multiplicação dos valores encontrados na tabela 1 por 0,1; 10; 100;
1000; 10000; 100000.
EX : . 1,1Ω; 180Ω; 3300Ω; 56 KΩ.

A figura 11 mostra os símbolos mais comuns que são utilizados


para representar os resistores nos circuitos segundo as normas da
ABNT.

Fig.11 – Símbolos dos Resistores

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A figura 12 mostra um fato muito importante. O valor nominal
dos resistores em um diagrama pode ser visto ao lado do símbolo ou
no seu interior.

Fig.12 – Posicionamento do Valor Nominal

Os resistores também podem variar de acordo com o tipo. Há


basicamente dois tipos de resistores: resistores de filme de carbono e
os resistores de fio.
Cada um dos tipos tem de acordo com a sua constituição,
características que o tornam peculiar em sua classe de aplicação.
O primeiro tipo, o resistor de filme de carbono é constituído por
um corpo cilíndrico de cerâmica que serve de base para a fabricação
do componente. Sobre o corpo é depositada uma fina camada em
espiral, de material resistivo (filme de carbono) que determina o valor
ôhmico do mesmo.
Os terminais são colocados nas extremidades do corpo em
contato com a camada de carbono. Para conhecer essa estrutura
observe a figura 13.

Fig.13 – Estrutura do Resistor de Filme de Carbono

O corpo do resistor pronto recebe um revestimento que dá


acabamento na fabricação e isola o filme de carbono.
Quanto ao segundo tipo, os resistores de fio, são constituídos
de um corpo de porcelana ou cerâmica que serve como base. Sobre
esse corpo é enrolado um fio especial (níquel-cromo) cujo
comprimento e seção determinam o valor do resistor. Para conhecer
essa estrutura, observe a figura 14.

Fig.14 – Estrutura do Resistor de Fio de 10W

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Observe a figura 15 e veja que a mesma mostra um resistor que
é construído sob um tubo oco de porcelana para facilitar a dissipação
de calor. Esses resistores têm capacidade para trabalhar com maiores
valores de corrente. Esse tipo de resistor produz uma grande
quantidade de calor quando está funcionando.

Fig.15 – Estrutura do Resistor de Fio de 50W

Diante do que foi mostrado, você agora conhece o suficiente


para prosseguir na aula. A partir desse ponto, iniciaremos o estudo
sobre a associação dos resistores.
A associação de resistores é a interligação de dois ou mais
resistores em um circuito elétrico. Há pelo menos três tipos de
associação: série, paralela e mista. Para começar a conhecer esses
circuitos elétricos, observe a figura 16.

R1 R2 R3

RT Dica:
Fig.16 – Associação Série com três Resistores
Para calcular o valor da resistência total
(RT) no circuito série de resistores, basta
No circuito da figura 16 você observa que um terminal do resistor somar o valor de todos os resistores do
está ligado ao outro, como se estivesse obedecendo a uma fila indiana. circuito. Logo: RT = R1 + R2 ... Rn .
Veja que os terminais das extremidades representa a resistência total
do circuito que geralmente é indicada por Rt .
A resistência total ( Rt ) no circuito série é o valor da soma dos
valores de todos os resistores que compõe o circuito, ou seja, no
circuito da figura 16, à resistência total será calculada pela equação:
RT = R1 + R2 + R3 . O resultado dessa soma será dado em OHM que
é representado pela letra grega Ôhmega (Ω).
Nesse momento você deve está imaginando: poxa! Como é
fácil! Mesmo assim, convido-o para acompanhar esse exemplo.
Observe agora a figura 17, pois, baseado na mesma iremos calcular o
valor da resistência total no circuito série.

5Ω 15Ω 10Ω

RT
Fig.17 – Associação Série com três Resistores

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Para determinar o valor da resistência total no circuito da figura
17, basta somar os valores das resistências parciais, ou seja, de R1, R2
e R3 . Calculando, temos:

RT = R1 + R2 + R3
= 5Ω + 15Ω + 10Ω
= 35Ω.

Então, o valor da resistência total do circuito é de 35Ω.

