Você está na página 1de 18

Os manuais da Academia APNA são uma compilação destinada ao estudo

e preparação da Prova Nacional de Acesso (PNA). Cobrem todo o conteúdo


necessário para o exame, adaptando-se anualmente ao programa oficial.
O objetivo é integrar todas as informações do currículo, evitando o desper-
dício de tempo na procura e compilação de referências bibliográficas. Da
mesma forma, este material exclusivo para a preparação da prova permite
um estudo mais eficiente, pois:

• Evita a duplicação de informações entre vários temas. Como tal, cada


tópico aparece apenas num manual, mesmo que faça parte do conteúdo
de várias especialidades, integrando a perspetiva geral de todas elas.
• Unifica os tópicos relacionados em títulos mais extensos para facilitar o
estudo e reduzir o tempo dedicado a cada um deles. Por esse motivo,
alguns assuntos da lista oficial podem aparecer com diferentes títulos nos
manuais.
• União de cadeiras médicas e cirúrgicas, favorecendo um estudo mais rá-
pido e integrativo de diversas patologias.
• O conteúdo é realizado e desenvolvido proporcionalmente à importância
do assunto no exame, garantindo uma maior profundidade e dedicação
aos tópicos mais importantes.
• Inúmeras imagens que facilitam a memória visual e treino na resposta a
casos clínicos com imagens.

MANUAL DE HEMATOLOGIA
(Segunda Edição – Prova Nacional de Acesso 2021)

ISBN
978-84-18278-57-0

DEPÓSITO LEGAL
M-26694-MMXIX

APNA • ACADEMIA PNA UNIPESSOAL, LDA.


Avenida da República, 50, 2nd andar · 1050-196 Lisboa
www.academiapna.com
info@academiapna.com

DESIGN GRÁFICO, PAGINAÇÃO E ILUSTRAÇÃO


Iceberg Visual Diseño, S.L.N.E.

IMPRESSÃO
Impressão concluída em setembro de 2020

É proibida qualquer reprodução, mesmo que parcial, desta obra. Qualquer cópia ou reprodução
feita através de qualquer procedimento (fotografia, microfilme, banda magnética, disco ou
outros) constitui uma irregularidade passível das sanções previstas na lei de proteção dos direitos
de autor.
A proteção dos direitos de autor abrange tanto o conteúdo editorial da publicação como o
design gráfico, as ilustrações e as fotografias da mesma, sendo a reprodução total ou parcial
proibida sem o consentimento do titular dos direitos de autor.
A tradução, a adaptação total ou parcial, a reprodução através de qualquer meio (incluindo
microfilmes, filmes, fotocópias, etc.), bem como o armazenamento eletrónico, são reservados
para todos os países.

Este manual foi impresso em papel ecológico, sustentável e isento de


cloro e foi certificado para as normas FSC (Forest Stewardship Council) e
PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification).
AUTORES

DIREÇÃO MARTA PLANCHA EDUARDO FRANCO DÍEZ


EDITORIAL AIDA SUÁREZ BARRIENTOS ANTONIO MANCINI
BORJA RUIZ MATEOS MARIA ELENA MAGGIORE
JAIME CAMPOS PAVÓN DARIO GATTI
ÁLVARO FRÍAS SÁNCHEZ

AUTORES PRINCIPAIS

MÁRIO SOUSA PIMENTA


IPO Porto (PT)

