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A CIVILIZAÇÃO DO DESEJO:
CARACTERÍSTICAS DE UM INDIVÍDUO DENTRO DE UMA SOCIEDADE
CONSUMISTA:
um estudo da obra A felicidade paradoxal, de Gilles Lipovetsky
Belo Horizonte
2015
Emanuel Candido Lourenço
A CIVILIZAÇÃO DO DESEJO:
CARACTERÍSTICAS DE UM INDIVÍDUO DENTRO DE UMA SOCIEDADE
CONSUMISTA:
um estudo da obra A felicidade paradoxal, de Gilles Lipovetsky
Belo Horizonte
2015
A todos aqueles que passaram por minha vida
e que me ajudaram a chegar até aqui.
Dedico também a todos aqueles que estão
na busca de uma felicidade.
AGRADECIMENTOS
Este estudo se insere em uma busca filosófica entrelaçada com uma análise da
sociedade atual brasileira, acreditando que não se pode fazer filosofia sem se
enraizar no chão da vida, sem perceber o que acontece no momento presente
de uma sociedade em que o indivíduo se encontra e é influenciado a todo
instante. Far-se-á um estudo sobre três características de um indivíduo
segundo um dos mais importantes filósofos e sociólogo da atualidade. A
sociedade do consumo, denominada como a “civilização do desejo”, é
caracterizada por uma sociedade de hiperconsumismo, mercantilização dos
modos de vida e pela exacerbação do gosto pela novidade; neste horizonte, o
indivíduo se torna um ser individualista, hiperconsumista e com uma grande
insatisfação existencial, que circunda o sujeito Diante das leituras e ao das
análises de pesquisas conclui-se um crescente desenvolvimento da sociedade
para um hiperconsumismo. Os novos itens tecnológicos e individuais, muitos
deles supérfluos, tornam-se o sonho de consumo das pessoas, superando
segmentos mais tradicionais e essenciais, como educação e saúde.
Concluímos ainda que uma grande parte dos consumidores realiza gastos
que resultam em um quase imediato arrependimento ou descaso ao bem
adquirido.
Questo studio fa parte di una ricerca filosofica intrecciata con l'analisi della
attuale società brasiliana, credendo che non si può fare filosofia senza prendere
radici nel terreno della vita, senza rendersi conto che cosa accade nel momento
presente di una società in cui l'individuo si trova e del quale è influenzato in
ogni momento.Lo studio prenderà tre caratteristiche di un individuo utilizzando
uno dei più importanti filosofi e sociologi dell’attualità. La società dei consumi,
conosciuta come la "la civiltà dei desideri", è caratterizzata da una società
iperconsumista, di mercificazione degli stili di vita e l'aggravamento del gusto
per la novità; in questa prospettiva, l'individuo diventa un essere individualista,
iperconsumista e con una grande insoddisfazione esistenziale che circonda il
soggetto.Davanti alle letture ed analisi dell’ indagini si conclude un crescente
sviluppo della società per um iperconsumismo. I nuovi elementi tecnologici e
individuali, molti dei quali superflue, diventano il sogno delle persone,
superando i segmenti più tradizionali ed essenziali come l'istruzione e la sanità.
Inoltre possiamo concludere che una gran parte dei consumatori spendono e
quasi imediatamente dopo provano un rimpianto e trascurano la merce
acquistata.
Cette étude fait partie d'une recherche philosophique entrelacé à une analyse
de la société brésilienne actuelle, croyant que on ne peut pas faire de la
philosophie sans prendre racine dans le sol de la vie, sans se rendre compte ce
qui se passe dans le moment présent d'une société dans l’aquelle l'individu est
influencé en tout temps. On présente une étude sur trois caractéristiques d'un
individu selon un des les plus importants philosophes et sociologue
d'aujourd'hui. La société de consommation, connu comme “la civilisation du
désir”, que se caractérise par une société surconsumériste, une
commercialisation des modes de vie et de l'exacerbation du désir de la
nouveauté; dans cette perspective, l'individu devient un être individualiste et
surconsumériste, existentiellement insatisfait. Basé sur les lectures et l'analyse
des recherches on conclut un développement croissant de la société pour une
surconsommation. Les nouveaux objets technologiques et individuelles,
beaucoup d'entre eux superflus, deviennent le rêve de personnes, surpassant
les segments et les éléments essentiels plus traditionnels tels que l'éducation et
la santé. On également vérifie que les consommateur ont la tendance à se
repentir ou font mépris pour les produits achetés presque immédiatement aprés
l’achat.
1 INDIVIDUALISMO ......................................................................................... 20
2 HIPERCONSUMISMO .................................................................................. 30
4 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 40
20
1 INDIVIDUALISMO
helenísticos fizeram foi [...] postular como ideal superior o do sábio desprendido
da vida social.” (DUMONT, 1985, p. 41).
O fato é que o individualismo encontra-se presente há muito tempo em
nosso meio, iniciando de uma forma mais branda e estando constantemente
enraizado na nossa sociedade. É um caso presente, aceito por todos nós.