Agora vamos mostrar como são posicionados os resistores para


formar uma associação paralela. Observe a figura 18.

RT R1 R2 R3

Fig.18 – Associação Paralela com três Resistores

Veja que nesse circuito o três terminais superiores estão


interligados, assim como, estão interligados também os terminais
inferiores. Essa é a configuração que caracteriza a associação paralela
de resistores.
Quanto à resistência total do circuito, costuma-se dizer que o
inverso da mesma é igual à soma dos inversos das suas resistências
parciais. Parece até difícil não é? Veja a equação:

1 1 1 1
= + + ,
RT R1 R2 R3

Veja que o inverso da resistência total é 1/Rt e assim


sucessivamente. Ficou mai fácil? Ficará mais ainda com os exemplos e
a prática dos exercícios. Para que tudo fique mais claro, vamos
mostrar um exemplo. Observe a figura 19.

8
RT 4Ω 8Ω 5Ω

Fig.19 – Associação Paralela com três Resistores

Para determinar o valor da resistência total desse circuito, basta


substituir os valores dos resistores na equação. Substituindo esses
valores, teremos:

1 1 1 1 1 1 1 1
= + + ⇒ = + + ,
RT R1 R2 R3 RT 4Ω 8Ω 5Ω

Há diversas maneiras para resolver essa equação. Vamos


escolher uma delas. Com uma calculadora, faça as seguintes
operações: divida 1 por 4, e escreva o resultado no lugar da divisão,
divida 1 por 8 e escreva o resultado no lugar dessa divisão e por último
divida 1 por 5 e escreva no lugar dessa divisão. Veja que a equação
deve ficar assim:

1 1
= 0,25 Ω + 0,125Ω + 0,20 Ω ⇒ = 0,575Ω.
RT RT

Para calcular o valor de Rt , basta inverter os dois membros da


equação. Ao fazer isso, teremos:

1 1
= 0,575Ω. ⇒ RT = Ω ⇒ RT ≅ 1,74Ω.
RT 0,575

A associação mista que também é conhecida como série-


paralela, é simplesmente a união das duas associações vistas
anteriormente. A figura 20 mostra um exemplo desse tipo de
associação.

R1

RT R2 R3

Fig.20 – Associação mista com três Resistores

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Para determinar o valor da resistência total da associação,
recomendamos que em primeiro lugar, seja determinado o valor da
resistência da associação paralela para em seguida somar-se com o
valor do resistor que está em série. Para entender essa operação,
observe a figura 21.

5Ω

RT 4Ω 4Ω

Fig.21 – Associação mista com três Resistores

Para calcular o valor da resistência total das associações


paralelas que possuem dois resistores, pode-se utilizar a seguinte
equação:
R1 x R2
RT = .
R1 + R2
Depois que tivermos o valor da associação paralela, somaremos
com o valor do resistor em série. Assim poderemos utilizar a seguinte
equação:
4Ω x 4Ω 16Ω
RT = 5Ω + ⇒ RT = 5Ω + ⇒ RT = 7Ω
4Ω + 4Ω 8Ω

2.3 – Lei de OHM


Nos circuitos há sempre uma relação entre as grandezas
elétricas: tensão, corrente e resistência. Essa relação é conhecida
como A Lei de OHM.
O conhecimento da Lei de OHM é fundamental para que se
possa estudar e compreender os circuitos elétricos.
De posse de um consumidor (carga), ou seja, um resistor e uma
fonte de alimentação você poderá montar um circuito e nele medir
tensão, corrente e resistência. A partir dessas medições é possível
determinar experimentalmente a Lei de Ohm. O texto a seguir mostra
como fazer esse experimento. Para iniciar observe a figura 21.

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Miliamperímetro

Fonte de
18V
Resistor de
200Ω

Fig.21 – Aspecto Físico do Circuito com alimentação de 18V e carga de 200Ω

Observe que o miliamperímetro está indicando uma corrente de


90 mA. A fonte de alimentação é de 18V e o Resistor de Carga de
200Ω.Observe agora a figura 22.
90mA
Resistor
de 200Ω
18V

Fig.22 – Circuito Elétrico com alimentação de 18V e carga de 200Ω

Veja que a figura 22 mostra o circuito elétrico enquanto que a


figura 21 mostrou o aspecto físico. Observe ainda, que o voltímetro
indica 18V e o miliamperímetro indica 90 mA.
Agora vamos mostrar como montar o segundo circuito para o
segundo experimento. Observe a figura 23.