LISTA GERAL DE AUTORES


AIDA SUÁREZ BARRIENTOS JOSÉ PEDRO MORAIS MACEDO MIGUEL SARAIVA
Clinica Universitaria de Navarra. Madrid (ES) Centro Hospitalar Universitário Santiago Centro Hospitalar e Universitário do Porto,
de Compostela (ES) Hospital de Santo António (PT)
ANA FILIPA PALMA DOS REIS
Hospital de Santo António dos Capuchos. C. H. JOSÉ PEDRO SOUSA
Universitário Lisboa Central (PT)
PATRÍCIA AMOEDO
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (PT) Hospital Universitário São João, Porto (PT)
ANA MARTINS
LUÍS ANDRÉ BAPTISTA
Centro Hospitalar Universitário de São João (PT) RAPHAEL CURVO
Centro Hospital Vila Nova de Gaia e Espinho (PT)
Hospital Universitário Gregorio Marañón. Madrid
ANA RITA CONSTANTE LUÍS CASTELHANO (ES)
Centro Hospitalar Oeste, Hospital de Caldas
Hospital Egas Moniz (PT)
da Rainha (PT) RAQUEL PRATA SARAIVA
LUÍS LÁZARO FERREIRA Instituto Português de Oncologia de Coimbra (PT)
BRUNO SOUSA Centro Hospital Vila Nova de Gaia e Espinho (PT)
Hospital Garcia da Orta (PT) RENATO MEDAS
LUÍSA PANADÉS DE OLIVEIRA Centro Hospitalar de São João, Porto (PT)
CARLA COSTA Hospital del Mar (ES)
Hospital Beatriz Ângelo (PT)
RODRIGO SARAIVA
MADALENA ROSÁRIO Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte,
CATARINA ABRANTES Hospital de Santa Maria (PT)
Centro Hospitalar de Setúbal Hospital de Santa Maria (PT)
MANUELA FERNANDES ESTEVINHO
CATARINA SOARES Porto (PT) SARA MARIA FONSECA
Hospital Universitario Príncipe de Asturias, Hospital Universitário São João, Porto (PT)
Madrid (ES) MARGARIDA BRÍZIDO
Hospital Beatriz Ângelo (PT) SOFIA ANTUNES DUARTE
CÉSAR SILVA Hospital de Santa Maria. C. H. Universitário
Hospital de Santa Maria (PT) MARGARIDA GONZÁLEZ Lisboa Norte, EPE (PT)
Hospital de Cascais (PT)
DIOGO LACERDA
Hospital Sant’Ana (PT) MÁRIO SOUSA PIMENTA SOFIA LEANDRO
Hospital do Espírito Santo de Évora (PT)
IPO Porto (PT)
INÊS GRÁCIO DE ALMEIDA
Hospital Nossa Senhora do Rosário, MARTA PLANCHA SÓNIA BARROS
Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (PT) Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central. Centro Hospitalar Universitário do Algarve
Maternidade Dr. Alfredo da Costa (PT)
JOÃO PAULO BAPTISTA GODINHO TERESA MOTA
Hospital Beatriz Ângelo (PT) MATILDE ALMEIDA E SOUSA Hospital Universitário do Algarve (PT)
Centro Hospitalar Central Universitário
JOANA DA SILVA FERNANDES de Lisboa (PT) TIAGO MAGALHÃES
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho Hospital Universitário São João, Porto (PT)
MIGUEL MIRANDA
JOSÉ DANIEL RODRIGUES Hospital de Santa Maria. C. H. Universitário TOMÁS CARVALHO
Porto (PT) Lisboa Norte, EPE (PT) Hospital de Santa Maria (PT)
ÍNDICE

[CO]A MD, D, T, GD SÉRIE ERITRÓIDE: ABORDAGEM AO DOENTE COM ANEMIA E POLIGLOBULIAS


CAPÍTULO 1 MD, D, P, T, GD ANEMIAS. INFORMAÇÕES GERAIS......................................................................... 11
[CO]A 1.1. Tipos de anemias............................................................................................... 12

CAPÍTULO 2 MD, D, P, T, GD ANEMIA FERROPÉNICA.......................................................................................... 14


[CO]A 2.1. Metabolismo do ferro........................................................................................ 14

CAPÍTULO 3 MD, D, P, T, GD ANEMIA SIDEROBLÁSTICA..................................................................................... 17


[CO]A
CAPÍTULO 4 MD, D, P, T, GD ANEMIA DE ESTADOS INFLAMATÓRIOS................................................................ 18
[CO]A
CAPÍTULO 5 MD, D, P, T, GD ANEMIA MIELOFTÍSICA.......................................................................................... 19
[CO]A
CAPÍTULO 6 MD, D, P, T, GD APLASIA MEDULAR................................................................................................ 20
[CO]A
CAPÍTULO 7 MD, D, P, T, GD ANEMIA MEGALOBLÁSTICA................................................................................... 23
[CO]A 7.1. Caraterísticas gerais........................................................................................... 23
7.2. Anemia por défice de vitamina B12................................................................... 23
7.3. Anemia por carência de folato........................................................................... 25

CAPÍTULO 8 MD, D, P, T, GD ANEMIAS HEMOLÍTICAS......................................................................................... 28


[CO]A 8.1. Caraterísticas gerais........................................................................................... 28
8.2. Classificação...................................................................................................... 28
8.3. Anemias hemolíticas congénitas......................................................................... 29
8.4. Anemias hemolíticas adquiridas......................................................................... 34

CAPÍTULO 9 MD, D, T, GD ABORDAGEM AO DOENTE COM LINFADENOPATIA E ESPLENOMEGALIA.............. 39


[CO]A
CAPÍTULO 10 MD, D, T, GD NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÓNICAS................................................... 42
[CO]C 10.1. Policitemia vera ................................................................................................. 42
10.2. Leucemia mieloide crónica................................................................................. 44
10.3. Trombocitose essencial ..................................................................................... 45
10.4. Mielofibrose primária......................................................................................... 47

CAPÍTULO 11 MD, D SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS........................................................................... 49