Nesse sentido ainda, Dumont apresenta que o:
Individualismo é de uma tão grande evidencia para nós que, no caso
presente, é correntemente aceito, sem mais rodeios, como uma
consequência da ruína da pólis grega e da unificação do mundo.
(DUMONT, 1985, p. 40-41)
1
Termo criado pelo autor Gilles Lipovetsky.
26
Pois uns crêem que é alguma das coisas visíveis e manifestas, como
o prazer, a riqueza ou as honrarias; outros, outra coisa; amiúde, uma
mesma pessoa opina coisas distintas: se está doente, a saúde; se é
pobre, a riqueza; os que dizem algo grande e que está acima de seu
alcance. Mas alguns crêem que, fora toda esta multidão de bens, há
algum outro que é bom por si mesmo e que é causa de que todos
aqueles sejam bens. (MARÍAS, 1989, p. 75).
2 HIPERCONSUMISMO
2
Termo utilizado por Gilles Lipovetsky.
31
3
Termo utilizado para se referir uma paródia do pensamento cartesiano: na conjuntura
contemporânea o “penso, logo existo” cede o seu lugar ao “consumo, logo existo”; a
impossibilidade do ser humano de participar desse processo consumista motiva a sua exclusão
da esfera dos indivíduos bem logrados socialmente. (BITTENCOURT, 2011)
32
material. Este jogo avassalador das marcas faz com que o indivíduo
constantemente busque novos produtos, criando uma nova mentalidade de
compra, como nos diz Arendt (1981, p. 138):
4
Nos meses de fevereiro a abril de 2014, 52% dos brasileiros fizeram alguma compra por
impulso, de acordo com um estudo do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). (MAIS DA
METADE...., 2014)
34
5
O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios
entre 2000 e 2012, segundo um relatório inédito divulgado nesta quinta-feira pela OMS
(Organização Mundial da Saúde). (OMS...,2014)
36
Aparece pela primeira vez nos anos 1920, populariza-se nos anos
1950-60, e seu êxito permanece absoluto em nossos dias, como
demonstra seu amplo uso na linguagem corrente, assim como nos
discursos mais especializados. A ideia de sociedade de consumo soa
agora como uma evidência, aparece como uma das figuras mais
emblemáticas da ordem econômica e da vida cotidiana das
sociedades contemporâneas. (LIPOVETSKY, 2008, p. 23)
Para Aristóteles, estes bens são relativos, não precisamos deles para
chegar à felicidade, mas complementos para tornar feliz a vida do ser humano.
São bens que nos levam a um ideal supremo.
Há outros filósofos que alegam que a busca da felicidade do homem
está na razão, na inteligência e não nos objetos externos, ou por assim dizer,
no consumo, assim diz:
O que faz a marca específica do homem é o pensamento e a razão
que o segue. É a atividade intelectual. Nesta encontra-se a fonte
principal das alegrias do homem, ou seja, a fonte donde provém a
verdadeira felicidade. Com efeito, a felicidade do homem consiste no
aperfeiçoamento da atividade que lhe é própria, ou seja, na atividade
segundo a razão. O homem deve, então, subordinar o sensível ao
racional. A subordinação da atividade sensível à atividade racional se
impõe. É o preço da felicidade humana e a condição da moral
humana. Portanto, para ser feliz, o homem deve viver pela
inteligência e segundo a inteligência (NODARI, 1997, p. 390).
3 O VAZIO EXISTENCIAL
Bauman (2008, p. 68) também diz que o homem moderno busca sua
felicidade individualmente, dentro de uma sociedade líquido-moderna dos
consumidores, onde cada membro é instruído, treinado e preparado por meios
e esforços individuais.
Ainda afirma que podemos buscar valores, a felicidade em qualquer bem
material, mas que cedo ou tarde iremos nos deparar com a verdade de que
estamos fugindo. Assim ele diz:
Qualquer um pode ter o prazer quando quiser, mas acelerar sua
chegada não torna o gozo desse prazer mais acessível
economicamente. Ao fim e ao cabo, a única coisa que podemos adiar
é o momento em que nos daremos conta dessa triste verdade.
(BAUMAN, 2010, p.13).
6
“Liquida” é a expressão usada por Zygmunt Bauman para se referir a pós-modernidade.
39
7
Dados retirado do artigo na BBC, conferir referência.
40
4 REFERÊNCIAS
NODARI, Paulo César. A ética aristotélica. Síntese Nova Fase. Belo Horizonte:
UFMG, v. 24, n. 78, 1997, p. 383-410.
FRANCISCO. Carta encíclica Laudato si. São Paulo: Ed. Paulus, 2015.
MAIS DA METADE dos brasileiros compra por impulso, mostra pesquisa. UOL,
São Paulo, 13 maio 2014. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/05/13/mais-de-metade-dos-
brasileiros-compra-por-impulso-diz-spc.htm> acesso em: 15 setembro 2014 as
15:00.
NODARI, Paulo César. A ética aristotélica. In: Síntese Nova Fase. Belo
Horizonte: UFMG, v. 24, n. 78, 1997, p. 383-410.