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METODOLOGIA:
MÉTODO:
TÉCNICA:
1. Conjunto de regras, normas e protocolos que se utiliza como meio para chegar a uma determinada meta
2. Requer conhecimentos e ferramentas bastante variadas
3. Instrumento de análise e recrutamento de informação
4. Dimensão operacional.
5. A escolha da técnica está dependente da escolha do método. Umas técnicas são para recolha (inquérito) e
outras para a análise de informação
PARADIGMA:
TEORIAS:
INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA:
1. Recolha de dados.
2. A dimensão empírica está na recolha de informação estatística em fontes, sendo que os dados não foram
produzidos pelo próprio investigador.
3. Remete para a ida ao terreno com o objetivo de produzir resultados a partir da recolha de dados.
INVESTIGAÇÃO EMPIRISTA:
PROBLEMÁTICA TEÓRICA:
PROBLEMA TEÓRICO:
HIPÓTESE:
PROJETO DE INVESTIGAÇÃO:
RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO:
1. Ponto de chegada. É o que produzimos com as ideias principais, onde se obtém os resultados finais.
A sociologia dos factos sociais, a sociologia da ação social e a sociologia do conflito: pressupostos metodológicos
subjacentes e revisão integrada de conteúdos abordados no âmbito do 1.º ano do ciclo de estudos:
SOCIOLOGIA DOS FACTOS SOCIAIS – O centro de interesse são as regularidades sociais associadas às estruturas
sociais. O nível de análise privilegiado é um nível macro, ultrapassando desta forma o individualismo do próprio
comportamento. Uso de técnicas quantitativas através da análise estatística dos resultados.
SOCIOLOGIA DA AÇÃO SOCIAL – Estudam-se as ações sociais de cada agente, faz-se então uma abordagem de
nível microssociológico, ações, relações, comportamentos. É um nível mais focalizado, mais cirúrgico ao nível do
problema.
SOCIOLOGIA DO CONFLITO – Faz-se uma perspetiva mais macro, quantitativa, comparativa, mas com uma
contextualização histórica subjacente. Caraterísticas mais próximas dos factos sociais. Preocupação extensiva com o
funcionamento das estruturas sociais. Dimensão histórica com longa duração, com enquadramento histórico, dos
fenómenos sociais. Preocupação com a quantificação. Preocupação com o método dialético, método de análise
histórico
Resumos de MTIS I – Lúcia Costa |3
1. A nível metodológico, o que torna diferente cada uma das matrizes da Sociologia?
A escala de observação: observação não enquanto técnica. As escalas de observação são macro e micro
sociológicas.
A Sociologia dos factos sociais tem uma metodologia extensiva do social, aplicando dados quantitativos.
Weber inaugura a abordagem mais micro, focalizada, intensiva e qualitativa. Visão mais focada no individuo.
Recorre à análise da linguagem verbal e não-verbal. Tem como instrumento a entrevista.
Esta dicotomia implica diversidade metodológica e conflitualidade. Também se traduz em maior ou menor
legitimidade de cada matriz paradigmática e questiona qual das matrizes se tornou mais legítima, como é o caso da
matriz quantitativa.
O facto de ser mais legítima do que a outra levanta questão da cientificidade ou validade científica.
Nunca foram os mesmos. Estes critérios têm a ver com maior ou menor domínio e legitimidade que uma matriz
paradigmática teve. Igualmente dependem da época. Tinham de obedecer a testes estatísticos, dados quantitativos
para que tivesse validade sociológica. Contudo, o desenvolvimento da disciplina tem por base a dicotomia, sendo que
tem uma tem mais relevância em relação à outra.
Confronto entre o paradigma quantitativo e o paradigma qualitativo a partir dos planos ontológico,
epistemológico, metodológico, axiológico e retórico (tipologia de Creswell):
Para estes paradigmas houve contributos importantes da sociologia dos factos sociais (Durkheim), sociologia
da ação social (Weber) e sociologia do conflito (Marx).
Creswell faz um exercício cruzado entre paradigma quantitativo e qualitativo. Cria assim 5 planos de modo a
fazer um exercício de confronto entre essas duas vertentes.
Nível qualitativo: A sociedade é composta por indivíduos que estão inseridos num processo de construção da
sociedade. Portanto, a realidade social é subjetiva e é simbolicamente construída pelos indivíduos.
Resumos de MTIS I – Lúcia Costa |4
Nível quantitativo: O investigador permanece distante, independente do objeto em estudo e, como tal,
controla enviesamentos que possam ocorrer no processo de conhecimento. A relação existente é de distanciamento
para se conseguir ser objetivo (conceção positivista).
Nível qualitativo: O investigador interage com o objeto em estudo e tenta minimizar a distância social
estabelecida entre ambos. Há uma relação próxima entre o sujeito e objeto de conhecimento. Sujeito e objeto de
conhecimento não têm de ser coisas separadas e não é esta relação que retira objetividade. A preocupação é controlar
os efeitos decorrentes da interação que possam ser contraproducentes à investigação.