[CO]B

SÉRIE LEUCOCITÁRIA
CAPÍTULO 12 MD, D LEUCEMIAS AGUDAS.............................................................................................. 53
[CO]A
CAPÍTULO 13 MD, D, P, GD SD. LINFOPROLIFERATIVAS CRÓNICAS. LINFOMAS NÃO-HODGKIN...................... 59
[CO]A
13.1. Leucemia linfocítica crónica.............................................................................. 61
13.2. Tricoleucemia .................................................................................................. 63
13.3. Linfoma esplénico da zona marginal................................................................ 64
13.4. Linfoma folicular.............................................................................................. 64
13.5. Linfoma B difuso de grandes células e Linfoma de células B de alto grau
(HGBCL)........................................................................................................... 65
13.6. Linfoma do manto........................................................................................... 66
13.7. Linfoma de Burkitt........................................................................................... 66
13.8. Linfoma MALT................................................................................................. 67
13.9. Linfoma linfoplasmocítico. Macroglobulinemia de Waldenström...................... 68
13.10. Linfomas Não Hodgkin de Células T................................................................. 69

7
CAPÍTULO 14 MD, D, T, GD MIELOMA E DISTÚRBIOS DE PLASMÓCITOS.......................................................... 71
[CO]B 14.1. Outras síndromes com paraproteínas monoclonais............................................. 75

CAPÍTULO 15. MD, D AMILOIDOSE........................................................................................................... 76


[CO]C
CAPÍTULO 16. MD, D LINFOMA DE HODGKIN.......................................................................................... 79
[CO]A

HEMOSTASE E COAGULAÇÃO
CAPÍTULO 17. INFORMAÇÕES GERAIS.......................................................................................... 82
[CI] 17.1. Hemóstase primária........................................................................................... 82
17.2. Hemóstase secundária....................................................................................... 82
17.3. Fibrinólise........................................................................................................... 84
17.4.  Exames fundamentais para o estudo da hemóstase........................................... 84

CAPÍTULO 18. MD, D, T, GD DISTÚRBIOS DAS PLAQUETAS: TROMBOCITOPENIAS............................................ 86


[CO]B 18.1. Trombocitopenia imune..................................................................................... 86
18.2.  Púrpura trombocitopénica trombótica (PTT) ou síndrome de Moschcowitz......... 87

CAPÍTULO 19. MD, D, T, GD DISTÚRBIOS DAS PLAQUETAS: TROMBOCITOPATIAS............................................ 88


[CO]B 19.1. Trombocitopatias congénitas............................................................................. 88
19.2. Trombocitopatias adqiridas................................................................................ 88

CAPÍTULO 20. MD, D, T, GD DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO.............................................................................. 89


[CO]A
20.1. Alterações congénitas da coagulação................................................................. 89
20.2. Alterações adquiridas da coagulação................................................................. 91
20.3. Trombofilias....................................................................................................... 91
20.4.  Alterações da coagulação durante a gravidez e prevenção da doença
tromboembólica venosa..................................................................................... 93

CAPÍTULO 21. ANTICOAGULANTES............................................................................................... 94


[CC] 21.1. Heparinas........................................................................................................... 94
21.2.  Hipocoagulantes orais: varfarina e acenocumarol............................................... 94
21.3. Novos anticoagulantes orais (NOACs)................................................................ 96

CAPÍTULO 22. T, GD SUPORTE TRANSFUSIONAL DE SANGUE E HEMODERIVADOS............................... 98


[CO]B
CAPÍTULO 23. HEMOCROMATOSE................................................................................................. 100
[CC]
CAPÍTULO 24. TRANSPLANTE DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOIÉTICAS ........................ 101
[CC]

VALORES DE REFERÊNCIA E ASSOCIAÇÕES IMPORTANTES EM HEMATOLOGIA................................................................. 103


BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................................................... 104

[CI] Capítulo introdutório. [CO] Capítulo obrigatório (importância A/B/C segundo a matriz de conteúdos do PNA). [CC] Capítulo complementar
MD: Mecanismo Doença D: Diagnóstico P: Prevenção T: Terapêutica GD: Gestão do Doente

8
ORIENTAÇÕES PNA

A Hematologia é uma especialidade de importância média-alta na PNA. É uma especialidade que durante o curso de Medicina não
costuma ser estudada com grande detalhe, pelo que o investimento durante a preparação da PNA acaba por ser mais exigente. Na
PNA 2019 houve claramente um tema que se destacou dos restantes: Anemias, pelo que deverá ser o tema com maior dedicação.

