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Técnicas de Expressão Oral e Escrita

O parágrafo
O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais períodos, em
que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias,
intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do papel, o que
facilita, tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que de modo
analítico, capte as ideias principais do texto e posteriormente, sintetizá-las compreendendo
então o texto num todo. Assim, é o parágrafo de essencial importância na composição.
Tal como a sua estrutura, a extensão de um parágrafo também diversificada, e
dependente das mesmas variáveis que a estrutura, contanto que pela sua pequenez ou grandeza
de extensão, não deixe de transmitir integralmente a mensagem, nem torne confuso ou até
mesmo impossível a compreensão desta.

Tópico Frásico
Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frásico, que é a
introdução da unidade de composição, fornece-nos o tema a ser desenvolvido. Tal consideração
é também feita de forma generalizada, pois o tópico frasal pode não ser inicial, mas sem dúvida,
este é o tipo mais usado por consagrados escritores e recomendado para os principiantes.

 Declaração inicial: Quando o autor afirma ou nega alguma coisa e a seguir justifica a
sua opção.
 Definição: Quando inicia o parágrafo, o autor pode apresentar uma palavra que esteja
dentro do contexto do assunto que será discutido. Na sequência, vem a explicação
lógica e ampla do significado dessa palavra nos períodos seguintes.
Ex.: “A pena de morte é o grito lancinante de uma sociedade sem fé e esperança. Ela
determina que todos os limites foram extrapolados e que a única possibilidade de
manter a convivência social é eliminando o criminoso para evitar a reincidência do
crime”.
 Contraste ou comparação: Aqui, o autor apresenta ideias opostas ou faz a comparação
entre elementos considerados relevantes para o texto. Quando essa comparação é bem-
feita, o contraste pode demonstrar criatividade, informação e poder crítico.
Ex.: “De um lado estão os professores: mal remunerados, sem estímulo e abandonados
pelo poder público. Do outro, gastos exacerbados com computadores e inovação. Esse
é o paradoxo da atual educação“.
O contraste é claro no primeiro período quando temos a expressão “de um lado”,
enquanto o segundo período inicia com “de outro”
 Divisão: A divisão acontece quando existe o objetivo de separar as ideias e elementos
num parágrafo. É uma forma fácil e didática de elencar as ideias usadas para a discussão
de um tema.
Ex.: “A educação é minuciosa, complexa e demora. Ela divide-se em três etapas:
educação básica, ensino médio e ensino superior. Apenas a qualidade constante nessas
diferentes fases constroem um ser humano maduro, capaz de tomar decisões
equilibradas e definir com sabedoria seu destino”.
Neste excerto, o autor optou por dividir o processo de educação em três etapas.

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 Alusão histórica: Quando realiza uma alusão histórica, o autor procura relacionar o
tema de que vai falar com os fatos históricos, lendas, tradições, crenças ou experiências
do passado. É uma forma eficaz de atrair o leitor e deixá-lo entretido com o texto.
Ex.: “Depois da queda do muro de Berlim, teve fim o antagonismo leste-oeste. O
mundo, então, parece ter aberto as portas para a globalização em definitivo, com uma
economia em acelerada rota de competição“.
 Por omissão dos dados identificadores: Usado na publicidade e política.
Ex.: “Dentro de dias iniciar-se-ão os trabalhos de reparação na A1.” (dentro de
quantos dias?)
 Interrogação: O parágrafo pode ser iniciado com uma pergunta que vai despertar o
interesse e a reflexão do leitor em relação ao tema a ser discutido ao longo do texto.
Essa pergunta tem que ser respondida nos períodos seguintes.
Ex.: “Aumentar a carga de impostos vai, de fato, melhorar a saúde no Brasil? O
contribuinte desacreditou do sistema, pois tira cada vez mais dinheiro do bolso e não
vê retorno nas áreas administradas pelo Estado. Por isso, o povo se sente lesado.”

Desenvolvimento do parágrafo
Um parágrafo apresenta unidade de sentido na medida em que desenvolve uma ideia
central ou principal. Se o tema em debate suscitar outras ideias, essas devem ser escritas em
novos parágrafos. A ideia central de cada parágrafo é dada a partir do tópico frásico.
Independente do grau de complexidade da ideia nuclear do parágrafo, é preciso ter em
mente o seu leitor e a extensão de cada unidade do texto. Por exemplo, parágrafos de duas
linhas dificilmente desenvolvem uma ideia de modo suficiente na redação acadêmica, e isso
pode frustrar o leitor. De modo semelhante, parágrafos que ocupam mais de uma página podem
ser frustrantes na medida em que o pensamento extenso é mais difícil de acompanhar, e
provavelmente em um parágrafo tão longo há mais de uma ideia nuclear. Isso resulta em
confusão, dificuldade de entendimento, e pode até mesmo levar o(a) leitor(a) a perder o
interesse pela leitura.
Existem diferentes formas de desenvolver a ideia principal do parágrafo. Tal processo
constitui o próprio desenvolvimento do parágrafo em si. Algumas formas de desenvolver o
parágrafo (a partir do desenvolvimento da própria ideia nuclear) são:

 Por enumeração (pormenores): quando são listados ou enumerados fatos, pontos de


vista, argumentos, etc. Utilização quando o tópico frásico é explícito (ideia principal é
desenvolvida pelos pormenores).
Ex.: “Tal argumento a favor das políticas públicas culturais é importante por pelo
menos dois motivos. Primeiro, deve-se considerar que… Além disso, em segundo lugar,
temos que …”
 Por confronto: são colocadas lado a lado diferentes ideias, fatos ou visões. Estabelece
confronto entre seres, ideias, situações, factos ou fenómenos.
Ex.: “Alguns economistas posicionam-se de modo desfavorável ao aumento dos
programas governamentais assistenciais. Porém, diversos estudiosos das ciências
sociais argumentam que tais programas são cruciais para os grupos carentes
favorecidos. Os seus argumentos são fundamentados na perspetiva…” (Nesse caso, não
se esqueça de citar quem são os estudiosos).
 Por analogia ou comparação: imaginam-se ou estipulam-se semelhanças entre diferentes
termos, com uso de expressões como semelhante a, do mesmo modo, assim como, etc.

