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LÍNGUA PORTUGUESA

Prof. Doutora ROSANE REIS PROMILITARES  AFA/EFOMM/EN  MÓDULO 15

SUMÁRIO

TEORIA DA COMUNICAÇÃO ___________________________________________________ 3


1. COMUNICAÇÃO ___________________________________________________________ 3
2. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO _____________________________________________ 3
3. AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM SEGUNDO JAKOBSON _____________________________ 4
3.1. FUNÇÃO EMOTIVA _______________________________________________________ 5
3.2. FUNÇÃO CONATIVA (OU APELATIVA) ________________________________________ 5
3.3. FUNÇÃO REFERENCIAL ____________________________________________________ 6
3.4. FUNÇÃO FÁTICA ________________________________________________________ 6
3.5. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA _______________________________________________ 7
3.6. FUNÇÃO POÉTICA _______________________________________________________ 7
4. ARTE, LITERATURA E LINGUAGEM ____________________________________________ 9
4.1. LINGUAGEM LITERÁRIA ___________________________________________________ 9
4.2. LINGUAGEM NÃO-LITERÁRIA ______________________________________________ 10
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO ________________________________________________ 12
EXERCÍCIOS DE COMBATE _____________________________________________________ 16
GABARITO _________________________________________________________________ 22

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TEORIA DA COMUNICAÇÃO

1. COMUNICAÇÃO

Segundo o linguista M. A. K. Halliday, a linguagem tem duas grandes funções básicas. Uma é responsável
pela relação entre o indivíduo e o conjunto de suas experiências com a realidade; outra, mais evidente,
está intimamente relacionada ao aspecto social da comunicação. Comunicação é o ato ou efeito de emitir,
transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer por meio da
linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico
especializado, sonoro e / ou visual. A comunicação, portanto, é um processo que envolve a transmissão e a
recepção de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações,
transmitidas por intermédio de recursos físicos (fala, audição, visão etc.) ou de aparelhos e dispositivos
técnicos, são codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso de sistemas convencionados de
signos ou símbolos sonoros, escritos, iconográficos, gestuais etc.

A comunicação verbal é uma propriedade exclusiva do homem, e, nesse caso o código utilizado é o idioma
que se manifesta na linguagem falada ou na linguagem escrita.

2. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Elementos da comunicação são as instâncias necessárias e fundamentais para que a comunicação ocorra.
Em conjunto, eles formam a cadeia da comunicação, pois são os fatores constitutivos de todo processo
linguístico, de todo ato de comunicação humana. Basicamente, o processo de comunicação humana
envolve seis elementos:

Emissor(remetente ou transmissor) – é o elemento que fala, que emite a mensagem.

Receptor (destinatário) – é o elemento que recebe e decodifica a mensagem.

Referente – é o elemento extralinguístico a que se faz referência na mensagem. É o assunto sobre o


qual se fala.

Canal – é o suporte físico da mensagem, o veículo transportador. Na escrita o canal é o papel e a


intensidades dos raios luminosos que chegam à retina. Na comunicação direta, o canal é a corrente de
ar através da qual o som percorre.

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Código – é o sistema de signos comuns ao transmissor e ao receptor. Na linguagem verbal, é o idioma.

Mensagem – é a manifestação da informação através de um código, é o conjunto de sinais emitidos no


processo de comunicação. É o conjunto de palavras e frases emitidas na comunicação para formalizar
em linguagem o que se diz, aquilo que se transmite.

3. AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM SEGUNDO JAKOBSON

O linguista russo Roman Jakobson propôs o esquema a seguir, que sistematiza os elementos constitutivos
de todo ato de comunicação verbal, argumentando que a ênfase em cada um desses elementos caracteriza
uma função linguística específica. Um remetente ou emissor envia uma mensagem a um destinatário.
A mensagem deve referir-se a um contexto ou referente para ser recebida pelo destinatário ou receptor.
Estes devem, também, conhecer, ao menos parcialmente, o código usado para descodificar a mensagem,
que precisa ainda trafegar por um canal físico, estabelecendo uma conexão psicológica entre o remetente
e o destinatário, facultando a ambos entrar e permanecer em comunicação.