Importância do assunto na PNA

0,66% 12,66%
OF GT
0,66% 10,00%
OC PQ

DM IF 9,33%
1,33%

2,66% NF GC 8,66%

3,33% UR CD 7,33%

OT ED 7,33%
3,33%

OR HM
4,00% 6,00%
RM NR
4,66% 6,00%
PN PD
6,00% 6,00%

Distribuição dos capítulos

Capítulo 2. Anemia ferropénica 2

Capítulo 7. Anemia megaloblástica 2

Capítulo 8. Anemias hemolíticas 1

Capítulo 10. Neoplasias mieloproliferativas crónicas 1

Capítulo 14. Mieloma e distúrbios de plasmócitos 1

Capítulo 20. Disturbios da coagulação 1

Capítulo 21. Anticoagulantes 1


CURIOSIDADES

As primeiras referências de hemofilia datam de há 1700 anos. Os rabinos


foram os primeiros a entrar em contacto com esta doença, observando que os
filhos de algumas famílias, do sexo masculino, sangravam muito quando eram
circuncidados. Por conseguinte, um rapaz que tivesse irmãos mais velhos com
problemas de hemorragia não devia ser circuncidado. Foi apenas por volta de
1800, que um médico americano, John C. Otto, realizou o primeiro estudo
sobre as famílias hemofílicas, descobrindo a genética da hemofilia A, em 1803.
CO
A
SÉRIE ERITRÓIDE: MD, D, T, GD
Abordagem ao doente com anemia e poliglobulias

Capítulo 1
CO
Anemias. Informações gerais A
MD, D, P, T, GD

A hematopoiese conduz à produção dos elementos figurados Na presença de anemia a sua concentração aumenta de forma
do sangue, ou seja, é o processo pelo qual uma célula esta- logarítmica e proporcional à gravidade da anemia.
minal conduz à génese de eritrócitos, granulócitos, monócitos,
plaquetas e restantes células do sistema imune.
Para que a eritropoiese decorra é essencial a atuação de fatores Conceito
de transcrição ubíquos (não restritos à linhagem hematopoié-
tica), mas também de fatores de transcrição relativamente A anemia é a patologia mais frequente da série eritróide,
específicos das células hematopoiéticas (por exemplo, GATA-1, sendo caracterizada por uma diminuição da concentração de
FOG-1, NFE e EKLF). Outro fator essencial é a presença de erito- hemoglobina, que se torna insuficiente para o aporte de oxi-
poietina (EPO), uma glicoproteína cuja síntese ocorre sobretu- génio necessário aos tecidos. De acordo com a Organização
do ao nível dos capilares peri-tubulares renais e é regulada pela Mundial de Saúde, os cut-offs para definição de anemia são:
quantidade de oxigénio. Na ausência de EPO, os precursores concentração de hemoglobina < 13 g/dL (no homem) ou <
da linhagem eritróide entram em apoptose. Adicionalmente, a 12 g/dL (na mulher), ou um valor de hematócrito < 40%
quantidade de EPO determina a produção diária de eritrócitos. (no homem) ou < 37% (na mulher). A anemia pode resultar

Célula estaminal
pluripotente

Progenitor Megacarioblasto Mieloblasto Proeritroblasto


linfóide

Monoblasto
Eritroblasto
Linfoblasto Promielócito basófilo

Megacariócito

Células NK Linfócito B Linfócito T Mielócito Eritroblasto


policromático

Metamielócito Metamielócito Metamielócito Eritroblasto


Plasmócito Plaquetas eosinofílico neutrofílico basofílico ortocromatófilo
(normoblasto)

Neutrófilo em
banda Reticulócito

Monócito Eosinófilo Neutrófilo Basófilo Eritrócito

Figura 1. Hematopoiese.
11
Manual APNA · Hematologia

VALORES NORMAIS A. MICROCÍTICAS A. NORMOCÍTICAS A. MACROCÍTICAS


(VGM ↓) (VGM N) (VGM ↑)
Eritrócitos
Homem: 4,5 – 6,0 x106 /µL - Anemia ferro- - Anemia da - Anemias megalo-
Mulher: 4,0 – 5,4 x106 /µL pénica (mais doença crónica blásticas
frequente) (mais frequente) - Hepatopatia
Reticulócitos: 0,5-1,5% - Talassemias - Anemias hemolíti- crónica
- Hemoglobinopatias cas - Alcoolismo
Hemoglobina - Anemias - Anemia aplásica - Síndromes mielo-
Homem: 13,5-17,5 g/dL sideroblásticas - Mixedema displásicas
Mulher: 12-16 g/dL hereditárias - Perdas agudas - Reticulocitose
- Uremia - Invasão medular - Hipotiroidismo
Hematócrito: - Intoxicação por (mieloftise) - Anemia aplásica
Homem: 40-52% chumbo - Hepatopatia - Administração de
Mulher: 36-48% - Anemia de esta- citostáticos
dos inflamatórios/
VGM: 80-100 fL CHCM: 30-36 g/dl doença crónica
em fase avançada
HCM: 30-34 pg RDW: 12-15% (37-47 fL)

VGM: volume globular médio.


