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KAVÁFIS
145 POEMAS
TRADUÇÃO E APRESENTAÇÃO
MANUEL RESENDE
APRESENTAÇÃO DE KONSTANTINOS KAVÁFIS
Konstantinos Kaváfis (nascido em Alexandria, a 29 de abril de
1863, morto na mesma Alexandria, a 29 de abril de 1933, dia do
70.º aniversário) ocupa um lugar singularíssimo na poesia euro-
peia: um lugar à margem, numa espécie de fronteira ou borda,
fora das correntes principais, quer históricas, quer literárias,
quer de vida comum.
Nascido num país árabe, pertencia à comunidade grega
minoritária. Pela sua língua e cultura, não tinha uma tradição
literária nacional recente a que se reportar ou de que se distan-
ciar. A cultura de onde bebia tinha raízes muito antigas, é certo;
mas, ocupada pelo Império Otomano, a Grécia vivera centenas
de anos à margem da literatura europeia.
Acresce que Kaváfis se situava na margem dessa margem.
Era grego, descendente pela língua de Platão e Aristóteles, mas atra-
vés das colónias gregas do Médio Oriente, pelo que as suas referên-
cias eram muito carregadas de memórias do período bizantino.
Era, além disso, homossexual assumido, o que vinha acen-
tuar a sua posição excêntrica, como que vincando por um factor
pessoal e intransmissível todas as outras marginalidades.
Convém insistir num ponto, talvez difícil de apreender
para um espírito «ocidental». Quando a Grécia se tornou inde-
pendente, faltava-lhe uma literatura elaborada. Não conhecera
os trovadores, o renascimento, o barroco, o classicismo, etc., não
tinha modelos para se guiar ou a que reagir.
Não tinha sequer uma língua fixada. De facto, o Estado
nascente adoptara a katharévoussa, uma espécie de grego «depu-
rado» (que pretendia preservar certas formas gramaticais e cer-
tos termos antigos e limpar a língua de influências estrangeiras,
nomeadamente turcas), mas o povo falava demótico, um falar
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muito simplificado e, de resto, sujeito a inúmeras variantes dia-
lectais. Alguns escritores, essencialmente poetas, adoptaram a
língua falada do povo, mas os círculos oficiais e os conservadores
insistiam na katharévoussa. A luta entre as duas línguas degene-
rou inclusive em batalhas campais, como quando apareceu a pri-
meira tradução de excertos da Bíblia em demótico.
A questão tinha as suas conotações ideológicas e políticas.
O jovem Estado-nação sentia-se vazio de identidade, tanto mais
quanto, na Europa a norte, não faltavam vozes a afirmar que o
povo grego não tinha nada a ver com os gregos clássicos. Jakob
Philipp Fallmerayer, um duvidoso historiador, jornalista e políti-
co austríaco, assegurava que os gregos da época não tinham uma
«única gota de sangue» dos homens do tempo de Péricles, eram
escuros e não louros de olhos azuis. O recurso à katharévoussa
constituía uma espécie de ponte que ligava o jovem país à Hélada
de outros tempos e afirmava a continuidade da nação e da raça.
Era pois um instrumento de afirmação do nacionalismo. Só que
o povo não entendia essa língua arrevesada, daí as controvérsias e
os antagonismos que só haviam de terminar nos anos 70 do século
XX, com a adopção definitiva do demótico como língua nacional.
(Note-se que também neste particular Kaváfis se manti-
nha à parte: utilizava indiferentemente as duas versões da língua
grega, jogando com elas para produzir efeitos de sentido subtis,
mas expressivos.)
Esse mesmo impulso nacionalista impregnava a vida artís-
tica da Grécia. As escolas literárias sucediam-se (romantismo,
parnasianismo, simbolismo), mas o pendor nacionalista manti-
nha-se. Os poetas e prosadores tentavam apropriar-se da tradição
ocidental e enraizá-la na vida cultural do país, cantando a gesta
da independência e da afirmação nacional – e por formas que não
se viam tão exacerbadas noutras paragens. Os grandes comerci-
antes financiavam um prémio nacional de poesia, e o rei presidia
à respectiva sessão final de apresentação dos vencedores.
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Kóstis Palamás, um poeta que dominou a cena literária
durante toda a vida de Kaváfis e mesmo após a sua morte (até à
segunda guerra mundial), foi convidado a escrever a letra do hino
das Olimpíadas modernas e recitava regularmente os seus poe-
mas perante grandes audiências. O seu funeral, em 1943, cons-
tituiu mesmo uma gigantesca manifestação contra a ocupação
alemã, tendo Ánguelos Sikelianós, outro poeta relativamente
popular, pronunciado na ocasião um vibrante discurso de afir-
mação nacional contra o ocupante.
Palamás escreveu, como outros, para além de poesia líri-
ca, longos poemas de exaltação nacional (como O Dodecálogo do
Cigano ou A Flauta do Rei). Esse mesmo Palamás considerava
que a poesia de Kaváfis não era poesia, mas jornalismo (Kaváfis
retribuía-lhe, acusando-o de romantismo).
E, de facto, não há em Kaváfis réstia de exaltação nacional,
nem relatos de altos feitos, nem sonhos de futuros grandiosos. E os
seus poemas contam pequenas histórias, estão impregnados de um
ambiente íntimo, são «ditos» em voz baixa, passam-se em tabernas
e quartos e na alma dos personagens que os habitam. Da tradição
cultural da Grécia clássica escolhe, não os momentos de glória, mas
os vencidos, os marginais, os não gregos. Quando vai buscar exem-
plos à Ilíada, é para os comparar aos troianos, ou para celebrar
Sarpédon (um combatente do lado derrotado da guerra de Tróia)
ou os cavalos de Aquiles... No seu mundo, pululam seres de todas as
origens, judeus, sírios, bárbaros helenizantes diversos que consti-
tuíam a amálgama de povos do helenismo e do Império bizantino.
A sua poesia parece prosaica, a expressão situa-se ao rés da
língua, flui sem floreados nem metáforas, foge às palavras «poéti-
cas» que constituem o armazém banal dos bardos.
No entanto, é tudo menos simples; desde já, pela variedade
de discursos e protagonistas (sim, nos seus versos, como num
teatro, «falam» os mais variados personagens e cada um deles
tem a sua forma de expressão própria).
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Mas ainda, pela riqueza da composição poética: Kaváfis
recorre ao decapentassílabo da poesia popular, mas também a
vários metros estruturados pelo ritmo iâmbico. Usa a metrifica-
ção com grande liberdade: num poema pode passar de um metro
para outro ou para o verso livre, utilizar rima no início e deixá-
-la cair a seguir. Creio que se sente a mudança do tom e da atmos-
fera. Um exemplo desse recurso é-nos dado em Cesarião: no
início do poema o verso é rimado (nem sempre com coerência),
e a rima dá-lhe um tom levemente sarcástico. Depois, chega
Cesarião e o poeta vira-se para versos brancos de dez ou doze
sílabas, fortemente ritmados pelo iambo, envolvendo tudo numa
«música» cativante, como que atraindo o pequeno César para a
sua intimidade.
Ou por outras palavras: a aparente simplicidade, o tom
prosaico, é fruto de um longo trabalho.
Em primeiro lugar, foi precisa uma lenta evolução para criar
uma voz própria. Como os seus contemporâneos, o poeta, fez na
juventude experiências com o estilo romântico e parnasiano. No
seu espólio encontramos traduções de Shakespeare e de Dante, mas
também de Keats, Shelley, Baudelaire (Kaváfis falava inglês, francês
e italiano) e é de pensar que, como os outros poetas gregos, tenha
tentado adaptar as correntes literárias estrangeiras à cultura grega.
Esses poemas, porém, foram repudiados, e a sua maneira
madura, que só lhe chegou tarde, é completamente diferente e
transcende as influências.
Em segundo lugar, Kaváfis submetia as suas obras a um
constante trabalho de aperfeiçoamento, levando anos a apurar
algumas delas. Não deixou um livro: ia divulgando num pequeno
círculo de amigos, ou em revistas, este e aquele poema; por vezes,
reunia num caderno alguns deles antes distribuídos em folhas
volantes e, para o fim da vida, começou a confeccionar pastas de
arquivo destinadas ao seu «público». Regularmente, substituía
poemas pela nova versão.
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Em terceiro lugar, as pequenas histórias que ia registando
estão aí para criar um ambiente e indirectamente insinuarem um
outro sentido. São como que pretextos, pré‑textos, apontam para
outro texto. Quase sempre mostram subtilmente, muitas vezes
com quase imperceptível ironia, como os homens estão mergu-
lhados num mundo que os ultrapassa, que os derrota – e como a
sua verdadeira grandeza consiste em estar à altura dessa mesma
derrota.
Quando falam de grandeza e de brilhantes feitos, é sempre
numa terceira voz, mergulhada no tempo da narração e incons-
ciente dos perigos que aí vêm e vão desmentir o que essa voz está
a dizer, perigos que o poeta conhece e espera que os seus leitores
conheçam. O poema Em 200 a.C. é um exemplo disso. Mas talvez o
caso mais interessante seja o de Alexandre Janeu e Alexandra: al-
guém relata que o rei e a rainha desfilam vitoriosos pelas ruas de
Jerusalém e que o cortejo é o culminar da gesta gloriosa de Judas
Macabeus e seus irmãos. O exagero dos elogios, repetidos no fim
do poema, é suspeito. E tanto mais suspeito quanto, pelo meio, se
percebe que Alexandre Janeu de certa maneira estabeleceu mui-
tos compromissos com os soberanos «helénicos e helenizantes»:
ora, Judas Macabeu, que, pela guerra de guerrilha, conseguiu
restaurar o templo de Jerusalém, nunca aceitou compromissos
políticos com os Selêucidas helénicos. Por outro lado, Alexandre
Janeu foi um tirano cruel e um manobrador, aliando‑se a um
selêucida para combater outro, e mudando de aliança consoante
as circunstâncias; foi, além disso, responsável pela morte de mi-
lhares e milhares de judeus seus oponentes (Kaváfis exige de nós
que conheçamos algo da história de Bizâncio e do helenismo e
isso é uma das dificuldades maiores da sua poesia).
Um outro aspecto desconcertante consiste no facto de,
ao narrar as suas histórias de pequenos acidentes do passado,
de acontecimentos concretos, Kaváfis se alçar, precisamente por
isso, a um patamar muito abstracto, mas não preso na rede das
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palavras, não cristalizado em conceitos: despidos dos mitos na-
cionalistas ou do amor romântico, esses acontecimentos por as-
sim dizer em bruto inscrevem na carne e na memória os traços
mais fundos e primitivos da experiência humana, algo que não
há palavras para dizer.
É o que se dá exemplarmente com o amor homossexual
(ou deveremos dizer «eros» em vez de «amor»?): reprimido pela
sociedade do seu tempo, como que jorra com a sua força primi-
tiva, rompendo todas as barreiras, movido apenas pelo impulso
erótico que une dois corpos e dois seres. Sim, podem condená‑lo,
pode ser sórdido e pobre o ambiente em que surge e que o envolve,
pode ser ilícito, mas toca algo muito fundo e deixa uma marca
intemporal. Algo que não se pode dizer, a não ser indirectamente.
Do mesmo modo, os poemas históricos vão enraizar‑se na
relação mais primitiva que se pode imaginar: a trágica inserção
do indivíduo num fluir de acontecimentos que o afogam. Os
seres humanos agem, é certo, mas a História é um rio caudaloso
cujas forças os subjugam e os surpreendem.
E, por fim, cabe assinalar que o tempo é como que um
personagem profundamente inscrito na poesia de Kaváfis. Ele
fala constantemente do tempo. Inúmeros poemas trazem datas,
como a série dos Dias (Dias de 1903, Dias de 1896, etc.), ou os
poemas históricos: Mires, Alexandria 340 d.C., Em 200 a.C., 31
a.C. Em Alexandria, etc. e as datas não poucas vezes têm a sua
importância para a compreensão do texto. Mas não é só o tempo
cronológico que tem importância, também o tempo como fil-
tro do passado visto do presente. «O envelhecer do meu corpo
e do meu rosto,/ uma ferida de terrível faca», diz Jason, filho de
Cleandro, mas o poeta Kaváfis pode dizer também: «Os anos
da minha juventude, a minha vida de prazer —/ que claramente
vejo agora o seu sentido.»
O tempo, com o seu passar, deixa ficar um depósito de bele-
za e verdade. E o que acontece no íntimo de cada vida, acontece
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na História. Aqueles acontecimentos imprevisíveis do passado,
surgem agora a outra luz. Kaváfis dizia-se poeta-historiador. Sim,
acreditava que, ao recontar as suas pequenas histórias, estava a
revelar a verdade do destino humano.