Como dissemos, segundo Jakobson, o enfoque em cada um desses seis fatores determina uma diferente
função da linguagem, a saber:

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3.1. FUNÇÃO EMOTIVA

É a função que predomina em frases com as quais um “eu enunciador” expressa os seus estados
emocionais. A linguagem coloca em evidência o emissor da mensagem e visa a uma expressão direta da
atitude do falante em relação àquilo de que está falando. Mostra as impressões verdadeiras ou simuladas,
indicando a atitude de alguém diante de um fato. Representa, em síntese, uma exteriorização psíquica.

A função emotiva da linguagem encontra nas frases exclamativas seu meio mais típico de expressão.
Predominam nesta função os elementos de 1ª pessoa gramatical ou qualquer elemento denunciador de
um estado de espírito.

“Que horror, meu Deus! Quanta devastação e tristeza! ”

“Da vez primeira que me assassinaram,

Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. ” (Mário Quintana)

3.2. FUNÇÃO CONATIVA (OU APELATIVA)

É a função própria dos enunciados com os quais o emissor da mensagem busca produzir comportamentos
em nossos interlocutores. Coloca em evidência o destinatário da mensagem pois a linguagem é empregada
com o intuito de persuadir o destinatário.

Tem sua expressão mais pura no vocativo e no imperativo, caracterizando ordem, pedido ou sugestão etc.
Predominam os elementos de 2ª pessoa gramatical.

“Por favor, não me deixe sozinho nessa empreitada.”

“Volta, vem viver outra vez ao meu lado.”

(Lupiscínio Rodrigues)

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3.3. FUNÇÃO REFERENCIAL

É a função da linguagem que se manifesta para a comunicação de conteúdos de consciência. São exemplos
típicos dessa função o ato de dar ou receber informações. A linguagem coloca em evidência o referente, o
assunto do qual se fala. Assim, a função referencial está em quase todo enunciado, pois dificilmente existe
ato comunicativo desprovido de informação.

Como se apoia na significação básica da linguagem, caracteriza-se por expressões claras e objetivas.
Predominam os elementos gramaticais de 3ª pessoa.

“O Congresso votará amanhã a reforma tributária.”

“Não há fenômeno teatral sem a conjunção da tríade ator, texto, público.”

3.4. FUNÇÃO FÁTICA

É a função da linguagem presente nos atos comunicativos cuja finalidade pode ser testar a existência ou
não de contato durante o processo comunicativo ou manter um ambiente de relacionamento afetiva ou
socialmente favorável, tais como cumprimentos e saudações em geral. Assim, ela se manifesta para
estabelecer, manter ou encerrar o processo de comunicação. Além disso testa o canal de comunicação. Por
conta disso, coloca em evidência o meio de contato do processo comunicativo entre o emissor e o
receptor.

Uma das marcas linguísticas da função fática são os marcadores conversacionais, tais como “entende?”,
“sei...”, “estou entendendo...” , “está ouvindo?” etc.

“Bom dia senhores. Estão me ouvindo bem?”

“Alô! quem está falando? Fale mais alto.”

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3.5. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

Nessa função a linguagem é utilizada para explicar o no próprio código linguístico ou discutir o próprio
processo discursivo. Por isso considera-se função metalinguística a metanarrativa e os metapoemas.

É comum apresentar definições, que explicitam o valor semântico do próprio signo linguístico.

“Ratificar é confirmar; retificar é corrigir.”

“Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.”

(Manuel Bandeira)

3.6. FUNÇÃO POÉTICA

A função poética da linguagem se manifesta pela utilização da linguagem para produzir mensagens que se
impõem à atenção do leitor/ouvinte pela forma como elas estão construídas. Normalmente na função
poética, a linguagem tem finalidade estética, e a mensagem torna-se importante não pelo que ela
proclama, mas pelo modo como ela proclama seus significados. Assim, ela põe em evidência a própria
mensagem enunciada, valorizando a forma de expressão. É o que acontece, em particular, na linguagem
poética e, em segundo plano, na linguagem publicitária

Como há preocupação com os aspectos estéticos, a linguagem apresenta recursos estilísticos, conotações,
linguagem figurada etc., que buscam traduzir criação estética.

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“Da vez primeira que me assassinaram,

Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.”