-  Quadro 2. Classificação global das anemias dependendo dos índices eritroci-
HCM: hemoglobina corpuscular média.
-  tários.
CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média.
- 
RDW: red blood cell distribution width. Mede a variação das
-  -se como megaloblásticas. Nestas, existe um compromisso da
dimensões dos eritrócitos, ou seja, a anisocitose. síntese de material genético, havendo por isso uma dissociação
Quadro 1. Valores de referência na série eritróide.
entre o grau de maturação do núcleo versus citoplasma. As
anemias secundárias ao hipotiroidismo, hepatopatia crónica
e alcoolismo, podem ser macrocíticas. Além disso, é possível
detetar uma falsa macrocitose em caso de hemólise, porque os
reticulócitos (isto é, os eritrócitos “jovens” que contêm vestí-
da produção inadequada de eritrócitos, de hemorragia, do gios de retículo endoplasmático) são erroneamente considera-
aumento da destruição de glóbulos vermelhos ou de uma dos pelo aparelho de contagem automática de células, como
combinação destes fatores. eritrócitos de morfologia megaloblastóide.
Na avaliação da anemia, deve-se ter em conta a anamnese e (Ver Quadro 2)
exame físico do doente que ditarão, em última análise, quais
os exames complementares de diagnóstico a solicitar para
esclarecimento e estratificação etiopatogénica da anemia. Teor de hemoglobina (cor)
Dentro dos exames complementares passíveis de requisição, Relativamente ao teor do hemoglobina, as anemias subclassi-
destacam-se: ficam-se em hipercrómicas (HCM > 34pg), normocrómicas e
• Concentração de Hemoglobina (Hb). hipocrómicas (HCM < 30 pg.) A CHCM é o rácio, expresso em
percentagem, entre a concentração plasmática de hemoglobi-
• Hematócrito (Htc).
na e o hematócrito.
• Contagem eritrocitária presente no hemograma.
• Índices eritrocitários: VGM, HCM, CHCM, RDW.
• Contagem de reticulócitos. Classificação etiopatogenética
• Estudo da cinética do ferro e metabolismo da cianocobalami-
• Anemias por maior degradação (por exemplo, anemias
na e folato.
hemolíticas ou decorrentes de hemorragias agudas). A
• Morfologia eritrocitária (esfregaço de sangue periférico). contagem de reticulócitos é um indicador da produção de
• Biópsia de medula óssea. eritrócitos e permite avaliar se a resposta medular é ou não
apropriada ao grau de anemia. Quando a anemia ocorre
por aumento da degradação de eritrócitos em contexto de
hemólise (sobretudo se a hemólise for extravascular, com
1.1. Tipos de anemias reciclagem eficaz de ferro ao nível do sistema retículo-en-
dotelial) ocorre, geralmente, um aumento da contagem de
As anemias podem ser classificadas segundo diversos critérios. reticulócitos (IPR ≥3%).
Por outro lado, quando a anemia se desenvolve na sequência
Critério morfológico de perdas hemáticas, a presença de reticulocitose (aumento
da contagem de reticulócitos) está dependente da existência
Volume (dimensões) de reservas de ferro: enquanto não se esgotarem os depósitos
de ferro a resposta reticulocitária é adequada (IPR ≥3%). Neste
A anemia pode ser classificada em macrocítica (quando o VGM caso o aumento da produção de reticulócitos pode demorar
é superior a 100 fL), normocítica (VGM compreendido entre até 2 a 3 dias e deverá atingir o pico entre 6 a 10 dias. Quando
80 e 100 fL) ou microcítica (<80 fL). se estabelece a ferropenia, o índice de produção de reticuló-
As anemias com VGM > 100 fL, associadas a um défice com- citos diminui, refletindo diminuição da produção medular da
provado de vitamina B12 (cianocobalamina) ou folato, definem- série eritróide (habitualmente menor que 1.5%).

12
Capítulo 1 · Anemias. Informações gerais

Assim sendo, na ausência de hemorragia, um índice – Alteração da maturação dos precursores eritropoiéticos.
reticulocitário aumentado num indivíduo anémico sugere a Por exemplo, carências comprometedoras da cadeia de
existência de hemólise. síntese da hemoglobina (anemia ferropénica) ou ADN
(anemia megaloblástica).
• Anemias por alteração da eritropoiese.
– Invasão medular por células neoplásicas de origem hema-
Caracterizam-se por um baixo índice de produção de reticu-
topoiética ou extramedular.
lócitos, secundário à diminuição da capacidade regenerativa
da medula óssea, devido, entre outras causas, a: (Ver Quadro 3)
– Alteração das células estaminais hematopoiéticas. Por
Os reticulócitos são precursores relativamente mais imaturos
exemplo,anemia aplásica, síndromes mielodisplásicas.
dos eritrócitos, geralmente representando 0,5-1,5% do total
– Alteração estaminal de uma linha de diferenciação celular. de eritrócitos em circulação. O número dos reticulócitos fornece
Por exemplo, eritroblastopenia. informações sobre a capacidade regenerativa da medula óssea.