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 Por uso de exemplos: desenvolver o parágrafo com exemplos ajuda na sustentação do
argumento, que se torna mais difícil de refutar na medida em que são providenciadas
ilustrações para a ideia apresentada.
 Por relações de causa e consequência : nesse desenvolvimento da ideia central,
apresenta-se uma relação lógica entre um dado fato e sua consequência.

Qualidades e cuidados de uma Apresentação Oral:


TÓPICOS:
1. Preparação
2. Estrutura do discurso
3. Linguagem corporal e verbal
4. Meio de apoio
5. Dominar os nervos
Quanto à elaboração de textos, há o princípio dos 3 C’s:

 Correto
 Conciso
 Claro
Uma apresentação é analisada sob 3 perspetivas (3 V’s):

 Vocal;
 Verbal;
 Visual.
Sempre que possível a apresentação deve ser preparada.

1. PREPARAÇÃO:
Na fase em que estás a preparar o discurso tenta responder, para ti mesmo, a estas perguntas:

 Qual é o tema?
 Qual é a finalidade desta apresentação?
 A quem se destina?
 Que tempo dura a exposição?
 Com que recursos conto?
Numa apresentação não se deve ler apenas os slides apresentados.
2. ESTRUTURA
O discurso deve estruturar-se em três partes: Abertura; Corpo e Conclusão ou, dito de outro
modo, início, desenvolvimento e fecho.

 ABERTURA ou INTRODUÇÃO: Uma sequência possível a seguir nesta fase pode ser:
o Apresentação pessoal e/ou dos assistentes
o Chamada de atenção
o Comentar os pontos principais a tratar e os objetivos
o Explicar as regras do jogo e a metodologia a seguir.

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o Um bom começo é vital para qualquer apresentação.
O objetivo a perseguir é a atenção, para isso estimule o seu interesse do público.
 CORPO ou DESENVOLVIMENTO: Desenvolve o teu discurso.
Durante o desenvolvimento da exposição é muito importante que o auditório perceba
exatamente o que queres comunicar, para tal:
o o discurso deve ser simples de seguir
o Ter uma ordem clara e precisa.
Ordena os teus argumentos e apoia-te em dados ou exemplos que ajudem o auditório a
compreender a mensagem da exposição.
 CONCLUSÃO: Resume e conclui o assunto. A melhor forma de conseguir um bom
discurso é terminá-lo bem. As pessoas tendem a recordar principalmente o princípio e o
fim.
O final tem de constituir o compêndio do que foi dito incluindo, na maioria dos casos,
os seguintes elementos:
o Um resumo, concentrado em uma ou duas frases, do conteúdo principal do
discurso.
o Alguma proposta ou resolução que se deduza do corpo do discurso.
o Esclarecimento de dúvidas.

3. LINGUAGEM CORPORAL E VERBAL:


Lembra-te:

 O teu corpo expressa 70% da informação


 Os gestos transmites 50%,
 A voz 20%
 As palavras só se expressam 10% .
Recorda-te, por isso, que a forma de transmitir uma mensagem é tão importante como a própria
mensagem.
Linguagem corporal:
Em geral podemos dizer que:

 Utiliza os olhos para estabelecer contacto visual com a audiência, para criar a relação
com a mesma e para lhe mostrares o interesse que sentes por ela.
 Manter-te de pé e senta-te o menos possível, para favorecer o contacto visual e envolver
mais a audiência.
 Utiliza as mãos e os movimentos para enfatizar um ponto importante ou para fazer a
transição de um ponto para outro.
 Sorri, desta forma transmites tranquilidade aos teus ouvintes.
Linguagem verbal

 O discurso direto costuma ser melhor que o indireto, e a voz ativa é mais adequada que
a passiva.
 Procura que as frases sejam curtas.
 Convêm evitar os juramentos e as palavras obscenas e, se não se está seguro do
significado de uma palavra, deve-se evitá-la ou consultar um dicionário antes de a usar.
 A linguagem utilizada deve adequar-se ao público para quem o discurso é dirigido.
4. MEIOS DE APOIO

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A utilização dos meios de apoio pode aumentar o impacto do que dizes e também ajuda a
expressar conceitos difíceis.
Entre os diferentes meios disponíveis podemos destacar:

 Material impresso
 Quadro
 Quadro de Conferência (Porta folhas).
 Retroprojetor.
 Vídeo.
 Diapositivos.
5. COMO DOMINAR OS NERVOS
A tensão nervosa é uma necessidade para qualquer pessoa que tenha que atuar em qualquer
esfera.

 Preparar bem o tema, assim adquirirás maior confiança


 Antes de começares, respirar profundamente,
 Adotar a posição em que te sintas mais cômodo: sentado ou de pé.
 Lembrar que uma vez que tenhas começado a falar, os nervos desaparecerão por si
mesmos.

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