(Mário Quintana)

“Vida, vento, vela leva-me daqui.” (Belchior)

“A chuva nas poças d’água são as estrelas da terra.”

“É sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio acorrentado ao pedal.
Indefeso homem, frágil maquina, arremete impávido colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o
ciclista por muito favor derrubou o boné.”

(Dalton Trevisan)

As funções da linguagem não são estanques; portanto em um único texto pode-se


encontrar mais de uma função da linguagem. Haverá, contudo, a predominância de uma
delas, que está relacionada à intencionalidade discursiva do enunciador. A estrutura verbal
da mensagem depende basicamente dessa função predominante.

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4. ARTE, LITERATURA E LINGUAGEM

Para estabelecer melhor a oposição entre a função referencial e a função poética da linguagem,
desenvolvemos aqui o conceito de arte literária, em que a função poética da linguagem tem sua
manifestação mais legítima, construindo-se sem finalidade pragmática, sem evidenciar propriamente o
conteúdo proclamado.

Arte é a criatividade em busca de valores estéticos. Literatura é a arte da palavra. A linguagem literária,
portanto, deve ser elaborada como material estético, com criatividade, buscando, sobretudo, surpreender
pela forma da expressão. Assim, frequentemente, a linguagem literária se constrói sobre as ruínas da
linguagem intelectiva.

Em consequência disso a linguagem pode se apresentar como expressividade artística ou de forma


intelectiva habitual. Como vimos nas suas funções, a linguagem apresenta variações significativas, em
consequência do uso que dela fazemos e do propósito com que a empregamos. É a partir dessas variações,
do uso e do propósito linguístico que se estabelece a linguagem literária e não-literária:

4.1. LINGUAGEM LITERÁRIA

É a linguagem que apresenta recursos expressivos que chamam a atenção para o modo como ela própria
está construída.

CARACTERÍSTICAS:

- Uso da conotação.

- Tem por objetivo emocionar esteticamente o leitor.

- Predomínio da função poética da linguagem.

- Importância à elaboração da mensagem.

- Várias interpretações a partir da plurissignificação.

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EXEMPLOS:

“E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem
nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do
dia.”

(Clarice Lispector)

“Não era uma angústia dolorosa; era leve, quase suave. Como se eu tivesse de repente o sentimento vivo
de que aquele momento luminoso era precário e fugaz, a grossa tristeza da vida, com seu gosto de solidão
subiu, um instante dentro de mim, para me lembrar que eu devia ser feliz aquele momento, pois aquele
momento ia passar. ”

(Rubem Braga)

4.2. LINGUAGEM NÃO-LITERÁRIA

É a linguagem construída em obediência aos padrões da linguagem meramente intelectiva na


comunicação.

CARACTERÍSTICAS:

- Uso da denotação.

- Tem por objetivo a informação.

- Predomínio da função referencial da linguagem.

- Importância ao referente, ao assunto.

-Interpretação única, sem ambiguidades.

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EXEMPLO:

“Sexo é o melhor remédio contra celulite. É o que diz pesquisa publicada ontem na revista alemã
“Glamour”.

(Jornal do Brasil 20 de janeiro de 2002 – Informe JB)

“O PT age a favor da fidelidade partidária ao dar prioridade ao programa da legenda, deixando em plano
secundário projetos e visões ideológicas individuais.”

(O Globo. 13 de dezembro de 2003 – Editorial)

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TEXTO I

Mulher assassinada

Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encontraram, na madrugada de ontem, perto da Praça
da Sé, o corpo de uma mulher aparentando 30 anos de idade. Segundo depoimentos de pessoas que
trabalham nos bares próximos, trata-se de uma prostituta conhecida como Poe Nenê. Ela foi assassinada a
golpes de faca. A polícia descarta a hipótese de assalto, pois sua bolsa, com a carteira de dinheiro, foi
encontrada junto ao corpo. O caso está sendo investigado pelo delegado do 2º distrito policial.