Esta poesia não foi bem acolhida no seu tempo. Mas, uma
geração depois, os grandes poetas (Seféris, Ritsos e Elýtis, Nicolas
Calas) renderam‑lhe homenagem e reconheceram o seu contribu-
to para o modernismo grego. Quanto mais não fosse, isto só por si
provaria a novidade do seu estilo e o seu carácter profundamente
inovador.
As traduções que se seguem abrangem 145 dos 154 poemas
publicados em vida por Kaváfis, na versão final que deixou. Ou-
tras edições juntam‑lhe os poemas de juventude por ele repudi-
ados e os que deixou não publicados, muitas vezes incompletos.
Não me considero suficientemente preparado para entrar nesse
material, que exige, no meu entender, um estudo aturado dos
manuscritos, coisa que não poderia fazer.
Note-se que nove poemas dos 154 canónicos, não os conse-
gui traduzir. Uma ou outra dificuldade surgiu, ou o resultado não
me satisfez: a nossa passagem neste mundo, necessariamente cur-
ta, nem sempre nos permite chegar a este ou aquele destino.
Nos que traduzi, procurei restituir a métrica ou as rimas
(quando as há), tendo assinalado nas notas finais os poemas em
que não consegui respeitar a rima, por esta ou aquela razão. Pro-
curei também reproduzir o ritmo do verso (geralmente iâmbico,
usado com liberdade, como atrás referido). Saliente‑se, a este res-
peito, aquilo que Seféris chamava «o tango do Kaváfis»: uma com-
posição em que o verso é partido a meio (facto assinalado por um
espaço em branco maior no hemistíquo) sendo ambas as metades
fortemente ritmadas por três tempos fortes (exemplo disto é o
poema Jura).
Tudo isto foi mais ou menos bem conseguido e preferi mui-
tas vezes fugir à estrita observância das regras a retorcer demasiado
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a prosódia. Em minha defesa saliento a diferença das línguas
neste particular.
Por fim, resta explicar a ordem por que aparecem os poe-
mas. Como se disse atrás, Kaváfis ia reunindo os seus poemas em
colecções que distribuía por um círculo restrito de amigos. Nes-
sas colecções, os poemas tinham a data da primeira publicação.
Quando morreu circulavam três colecções: Poemas 1905‑1915,
Poemas 1916‑1918 e Poemas 1919‑1932; a isto acrescente‑se um
grupo de poemas publicados entre 1897 e 1904, alguns dos quais
não foram acolhidos nessas três colecções (o chamado Caderno de
Sengopoulos). Na nossa edição, seguiu‑se a ordem das três colec-
ções, incluindo‑se no final os poemas do Caderno de Sengopoulos
não incluídos nelas.
Numeraram‑se os poemas pela ordem indicada, saltando
‑se números quando a respectiva tradução falta.
Eis a partição dos poemas (com a numeração desta edição)
segundo as indicadas colecções:
— Poemas 1905-1915: 1-40;
— Poemas 1916‑1918: 41-68;
— Poemas 1919‑1933: 69‑138;
— Caderno de Sengopoulos: 139‑154.
Manuel Resende
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KONSTANTINOS
KAVÁFIS
145 POEMAS
Η ΠOΛΙΣ
Είπες· «Θα πάγω σ' άλλη γη, θα πάγω σ' άλλη θάλασσα.
Μια πόλις άλλη θα βρεθεί καλλίτερη απ' αυτή.
Κάθε προσπάθεια μου μια καταδίκη είναι γραφτή·
κ' είν' η καρδιά μου – σαν νεκρός – θαμένη.
Ο νους μου ως πότε μες στον μαρασμόν αυτόν θα μένει.
Όπου το μάτι μου γυρίσω, όπου κι αν δω
ερείπια μαύρα της ζωής μου βλέπω εδώ,
που τόσα χρόνια πέρασα και ρήμαξα και χάλασα.»
18
1
A CIDADE*
(1910)
* Um asterisco a seguir ao título (incluindo este) remete para uma nota no final do livro. As notas são
brevíssimas e destinam-se apenas a providenciar elementos para a compreensão do contexto dos poemas.
19
Η ΣΑΤΡΑΠΕIΑ
20
2
A SATRAPIA*
(1910)
21
ΣΟΦOI ΔΕ ΠΡΟΣΙOΝΤΩΝ
22
3
SABEM OS SÁBIOS O QUE SE AVIZINHA*
(1915)
23
ΜAΡΤΙΑΙ ΕΙΔΟI
24
4
IDOS DE MARÇO*
(1911)
25
ΤΕΛΕΙΩΜEΝΑ
26
5
FIM
(1911)
27
ΑΠΟΛΕIΠΕΙΝ Ο ΘΕOΣ ΑΝΤΩΝΙΟΝ
28
6
O DEUS ABANDONA ANTÓNIO*
(1911)
29
Ο ΘΕOΔΟΤΟΣ
30
7
TEÓDOTO*
(1915)
31
ΜΟΝΟΤΟΝIΑ
32
8
MONOTONIA
(1908)
33
ΙΘAΚΗ
34
9
ÍTACA
(1911)
35
και γέρος πια ν' αράξεις στο νησί,
πλούσιος με όσα κέρδισες στο δρόμο,
μη προσδοκώντας πλούτη να σε δώσει η Ιθάκη.
36
E que já velho aportes à tua ilha
Rico do que ganhaste no caminho
Não esperando de Ítaca riquezas.
37
OΣΟ ΜΠΟΡΕIΣ
38
10
QUANTO PUDERES
(1913)
39
ΤΡΩΕΣ
40
11
TROIANOS*
(1905)
41
Ο ΒΑΣΙΛΕΥΣ ΔΗΜHΤΡΙΟΣ
42
12
O REI DEMÉTRIO*
(1906)
43
Η ΔOΞΑ ΤΩΝ ΠΤΟΛΕΜΑIΩΝ
44
13
A GLÓRIA DOS PTOLOMEUS*
(1911)
45
Η ΣΥΝΟΔΕIΑ ΤΟΥ ΔΙΟΝΥΣΟΥ
46
14
O SÉQUITO DE DIONISO*
(1907)
47
Η ΔΥΣΑΡEΣΚΕΙΑ ΤΟΥ ΣΕΛΕΥΚIΔΟΥ
Δυσαρεστήθηκεν ο Σελευκίδης
Δημήτριος να μάθει που στην Ιταλία
έφθασεν ένας Πτολεμαίος σε τέτοιο χάλι.
Με τρεις ή τέσσαρες δούλους μονάχα·
πτωχοντυμένος και πεζός. Έτσι μια ειρωνία
θα καταντήσουν πια, και παίγνιο μες στην Ρώμη
τα γένη των. Που κατά βάθος έγιναν
σαν ένα είδος υπηρέται των Ρωμαίων
το ξέρει ο Σελευκίδης, που αυτοί τους δίδουν
κι αυτοί τους παίρνουνε τους θρόνους των
αυθαίρετα, ως επιθυμούν, το ξέρει.
Αλλά τουλάχιστον στο παρουσιαστικό των
ας διατηρούν κάποια μεγαλοπρέπεια·
να μη ξεχνούν που είναι βασιλείς ακόμη,
που λέγονται (αλλοίμονον!) ακόμη βασιλείς.
48
16
O DESGOSTO DO SELÊUCIDA*
(1915)
Contristou-se o Selêucida
Demétrio quando soube que a Itália
tão mofino chegara um Ptolomeu.
Com três ou quatro escravos tão-somente;
a pé e esfarrapado. A tal escárnio
se acharão reduzidos nessa Roma
os seus avós. Que afinal se converteram
numa espécie de servos dos romanos;
o Selêucida sabe que a seu bel-prazer
os romanos concedem e tiram os tronos,
conforme o seu capricho, bem o sabe.
Mas, ao menos, em aparência,
que os reis guardem alguma majestade;
não esqueçam que são reis ainda,
que ainda os tratam – ai! – por reis.
49
Κ' έπειτα παρουσιάσθηκε σαν κακομοίρης
και σαν πτωχάνθρωπος στην Σύγκλητο,
έτσι με πιο αποτέλεσμα να ζητιανέψει.
50
Depois, como um pobre diabo desventurado
apresentou-se no Senado,
pr’ assim com mais efeito mendigar.
51
ΟΡΟΦEΡΝΗΣ
52
17
OROFERNES*
(1915)
53
Οι Καππαδόκες γρήγορα τον βγάλαν·
και στην Συρία ξέπεσε, μες στο παλάτι
του Δημητρίου να διασκεδάζει και να οκνεύει.
54
Os capadócios depressa o expulsaram
e refugiou-se na Síria, no palácio
de Demétrio, a divertir-se e a preguiçar.
55
ΑΛΕΞΑΝΔΡΙΝΟI ΒΑΣΙΛΕIΣ
Μαζεύθηκαν οι Αλεξανδρινοί
να δουν της Κλεοπάτρας τα παιδιά,
τον Καισαρίωνα, και τα μικρά του αδέρφια,
Αλέξανδρο και Πτολεμαίο, που πρώτη
φορά τα βγάζαν έξω στο Γυμνάσιο,
εκεί να τα κηρύξουν βασιλείς,
μες στη λαμπρή παράταξι των στρατιωτών.
56
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REIS ALEXANDRINOS
(1912)
Os alexandrinos apinharam-se
para verem os filhos de Cleópatra,
Cesarião e seus irmãos menores,
Ptolomeu e Alexandre, que por vez primeira
em público se mostravam, no Ginásio,
para ali os proclamarem reis,
ante uma rútila parada militar.
57
ο Καισαρίων όλο χάρις κ’ εμορφιά
(της Κλεοπάτρας υιός, αίμα των Λαγιδών)·
κ’ οι Aλεξανδρινοί έτρεχαν πια στην εορτή,
κ’ ενθουσιάζονταν, κ’ επευφημούσαν
ελληνικά, κ’ αιγυπτιακά, και ποιοι εβραίικα,
γοητευμένοι με τ’ ωραίο θέαμα –
μ’ όλο που βέβαια ήξευραν τι άξιζαν αυτά,
τι κούφια λόγια ήσανε αυτές η βασιλείες.
58
Cesarião, todo graça e beleza
(filho de Cleópatra, sangue dos Lágidas);
corriam já os alexandrinos à festa,
entusiasmavam-se e aclamavam
em grego e em egípcio e alguns em hebreu,
fascinados pelo formoso espectáculo –
só que, bem sabiam o que aquilo valia,
que vãs palavras eram esses reinos.
59
ΦΙΛEΛΛΗΝ
60
19
FILELENO*
(1912)
61
ΤΑ ΒHΜΑΤΑ
62
20
OS PASSOS*
(1909)
63
ΗΡΩΔΗΣ ΑΤΤΙΚOΣ
64
21
HERODES ÁTICO*
(1912)
65
ΤΥΑΝΕΥΣ ΓΛΥΠΤΗΣ
66
22
ESCULTOR DE TIANA
(1911)
67
ΛΥΣIΟΥ ΓΡΑΜΜΑΤΙΚΟΥ ΤAΦΟΣ
68
23
TÚMULO DE LÍSIAS GRAMÁTICO*
(1914)
69
ΕΥΡIΩΝΟΣ ΤAΦΟΣ
70
24
TÚMULO DE EURÍON*
(1914)
71
ΟΥΤΟΣ ΕΚΕIΝΟΣ
72
25
É ELE*
(1909)
73
ΤΑ ΕΠΙΚIΝΔΥΝΑ
74
26
OS PERIGOS*
(1911)
75
ΜΑΝΟΥHΛ ΚΟΜΝΗΝOΣ
76
27
MANUEL COMNENO*
(1915)
77
ΠΟΛΥ ΣΠΑΝIΩΣ
78
29
CASO RARO
(1913)
79
ΖΩΓΡΑΦΙΣΜEΝΑ
80
31
PINTURA
(1915)
81
ΘAΛΑΣΣΑ ΤΟΥ ΠΡΩIΟΥ
82
32
MAR DA MANHÃ
(1915)
83
ΙΩΝΙΚOΝ
84
33
JÓNIA*
(1911)
85
ΣΤΟΥ ΚΑΦΕΝΕIΟΥ ΤΗΝ ΕIΣΟΔΟ
86
34
À ENTRADA DO CAFÉ
(1915)
87
ΜΙΑ ΝΥΧΤΑ
88
35
UMA NOITE
(1915)
89
ΕΠEΣΤΡΕΦΕ
90
36
VOLTA
(1912)
91
ΜΑΚΡΥA
92
37
LONGE
(1914)
93
ΟΜΝΥΕΙ
94
38
JURA*
(1915)
95
ΕΠHΓΑ
96
39
FUI
(1913)
97
ΠΟΛΥEΛΑΙΟΣ
98
40
CANDELABRO
(1914)
99
ΑΠ' ΤΕΣ ΕΝΝΙA
100
41
DESDE AS NOVE
(1918)
101
ΝOΗΣΙΣ
102
42
COMPREENSÃO
(1918)
103
ΠΡEΣΒΕΙΣ ΑΠ' ΤΗΝ ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ
104
44
EMBAIXADORES DE ALEXANDRIA*
(1918)
105
ΑΡΙΣΤOΒΟΥΛΟΣ
106
45
ARISTÓBOULOS*
(1918)
107
θάβρισκε τρόπο το αδέρφι της να σώσει·
βασίλισσα είναι τέλος, θα μπορούσε κάτι.