Miliamperímetro

Fonte de 18V

Resistor de 400Ω

Fig.23– Aspecto Físico do Circuito com alimentação de 18V e carga de 400Ω

Observe que para continuar o experimento o resistor de carga foi


trocado por outro de 400Ω. A fonte continua com o valor de 18V e a
corrente medida pelo miliamperímetro baixou para 45mA. Agora
observe a figura 24.

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45mA
Resistor
de 400Ω
18V

Fig.24 – Circuito Elétrico com alimentação de 18V e carga de 400Ω

Veja que como estão posicionados os instrumentos. O


voltímetro está em paralelo com a fonte e o amperímetro está em série
com o circuito. Sempre que se utiliza um dos dois instrumentos, é
preciso obedecer a essas posições, ou seja, o voltímetro em paralelo e
o amperímetro em série.
Comparando esses dois experimentos, veja que a tensão da
fonte foi mantida em 18V. Quando o resistor estava com valor de
200Ω, a corrente assumiu o valor de 90mA e quando o mesmo foi
trocado por 400Ω, a corrente baixou para 45mA.
Assim, podemos concluir: mantendo-se a tensão e aumentando
o valor da resistência, a corrente no circuito diminui.
Para dar continuidade ao raciocínio, vamos mostrar a seguinte
relação:
V
I =
R
De posse dessa equação, vamos testá-la com os valores que
foram aplicados nos dois circuitos anteriores. No primeiro circuito a
tensão aplicada foi de 18V e a resistência foi de 200Ω. Aplicando
esses valores na equação, temos:

18V
I = = 0,090 A = 90mA
200Ω

Agora vamos calcular para os valores encontrados no segundo


circuito. A tensão aplicada foi de 18V e a resistência de 400Ω.
Aplicando esses valores na equação, temos:

18V
I = = 0,045 A = 45mA .
400Ω

Observe que o valor da corrente que circula em um circuito


pode ser determinada quando se divide o valor da tensão aplicada pelo
valor da resistência. Nesse ponto você já pode conhecer o seguinte
enunciado:

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A intensidade da corrente elétrica em um circuito é
diretamente proporcional ao valor da tensão aplicada e
inversamente proporcional ao valor da sua resistência.

Parabéns! Você agora conhece o enunciado da Lei de OHM.


Daqui em diante, você vai utilizar as equações dessa lei para
determinar o valor da corrente, tensão e resistência em diversos
circuitos.

2.3 – Aplicações da Lei de OHM


De posse da Lei de OHM você pode determinar os valores de
tensão (V), corrente (I) ou resistência R em um circuito. Toda vez que
você tiver dois valores conhecidos, em um circuito (V e I, V e R ou R e
I), o terceiro valor desconhecido pode ser determinado através dessa
lei. Nesse momento vamos colocar em prática o que foi visto nessa
Lei, começando pelo exemplo a seguir:

Exemplo1: A lâmpada de uma lanterna é alimentada com 6V e tem


uma resistência 32Ω. Qual a corrente que circula pela lâmpada quando
ligada?

Solução: Como os valores de V e R já estão nas unidades


fundamentais (Volt e Ohm), aplicam-se os valores na equação:

V 6V
I= = = 0,187 A
R 32Ω

O resultado é dado também na unidade fundamental de


intensidade de corrente. A resposta indica que circulam 0,187A ou
187mA quando a lanterna é ligada.
Para facilitar a escolha da equação que será utilizada durante a
resolução dos problemas, costuma-se utilizar o triângulo que aparece
na figura 25.