(Jornal da Cidade, 10 set. 1994)

TEXTO II

Pequena crônica policial

Jazia no chão, sem vida, Antes que o mundo lhe desse


E estava toda pintada! A sua maldita sina:
Nem a morte lhe emprestara Sem nada saber da vida,
A sua grave beleza... De vícios ou de perigos,
Com fria curiosidade, Sem nada saber de nada...
Vinha gente a espiar-lhe a cara, Com a sua trança comprida,
As fundas marcas da idade, Os seus sonhos de menina,
Das canseiras, da bebida... Os seus sapatos antigos!
Triste da mulher perdida
Que um marinheiro esfaqueara!
Vieram uns homens de branco,
Foi levada ao necrotério.
E quando abriam, na mesa,
O seu corpo sem mistério,
Que linda e alegre menina
Entrou correndo no Céu?!
Lá continuou como era

(Mário Quintana – Prosa & verso)

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1. Os textos I e II trazem certas semelhanças entre si. Que há em comum nos textos acima?
a) A temática
b) A organização da linguagem
c) A forma de abordagem do tema.
d) A intenção discursiva.
e) O posicionamento no narrador diante da matéria narrada.

2. Que aspectos distinguem os textos I e II, a partir da análise dos mesmos, considerando sua linguagem?
a) denotação – função referencial (Texto II)
b) função poética – ênfase no assunto (Texto II)
c) criatividade linguística – função poética (Texto II)
d) ênfase na mensagem – função referencial (texto I)
e) texto jornalístico - ênfase no leitor (Texto I)

TEXTO III

Nova Poética

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.


Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco [muito bem engomada, e na primeira esquina passa
[um caminhão, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de [lama.
É a vida.
O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. (...)

(Manuel Bandeira)

3. As funções da linguagem predominantes na "Nova Poética" são:


a) metalinguística - referencial.
b) conativa - metalinguística.
c) poética - conativa.
d) emotiva - conativa.
e) referencial - fática.

4. As funções da linguagem predominantes no texto acima se justificam pelos seguintes fatores:


a) criatividade linguística e informatividade.
b) metadiscursividade e informatividade.
c) ênfase no assunto e apelo ao leitor.
d) impressões pessoais e interpelação.

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5. Leia a estrofe abaixo:

Oh! Ter vinte anos sem gozar de leve


A ventura de uma alma de donzela!
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!

(Álvares de Azevedo)

A abundância de adjetivos, as exclamações, a 1ª pessoa identificam no texto a função da linguagem:


a) conativa
b) emotiva
c) poética
d) metalinguística
e) fática.

6. Leia o texto abaixo:

Nunca mais andarei de bicicleta


Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa Danúbio Azul!
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
(Murilo Mendes)

As funções da linguagem predominantes nos versos 4 e 7 são:


a) metalinguística / conativa
b) fática / emotiva
c) conativa / emotiva
d) poética / fática
e) poética / metalinguística

7. (Fei) Assinalar a alternativa em que a função apelativa da linguagem é a que prevalece:


a) Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim...
b) "Não discuto com o destino / o que pintar eu assino"
c) Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros.
d) Conheça você também a obra desse grande mestre.
e) Semântica é o estudo da significação das palavras.

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8. (AFA-03) Assinale a afirmativa correta sobre texto literário e texto não-literário:


a) O texto literário tem função estética, enquanto o não-literário tem função utilitária.
b) Conhece-se um texto literário pelo seu conteúdo, pelos temas abordados.
c) Só pode ser considerado um texto literário um texto ficcional.
d) predomina, no texto não-literário, a linguagem conotativa, que mais expressiva.

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1. (EsPCEx-95) Leia o texto e assinale a alternativa correta:

A um passarinho

Para que vieste


Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis
Deixa-te de histórias
Some-te daqui.

(Vinicius de Morais)

Quanto à análise do texto acima, pode-se afirmar que:


a) a facilidade com que se pode reconstituir o fato narrado e as informações precisas veiculadas pelo
texto provam a não-existência de elementos ficcionais; a função de linguagem predominante é a
denotação ou referencial.
b) no quinto verso, o próprio autor esclarece que seu texto não tem caráter poético, o que confere ao
texto a função metalinguística da linguagem.
c) apesar de escrito em versos, o texto acima não é literário, porque, nos dois últimos versos, o próprio
autor diz claramente não querer contar histórias; neles, ocorre a função apelativa ou conativa, própria
da linguagem de propaganda.
d) no sétimo verso, o próprio autor esclarece que seu texto também não está escrito em prosa; é,
portanto, um texto não-literário.
e) apesar das referências a fatos da realidade, o texto é literário, e a função de linguagem predominante é
a emotiva.

