Responsabilidade Social
Material Teórico
Materiais
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Materiais
• Recursos Naturais;
• Os Rs;
• Os Resíduos Sólidos;
• Avaliação dos Impactos Ambientais;
• Comunicação;
• Desmaterialização.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os principais materiais utilizados no design e seus impac-
tos na fabricação, uso e descarte.
· Refletir sobre o consumo consciente de produtos e a interferência
do projeto.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Materiais
Recursos Naturais
As etapas de produção de qualquer produto são muito diversificadas, exigindo um
amplo leque de recursos naturais e industriais. A exploração das florestas em busca
de madeira para transformar em papel; a extração de minerais para a produção
de metais; a areia para a produção do vidro; e a química do petróleo para resinas
sintéticas servem de base para boa parte dos produtos vendidos hoje.
Ar e água
O ar e a água são recursos frágeis, que devem ser explorados com muita pre-
caução. A poluição dos rios, dos mares e a degradação da qualidade do ar são
problemas graves e de grande complexidade de se encontrar soluções. Os proces-
sos industriais já incluem formas de minimizar, porém ainda estão longe de serem
100% eficientes, pois ainda produzem produtos com projetos que não colocam
esses recursos como prioridade.
Ar
A poluição do ar é sem dúvida um dos mais perniciosos dos problemas ligados
à proteção ambiental. A fumaça das chaminés das fábricas e dos gases dos
escapamentos dos carros são os problemas mais visíveis, porém dentro do processo
industrial o uso de produtos químicos impacta o ar, podendo causar doenças
em seus funcionários e na população ao redor. O uso massivo de solventes, por
exemplo, serve para a limpeza de equipamentos, para a diminuição da viscosidade
das tintas, chegando até a participar diretamente de usa produção. Os solventes
químicos estão em todos os lugares e alguns são extremamente tóxicos, fazendo
parte dos compostos orgânicos voláteis (COV) que quando inspirados causam
grandes problemas à saúde. Na escolha de fornecedores, é importante identificar se
em seu processo são usados filtros eficientes para minimizar esse tipo de impacto,
ou que solventes à base de água.
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Água
A água, essencial para a sobrevivência humana, tornou-se um recurso crítico, e
pouco valorizado ao longo do desenvolvimento humano. A agricultura e as indús-
trias são seus principais consumidores.
· Falta de saneamento;
· Falta de coleta de esgoto;
· Terrenos impermeáveis.
Petróleo
Após a era do carvão, a economia atual se baseia na energia fornecida pelo pe-
tróleo, porém a disponibilidade desse recurso fóssil é tema de debate. Sua renova-
ção não acontece no mesmo ritmo do consumo humano, sendo, por esse motivo,
considerado um recurso finito, colocando o mundo em ameaça por sua escassez;
onde guerras acontecem em seu nome.
Energia
A energia é um setor econômico e ecológico estreitamente ligado. Boa parte da
energia produzida no mundo vem da queima e de matérias-primas como o carvão
ou o petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial, começaram a surgir outras fontes
de energia com o objetivo de minimizar a dependência do petróleo, e buscar outras
fontes de energia mais limpas.
Se analisarmos o ciclo de vida de qualquer produto, a energia é atuante em todas
as suas etapas e um dos grandes causadores do impacto ambiental.
O Brasil, como país privilegiado de recursos hídricos, tem como matriz energética
as hidrelétricas, considerada energia limpa, por não emitir gazes poluidores. O que
demanda grandes áreas inundadas para a contenção e a produção dessa energia,
provocando um grande impacto no seu entorno.
As fontes de energia alternativa são aquelas que se apresentam ao uso das fontes
tradicionais de energia (petróleo, gás natural, hídrica e carvão mineral, principal-
mente). As fontes alternativas de energias são renováveis, pouco ou não poluentes,
além de apresentar a vantagem de ter baixos índices de agressão ambiental.
Exemplos de fontes alternativas de energia;
· Energia eólica – gerada a partir do vento;
· Energia solar (fotovoltaica) – gerada a partir dos raios solares;
· Energia geotérmica – obtida a partir do calor contida nas camadas mais
profundas da terra;
· Energia mare motriz (das marés) – gerada a partir da energia contida nas
ondas do mar;
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UNIDADE Materiais
Madeira
Para se produzir uma tonelada de papel são necessárias até 3 (três) toneladas
de madeira (10 a 20 árvores), aproximadamente 10 mil litros de água (mais do que
qualquer outra atividade industrial) e 5 mil kW/hora de energia, (o quinto lugar na
lista das atividades industriais que mais consomem energia) (IDEC,2004).