ANEMIA POR ALTERAÇÃO DA DEGRADAÇÃO

PERDAS Hemorragia aguda

- Alterações membranares do eritrócito (alterações do citoesqueleto)


Intracorpusculares - Enzimopatias
(anomalias intrínsecas) - Alterações na conformação da Hb
- Hemoglobinúria paroxística noturna*
DESTRUIÇÃO ERITROCITÁRIA - Autoimune (destruição mediada por anticorpos)
Extracorpusculares - Mecânicas
(anomalias extrínsecas) - Apreensão (hiperesplenismo)
- Infeções: malária, clostridium
- Toxicidade farmacológica

ANEMIA POR ALTERAÇÃO DA PRODUÇÃO


- Défice de ferro (anemia ferropénica)
Alteração da produção de heme
- ↓ porfirinas (anemia sideroblástica)
(microcíticas)
- Alteração das cadeia de globina (talassemias)

Alteração da síntese do ADN - Carência de vitamina B12 e ácido fólico


(macrocíticas) - Defeitos no metabolismo das purinas ou pirimidinas

PRODUÇÃO DE ERITRÓCITOS - Agentes físicos, infeções, iatogrenia...
Dano/deficiência medular (células
- Anemia aplásica
estaminais)
- Infiltração tumoral: anemia mieloftísica
- Hereditário: anemia de Fanconi

- Nefropatia
Défice de eritropoietina (EPO) - Resposta à EPO alterada: anemia do tipo inflamatório
- ↓ necessidade de O2: endocrinopatias

*HPN: prevalece a componente hemolítica, mas também existe uma deficiência a nível da célula estaminal (mecanismo misto).
Quadro 3. Classificação etiopatogenética da anemia.

13
Capítulo 2
CO
Anemia ferropénica A
MD, D, P, T, GD

2.1. Metabolismo do ferro Etiologia

A carência de ferro é a causa mais frequente de anemia (segui-


O ferro orgânico está presente nos alimentos de origem animal da da associada à inflamação crónica).
(ferro contido no heme da carne vermelha) e é rapidamente
absorvido. O ferro não orgânico, que é o mais abundante, • Perda excessiva de ferro.
pode ser absorvido de forma reduzida (ferro ferroso ou Fe2+) e
a sua absorção é mais lenta. Nos países desenvolvidos, a perda de pequenas quantidades
de sangue é a causa mais frequente de anemia ferropénica.
A absorção intestinal do ferro ocorre (principalmente) no As perdas devido à menstruação são a causa mais frequente
duodeno e no jejuno proximal e médio. O pH ácido gástrico, em mulheres. Nos homens e nas mulheres, em termos
a vitamina C e a presença de citrato favorecem a absorção do globais, as perdas intestinais são as mais importantes. No
ferro, enquanto que os cereais, os tanatos e os fitatos (vege- homem adulto com anemia ferropénica estabelecida
tais) reduzem-na. A absorção intestinal de ferro, numa pessoa sem hemorragia ativa identificável, deverá sempre ser
saudável, deve ser de pelo menos 1 mg de ferro elementar por excluída a perda oculta pelo trato gastrointestinal.
dia. Em situações de estimulação da eritropoiese, a carência é
maior. Por exemplo, mulheres em idade reprodutiva têm neces- - Hemorróidas.
sidade de 1,4 mg de ferro elementar por dia e nas grávidas, no - Esofagite.
segundo e terceiro trimestres, essas necessidades ascendem a
5-6 mg por dia. - Úlcera péptica.

O ferro é um elemento essencial. Contudo, altamente tóxico - Neoplasias.