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2. (AFA-01) Leia o excerto abaixo extraído de uma suposta entrevista de Riobaldo, personagem de Grande
sertão: veredas:

“Mire e veja o leitor e a leitora: se não houvesse Brasil, não haveria Grande sertão: veredas, não haveria
Riobaldo. Deviam ter pensado que pelo menos para isso serviu. E o resto é silêncio ou melhor, mais uma
pergunta senhor Riobaldo. O que é silêncio?”
R – O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.”
(Roberto Pompeu de Toledo – Veja)

No trecho acima predominam as seguintes funções da linguagem:


a) poética e fática.
b) fática e conativa.
c) expressiva e poética.
d) conativa e metalinguística.

Leia o texto abaixo para responder à questão seguinte:

Busca

Minha infância é hoje


aquele peixe de prata
que escorregou da mão
como se fosse sabão.
Mergulho no antigo rio
atrás do peixe vadio.
Quem viu? Quem viu?
Minha infância é hoje
aquele papagaio fujão
no ar, sua muda canção.
Subo nos galhos da goiabeira
atrás do falaz papagaio.
Me segura, me segura
senão eu caio.

(Astrid Cabral)

3. (EsPCEx-98) No texto anterior, as duas funções da linguagem facilmente identificáveis são:


a) referencial e emotiva.
b) referencial e fática.
c) poética e emotiva.
d) poética e apelativa.
e) emotiva e metalinguística.

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4. (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o linguista Roman Jakobson, "dificilmente lograríamos (...)
encontrar mensagens verbais que preenchem uma única função... A estrutura verbal de uma mensagem
depende basicamente da função predominante".

"Meu canto de morte


Guerreiros, ouvi.
Sou filho das selvas
Nas selvas cresci
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.”

No texto acima, de Gonçalves Dias, manifestam-se que funções da linguagem?


a) poética, conativa e referencial.
b) poética, referencial e fática.
c) poética, fática e emotiva.
d) emotiva, fática e referencial.
e) conativa, fática e metalinguística.

5. Leia o texto abaixo e, a seguir assinale a opção adequada sobre as funções da linguagem, considerando
sua ordem de predominância.

"Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria
tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata.
Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o
pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho.
Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes."
(Graciliano Ramos)

a) Função emotiva e função poética


b) Função referencial e função emotiva.
c) Função poética e função referencial.
d) Função poética e função metalinguística.
e) Função emotiva e função referencial.

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6. Leia o texto abaixo:

"Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego
desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de
granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de
Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam
trocados no cavalo e no asno."
(Machado de Assis)

Considerando o sentido textual, assinale a correlação inadequada, considerando as passagens do texto e as


funções da linguagem:
a) “Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela” – Função poética
b) “três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." –
Função referencial.
c) “em verdade, há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e
o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae” – Função referencial.
d) “não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência” – Função poética
e) “por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." – Função referencial.

7. (AFA-03) Leia atentamente o trecho abaixo de Oswald de Andrade.

"E tia Gabriela sogra grasnadeira grasnou graves grosas de infâmia."

Trata-se de um texto literário porque:


a) o plano do conteúdo prevalece, priorizando, assim, o que se diz, em vez de o modo como se diz.
b) é possível fazer um resumo do texto, sem perder o essencial em nenhum dos planos.
c) o plano da expressão (sons) articula-se com o plano do conteúdo, contribuindo para a significação
global.
d) o uso estético da linguagem é sacrificado em função de uma abordagem mais denotativa.

8. (AFA-02) Leia os períodos abaixo, observando as palavras em negrito.

I. “Para o jogador ‘cavador’, cabia não mais do que um prêmio de consolação.”

II. “Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução dos anseios, esperanças, sonhos e identidade
cultural daquele momento.”

III. O cê-dê-efe é diminuído, menosprezado, é um pobre-diabo que obtém bons resultados porque se mata
de estudar.

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Quanto aos fragmentos I, II e III, é incorreto afirmar que:


a) no período I, a palavra cavador está delimitada por aspas para indicar, além de outros aspectos, uma
impropriedade vocabular.
b) no período II, tem-se uma série sinonímica das palavras anseios, esperanças e sonhos.
c) no período III, cê-dê-efe e pobre-diabo são vocábulos conotativos que caracterizam o bom aluno.
d) há no período III, emprego de linguagem figurada, entretanto se nota o predomínio da linguagem
referencial.