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Os Rs
Os “Rs” foram criados, originalmente, como sendo os 3 (Reduzir, Reutilizar e
Reciclar). Eles surgiram como resultado da Segunda Guerra Mundial. Na época,
devido à guerra, havia escassez de materiais e a implementação da política dos
Rs era para ajudar as empresas a lidarem com a falta de recursos. Ao fim da
Segunda Guerra Mundial, o conceito dos 3 Rs foi se popularizando à medida que
crescia a preocupação pelo implemento de políticas ambientais.
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UNIDADE Materiais
Os Resíduos Sólidos
Um dos marcos legais para a gestão de resíduos sólidos no Brasil foi a publicação
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal no. 12.305/10) e sua regula-
mentação pelo Decreto Federal no. 7.404/10.
Tabela 1
Resíduo Sólido Rejeito
O rejeito é o resíduo após todas as possibilidades de
O resíduo sólido é gerado a partir da sobra de determinado
×
reaproveitamento ou de reciclagem já terem sido esgotadas
produto (embalagem, casca) ou processo (uso do produto),
e não houver solução final para o item ou parte dele.
mas pode ser consertado, servir para outra finalidade
As únicas destinações plausíveis são encaminhá-lo para um
(reutilização) ou até ser reciclado.
aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração.
Fonte: Definição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 2014
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rios ou em área de atendimento médico nas dependências da indústria devem
ser tratados como Resíduos de Serviços de Saúde, observando a Resolução
CONAMA nº 358/ 05 (Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos
resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências) e de legislações locais.
• Resíduos da construção civil: são gerados nas construções, nas reformas,
nos reparos e nas demolições de obras de construção civil, incluídos os resul-
tantes da preparação e da escavação de terrenos para obras civis. As obras
de construção civil realizadas pela organização (reformas, ampliações, etc.)
devem observar a Resolução CONAMA nº 307/02, que estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
• Resíduos de serviços de transportes: são originários de portos, de aeropor-
tos, de terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e de passagens de
fronteira.
• Resíduos de mineração: são gerados na atividade de pesquisa, de extração
ou de beneficiamento de minérios.
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Não geração
Redução
PRIORIDADE
Reutilização
Reciclagem
Tratamento
Rejeito
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Desta forma, inúmeros programas e instrumentos de gestão ambiental são uti-
lizados para que os processos 100% eficientes possam ser atingidos e, se não
atingido, controlado e seus rejeitos gerenciados em acordo com boas práticas e
legislações aplicáveis.
Para que uma organização alcance uma meta de geração de rejeitos nula ou
mesmo que reduza de forma significativa os resíduos sólidos que origina, é impor-
tante que uma avaliação completa de seu processo e atividades de suporte ao mes-
mo seja realizada, para a identificação de oportunidades de melhoria e um novo
projeto de design.
Rejeito Zero significa uma economia 100% eficiente em termos de
recursos, onde, como na natureza, os fluxos de materiais são cíclicos e
tudo é reutilizado ou reciclado sem causar danos de volta à sociedade
ou à natureza. Nesse conceito a palavra “Rejeitos” deixa de existir,
porque tudo será visto como um recurso. (World Business Council for
Sustainable Development-WBCSD, 2002).
Logística Reversa
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a logística reversa é um ins-
trumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto
de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
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A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) assegura uma análise sistemática dos im-
pactos ambientais. Tem por objetivo garantir que responsáveis pela tomada de decisão
apresentem soluções adequadas à população e ao meio ambiente, gerando medidas de
controle e de proteção, medidas mitigadoras e compensatórias, conforme o impacto.
Metodologia
Os métodos ou as técnicas de avaliação dos impactos visam a identificar, avaliar
e sintetizar os efeitos de um determinado projeto ou programa nas áreas de influ-
ência ambiental de um determinado empreendimento.
O diagnóstico ambiental visa a dar uma visão geral dos impactos e de sua carac-
terização, analisando as interações com o ambiente, produzidas pela implantação e
pela operação do empreendimento, geradoras dos impactos ambientais.