Πώς θα θριαμβεύουν τώρα και θα χαίρονται κρυφά
η μοχθηρές εκείνες, Κύπρος και Σαλώμη·
η πρόστυχες γυναίκες Κύπρος και Σαλώμη. –
Και νάναι ανίσχυρη, κι αναγκασμένη
να κάνει που πιστεύει τες ψευτιές των·
να μη μπορεί προς τον λαό να πάγει,
να βγει και να φωνάξει στους Εβραίους,
να πει, να πει πώς έγινε το φονικό.
108
Se Mariamna imaginasse, ou suspeitasse,
teria achado modo de salvar o irmão;
afinal é rainha, algo teria feito.
Como às ocultas hão-de exultar com o seu triunfo
essas infames Chipre e Salomé,
essas rameiras, Chipre e Salomé.
Ver-me assim impotente e obrigada
a fingir que acredito nas mentiras deles!
Não poder recorrer ao povo,
sair à rua e gritar aos judeus,
dizer, dizer como se fez o crime.
109
ΚΑΙΣΑΡIΩΝ
110
46
CESARIÃO
(1918)
111
χλωμός και κουρασμένος, ιδεώδης εν τη λύπη σου,
ελπίζοντας ακόμη να σε σπλαχνισθούν
οι φαύλοι – που ψιθύριζαν το «Πολυκαισαρίη»
112
estarias na conquistada Alexandria,
pálido e cansado, ideal na tua dor,
esperando ainda a piedade
da canalha que murmurava: «Césares demais».
113
Η ΔΙΟΡIΑ ΤΟΥ ΝEΡΩΝΟΣ
114
47
O PRAZO DE NERO
(1918)
115
ΕΙΣ ΤΟ ΕΠIΝΕΙΟΝ
116
48
NO PORTO
(1918)
117
EΝΑΣ ΘΕOΣ ΤΩΝ
118
49
UM DOS SEUS DEUSES*
(1917)
119
ΛAΝΗ ΤAΦΟΣ
120
50
TÚMULO DE LANES
(1918)
121
ΙΑΣH ΤAΦΟΣ
122
51
TÚMULO DE JASES
(1917)
123
ΕΝ ΠOΛΕΙ ΤΗΣ ΟΣΡΟΗΝHΣ
124
52
NUMA CIDADE DE OSROENE
(1917)
125
ΙΓΝΑΤIΟΥ ΤAΦΟΣ
126
53
TÚMULO DE INÁCIO
(1917)
127
ΓΙΑ ΤΟΝ ΑΜΜOΝΗ, ΠΟΥ ΠEΘΑΝΕ 29 ΕΤΩΝ, ΣΤΑ 610
128
55
A AMONES, MORTO AOS VINTE NOVE ANOS, EM 610
(1917)
129
ΑΙΜΙΛΙΑΝOΣ ΜΟΝAΗ, ΑΛΕΞΑΝΔΡΕΥΣ, 628 - 655 Μ.Χ.
130
56
EMILIANO MONAES, ALEXANDRINO, 628-655 D.C.*
(1918)
131
OΤΑΝ ΔΙΕΓΕIΡΟΝΤΑΙ
132
57
QUANDO DESPERTAREM
(1916)
133
ΗΔΟΝH
134
58
PRAZER
(1917)
135
ΕΤΣΙ ΠΟΛΥ ΑΤEΝΙΣΑ
136
59
TANTO CONTEMPLEI
(1917)
137
ΕΝ ΤΗ ΟΔΩ
138
60
NA RUA
(1916)
139
Η ΠΡΟΘHΚΗ ΤΟΥ ΚΑΠΝΟΠΩΛΕIΟΥ
140
61
A MONTRA DA TABACARIA
(1917)
141
ΕΝ ΕΣΠEΡΑ
142
63
NA NOITE
(1917)
143
ΓΚΡIΖΑ
144
64
CINZENTOS
(1917)
Amámo-nos um mês.
Foi-se depois para Esmirna, creio,
para trabalhar – e não nos vimos mais.
145
ΚAΤΩ ΑΠ' ΤΟ ΣΠIΤΙ
Και χθές
σαν πέρασ' απ' τον δρόμο τον παληό,
αμέσως ωραϊσθηκαν απ' την γοητεία του έρωτος
τα μαγαζιά, τα πεζοδρόμια, η πέτρες,
και τοίχοι, και μπαλκόνια, και παράθυρα·
τίποτε άσχημο δεν έμεινεν εκεί.
146
65
DIANTE DA CASA
(1918)
E, ontem,
quando passei pela velha rua,
p’la magia do amor belas ficaram de repente
as lojas, as ruelas, a calçada,
as paredes, as varandas e as janelas.
Nada ali ficara de sórdido.
147
ΤΟ ΔΙΠΛΑΝO ΤΡΑΠEΖΙ
148
66
A MESA DO LADO
(1918)
149
ΘΥΜHΣΟΥ, ΣΩΜΑ...
150
67
RECORDA CORPO
(1918)
151
ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1903
152
68
DIAS DE 1903
(1917)
153
Ο HΛΙΟΣ ΤΟΥ ΑΠΟΓΕΥΜΑΤΟΣ
154
69
O SOL DA TARDE
(1919)
155
ΝΑ ΜΕIΝΕΙ
156
70
VEIO FICAR
(1919)
157
ΤΩΝ ΕΒΡΑIΩΝ (50 Μ.Χ.)
158
71
DOS HEBREUS (50 D.C.)
(1919)
159
IΜΕΝΟΣ
160
72
ÍMENOS*
(1919)
161
ΤΟΥ ΠΛΟIΟΥ
162
73
A BORDO
(1919)
163
ΔΗΜΗΤΡIΟΥ ΣΩΤHΡΟΣ (162-150 Π.Χ.)
164
74
DE DEMÉTRIO SÓTER (162-150 A.C.)*
(1919)
165
Α στην Συρία μονάχα να βρεθεί!
Έτσι μικρός απ’ την πατρίδα έφυγε
που αμυδρώς θυμούνταν την μορφή της.
Μα μες στην σκέψι του την μελετούσε πάντα
σαν κάτι ιερό που προσκυνώντας το πλησιάζεις,
σαν οπτασία τόπου ωραίου, σαν όραμα
ελληνικών πόλεων και λιμένων. –
Και τώρα;
Τώρα απελπισία και καϋμός.
Είχανε δίκιο τα παιδιά στην Ρώμη.
Δεν είναι δυνατόν να βασταχθούν η δυναστείες
που έβγαλε η Κατάκτησις των Μακεδόνων.
166
Ah, se ao menos estivesse na Síria!
Saíra tão pequeno dessa sua pátria
que uma difusa lembrança tinha da sua imagem.
Mas sempre estava no seu pensamento
como algo sagrado que ao venerar se sente perto,
como a visão de uma bela paisagem, como um sonho
de cidades e portos gregos. –
E agora?
Agora, desesperança e tristeza.
Tinha razão a juventude em Roma.
Era impossível manterem-se as dinastias
que gerou a Conquista macedónica.
167
ΕIΓΕ ΕΤΕΛΕΥΤΑ
168
75
SE É QUE MORREU*
(1920)
169
τους πολύ λίγους που είχαν μείνει. Άλλωστε – ασήμαντος
άνθρωπος και δειλός – στο φανερόν
έκανε τον Χριστιανό κι αυτός κ’ εκκλησιάζονταν.
Ήταν η εποχή καθ’ ήν βασίλευεν,
εν άκρα ευλαβεία, ο γέρων Ιουστίνος,
κ’ η Αλεξάνδρεια, πόλις θεοσεβής,
αθλίους ειδωλολάτρας αποστρέφονταν.
170
dos pouquíssimos que ainda restavam. Aliás,
pessoa insignificante e medrosa
que, em público, por outro lado, se fazia
de cristão e frequentava a igreja.
Era a época em que reinava
o velho Justino na piedade mais extrema,
e em que Alexandria, terra a Deus temente,
os malditos idólatras havia renegado.
171
ΓΙΑ ΝAΡΘΟΥΝ –
172
77
QUE VENHAM
(1920)
173
Ο ΔΑΡΕIΟΣ
174
78
DARIO*
(1920)
175
Και νάταν μόνο αναβολή, πάλι καλά.
Αλλά να δούμε αν έχουμε κι ασφάλεια
στην Αμισό. Δεν είναι πολιτεία εκτάκτως οχυρή.
Είναι φρικτότατοι εχθροί οι Ρωμαίοι.
Μπορούμε να τα βγάλουμε μ’ αυτούς,
οι Καππαδόκες; Γένεται ποτέ;
Είναι να μετρηθούμε τώρα με τες λεγεώνες;
Θεοί μεγάλοι, της Ασίας προστάται, βοηθήστε μας. –
176
E se fosse só um atraso, já não era mau.
Mas vamos ver se podemos estar seguros
em Amiso, que não é lá muito fortificada.
Terríveis inimigos os romanos.
Poderemos nós capadócios medir-nos
com eles? Alguma vez será possível?
Medir agora forças com as suas legiões?
Deuses poderosos, guardiães da Ásia, socorrei-nos. –
177
AΝΝΑ ΚΟΜΝΗΝH
178
79
ANA COMNENA*
(1920)
179
ΒΥΖΑΝΤΙΝOΣ AΡΧΩΝ, ΕΞOΡΙΣΤΟΣ, ΣΤΙΧΟΥΡΓΩΝ
180
80
UM NOBRE BIZANTINO, NO EXÍLIO, VERSIFICADOR*
(1921)
181
Η ΑΡΧH ΤΩΝ
182
81
A SUA ORIGEM
(1921)
183
ΜΕΛΑΓΧΟΛIΑ ΤΟΥ ΙAΣΟΝΟΣ ΚΛΕAΝΔΡΟΥ·
ΠΟΙΗΤΟΥ ΕΝ ΚΟΜΜΑΓΗΝH· 595 Μ.Χ.
184
83
MELANCOLIA DE JASON, FILHO DE CLEANDRO,
POETA DE COMAGENA (595 D.C.)*
(1921)
185
Ο ΔΗΜAΡΑΤΟΣ
186
84
DEMARATO*
(1921)
187
»Πολλές φροντίδες, πολλή σκέψις και για τούτο
είν’ έτσι ανιαρές του Δημαράτου η μέρες·
πολλές φροντίδες, πολλή σκέψις και για τούτο
καμιά στιγμή χαράς δεν έχει ο Δημάρατος·
γιατί χαρά δεν είν’ αυτό που αισθάνεται
(δεν είναι· δεν το παραδέχεται·
πώς να το πει χαρά; εκορυφώθ’ η δυστυχία του)
όταν τα πράγματα τον δείχνουν φανερά
που οι Έλληνες θα βγούνε νικηταί.»
188
«São muitos os cuidados, muita a reflexão e por isso
são tão penosos os dias de Demarato;
são muitos os cuidados, muita a reflexão e por isso
não tem Demarato nem um instante de alegria;
pois não é alegria o que sente
(não é; não pode aceitá-lo;
como chamar-lhe alegria? O seu infortúnio chegou ao limite)
quando claramente os factos lhe demonstram
que vencedores sairão os gregos.»
189
ΕΚOΜΙΣΑ ΕΙΣ ΤΗΝ ΤEΧΝΗ
190
85
TROUXE À ARTE
(1921)
191
ΑΠO ΤΗΝ ΣΧΟΛHΝ ΤΟΥ ΠΕΡΙΩΝΥΜΟΥ
ΦΙΛΟΣOΦΟΥ
192
86
DA ESCOLA DO FAMOSO FILÓSOFO*
(1921)
193
πάντοτε βρίσκεται κατάλληλος κανείς.
194
Sempre se encontra alguém cabido.