na forma livre. Assim, encontra-se no organismo no interior - Parasitas intestinais (sobretudo nos países em vias de
da hemoglobina, mioglobina e citocromos (o chamado ferro desenvolvimento).
“hémico”) ou está ligado a diversas proteínas, como a ferritina,
a hemossiderina, a transferrina, etc. (ferro “não hémico”). O - Outros: AINEs, divertículos, doação de sangue excessiva,
ferro, após conversão pela ferrireductase da forma férrica (Fe3+) auto-mutilações (síndrome de Lasthénie de Ferjol).
à forma ferrosa (Fe2+), é absorvido pelos enterócitos através • Aporte insuficiente.
do transportador dos metais DMT1. No interior do enterócito,
uma porção de ferro é “apreendida” pela ferritina intracelular. Pouco frequente nos países desenvolvidos, exceção feita para
No entanto, uma porção é transferida para a vertente basal do as crianças até aos 2 anos.
enterócito onde através da ferroportina (regulada negativamente • Diminuição da absorção.
pela hepcidina) é transferida para a corrente sanguínea, onde o
complexo hefastina-ferroportina liberta ferro e catalisa a conver- - Gastrectomia.
são da forma ferrosa à forma férrica (Fe3+), disponibilizando-o
- Acloridria.
assim à principal proteína transportadora, a transferrina.
- Síndromes por malabsorção.
O ferro absorvido é transportado pela transferrina na forma
de ião férrico (Fe3+) até ao sistema fagocítico mononuclear e à Doença celíaca (anticorpos anti-endomísio e anti-gliadina,
medula óssea onde se liga ao recetor da transferrina e penetra IgG e IgA). Deve-se suspeitar nos doentes que não respon-
na célula. Uma vez no interior, o ferro liga-se à protoporfirina dem ao tratamento com ferro por via oral.
IX nas mitocôndrias para formar o grupo heme, que se ligará
- Infeção por Helicobacter pylori sem erosão, por diminuição
às cadeias de globina, sintetizadas no núcleo, para formar
da acidez gástrica (que era condição favorecedora da
a hemoglobina. O ferro que não é utilizado na síntese da
absorção).
hemoglobina é armazenado nos macrófagos (baço, fígado) e
nos eritroblastos da medula óssea sob a forma de ferritina e • Aumento da necessidade.
hemossiderina. Nos casos de inflamação crónica, verifica-se
Crianças até aos 2 anos, adolescência e gravidez.
uma menor libertação de ferro dos depósitos. Tal mecanismo
é modulado por uma proteína de fase aguda de origem hepá-
tica, a hepcidina, cuja transcrição é induzida por citocinas pró-
inflamatórias, designadamente a IL-6. Sinais clínicos
A aspiração medular com agulha fina com a reação de
Perls e, em segundo lugar, a ferritina são os melhores • Síndrome anémica:
parâmetros para detetar uma ferropenia (depleção dos Palidez cutâneo-mucosa, dispneia, cefaleia, náuseas, acufe-
depósitos de ferro). Todavia, a aspiração medular com agulha nos, oligoanúria, anorexia.
fina, geralmente, não se efetua para efeitos de diagnóstico da
ferropenia, já que se trata de uma técnica invasiva. • Sintomas específicos da ferropenia:

De salientar que não existe uma via fisiológica regulada de Queda de cabelo, fragilidade ungueal, glossite com atrofia da
excreção do ferro, sendo este elemento perdido apenas na língua, estomatite angular (fissuras), ozena (atrofia da muco-
sequência de hemorragia ou através da perda de células epi- sa nasal), gastrite atrófica, síndrome de Plummer-Vinson
teliais. (ferropenia, glossite e disfagia por presença de membranas

14
Capítulo 2 · Anemia ferropénica

hipofaríngeas e esofágicas), esclera azulada (por alteração do - Capacidade total de fixação de ferro aumentada,
colagénio), hepatomegalia, síndrome depressiva. medida indireta da transferrina circulante. Em situações
carenciais, o turnover do ferro em circulação está aumen-
• Infeções:
tado, pelo que a transferrina livre circulante encontra se
Pouco frequentes. São causadas pela alteração da capacida- igualmente aumentada. O TIBC é dado pela fórmula:
de bactericida dos granulócitos por carência de lactoferrina.
Saturação de Transferrina = [Ferro sérico/TIBC] x 100

Contrariamente à anemia ferropénica em que o TIBC


está aumentado, na anemia das doenças crónicas
ou estados inflamatórios, o TIBC está normal ou
reduzido.
- Índice de saturação da transferrina (IST) diminuído: satura-
ção de transferrina <20% traduz balanço neutro do ferro
e prenuncia estado carencial. Caso se verifique um valor
<15% considera-se haver ferropenia estabelecida (balanço
negativo).
- Recetor solúvel de transferrina muito elevado.
- Protoporfirina livre: aumentada (aumento relativo porque
não se pode ligar ao ferro, por conseguinte, verifica-se
uma maior quantidade de protoporfirina livre).
Figura 1. Anemia ferropénica com microcitose. - Hemoglobina A2 diminuida.
- Bilirrubina diminuída (devido à diminuição do catabolismo
da Hb).
Diagnóstico