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Comunicação
As declarações ambientais apresentam-se como importantes aliadas da comuni-
cação dos valores ambientais de um produto para o consumidor, pois, ao mesmo
tempo em que valorizam o desenvolvimento do setor produtivo, convidam a socie-
dade a repensar seus hábitos de consumo.
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UNIDADE Materiais
×
impacto, possibilitando a melhoria ambiental contínua fortalecendo a cadeia de reciclagem. Todas as embalagens
orientada pelo mercado. Esse tipo de rotulagem agrega um devem conter esta identificação técnica, mesmo que na
diferencial e, por isso mesmo, deve ser usado com ética e prática nem todas sejam enviadas para reciclagem, por não
com transparência para não confundir, iludir e tampouco existirem processos técnicos ou economicamente viáveis na
distorcer conceitos de sustentabilidade. região em que foram descartadas.
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Figura 3 – Símbolo do Descarte Seletivo
Fonte: ABRE, 2012
A assimilação dos dados apresentados nos selos exige tempo, esforço e deman-
da cognitiva. Comunicado de forma rápida e compreensível a uma primeira olhada,
o selo de certificação seria uma espécie de “marca verde”, dispensando o consumi-
dor do trabalho de organizar informações complexas.
Os primeiros selos obrigatórios surgiram na Europa, nos anos 1940, com caráter
de advertência. Eles tinham a função de destacar a presença de substâncias quími-
cas potencialmente danosas à saúde do consumidor. Atualmente, os selos também
têm a função de enfatizar questões específicas como a pegada de carbono, os ali-
mentos orgânicos, a presença de transgênicos e o comércio justo.
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Sua metodologia se apoia na Análise do Ciclo de Vida (ACV), contemplando
os seguintes elementos: extração e processamento de matéria-prima, fabricação,
transporte e distribuição, usos do produto, reutilização, manutenção, reciclagem,
descarte final, ingredientes ou restrições a materiais utilizados e desempenho am-
biental do processo de produção.
A evolução no uso de certificações pode e deve ser vista como um passo im-
portante na busca por processos industriais mais sustentáveis. Se usadas com se-
riedade, representam uma oportunidade real de engajamento do setor privado na
solução de problemas ambientais em escala apropriada, além de um instrumento
tangível de medição de impacto.
organização com o objetivo de prover uma imagem ecologicamente responsável dos seus
produtos ou serviços. Com o objetivo de descrever, de entender e de quantificar o crescimento
do greenwashing no mercado, a consultora de marketing ambiental canadense TerraChoice
desenvolveu uma metodologia de pesquisa em que, através dos padrões observados, classificou
tais apelos falsos ou duvidosos em sete categorias, chamadas de The seven sins of greenwashing:
custo ambiental camuflado; falta de prova; incerteza; culto a falsos rótulos; irrelevância; do
“menos pior”; e mentira (TERRACHOICE, 2010).
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Desmaterialização
Manzini em seu livro “O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos
ambientais dos produtos industriais” (Edusp/2002) traz a abordagem do conceito
de ecodesign que estava centrada no ciclo de vida de um produto (como reduzir
gastos com matéria-prima, energia e lixo, desde o nascimento até o descarte de
um artefato).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Associação Brasileira de Normas Técnicas
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
https://goo.gl/htTbjH
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólido
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólido (Sinir)
https://goo.gl/G7w6K3
Materiotecas
https://goo.gl/oUeYGe
https://goo.gl/419Ps7
https://goo.gl/VKDdsj
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UNIDADE Materiais
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO/TR 14062:
Gestão ambiental: integração de aspectos ambientais no projeto e no desenvolvi-
mento do produto. Rio de Janeiro, 2004.
________. NBR ISO 14040. Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida: princí-
pios e estrutura. Rio de Janeiro, 2009.
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IDEC. O lado escuro do papel. Revista do IDEC, São Paulo, v. 1, ed. 77, mai.
2004. Disponível na internet em: <http://www.idec.org.br/uploads/revistas_ma-
terias/pdfs/2004-04-ed77-servico-ambiente.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2018.
TWEDE, D.; GODDARD, R. Materiais para embalagens. São Paulo: Blucher, 2009.
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