9. (AFA-02 – adaptado) Relacione a 2ª coluna à 1ª e, a seguir, assinale a alternativa correta.

1ª coluna 2ª coluna

1. Função referencial ( ) Só levo uma saudade – é dessas sombras


2. Função expressiva Que eu sentia velar nas noites minhas...
3. Função conativa De ti, ó minha mãe! pobre coitada
4. Função metalinguística Que por minhas tristezas te definhas!

( ) O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

( ) O coração é composto de três tipos principais de músculo


cardíaco: músculo atrial, músculo ventricular e fibras musculares
condutoras excitatórias especializadas.

( ) Vantagens exclusivas do assinante EXAME.


Assine e ganhe: Negócios EXAME

a) 1-3-2-4
b) 2-4-1-3
c) 3-2-4-1
d) 4-1-3-2

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10. (ITA-99) Assinale a opção que apresenta a função da linguagem predominante nos fragmentos abaixo:

(I)
Maria Rosa quase que aceitava, de uma vez, para resolver a situação em que se achavam. Estiveram um
momento calados.
– Gosta de versos?
– Gosto...
– Ah!
Pousou os olhos numa olegrafia.
– É brinde de farmácia?
–É
– Bonita...
– Acha?
– Acho... Boa reprodução...

(Orignenes Lessa. O feijão e o sonho)

(II)
Sentavam-se ro que é de graça: banco de praça pública.
E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Para a grande glória de Deus.
Ele: Pois é.
Ela: Pois é quê?
Ele: Eu só disse "pois é!"
Ela: Mas "pois é" o quê?
Ele: melhor mudar de conversa porque você não me entende.
Ela: Entender o quê?
Ele: Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já.

(Clarice Lispector. A hora da estrala)

a) poética
b) fática
c) referencial
d) emotiva
e) conativa

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EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
1.
Sendo texto de natureza e linguagem diferentes, o que há em comum entre eles é a temática: o
assassinato de uma prostituta.
RESPOSTA: A

2.
O texto II é um poema, com uma linguagem em função poética, que evidencia a criatividade da linguagem,
ao passo que o texto I é jornalístico, apresenta linguagem em função referencial, evidenciando o assunto
de que trata.
RESPOSTA: C

3.
As funções da linguagem predominantes no poema são a metalinguística e a referencial; aquela caracteriza
a metadiscursividade, esta, as informações contidas no texto.
RESPOSTA: A

4.
A metadiscursividade é a referência que se faz ao universo discursivo do texto, caracterizada pela função
metalinguística; a informatividade está relacionada às referências a que o texto faz, caracterizadas pela
função referencial da linguagem.
RESPOSTA: B

5.
A abundância de adjetivos, as exclamações, a 1ª pessoa são marcas de subjetividade, caracterizadoras da
função emotiva da linguagem.
RESPOSTA: B

6.
As funções poética e fática são caracterizadas, respectivamente, pela metáfora “valsa Danúbio Azul” e pela
expressão de despedida em “Adeus, puro amor”.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Doutora ROSANE REIS PROMILITARES  AFA/EFOMM/EN  MÓDULO 15

RESPOSTA: D
7.
Em “Conheça você também a obra desse grande mestre.” Manifesta-se, pelo verbo no imperativo, a função
apelativa (conativa) da linguagem, pela intenção de influenciar o comportamento do interlocutor da
mensagem.
RESPOSTA: D

8.
O texto literário tem função estética, pois nele o que importa é o valor artístico proclamado pela
linguagem. O texto não-literário tem função utilitária, pois sua linguagem está a serviço de uma
determinada prática social.
RESPOSTA: A

EXERCÍCIOS DE COMBATE
1.
RESPOSTA: E

2.
RESPOSTA: D

3.
RESPOSTA: C

4.
RESPOSTA: A

5.
RESPOSTA: E

6.
RESPOSTA: E

7.
RESPOSTA: C

8.
RESPOSTA: A
9.
RESPOSTA: B

10.
RESPOSTA: B
23

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