195
ΤΕΧΝΟΥΡΓOΣ ΚΡΑΤHΡΩΝ
196
87
ARTÍFICE DE CRATERAS
(1921)
197
ΥΠEΡ ΤΗΣ ΑΧΑΪΚHΣ ΣΥΜΠΟΛΙΤΕIΑΣ
ΠΟΛΕΜHΣΑΝΤΕΣ
198
88
AOS COMBATENTES DA LIGA AQUEIA*
(1922)
199
ΠΡΟΣ ΤΟΝ ΑΝΤIΟΧΟΝ ΕΠΙΦΑΝH
200
89
A ANTÍOCO EPIFANES*
(1922)
201
Σ' EΝΑ ΒΙΒΛIΟ ΠΑΛΙO –
202
90
NUM VELHO LIVRO
(1922)
203
ΕΝ ΑΠΟΓΝΩΣΕΙ
204
91
NO DESESPERO
(1923)
205
Ο ΙΟΥΛΙΑΝOΣ, ΟΡΩΝ ΟΛΙΓΩΡIΑΝ
206
92
VENDO JULIANO A INDIFERENÇA*
(1923)
207
ΕΠΙΤΥΜΒΙΟΝ ΑΝΤΙOΧΟΥ,
ΒΑΣΙΛEΩΣ ΚΟΜΜΑΓΗΝHΣ
208
93
EPITÁFIO DE ANTÍOCO, REI DE COMAGENA*
(1923)
209
ΘEΑΤΡΟΝ ΤΗΣ ΣΙΔΩΝΟΣ (400 Μ.Χ.)
210
94
TEATRO DE SIDON (400 D.C.)*
(1923)
211
ΠΡΙΝ ΤΟΥΣ ΑΛΛAΞΕΙ Ο ΧΡOΝΟΣ
212
96
ANTES QUE O TEMPO OS MUDASSE
(1924)
213
HΛΘΕ ΓΙΑ ΝΑ ΔΙΑΒAΣΕΙ –
214
97
VEIO PARA LER
(1924)
215
ΤΟ 31 Π.Χ. ΣΤΗΝ ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ
216
98
31 A.C. EM ALEXANDRIA*
(1924)
217
Ο ΙΩAΝΝΗΣ ΚΑΝΤΑΚΟΥΖΗΝOΣ ΥΠΕΡΙΣΧΥΕΙ
218
99
JOÃO CANTACUZENO PREVALECE*
(1924)
219
ΤEΜΕΘΟΣ, ΑΝΤΙΟΧΕΥΣ· 400 Μ.Χ.
220
100
TEMETO DE ANTIOQUIA (400 D.C.)*
(1925)
221
ΑΠO ΥΑΛI ΧΡΩΜΑΤΙΣΤO
222
101
DE VIDRO COLORIDO*
(1925)
223
ΤΟ 25ΟΝ EΤΟΣ ΤΟΥ ΒIΟΥ ΤΟΥ
224
102
AOS VINTE E CINCO ANOS DA SUA EXISTÊNCIA
(1925)
225
ΕΙΣ ΙΤΑΛΙΚHΝ ΠΑΡΑΛIΑΝ
226
103
NA COSTA DA ITÁLIA*
(1925)
227
ΣΤΟ ΠΛΗΚΤΙΚO ΧΩΡΙO
228
104
NA ALDEIA ABORRECIDA
(1925)
229
ΑΠΟΛΛΩΝΙΟΣ Ο ΤΥΑΝΕΥΣ ΕΝ ΡOΔΩ
230
105
APOLÓNIO DE TIANA EM RODES
(1925)
231
Η ΑΡΡΩΣΤΙΑ ΤΟΥ ΚΛΕIΤΟΥ
232
106
A DOENÇA DE KLEITOS
(1926)
233
ΕΝ ΔHΜΩ ΤΗΣ ΜΙΚΡAΣ ΑΣIΑΣ
234
107
NUM DEMOS DA ÁSIA MENOR*
(1926)
235
ΙΕΡΕΥΣ ΤΟΥ ΣΕΡΑΠIΟΥ
236
108
SACERDOTE DE SERÁPIS*
(1926)
237
ΜEΣΑ ΣΤΑ ΚΑΠΗΛΕΙA
238
109
NAS TABERNAS
(1926)
239
ΜΕΓAΛΗ ΣΥΝΟΔΕIΑ ΕΞ ΙΕΡEΩΝ ΚΑΙ ΛΑΪΚΩΝ
240
110
GRANDE PROCISSÃO DE LEIGOS E PADRES*
(1926)
241
ΣΟΦΙΣΤHΣ ΑΠΕΡΧOΜΕΝΟΣ ΕΚ ΣΥΡIΑΣ
242
111
SOFISTA QUE ABANDONA A SÍRIA*
(1926)
243
Ο ΙΟΥΛΙΑΝOΣ ΚΑΙ ΟΙ ΑΝΤΙΟΧΕIΣ
244
112
JULIANO E OS ANTIOQUENSES*
(1926)
245
AΝΝΑ ΔΑΛΑΣΣΗΝH
246
113
ANA DALASSENA*
(1927)
247
ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1896
248
114
DIAS DE 1896
(1927)
249
ΔΥΟ ΝEΟΙ, 23 EΩΣ 24 ΕΤΩΝ
250
115
DOIS JOVENS DE VINTE E TRÊS A VINTE E QUATRO ANOS
(1927)
251
σ’ένα γνωστό τους, και λίαν ειδικό,
σπίτι της διαφθοράς πήγανε και ζητήσαν
δωμάτιον ύπνου, κι ακριβά πιοτά, και ξαναήπιαν.
252
a uma que eles conheciam e muito especial,
a uma casa de vício se foram onde pediram
quarto para dormir, bebidas caras e de novo começaram a beber.
253
ΠΑΛΑΙOΘΕΝ ΕΛΛΗΝIΣ
254
116
GREGA DESDE A ANTIGUIDADE*
(1927)
255
ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1901
256
117
DIAS DE 1901
(1927)
257
ΟΥΚ EΓΝΩΣ
258
118
NÃO PERCEBESTE*
(1928)
259
EΝΑΣ ΝEΟΣ, ΤΗΣ ΤEΧΝΗΣ ΤΟΥ ΛOΓΟΥ
– ΣΤΟ 24ΟΝ EΤΟΣ ΤΟΥ
260
119
UM JOVEM ARTISTA DA PALAVRA,
AOS VINTE E QUATRO ANOS
(1928)
261
ΕΝ ΣΠAΡΤΗ
262
120
EM ESPARTA*
(1928)
263
ΕΙΚΩΝ ΕΙΚΟΣΙΤΡΙΕΤΟΥΣ ΝEΟΥ ΚΑΜΩΜEΝΗ
ΑΠO ΦIΛΟΝ ΤΟΥ ΟΜHΛΙΚΑ,
ΕΡΑΣΙΤEΧΝΗΝ
264
121
RETRATO DE UM JOVEM DE VINTE E TRÊS ANOS
PINTADO POR UM ARTISTA AMADOR,
AMIGO SEU CONTEMPORÂNEO
(1928)
265
ΕΝ ΜΕΓAΛΗ ΕΛΛΗΝΙΚH ΑΠΟΙΚIΑ, 200 Π.Χ.
266
122
NUMA GRANDE COLÓNIA GREGA, 200 A.C.
(1928)
267
Κι όταν, με το καλό, τελειώσουνε την εργασία,
κι ορίσαντες και περικόψαντες το παν λεπτομερώς,
απέλθουν, παίρνοντας και την δικαία μισθοδοσία,
να δούμε τι απομένει πια, μετά
τόση δεινότητα χειρουργική.-
268
E quando, por fortuna, acabam seu trabalho,
depois de terem cortado e recortado tudo minuciosamente,
lá se vão, cobrando o merecido soldo,
e logo se verá o que ainda fica
de cirurgia tão tremenda. –
269
ΗΓΕΜΩΝ ΕΚ ΔΥΤΙΚHΣ ΛΙΒΥΗΣ
270
123
PRÍNCIPE DA LÍBIA OCIDENTAL*
(1928)
271
ΚIΜΩΝ ΛΕAΡΧΟΥ, 22 ΕΤΩΝ, ΣΠΟΥΔΑΣΤHΣ
ΕΛΛΗΝΙΚΩΝ ΓΡΑΜΜAΤΩΝ (ΕΝ ΚΥΡHΝΗ)
272
124
CIMÓN, FILHO DE LEARCO, DE VINTE E DOIS ANOS,
ESTUDANTE DE LITERATURA GREGA (EM CIRENE)*
(1928)
273
με λέγει, Ιδού είσαι τώρα ικανοποιημένος.
Ιδού τον ξαναπήρες ως εποθούσες, Κίμων.
Ιδού δεν έχεις πια αφορμή να με διαβάλλεις.
274
a dizer-me: «E agora, já estás satisfeito?
Já o recuperaste tal como desejavas;
e já não tens pretexto pra me caluniar.»
275
ΕΝ ΠΟΡΕIΑ ΠΡΟΣ ΤΗΝ ΣΙΝΩΠΗΝ
276
125
A CAMINHO DE SINOPE*
(1928)
277
ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1909, '10, ΚΑΙ '11
278
126
DIAS DE 1909, 1910 E 1911
(1928)
279
ΜΥΡΗΣ· ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ ΤΟΥ 340 Μ.Χ.
280
127
MIRES, ALEXANDRIA 340 D.C.*
(1929)
281
στα χέρια του βαστούσ’ έναν σταυρό. –
Μπήκαν κατόπι μες στην κάμαρη
τέσσαρες Χριστιανοί ιερείς, κ’ έλεγαν προσευχές
ενθέρμως και δεήσεις στον Ιησούν,
ή στην Μαρίαν (δεν ξέρω την θρησκεία του καλά).
282
que nas mãos segurava a sua cruz. –
Seguidamente entraram para a sala
quatro sacerdotes cristãos que com fervor
recitaram orações e súplicas a Cristo
ou a Maria (não conheço bem a sua religião).
283
Παρατηρούσα με πόση επιμέλεια,
και με τι προσοχήν εντατική
στους τύπους της θρησκείας τους, ετοιμάζονταν
όλα για την χριστιανική κηδεία.
Κ’ εξαίφνης με κυρίευσε μια αλλόκοτη
εντύπωσις. Αόριστα, αισθανόμουν
σαν νάφευγεν από κοντά μου ο Μύρης·
αισθανόμουν που ενώθη, Χριστιανός,
με τους δικούς του, και που γένομουν
ξένος εγώ, ξένος πολύ· ένοιωθα κιόλα
μια αμφιβολία να με σιμώνει: μήπως κ’ είχα γελασθεί
από το πάθος μου, και πάντα του ήμουν ξένος. –
Πετάχθηκα έξω απ’ το φρικτό τους σπίτι,
έφυγα γρήγορα πριν αρπαχθεί, πριν αλλοιωθεί
απ’ την χριστιανοσύνη τους η θύμηση του Μύρη.
284
Observava eu com quanto esmero
e que intensa atenção,
no ritual de sua religião, se dispunha
todo o conveniente para o funeral cristão.
E de súbito me invadiu estranha
sensação. Vagamente tive a impressão
que Mires se estava a afastar de mim;
sentia que ele, um cristão, se unira
aos seus e que eu me tornava um estranho,
muito estranho; sentia além disso crescer
uma dúvida: a minha paixão se calhar
me enganara e eu fora sempre um estranho pra ele. –
Saí a correr da sua horrível casa,
fugi depressa antes que o cristianismo dos seus
apresasse ou desfigurasse a lembrança de Mires.
285
ΑΛEΞΑΝΔΡΟΣ ΙΑΝΝΑIΟΣ, ΚΑΙ ΑΛΕΞAΝΔΡΑ
286
128
ALEXANDRE JANEU E ALEXANDRA*
(1929)
287
ΩΡΑIΑ ΛΟΥΛΟΥΔΙΑ ΚΑΙ AΣΠΡΑ ΩΣ ΤΑIΡΙΑΖΑΝ ΠΟΛΥ
288
129
BELAS FLORES E BRANCAS QUE IAM MUITO BEM
(1929)
289
επήγαιναν μαζύ: μαχαίρι στην καρδιά του
το μαύρο καφενείο όπου επήγαιναν μαζύ.
290
de importância vital –: Uma faca no peito
no escuso café onde costumavam ir juntos.
291
AΓΕ, Ω ΒΑΣΙΛΕΥ ΛΑΚΕΔΑΙΜΟΝIΩΝ
292
130
AVANTE, REI DOS LACEDEMÓNIOS*
(1929)
293
ΣΤΟΝ IΔΙΟ ΧΩΡΟ
294
131
NO MESMO LUGAR
(1929)
295
Ο ΚΑΘΡEΠΤΗΣ ΣΤΗΝ ΕIΣΟΔΟ
296
132
O ESPELHO DA ENTRADA
(1930)
297
ΡΩΤΟΥΣΕ ΓΙΑ ΤΗΝ ΠΟΙOΤΗΤΑ
298
133
PERGUNTAVA PELA QUALIDADE
(1930)
299
μόνος σκοπός: τα χέρια των ν’ αγγίζουν
επάνω απ’ τα μαντήλια· να πλησιάζουν
τα πρόσωπα, τα χείλη σαν τυχαίως·
μια στιγμιαία στα μέλη επαφή.