• Hemograma. Ferro sérico: 50-150 µg/dl


- Número de eritrócitos geralmente diminuído, com microci- Transferrina: 170-290 mg/dl
tose (VGM < 80 fL) e hipocromia (diagnóstico diferencial TIBC: 300-360 µg/dl
com as talassemias, que apesar de condicionarem igual- IST: 20-60%
mente microcitose, associam-se a um aumento do número Ferritina: 20-300 ng/ml
de eritrócitos).
Apresentam RDW tendencialmente aumentado, o que Quadro 1. Valores de referência do metabolismo do ferro.
indicia anisocitose (em geral, este parâmetro é normal nas
outras anemias microcíticas, nomeadamente na talassemia
minor e anemia de estados inflamatórios/doenças cróni- • Medula óssea.
cas).
Ausência ou diminuição dos depósitos de ferro nos macrófa-
É fundamental ter em atenção que em caso de gos e nos sideroblastos.
anemia mista (ferropénica e megaloblástica), o VGM
geralmente é normal.
- Morfologia do sangue periférico: predomina a anisopoi- Diagnóstico etiológico
quilocitose (anisocitose refere-se à variação do tamanho,
enquanto que poiquilocitose remete para a variação na
forma dos eritrócitos) e hipocromia. Denota-se ainda a Uma vez feito o diagnóstico de anemia ferropénica e antes
presença de um halo hipocrómico central exuberante nos mesmo de começar a suplementação com ferro, é necessário
eritrócitos. fazer um diagnóstico etiológico para determinar as causas da
carência. A exceção a esta situação ocorre apenas quando as
- Reticulócitos normais ou tendencialmente ↓ (já que o défi- perdas são sustentadas e condicionam um nível de hemog-
ce de ferro se associa a uma diminuição da produção de lobina que compromete o perfil hemodinâmico do paciente
eritrócitos ao nível da MO), que aumentam rapidamente (anemia grave), tornando mandatório a realização de uma
com o tratamento. transfusão urgente:
- Trombocitose reativa e/ou leucopenia/leucocitose. • Mulheres em idade fértil.
• Metabolismo do ferro. Verificar a presença de hemorragia ginecológica através do
- Ferritina diminuida (primeira alteração laboratorial que se exame físico. Caso a anamnese ginecológica não seja clara,
observa). Contudo, é importante ter em atenção que a deve-se realizar o estudo da presença de sangue oculto nas
ferritina é também um marcador de fase aguda de infeção, fezes pelo menos em dois períodos distintos.
pelo que em determinadas circunstâncias pode estar • Homens com menos de 40 anos:
anormalmente elevada (PNA 2019).
Em caso de pesquisa positiva de sangue oculto nas fezes ou
- Ferropenia (ou ferro sérico baixo). suspeição de sangramento oculto pelo trato gastrointestinal,
- Transferrina aumentada. deverão ser efetuadas observações direcionadas (endoscopia

15
Manual APNA · Hematologia

digestiva alta e/ou colonoscopia. Devendo, nestas circunstân-


cias, suspender a suplementação com ferro 10 dias antes da ANEMIA
ANEMIA TALAS- DOS ES- ANEMIA
avaliação endoscópica).
FERRO- SEMIA TADOS SIDERO-
• Homens com mais de 40 anos ou mulheres não menstrua- PÉNICA MINOR INFLAMA- BLÁSTICA
TÓRIOS
das:
Deve-se excluir hemorragia intestinal com pesquisa de VGM ↓ ↓↓ N ↓/N/↑
sangue oculto nas fezes e excluir a presença de lesões
neoplásicas, sobretudo no cólon.
RDW ↑↑ N ↑ ↑↑

Diagnóstico diferencial HIPO- População


+++ + Não
CROMIA dupla
FERRO ↓↓ ↓ ↑↑
Devem-se considerar outras causas de microcitose, como a N/↑
talassemia minor e a anemia associada a doenças crónicas.
SÉRICO
IST <15% N N N

Tratamento (PNA 2019) FERRI- ↓↓ ↑↑


N/↑ N/↑
TINA
Tratamento etiológico Quadro 2. Diagnóstico diferencial da microcitose.

É o mais importante. De facto, se a causa não for corrigida, a


anemia persistirá, apesar do aporte suplementar de ferro.
Ferro por via oral
Podem ser administrados cerca de 200 mg de ferro elementar
Hipocromia VGM ≤80 fL
por dia. A terapêutica deve ser sustentada até resolução da
anemia, prolongando-se posteriormente por, pelo menos, mais
Ferritina 6 meses até à normalização dos depósitos (normalização do
IST
valor de ferritina).
Cerca de 7 dias após o aporte suplementar de ferro observa-se
um aumento da contagem reticulocitária, que é máximo aos
Ferritina Ferritina N
IST <15% IST N 10 dias.
É melhor tomá-lo em jejum porque os alimentos interferem
Ferropenia Eletroforese na sua absorção. No entanto, deve-se associar ácido ascórbico
das hemoglobinas (vitamina C, presente no sumo de laranja, por exemplo) que,
pelo contrário, favorece a absorção.
Investigar
a causa Normal HbA2 e/ou HbF
Ferro por via parentérica (intravenoso)
Mielograma com Utiliza-se em caso de intolerância oral ao ferro (as manifes-
coloração de Perls Talassemia
tações mais comuns são alterações gastrointestinais), mal-
absorção (processos inflamatórios do sistema digestivo –
doença de Crohn, colite ulcerosa, gastrite aguda, úlcera), per-
Ferro medular Ferro medular das superiores à absorção ou falta de colaboração do doente.
Sideroblastos Sideroblastos

Doença Anemia Casos clínicos


inflamatória sideroblástica
crónica Diagnóstico diferencial de anemia ferropénica versus anemia de
estados inflamatórios:
Investigar Investigar Na ferropenia: ferritina ↓ (1ª alteração das análises), IST ↓, TIBC ↑
a causa o tipo Tratamento: ferro por via oral até à normalização dos níveis
séricos da ferritina
Figura 2. Algoritmo diagnóstico das anemias microcíticas.

16

Você também pode gostar