I X R
Fig.25 – Triângulo Auxiliar para Cálculos da Lei de OHM

Para exemplificar o uso do triângulo vamos resolver o problema


do exemplo 2 a seguir:

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Exemplo2: Um resistor de 27kΩ foi conectado a uma fonte cuja
tensão de saída é desconhecida. Um miliamperímetro colocado em
série no circuito indicou uma corrente de 0,85mA. Qual a tensão na
saída da fonte? Utilizando o Triângulo teremos:

V V=I x R

I X R
Fig.26 – Determinação da Equação para o Cálculo da Tensão

No exemplo 2 pede-se para determinar o valor da tensão. Para


se obter a equação através do triângulo, basta cobrir a Letra “V” e
visualizar o que resta para compor a equação. Observe a figura 26 e
veja como isso foi realizado. De posse da equação, agora vamos
calcular o valor da tensão solicitada na questão.

V = I x R = 27000Ω x 0,4444A ≅ 12V

2.4 – Leis de Kirchhoff


A primeira Lei de Kirchhoff está fundamentada na maneira
como a corrente se distribui nos circuitos paralelos. A figura 27 mostra
como é feita essa distribuição.
Nó A

IT I1 I2

vT R1 R2
-
Nó B
IT I1
I2

Fig.27 – Distribuição das Correntes no Circuito Paralelo

Quando se utiliza a primeira Lei de Kirchhoff e a Lei de Ohm,


pode-se determinar a corrente em cada um dos componentes que
estão associados em paralelo.

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Durante o desenvolvimento dos projetos de circuitos
eletroeletrônicos e na manutenção, utiliza-se em larga escala esses
conhecimentos, daí, considera-se que a compreensão da primeira Lei
de Kirchhoff e da Lei de Ohm são indispensáveis.
Agora vamos aplicar a primeira Lei de Kirchhoff e a Lei de OHM
no circuito da figura 28 para calcular os valores das correntes que
circulam no mesmo.

IT I1 I2

R1 200Ω R2 300Ω
1,5V
-
IT I1
I2

Fig.28 – Distribuição das Correntes no Circuito Paralelo

Cálculo de I1

VL1 1,5
I1 = = = 0 ,0075 A I1 = 7,5 mA
RL1 200

Cálculo de I2

VL 2 1,5
I2 = = = 0 ,005 A I 2 = 5 mA
RL 2 300

Observe que a soma das correntes que chegam no nó “B”, ou


seja, I 1 + I 2 = 7,5 mA + 5 mA = 12,5 mA , é a mesma que entra no nó
“A”, que também corresponde ao valor de IT. Essas somas são
conhecidas como a Primeira Lei de Kirchhoff. Conclusão:

Primeira Lei de Kirchhoff : A soma das correntes que chegam a um


nó é igual à soma das que dele saem.

A segunda Lei de Kirchhoff está fundamentada na maneira como a


tensão se distribui nos circuitos série. A figura 29 mostra como é feita
essa distribuição.

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IT
+
IT VR1
R1
IT
-
+
VT

+
IT IT R2 VR2

IT -

Fig.29 – Distribuição das Correntes no Circuito Série

Nesse ponto vamos aplicar a primeira Lei de Kirchhoff e a Lei de


OHM no circuito da figura 29 para calcular os valores da corrente (IT)
que circulam no mesmo e das tensões nos resistores (VR1) e (VR2).

Cálculo de IT

VT 12V
IT = = = 0,12 A
RT 40Ω + 60Ω
Cálculo de VR1

VR 2 = I T × R1 = 0 ,12 A × 40Ω = 4,8 V

Cálculo de VR2

VR 2 = I T × R2 = 0 ,12 A × 60 Ω = 7,2 V

Diante do que foi observado, você pode concluir que o resistor


de maior valor fica com a maior parte da tensão, enquanto que o de
menor valor fica com a menor parte.
Veja também, que quanto maior for o valor do resistor, maior
será a queda de tensão no circuito.

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Bibliografia
Capuano. Francisco Gabriel: Laboratório de Eletricidade e Eletrônica:
Editora:Érica

Wirthh. Almir: Eletricidade e Eletrônica Básica, Editora: Alta Books

Veley: Victor F.: Matemática para Eletrônica: Problemas Práticos e


Soluções: Editora: Hemus

Calçada, Caio Sérgio: Física Clássica: Eletricidade-2 grau:Editora Atual.

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