300
– mas tinham um só fim: o contacto das mãos
por sobre os lenços; a proximidade
dos rostos e dos lábios, como se por acaso;
o roçar momentâneo da sua carne.
301
ΑΣ ΦΡOΝΤΙΖΑΝ
302
134
QUE SE TIVESSEM PREOCUPADO*
(1930)
303
Κι αν ο ηλίθιος κι αυτός δεν με προσλάβει,
πηγαίνω παρευθύς στον Υρκανό.
304
E se este cretino também não me der que fazer,
vou direito ao Hircano.
305
ΚΑΤA ΤΕΣ ΣΥΝΤΑΓEΣ ΑΡΧΑIΩΝ
ΕΛΛΗΝΟΣΥΡΩΝ ΜAΓΩΝ
306
135
SEGUNDO FÓRMULAS DE ANTIGOS
MAGOS GRECO-SÍRIOS
(1931)
307
ΣΤΑ 200 Π.Χ.
308
136
EM 200 A.C.*
(1931)
309
Εμείς· οι Αλεξανδρείς, οι Αντιοχείς,
οι Σελευκείς, κ’ οι πολυάριθμοι
επίλοιποι Έλληνες Αιγύπτου και Συρίας,
κ’ οι εν Μηδία, κ’ οι εν Περσίδι, κι όσοι άλλοι.
Με τες εκτεταμένες επικράτειες,
με την ποικίλη δράσι των στοχαστικών προσαρμογών.
Και την Κοινήν Ελληνική Λαλιά
ως μέσα στην Βακτριανή την πήγαμεν, ώς τους Ινδούς.
310
e os da Média e Pérsia, e tantos outros.
Com estados enormes, e a rica
influência da nossa hábil adaptação.
311
ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1908
312
137
DIAS DE 1908
(1932)
313
Το είδωμά σας τον εφύλαξε
όταν που τάβγαζε, που τάριχνε από πάνω του,
τ’ ανάξια ρούχα, και τα μπαλωμένα εσώρουχα.
Κ’ έμενε ολόγυμνος· άψογα ωραίος· ένα θαύμα.
Αχτένιστα, ανασηκωμένα τα μαλλιά του·
τα μέλη του ηλιοκαμένα λίγο
από την γύμνια του πρωιού στα μπάνια, και στην παραλία.
314
A vossa evocação o preservou,
quando ele se despia e de si arrojava
a roupa indigna e a roupa interior remendada.
Pura beleza na nudez total: que maravilha.
Despenteados, os seus cabelos revoltos;
os seus membros um pouco bronzeados
na nudez matinal do banho, ali na praia.
315
ΕΙΣ ΤΑ ΠΕΡIΧΩΡΑ ΤΗΣ ΑΝΤΙΟΧΕIΑΣ
316
138
NOS ARREDORES DE ANTIOQUIA*
(1933)
317
το πήραμε, το πήγαμε εν αγάπη κ’ εν τιμή.
318
Recolhemos, levámos com amor e respeito.
319
ΦΩΝEΣ
320
139
VOZES
(1904)
321
ΕΠΙΘΥΜIΕΣ
322
140
DESEJOS
(1904)
323
ΚΕΡΙA
324
141
VELAS
(1899)
325
ΕΝΑΣ ΓEΡΟΣ
326
142
UM VELHO
(1897)
327
ΔEΗΣΙΣ
328
143
PRECE
(1898)
329
Η ΨΥΧEΣ ΤΩΝ ΓΕΡOΝΤΩΝ
330
144
AS ALMAS DOS VELHOS
(1901)
331
ΤΟ ΠΡΩΤΟ ΣΚΑΛI
332
145
O PRIMEIRO DEGRAU*
(1899)
333
ΔΙΑΚΟΠH
334
146
INTERRUPÇÃO*
(1901)
335
ΘΕΡΜΟΠΥΛΕΣ
336
147
TERMÓPILAS*
(1903)
337
CHE FECE... IL GRAN RIFIUTO
338
148
CHE FECE... IL GRAN RIFIUTO*
(1901)
339
ΤΑ ΠΑΡAΘΥΡΑ
340
149
AS JANELAS
(1903)
341
ΤΕIΧΗ
342
150
MUROS
(1896)
Sem piedade e sem pudor, sem dó e sem cuidado
em meu redor quem com tais muros fez tão alto morro?
E eis-me agora aqui no fado a que fui dado,
chorando a prisão desta vida que aqui morro.
Lá fora há tanto que fazer – tudo ruído!
E, se estes muros construíram, porque não dei por tal?
Não ouvi de pedreiro nem voz nem ruído
E sem saber fiquei fechado, sem vista e sem portal.
343
ΠΕΡΙΜEΝΟΝΤΑΣ ΤΟΥΣ ΒΑΡΒAΡΟΥΣ
344
151
ESPERANDO OS BÁRBAROS
(1904)
345
και τέτοια πράγματα θαμπόνουν τους βαρβάρους.
346
E tais coisas os deixam deslumbrados.
347
ΑΠΙΣΤIΑ
348
152
DESLEALDADE
(1904)
349
Κ’ η Θέτις ξέσχιζε τα πορφυρά της ρούχα,
κ’ έβγαζεν από πάνω της και ξεπετούσε
στο χώμα τα βραχιόλια και τα δαχτυλίδια.
Και μες στον οδυρμό της τα παληά θυμήθη·
και ρώτησε τι έκαμνε ο σοφός Απόλλων,
που γύριζεν ο ποιητής που στα τραπέζια
έξοχα ομιλεί, πού γύριζε ο προφήτης
όταν τον υιό της σκότωναν στα πρώτα νειάτα.
Κ’ οι γέροι την απήντησαν πως ο Απόλλων
αυτός ο ίδιος εκατέβηκε στην Τροία,
και με τους Τρώας σκότωσε τον Αχιλλέα.
350
E então rasgou Tétis suas vestes de púrpura
e de si arrancou e logo deitou a terra
todos os braceletes e todos os anéis.
E em meio dos lamentos recordou o passado,
perguntou que fazia esse sábio deus Apolo,
mas que andava a fazer o poeta que, na boda,
tão bem tinha falado, onde andava esse profeta
quando na flor da idade matavam o seu filho?
E os velhos lhe tornaram que o próprio deus Apolo
em pessoa descera junto à terra de Tróia
e que Aquiles matara junto com os troianos.
351
Η ΚΗΔΕIΑ ΤΟΥ ΣΑΡΠΗΔOΝΟΣ
352
153
O FUNERAL DE SARPÉDON*
(1898)
353
Έτσι σαν που τελείωσεν ο Φοίβος
την εντολή του, κάλεσε τους δυο αδελφούς
τον Ύπνο και τον Θάνατο, προστάζοντάς τους
να παν το σώμα στην Λυκία, τον πλούσιο τόπο.
354
Assim, tendo Febo cumprido
sua missão, chamou os dois irmãos,
Sono e Morte, ordenando-lhes
que levassem o corpo a Lícia, terra opulenta.
355
ΤΑ AΛΟΓΑ ΤΟΥ ΑΧΙΛΛEΩΣ
356
154
OS CAVALOS DE AQUILES*
(1897)
357
NOTAS DO TRADUTOR
1
A CIDADE
Este poema e os que imediatamente se lhe seguem foram escolhi-
dos por Kaváfis para iniciar a primeira recolha de poemas seus
que publicou, proporcionando como que um enquadramento
geral da sua obra. Neste, em particular, será de sublinhar a estru-
tura complexa: dois interlocutores, provavelmente o autor em diá-
logo consigo próprio, confrontam as suas subjectividades, que,
por isso mesmo, por serem duas, se tornam objectivas, cada uma
espelho (inverso) da outra. Numa prosa de 1907, Kaváfis afirma:
2
A SATRAPIA
Houve quem quisesse ver no personagem do poema um retrato de
361
Temístocles ou de Demarato, os quais, fugindo a intrigas políti-
cas, se refugiaram na Pérsia, o principal inimigo da Grécia. Mas
o próprio Kaváfis declarava que se trata de um personagem sim-
bólico e de uma Pérsia simbólica. O personagem cujo sentimento
espiamos neste poema é antes um «artista ou homem de conheci-
mento que, após vários fracassos e desapontamentos abandona a
sua arte e vai para Susa e Antaxerxes». O escopo do poema é pois
assaz geral.
3
SABEM OS SÁBIOS O QUE SE AVIZINHA
Inspirado na biografia de Apolónio de Tiana por Filóstrato (assim
como o poema 75 e o poema 105), este poema também versa um
tema frequente em Kaváfis: o destino que chega secretamente e
apanha desprevenidos os homens. Embora aqui os sábios o adi-
vinhem quando está para acontecer.
4
IDOS DE MARÇO
Ao dirigir-se ao Senado no dia 15 de Março de 44 a.C. (os idos
de Março), em que morreu vítima de uma conjura, Júlio César
não leu o recado de Artemidoro que o prevenia. Mas o poema
dirige-se a todos e cada um.
6
O DEUS ABANDONA ANTÓNIO
Um tíaso era um cortejo dionisíaco. António era devoto deste deus
e a passagem do cortejo ao longe é um sinal de que ele o abandonou.
O poema baseia-se numa passagem de Plutarco que narra a última
noite de António, quando as tropas de Octávio se aproximavam
de Alexandria, depois da vitória de Áccio (ver poemas 89 e 107).
362
7
TEÓDOTO
Também baseado em Plutarco (biografia de Pompeu). Tendo atra-
ído Pompeu a Alexandria, Teódoto cortou-lhe a cabeça para a en-
tregar a César, seu inimigo. César ficou horrorizado, pois embora
adversário de Pompeu, respeitava-o. O poema, porém, dirige-se
depois a cada um de nós, através de um Teódoto «invisível, in-
corpóreo».
11
TROIANOS
Inspirado em várias passagens da Ilíada.
12
O REI DEMÉTRIO
Demétrio Poliorcetes (conquistador de cidades) (337-283 a.C.),
filho de Antígono Monoftalmo, general de Alexandre Magno, foi
destronado por Pirro em 287 a.C., quando as suas tropas deser-
taram para seguirem este último.
13
A GLÓRIA DOS PTOLOMEUS
Quando Alexandre Magno morreu, o seu império foi distribuído
pelos seus generais; após muitos anos e muitas guerras entre si,
no Egipto reinavam os Lágidas, na Ásia, os Selêucidas (que insta-
laram a sua corte na Síria) e nos territórios europeus a dinastia
dos Antígonas). A cidade mestra que aqui se refere é Alexandria,
sede dos Lágidas.
14
O SÉQUITO DE DIONISO
Damon é um escultor imaginário e a sua escultura não menos
imaginária é (todos os elementos aparecem, porém, em outras
363
representações de Dioniso). O poema original é rimado, contrari-
amente à tradução (um dos dois casos em que não reproduzi este
aspecto do original).
16
O DESGOSTO DO SELÊUCIDA
Os personagens aqui referidos são Demétrio Sóter, que viria a ser
rei da Siria (em 162 a.C.) e Ptolomeu VI Filométor, que foi a Roma
em 164 a.C. a pedir ajuda contra seu irmão Ptolomeu Evergetes
que o destronara no Egipto.
17
OROFERNES
Segundo a lenda, Antioquida, casada com Ariarates IV, rei da
Capadócia, mas estéril, inventou dois filhos (um deles Orofernes)
que impôs ao marido. Este, ao saber do caso, enviou-os, um para
Roma, o outro para a Jónia. O resto da história vem no poema.
19
FILELENO
Eis aqui o rei de um país helenizante; o tom do poema retrata o
desconhecido com justeza. Comparar com poema 123.
20
OS PASSOS
Os Enobarbos era a família de Nero.
21
HERODES ÁTICO
O famoso sofista Herodes Ático foi mentor de Marco Aurélio e
grande impulsionador das artes. Alexandre de Selêucia era um
sofista muito inferior que vigorava em Antioquia, e, de facto, visi-
tou Atenas.
364
23
TÚMULO DE LÍSIAS GRAMÁTICO
Nome tem Lísias, existência, não.
24
TÚMULO DE EURÍON
Euríon nasceu aqui para simbolizar a mistura de gentes em Ale-
xandria. Alabarcos era o nome dado a certos altos funcionários
judeus.
25
É ELE
Luciano (120–200 d.C.) conta que num sonho lhe apareciam duas
mulheres, uma pobremente vestida e com mãos calejadas e a outra
bela e bem vestida. A primeira afirmou que lhe daria a arte, a se-
gunda a educação e que, engrandecido pelo estudo, quando pas-
sasse, cheio de virtudes, todos diriam dele com admiração: «É ele.»
26
OS PERIGOS
O imaginário Mírtias figura aqui a época (341-351) em que gover-
naram Constante e Constâncio, filhos de Constantino, um período
pois em que o paganismo recuava e o cristianismo começava a tri-
unfar, embora já minado pelo conflito entre ortodoxos e arianos.
27
MANUEL COMNENO
Manuel Comneno, imperador bizantino (1120-1180).
33
JÓNIA
Conta-se que, em 1922, quando as tropas gregas, que tinham
invadido a Ásia Menor para tentarem recuperar essa região
365
antigamente helénica (a chamada Grande Ideia), foram derrotadas
pelas tropas turcas, Kaváfis, profundamente abalado, se lamen-
tava: «Esmirna, perdida! Jónia, perdida. Deuses, perdidos!» O
sentimento estava, pois, bem enraizado no poeta: para ele, os deu-
ses pagãos e o cristianismo pertenciam a um mesmo património
do espírito.
38
JURA
Eis o primeiro exemplo do «tango» de Kaváfis (como lhe chama-
va Seféris): versos cortados ao meio, com três batidas fortes cada
metade, ou hemistíquio. Este poema termina, no entanto, com
dois normais decassílabos.
44
EMBAIXADORES DE ALEXANDRIA
Os dois reis Ptolomeus, irmãos e rivais, são Ptolomeu VI Filo-
métor e Ptolomeu Evergetes, que já encontrámos no poema 16.
Este poema no original é rimado (é um dos dois casos em que não
seguimos o original grego neste aspecto).
45
ARISTÓBOULOS
Aristóboulos, descendente da dinastia dos Hasmoneus, que
haviam reinado em Israel até Herodes, o Grande, usurpar o trono,
era irmão da segunda mulher deste último, Mariamna. Sua mãe
era Alexandra, que aparece na segunda parte do poema. Devido a
diversas intrigas Herodes atribuiu-lhe o cargo de sumo sacerdote
aos 17 anos. Mas, vendo o entusiasmo com que o povo acolheu o
hasmoneu e incitado pelas intrigas de sua mãe e sua irmã, Chipre
e Salomé, respectivamente, mandou que o afogassem numa pisci-
na, apresentando a sua morte como um acidente.
366
49
UM DOS SEUS DEUSES
Selêucia era a cidade portuária de Antioquia, na Síria.
56
EMILIANO MONAES, ALEXANDRINO, 628-655 D. C.
Este personagem fictício representa, mais uma vez, a sua época:
os árabes tomaram Alexandria em 641, tendo posto termo à pre-
dominância helenística. Monaes morreu pois no exílio.
72
ÍMENOS
Miguel III, o Ébrio (842-867) é o imperador de Bizâncio a que se
faz referência neste poema. Ímenos, claro, é inventado.
74
DE DEMÉTRIO SÓTER
Demétrio Sóter é o Selêucida do poema 16, filho de Seleuco IV
e retido em Roma como refém. Conseguindo escapar-se do cati-
veiro, Demétrio torna-se rei da Síria com o apoio do povo e a
oposição de Roma. Heraclides desenvolveu intrigas no senado ro-
mano contra Demétrio; Balas, um aventureiro, foi quem matou
Demétrio e lhe sucedeu no trono.
75
SE É QUE MORREU
Um dos três poemas inspirados por Apolónio de Tiana e baseados
na biografia de Filóstrato (os outros dois são o 3 e o 105). «Se é que
morreu» é como termina a referida biografia. Neste poema, como
noutros, paira a atmosfera de conflito entre paganismo e cristan-
dade que reinava no período em Bizâncio.
367
78
DARIO
Fernaces é um poeta inventado, situado aqui no tempo de Mitrí-
dates IV Eupator (120-63 a.C.), rei do Ponto que se opôs vigoro-
samente a Roma, mas foi definitivamente derrotado por Pompeu.
79
ANA COMNENA
Ana Comnena, filha primogénita do imperador bizantino Aleixo
I Comneno (1081-1118), era casada com Nicéforo Bryenne, impor-
tante general a quem aquele imperador conferiu o título de césar,
e escreveu a Alexíada, uma crónica do reinado do seu pai. Cons-
pirou em vão para que o pai nomeasse Nicéforo seu sucessor, em
lugar de João Comneno, irmão dela.
80
UM NOBRE BIZANTINO, NO EXÍLIO, VERSIFICADOR
Quem seja este nobre, não se sabe, mas também não interessa,
tanto assim que Kaváfis não o diz. A compreensão do texto não
perde nada com essa ignorância.
83
MELANCOLIA DE JASON, FILHO DE CLEANDRO, POETA
DE COMAGENA (595 D.C.)
Como noutros poemas, aparece neste uma data assaz precisa que
aparentemente não tem nada a ver com o tema – até sabermos
que, pouco depois, a Síria, de que fazia parte Comagena na altura,
viria a ser conquistada pelos árabes. O destino individual como
espelho do destino colectivo?
84
DEMARATO
Demarato era um dos dois reis de Esparta. Entrando em choque
368
com o outro rei (Cleómenes), em 501 a.C., este provocou a sua
queda acusando-o, através de um oráculo (comprado?) de não ser
filho de seu pai, Aríston. Demaratos entregou-se então aos persas,
tendo-os ajudado a preparar a incursão na Grécia (489 a.C.).
86
DA ESCOLA DO FAMOSO FILÓSOFO
Amónio Sacas (c. 175-240/242) existiu: era um filósofo neoplató-
nico que pretendia conciliar o paganismo com o cristianismo;
Plotino foi seu discípulo. Eparca era um governador de uma uni-
dade administrativa do império bizantino (eparquia).
88
AOS COMBATENTES DA LIGA AQUEIA
A liga aqueia era uma aliança entre Arcádia, Egina e Corinto con-
tra a dominação romana. Foi a última tentativa para manter a in-
dependência grega, mas a tomada de Corinto assinalou o seu fim
(ver poema 103). Dieo e Critolao são considerados os responsáveis
pela derrota da liga.
89
A ANTÍOCO EPIFANES
Trata-se aqui de Antíoco IV da Síria, filho de Antíoco III que fora
derrotado pelos romanos em Magnésia, perante a indiferença dos
macedónios. Estes revoltaram-se depois contra a dominação ro-
mana mas foram desbaratados em Pidna (168 a.C.).
92
VENDO JULIANO A INDIFERENÇA
Kaváfis cita aqui uma passagem do livro «Misopogon» de Juliano
Apóstata. Juliano é convocado várias vezes pelo poeta (ver 110,
112, 118 e 138).
369
93
EPITÁFIO DE ANTÍOCO, REI DE COMAGENA
Comagena era um território da Síria que se tornou independen-
te em 162 a.C. Situava-se no território da actual parte sudeste da
Turquia. A ironia deste poema é que o rei de que fala, provavel-
mente Antíoco I de Comagena, se submeteu aos romanos e, por
outro lado, a cultura do Estado era um misto de helenismo com
orientalismo. Repare-se que, mais uma vez, quem fala no final é um
poeta profissional aconselhado pelos cortesãos sírios e não Kaváfis.
94
TEATRO DE SIDON (400 D.C.)
Situado na mesma época do poema 100. O termo traduzido por
«escuros saiotes» é φαιά, vestes escuras usadas pelos cristãos
fanáticos em sinal de luto e humildade.
98
31 A. C. EM ALEXANDRIA
Vide nota ao poema 107 sobre o episódio referido no dístico final.
99
JOÃO CANTACUZENO PREVALECE
O imperador bizantino Andrónico III Paleólogo nomeou João
Cantacuzeno como seu sucessor, a título de regente (1341), mas a
imperatriz viúva, Ana de Saboia, com o apoio do patriarca João,
defendendo os direitos do filho, João V, lançou uma guerra civil
contra ele. A guerra civil deixou o país exausto e seria um confli-
to entre a antiga nobreza fundiária e uma aliança entre as novas
populações urbanas.
100
TEMETO DE ANTIOQUIA
Temeto é um personagem fictício, assim como Emonides (embora
370
este possa ser o, também imaginado, favorito de Antíoco Epifanes
do poema 89). Misturam-se aqui duas épocas (o ano 137 da era
dos reis helenos, isto é, 175 a.C. em pleno helenismo, portanto), e
o ano de 400 d.C., quando a memória do helenismo já se apagara
e os bárbaros estavam para desmembrar o Império Romano.
101
DE VIDRO COLORIDO
Ver nota ao poema 99.
103
NA COSTA DA ITÁLIA
Passa-se o poema em 146 a.C. aquando da tomada de Corinto (ver
nota ao poema 88.)
107
NUM DEMOS DA ÁSIA MENOR
É a segunda vez que se faz referência ao episódio da batalha de
Áccio ou Actium, na Grécia (ver poema 98). Octávio (mais tarde
Imperador Augusto) via com maus olhos os planos desenvolvi-
dos pelo seu co-triúnviro António no Egipto com vista a unificar
numa entidade poderosa o mundo helenístico e os dois entraram
em choque aberto. Octávio derrotou definitivamente António na
batalha naval de Áccio, mas a corte de Cleópatra fez circular o
boato de que este último vencera. O poema indica a indiferença
com que as populações helenísticas encaravam os senhores que
mandavam nelas.
108
SACERDOTE DE SERÁPIS
Serápis era uma divindade sincrética egípcio-helenística, venera-
da em Alexandria, onde existia um grande templo seu (o Sera-
peu). Seria uma amálgama entre Osíris e Ápis e era muito popular
371
na população de língua grega. Correspondia ao desejo dos Ptolo-
meus de congregarem sob um culto único as populações egípcia
e grega do seu reino.
110
GRANDE PROCISSÃO DE LEIGOS E PADRES
Antioquia, importante metrópole do helenismo, foi também um
dos principais focos do cristianismo (ver capítulo 11 dos Actos
dos Apóstolos). Neste poema, a cidade volta a figurar em primeiro
plano, sobre o pano de fundo da morte de Juliano, o Apóstata, e o
advento do seu sucessor, o devoto cristão Joviano.
111
SOFISTA QUE ABANDONA A SÍRIA
Quase se diria que Antioquia é também a personagem mais im-
portante deste poema. Nas entrelinhas, percebe-se que, nela, tal
como em Alexandria, os costumes eram muito permissivos. No
poema seguinte e em vários outros (112, 116, 134 e 136, por exem-
plo), são retratadas Antioquia e a sua vida exuberante.
112
JULIANO E OS ANTIOQUENSES
Outro poema sobre um ódio de estimação de Kaváfis, o impera-
dor Juliano Apóstata (331-363). A citação em epígrafe é retirada
de um escrito do mesmo Juliano, em que este acerta contas com
a população de Antioquia, que resistia à sua tentativa de restau-
rar o paganismo. Juliano era um puritano e o seu paganismo
acompanhava-se de uma aberta hostilidade ao teatro e à sua «las-
cívia». As iniciais de Cristo e Constantino em grego são, respe-
ctivamente, Chi (Χ) e K (Χρίστος ou Chrístos e Κονσταντίνος ou
Konstantínos) e assim ficaram nesta versão portuguesa.
372
113
ANA DALASSENA
Ana Dalassena (1025-1102) era mulher de João Comneno e mãe
do imperador de Bizâncio Aleixo I. Este, partindo para a guerra,
publicou um édito louvando a mãe e entregando-lhe o poder. A
frase citada é transcrita da Alexíada, composta por Ana Comne-
na, neta de Ana. (v. poema 79).
116
GREGA DESDE A ANTIGUIDADE
Io era uma amada de Zeus que este transformou em vitela, para a
proteger dos ciúmes de Hera. Segundo um dos mitos, Io vagueou
pela terra até chegar à Síria, onde morreu. Os seus irmãos erigi-
ram ali em sua honra uma cidade, Ione, que viria a ser chamada
Antioquia. Antioquia, fundada na realidade por Seleuco I, era
uma das cidades mais importantes do helenismo, capital da Síria,
terceira cidade do Império romano, a seguir a Roma e Alexandria.
118
NÃO PERCEBESTE
Mais um poema sobre Juliano, o Apóstata. Em grego, eis o que terá
dito Juliano: «Ανέγνων, έγνων, κατέγνων.» («Anégnôn, égnôn,
katégnôn») um jogo de palavras difícil de restituir em português.
120
EM ESPARTA
Cleómenes III, rei de Esparta (236-222 a.C.), em guerra contra
Antígono III de Macedónia e a Liga Aqueia, pediu ajuda a Ptolo-
meu I Evergetes, o qual lhe exigiu como condição que lhe entre-
gasse a mãe e os filhos como reféns. O poema inspira-se numa
passagem de Plutarco. Na parte final, sublinha-se a distância
existente entre o arrivismo dos reis helenísticos e a antiga nobreza
espartana.
373
123
PRÍNCIPE DA LÍBIA OCIDENTAL
Este príncipe é apenas um símbolo de todos os soberanos e digna-
tários que arvoravam um helenismo de fachada, sem substância.
124
CIMÓN, FILHO DE LEARCO, DE VINTE E DOIS ANOS,
ESTUDANTE DE LITERATURA GREGA (EM CIRENE)
Cimón: personagem fictício.
125
A CAMINHO DE SINOPE
O Mitrídates referido será provavelmente Mitrídates V Evergetes
(o Benfeitor), penúltimo rei do Ponto. O «nobre companheiro do
seu antepassado» do antepenúltimo verso refere-se a Demétrio
Poliorcetes que salvou Mitrídates I, avisando-o de uma conspira-
ção para o matar. O episódio do adivinho é, porém, fictício.
127
MIRES, ALEXANDRIA 340 D.C.
Apesar dos pormenores, como a data precisa, por exemplo, Mires
é um personagem fictício. O poema retrata, no entanto, a con-
vivência entre pagãos e cristãos em Bizâncio.
128
ALEXANDRE JANEU E ALEXANDRA
Alexandre Janeu é o bíblico Jônatas (livro dos Macabeus). Con-
tinuou a guerra de independência dos judeus contra os sírios, ten-
do conseguido um compromisso: uma relativa autonomia, mas
helenizante.
374
130
AVANTE, REI DOS LACEDEMÓNIOS
O poema refere-se ao mesmo episódio que o 120 (ver nota respectiva).
134
QUE SE TIVESSEM PREOCUPADO
O «Malfeitor» aqui referido é Ptolomeu VIII, conhecido pelo cog-
nome de Benfeitor (Evergetes), que reinou no Egipto entre 145 e
116 a.C. Zabinas, Gripos e Hircano eram pretendentes ao trono
da Síria.
136
EM 200 A.C.
O ano 200 figura simbolicamente o auge do helenismo triunfante,
depois das conquistas de Alexandre e também, ironicamente, o
início do seu declínio, visto que se aproximava a conquista roma-
na. Por conseguinte, o tom triunfante do final (que seria a voz de
uma terceira pessoa e não a do poeta) deve ser lido como a ironia
que realmente é, à luz do que se diz nos poemas 3 e 5. As batalhas
mencionadas são três vitórias de Alexandre contra o império per-
sa. Quanto à inscrição referida no poema, foi mandada gravar por
Alexandre nos despojos de guerra: «Alexandre, filho de Filipe, e
os gregos, salvo os macedónios, ganharam estes despojos sobre os
bárbaros da Ásia».
138
NOS ARREDORES DE ANTIOQUIA
São Bábilas, bispo e mártir morto em 251. Em 351, o imperador
Constâncio Galo mandou erigir uma igreja no bosque sagrado do
templo de Apolo em Dafne, para onde transladou as suas relíquias.
Os sacerdotes de Apolo recusaram-se a proferir os seus orácu-
los, por o templo do deus estar contaminado e, como se conta
aqui, o imperador Juliano, o Apóstata, mandou retirar o túmulo
375
de Bábilas. Os factos relatados neste poema teriam ocorrido em
356. Como já se disse, Kaváfis compôs vários poemas sobre Juli-
ano por quem nutria uma indefectível aversão (v. os poemas 92,
110, 112 e 118). Sobre Juliano ver nota separada dedicada ao per-
sonagem.
145
O PRIMEIRO DEGRAU
Teócrito foi um poeta siracusano (séc. IV a.C.), famoso pelos seus
idílios, compostos em Alexandria. Eumenes, em contrapartida, é
fictício.
146
INTERRUPÇÃO
Neste poema, alude-se a dois mitos semelhantes. Num deles, a deusa
Deméter, desejando fazer imortal o filho de Metanira, todas as
noites o ungia de ambrosia e o punha no fogo. Metanira, vendo
isso uma vez, soltou um grito, interrompendo os planos da deusa.
Caso paralelo se deu com Peleu, quando Tétis tentava submeter
Aquiles ao mesmo tratamento.
147
TERMÓPILAS
Referência ao conhecido feito heróico dos trezentos espartanos
que, no desfiladeiro das Termópilas, enfrentaram o poderoso exér-
cito persa. Efialte é o nome do traidor que finalmente permitiu
aos persas derrotar os gregos.
148
CHE FECE... IL GRAN RIFIUTO
Título tirado de Dante, Divina Comedia, Inferno, 3.60: «vidi e
conobbi l’ombra di colui / che fece per viltade il gran rifiuto» («vi
e reconheci a sombra daquele / que fez, por cobardia, a grande
376
renúncia»). Dante fala aqui do papa Celestino V (Pietro di Mur-
rone), que, uns meses depois de eleito (1292), renunciou ao car-
go, voltando à vida de eremita. Mas, enquanto Dante acoimava o
papa de cobarde, Kaváfis aprecia positivamente a renúncia.
153
O FUNERAL DE SARPÉDON
Este poema é inspirado na Ilíada (livro 16, vs. 633 seq.).
154
OS CAVALOS DE AQUILES
Tal como o anterior, este poema é inspirado numa passagem da
Ilíada (livro 17, c. vs. 430 seq.)
377
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO DE KONSTANTINOS KAVÁFIS 5
1 A CIDADE - Η ΠOΛΙΣ 19
2 A SATRAPIA - Η ΣΑΤΡΑΠΕIΑ 21
3 SABEM OS SÁBIOS O QUE SE AVIZINHA
ΣΟΦΟI ΔΕ ΠΡΟΣΙOΝΤΩΝ 23
4 IDOS DE MARÇO - ΜAΡΤΙΑΙ ΕΙΔΟI 25
5 FIM - ΤΕΛΕΙΩΜEΝΑ 27
6 O DEUS ABANDONA ANTÓNIO
ΑΠΟΛΕIΠΕΙΝ Ο ΘΕOΣ ΑΝΤΩΝΙΟΝ 29
7 TEÓDOTO - Ο ΘΕOΔΟΤΟΣ 31
8 MONOTONIA - ΜΟΝΟΤΟΝIΑ 33
9 ÍTACA - ΙΘAΚΗ 35
10 QUANTO PUDERES - OΣΟ ΜΠΟΡΕIΣ 39
11 TROIANOS - ΤΡΩΕΣ 41
12 O REI DEMÉTRIO - Ο ΒΑΣΙΛΕΥΣ ΔΗΜHΤΡΙΟΣ 43
13 A GLÓRIA DOS PTOLOMEUS - Η ΔOΞΑ ΤΩΝ ΠΤΟΛΕΜΑIΩΝ 45
14 O SÉQUITO DE DIONISO - Η ΣΥΝΟΔΕIΑ ΤΟΥ ΔΙΟΝΥΣΟΥ 47
16 O DESGOSTO DO SELÊUCIDA
Η ΔΥΣΑΡEΣΚΕΙΑ ΤΟΥ ΣΕΛΕΥΚIΔΟΥ 49
17 OROFERNES - ΟΡΟΦEΡΝΗΣ 53
18 REIS ALEXANDRINOS - ΑΛΕΞΑΝΔΡΙΝΟI ΒΑΣΙΛΕIΣ 57
19 FILELENO - ΦΙΛEΛΛΗΝ 61
20 OS PASSOS - ΤΑ ΒHΜΑΤΑ 63
21 HERODES ÁTICO - ΗΡΩΔΗΣ ΑΤΤΙΚOΣ 65
22 ESCULTOR DE TIANA - ΤΥΑΝΕΥΣ ΓΛΥΠΤΗΣ 67
23 TÚMULO DE LÍSIAS GRAMÁTICO
ΛΥΣIΟΥ ΓΡΑΜΜΑΤΙΚΟΥ ΤAΦΟΣ 69
24 TÚMULO DE EURÍON - ΕΥΡIΩΝΟΣ ΤAΦΟΣ 71
25 É ELE - ΟΥΤΟΣ ΕΚΕIΝΟΣ 73
26 OS PERIGOS - ΤΑ ΕΠΙΚIΝΔΥΝΑ 75
27 MANUEL COMNENO - ΜΑΝΟΥHΛ ΚΟΜΝΗΝOΣ 77
29 CASO RARO - ΠΟΛΥ ΣΠΑΝIΩΣ 79
31 PINTURA - ΖΩΓΡΑΦΙΣΜEΝΑ 81
32 MAR DA MANHÃ - ΘAΛΑΣΣΑ ΤΟΥ ΠΡΩIΟΥ 83
33 JÓNIA - ΙΩΝΙΚOΝ 85
34 À ENTRADA DO CAFÉ - ΣΤΟΥ ΚΑΦΕΝΕIΟΥ ΤΗΝ ΕIΣΟΔΟ 87
35 UMA NOITE - ΜΙΑ ΝΥΧΤΑ 89
36 VOLTA - ΕΠEΣΤΡΕΦΕ 91
37 LONGE - ΜΑΚΡΥA 93
38 JURA - ΟΜΝΥΕΙ 95
39 FUI - ΕΠHΓΑ 97
40 CANDELABRO - ΠΟΛΥEΛΑΙΟΣ 99
41 DESDE AS NOVE - ΑΠ’ ΤΕΣ ΕΝΝΙA 101
42 COMPREENSÃO - ΝOΗΣΙΣ 103
44 EMBAIXADORES DE ALEXANDRIA
ΠΡEΣΒΕΙΣ ΑΠ’ ΤΗΝ ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ 105
45 ARISTÓBOULOS - ΑΡΙΣΤOΒΟΥΛΟΣ 107
46 CESARIÃO - ΚΑΙΣΑΡIΩΝ 111
47 O PRAZO DE NERO - Η ΔΙΟΡIΑ ΤΟΥ ΝEΡΩΝΟΣ 115
48 NO PORTO - ΕΙΣ ΤΟ ΕΠIΝΕΙΟΝ 117
49 UM DOS SEUS DEUSES - EΝΑΣ ΘΕOΣ ΤΩΝ 119
50 TÚMULO DE LANES - ΛAΝΗ ΤAΦΟΣ 121
51 TÚMULO DE JASES - ΙΑΣH ΤAΦΟΣ 123
52 NUMA CIDADE DE OSROENE - ΕΝ ΠOΛΕΙ ΤΗΣ ΟΣΡΟΗΝHΣ 125
53 TÚMULO DE INÁCIO - ΙΓΝΑΤIΟΥ ΤAΦΟΣ 127
55 A AMONES, MORTO AOS VINTE NOVE ANOS, EM 610
ΓΙΑ ΤΟΝ ΑΜΜOΝΗ, ΠΟΥ ΠEΘΑΝΕ 29 ΕΤΩΝ, ΣΤΑ 610 129
56 EMILIANO MONAES, ALEXANDRINO, 628 - 655 D.C.
ΑΙΜΙΛΙΑΝOΣ ΜΟΝAΗ, ΑΛΕΞΑΝΔΡΕΥΣ, 628 - 655 Μ.Χ. 131
57 QUANDO DESPERTAREM - OΤΑΝ ΔΙΕΓΕIΡΟΝΤΑΙ 133
58 PRAZER - ΗΔΟΝH 135
59 TANTO CONTEMPLEI - ΕΤΣΙ ΠΟΛΥ ΑΤEΝΙΣΑ 137
60 NA RUA - ΕΝ ΤΗ ΟΔΩ 139
61 A MONTRA DA TABACARIA
Η ΠΡΟΘHΚΗ ΤΟΥ ΚΑΠΝΟΠΩΛΕIΟΥ 141
63 NA NOITE - ΕΝ ΕΣΠEΡΑ 143
64 CINZENTOS - ΓΚΡIΖΑ 145
65 DIANTE DA CASA - ΚAΤΩ ΑΠ’ ΤΟ ΣΠIΤΙ 147
66 A MESA DO LADO - ΤΟ ΔΙΠΛΑΝO ΤΡΑΠEΖΙ 149
67 RECORDA CORPO - ΘΥΜHΣΟΥ, ΣΩΜΑ... 151
68 DIAS DE 1903 - ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1903 153
69 O SOL DA TARDE - Ο HΛΙΟΣ ΤΟΥ ΑΠΟΓΕΥΜΑΤΟΣ 155
70 VEIO FICAR - ΝΑ ΜΕIΝΕΙ 157
71 DOS HEBREUS (50 D.C.) - ΤΩΝ ΕΒΡΑIΩΝ (50 Μ.Χ.) 159
72 ÍMENOS - IΜΕΝΟΣ 161
73 A BORDO - ΤΟΥ ΠΛΟIΟΥ 163
74 DE DEMÉTRIO SÓTER - ΔΗΜΗΤΡIΟΥ ΣΩΤHΡΟΣ (162-150 Π.Χ.) 165
75 SE É QUE MORREU - ΕIΓΕ ΕΤΕΛΕΥΤΑ 169
77 QUE VENHAM - ΓΙΑ ΝAΡΘΟΥΝ – 173
78 DARIO - Ο ΔΑΡΕIΟΣ 175
79 ANA COMNENA - AΝΝΑ ΚΟΜΝΗΝH 179
80 UM NOBRE BIZANTINO, NO EXÍLIO, VERSIFICADOR
ΒΥΖΑΝΤΙΝOΣ AΡΧΩΝ, ΕΞOΡΙΣΤΟΣ, ΣΤΙΧΟΥΡΓΩΝ 181
81 A SUA ORIGEM - Η ΑΡΧH ΤΩΝ 183
83 MELANCOLIA DE JASON, FILHO DE CLEANDRO,
POETA DE COMAGENA (595 D.C.)
ΜΕΛΑΓΧΟΛIΑ ΤΟΥ ΙAΣΟΝΟΣ ΚΛΕAΝΔΡΟΥ·
ΠΟΙΗΤΟΥ ΕΝ ΚΟΜΜΑΓΗΝH· 595 Μ.Χ. 185
84 DEMARATO - Ο ΔΗΜAΡΑΤΟΣ 187
85 TROUXE À ARTE - ΕΚOΜΙΣΑ ΕΙΣ ΤΗΝ ΤEΧΝΗ 191
86 DA ESCOLA DO FAMOSO FILÓSOFO
ΑΠO ΤΗΝ ΣΧΟΛHΝ ΤΟΥ ΠΕΡΙΩΝΥΜΟΥ ΦΙΛΟΣOΦΟΥ 193
87 ARTÍFICE DE CRATERAS - ΤΕΧΝΟΥΡΓOΣ ΚΡΑΤHΡΩΝ 197
88 AOS COMBATENTES DA LIGA AQUEIA
ΥΠEΡ ΤΗΣ ΑΧΑΪΚHΣ ΣΥΜΠΟΛΙΤΕIΑΣΠΟΛΕΜHΣΑΝΤΕΣ 199
89 A ANTÍOCO EPIFANES - ΠΡΟΣ ΤΟΝ ΑΝΤIΟΧΟΝ ΕΠΙΦΑΝH 201
90 NUM VELHO LIVRO - Σ’ EΝΑ ΒΙΒΛIΟ ΠΑΛΙO – 203
91 NO DESESPERO - ΕΝ ΑΠΟΓΝΩΣΕΙ 205
92 VENDO JULIANO A INDIFERENÇA
Ο ΙΟΥΛΙΑΝOΣ, ΟΡΩΝ ΟΛΙΓΩΡIΑΝ 207
93 EPITÁFIO DE ANTÍOCO, REI DE COMAGENA
ΕΠΙΤΥΜΒΙΟΝ ΑΝΤΙOΧΟΥ, ΒΑΣΙΛEΩΣ ΚΟΜΜΑΓΗΝHΣ 209
94 TEATRO DE SIDON (400 D.C.)
ΘEΑΤΡΟΝ ΤΗΣ ΣΙΔΥΝΟΣ (400 Μ.Χ.) 211
96 ANTES QUE O TEMPO OS MUDASSE
ΠΡΙΝ ΤΟΥΣ ΑΛΛAΞΕΙ Ο ΧΡOΝΟΣ 213
97 VEIO PARA LER - HΛΘΕ ΓΙΑ ΝΑ ΔΙΑΒAΣΕΙ – 215
98 31 A.C. EM ALEXANDRIA - ΤΟ 31 Π.Χ. ΣΤΗΝ ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ 217
99 JOÃO CANTACUZENO PREVALECE
Ο ΙΩAΝΝΗΣ ΚΑΝΤΑΚΟΥΖΗΝOΣ ΥΠΕΡΙΣΧΥΕΙ 219
100 TEMETO DE ANTIOQUIA (400 D.C.)
ΤEΜΕΘΟΣ, ΑΝΤΙΟΧΕΥΣ· 400 Μ.Χ. 221
101 DE VIDRO COLORIDO - ΑΠO ΥΑΛI ΧΡΩΜΑΤΙΣΤO 223
102 AOS VINTE E CINCO ANOS DA SUA EXISTÊNCIA
ΤΟ 25ΟΝ EΤΟΣ ΤΟΥ ΒIΟΥ ΤΟΥ 225
103 NA COSTA DA ITÁLIA - ΕΙΣ ΙΤΑΛΙΚHΝ ΠΑΡΑΛIΑΝ 227
104 NA ALDEIA ABORRECIDA - ΣΤΟ ΠΛΗΚΤΙΚO ΧΩΡΙO 229
105 APOLÓNIO DE TIANA EM RODES
ΑΠΟΛΛΩΝΙΟΣ Ο ΤΥΑΝΕΥΣ ΕΝ ΡOΔΩ 231
106 A DOENÇA DE KLEITOS - Η ΑΡΡΩΣΤΙΑ ΤΟΥ ΚΛΕIΤΟΥ 233
107 NUM DEMOS DA ÁSIA MENOR - ΕΝ ΔHΜΩ ΤΗΣ ΜΙΚΡAΣ ΑΣIΑΣ 235
108 SACERDOTE DE SERÁPIS - ΙΕΡΕΥΣ ΤΟΥ ΣΕΡΑΠIΟΥ 237
109 NAS TABERNAS - ΜEΣΑ ΣΤΑ ΚΑΠΗΛΕΙA 239
110 GRANDE PROCISSÃO DE LEIGOS E PADRES
ΜΕΓAΛΗ ΣΥΝΟΔΕIΑ ΕΞ ΙΕΡEΩΝ ΚΑΙ ΛΑΪΚΩΝ 241
111 SOFISTA QUE ABANDONA A SÍRIA
ΣΟΦΙΣΤHΣ ΑΠΕΡΧOΜΕΝΟΣ ΕΚ ΣΥΡIΑΣ 243
112 JULIANO E OS ANTIOQUENSES
Ο ΙΟΥΛΙΑΝOΣ ΚΑΙ ΟΙ ΑΝΤΙΟΧΕIΣ 245
113 ANA DALASSENA - AΝΝΑ ΔΑΛΑΣΣΗΝH 247
114 DIAS DE 1896 - ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1896 249
115 DOIS JOVENS DE VINTE E TRÊS A VINTE E QUATRO ANOS
ΔΥΟ ΝEΟΙ, 23 EΩΣ 24 ΕΤΩΝ 251
116 GREGA DESDE A ANTIGUIDADE - ΠΑΛΑΙOΘΕΝ ΕΛΛΗΝIΣ 255
117 DIAS DE 1901 - ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1901 257
118 NÃO PERCEBESTE - ΟΥΚ EΓΝΩΣ 259
119 UM JOVEM ARTISTA DA PALAVRA, AOS VINTE E QUATRO ANOS
EΝΑΣ ΝEΟΣ, ΤΗΣ ΤEΧΝΗΣ ΤΟΥ ΛOΓΟΥ – ΣΤΟ 24ΟΝ EΤΟΣ ΤΟΥ 261
120 EM ESPARTA - ΕΝ ΣΠAΡΤΗ 263
121 RETRATO DE UM JOVEM DE VINTE E TRÊS ANOS PINTADO
POR UM ARTISTA AMADOR, AMIGO SEU CONTEMPORÂNEO
ΕΙΚΩΝ ΕΙΚΟΣΙΤΡΙΕΤΟΥΣ ΝEΟΥ ΚΑΜΩΜEΝΗ
ΑΠO ΦIΛΟΝ ΤΟΥ ΟΜHΛΙΚΑ, ΕΡΑΣΙΤEΧΝΗΝ 265
122 NUMA GRANDE COLÓNIA GREGA, 200 A.C.
ΕΝ ΜΕΓAΛΗ ΕΛΛΗΝΙΚH ΑΠΟΙΚIΑ, 200 Π.Χ. 267
123 PRÍNCIPE DA LÍBIA OCIDENTAL
ΗΓΕΜΩΝ ΕΚ ΔΥΤΙΚHΣ ΛΙΒΥΗΣ 271
124 CIMÓN, FILHO DE LEARCO, DE VINTE E DOIS ANOS,
ESTUDANTE DE LITERATURA GREGA (EM CIRENE)
ΚIΜΩΝ ΛΕAΡΧΟΥ, 22 ΕΤΩΝ, ΣΠΟΥΔΑΣΤHΣ
ΕΛΛΗΝΙΚΩΝ ΓΡΑΜΜAΤΩΝ (ΕΝ ΚΥΡHΝΗ) 273
125 A CAMINHO DE SINOPE - ΕΝ ΠΟΡΕIΑ ΠΡΟΣ ΤΗΝ ΣΙΝΩΠΗΝ 277
126 DIAS DE 1909, 1910 E 1911 - ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1909, ‘10, ΚΑΙ ‘11 279
127 MIRES, ALEXANDRIA 340 D.C.
ΜΥΡΗΣ· ΑΛΕΞAΝΔΡΕΙΑ ΤΟΥ 340 Μ.Χ. 281
128 ALEXANDRE JANEU E ALEXANDRA
ΑΛEΞΑΝΔΡΟΣ ΙΑΝΝΑIΟΣ, ΚΑΙ ΑΛΕΞAΝΔΡΑ 287
129 BELAS FLORES E BRANCAS QUE IAM MUITO BEM
ΩΡΑIΑ ΛΟΥΛΟΥΔΙΑ ΚΑΙ AΣΠΡΑ ΩΣ ΤΑIΡΙΑΖΑΝ ΠΟΛΥ 289
130 AVANTE, REI DOS LACEDEMÓNIOS
AΓΕ, Ω ΒΑΣΙΛΕΥ ΛΑΚΕΔΑΙΜΟΝIΩΝ 293
131 NO MESMO LUGAR - ΣΤΟΝ IΔΙΟ ΧΩΡΟ 295
132 O ESPELHO DA ENTRADA - Ο ΚΑΘΡEΠΤΗΣ ΣΤΗΝ ΕIΣΟΔΟ 297
133 PERGUNTAVA PELA QUALIDADE - ΡΩΤΟΥΣΕ ΓΙΑ ΤΗΝ ΠΟΙOΤΗΤΑ 299
134 QUE SE TIVESSEM PREOCUPADO - ΑΣ ΦΡOΝΤΙΖΑΝ 303
135 SEGUNDO FÓRMULAS DE ANTIGOS MAGOS GRECO-SÍRIOS
ΚΑΤA ΤΕΣ ΣΥΝΤΑΓEΣ ΑΡΧΑIΩΝ ΕΛΛΗΝΟΣΥΡΩΝ ΜAΓΩΝ 307
136 EM 200 A.C. - ΣΤΑ 200 Π.Χ. 309
137 DIAS DE 1908 - ΜEΡΕΣ ΤΟΥ 1908 313
138 NOS ARREDORES DE ANTIOQUIA
ΕΙΣ ΤΑ ΠΕΡIΧΩΡΑ ΤΗΣ ΑΝΤΙΟΧΕIΑΣ 317
139 VOZES - ΦΩΝEΣ 321
140 DESEJOS - ΕΠΙΘΥΜIΕΣ 323
141 VELAS - ΚΕΡΙA 325
142 UM VELHO - ΕΝΑΣ ΓEΡΟΣ 327
143 PRECE - ΔEΗΣΙΣ 329
144 AS ALMAS DOS VELHOS - Η ΨΥΧEΣ ΤΩΝ ΓΕΡOΝΤΩΝ 331
145 O PRIMEIRO DEGRAU - ΤΟ ΠΡΩΤΟ ΣΚΑΛI 333
146 INTERRUPÇÃO - ΔΙΑΚΟΠH 335
147 TERMÓPILAS - ΘΕΡΜΟΠΥΛΕΣ 337
148 CHE FECE... IL GRAN RIFIUTO 339
149 AS JANELAS - ΤΑ ΠΑΡAΘΥΡΑ 341
150 MUROS - ΤΕIΧΗ 343
151 ESPERANDO OS BÁRBAROS
ΠΕΡΙΜEΝΟΝΤΑΣ ΤΟΥΣ ΒΑΡΒAΡΟΥΣ 345
152 DESLEALDADE - ΑΠΙΣΤIΑ 349
153 O FUNERAL DE SARPÉDON - Η ΚΗΔΕIΑ ΤΟΥ ΣΑΡΠΗΔOΝΟΣ 353
154 OS CAVALOS DE AQUILES - ΤΑ AΛΟΓΑ ΤΟΥ ΑΧΙΛΛEΩΣ 357
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