Parte de uma pergunta teórica, formula hipóteses e procura validar essas mesmas hipóteses. Este processo é
de caráter estático, pois parte-se de um pressuposto teórico assumido como verdadeiro sem qualquer reformulação
nem são incluídos novos fatores para a análise, não havendo circularidade durante o processo de investigação. Segue-
se um esquema rígido de etapas para constituir essas relações de causalidade, utilizando forte análise de fontes
estatísticas e inquéritos com questões fechadas. O objetivo era estabelecer generalizações, leis relativas ao
comportamento social. É um esquema essencialmente dedutivo. Abordagem dedutiva em que a técnica por excelência
é o inquérito por questionário.
Nível qualitativo: A estratégia de investigação é essencialmente indutiva, com etapas menos fixas uma vez que
o objetivo é desenvolver um processo o mais possível pelo uso de várias técnicas que se cruzam para obter diversa
informação.
Indução: ida ao terreno e entra imediatamente em contacto com o objeto de análise – pega em pequenos
casos para a investigação final.
4. Axiológico (Valores/ Prática de investigação-Ética) – Qual o papel dos valores no processo de investigação?
Nível quantitativo: Não há juízos de valor. Nada depende do investigador e os valores do mesmo não
interferem na investigação. Apenas descreve factos e as suas opiniões e valores não interessam. Por isso não há
grandes preocupações quer da ética ou da autoavaliação da pesquisa do investigador. Estão presentes técnicas
objetivas e sem margem para erro. Fazem-se juízos de factos.
De acordo com a perspetiva qualitativa os valores fazem parte do processo, as questões de ordem ética
assumem um caracter central.
Resumos de MTIS I – Lúcia Costa |5
Nível quantitativo: Em termos retóricos, a linguagem é clara, factual e objetiva. Esta linguagem traduz o que a
investigação lhe mostrou. A linguagem é impessoal e formal, para que todos os termos e conceitos usados sejam
explicitados e aceites, pela comunidade de pares. A explicação remete para a causalidade.
Nível qualitativo: o universo de valores, ou seja, a ética do investigador interfere na pesquisa. Do ponto de
vista qualitativo integram no discurso científico a própria linguagem dos atores sociais, sendo encarado como uma
forma de validar a investigação (por meio dos discursos dos atores). É algo que se inicia no paradigma qualitativo.
Assume-se que a linguagem pode ser metafórica e informal. Creswell também refere que os investigadores
qualitativos integram enviesamentos na investigação. Há a integração do meta-discurso – abordagem crítica do
próprio processo de investigação; avaliamos o que fazemos. Quanto mais qualitativo se é na abordagem mais
necessidade há em integrar um meta-discurso sobre o trabalho realizado.
Creswell considera que existem vários critérios específicos quando o investigador se quer situar ou num lado
mais quantitativo ou num lado mais qualitativo da investigação, sendo que estes passam por um ponto de vista teórico
do investigador, ou seja, o investigador utiliza geralmente o que mais se identifica. A especialização metodológica e
técnica torna-nos mais direcionados para determinada área enquanto investigadores. Outra forte influência é
natureza do problema teórico que vai exigir determinada abordagem.
Não é de forma aleatória a escolha do ponto de vista teórico da investigação. São as especificidades da
personalidade (atributos psicológicos) que se refletem na escolha do investigador perante a técnica que nos deixa
mais confortável - > ou < proximidade do investigador com os pressupostos do paradigma. Consoante as características
da pessoa e as especificidades do objeto de estudo escolhe-se a que se entende por ser a melhor abordagem a adotar.
Os dois elementos que orientam a investigação são os objetos de pesquisa e o problema teórico. É em função
dos objetos e questões levantadas que se pensa metodologicamente na investigação. Podem ser estes aspetos que
também ajudam na abordagem a adotar – qualitativa ou quantitativa.
4. Públicos-alvo da pesquisa
5. Atributos pessoais do investigador
3. Predizer/prever.
7. “Dar voz” a grupos sociais minoritários/excluídos (visibilidade sociológica de grupos sociais específicos).
6. Charles Ragin para além de diferenciar as duas vertentes sociológicas, cria uma terceira estratégia de
investigação – quantitativa, qualitativa e comparativa.
Charles Ragin para além de estabelecer o acima referido, desenvolveu uma terceira estratégia de investigação:
1. INVESTIGAÇÃO QUANTITATIVA
O objetivo principal é estabelecer relações de causalidade entre as variáveis relativas a um fenómeno social.
Esta estratégia tem como fases nucleares: escolher os casos; construir as estruturas analíticas; construir uma
matriz de dados; medir as variáveis e examinar as correlações; associar as correlações; associar as correlações à
estrutura analítica de partida. Para tudo isto, o procedimento principal são os métodos estatísticos.
2. INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA
O objetivo principal desta estratégia de investigação é analisar dimensões específicas dos fenómenos sociais
sem negligenciar o todo social (visão holística).
Esta estratégia tem como fases nucleares: selecionar o local e os casos; utilizar conceitos que orientem a
investigação; clarificar os conceitos e as categorias empíricas; elaborar as estruturas analíticas do objeto de estudo.
Para tudo isto, o procedimento principal é a introdução analítica.
3. INVESTIGAÇÃO COMPARATIVA
Na tipologia de métodos de Greenwood, o autor segue os métodos pelo que são nos seus originais, sem que
haja correlação entre eles. Este autor orienta bastante ao discurso e a prática em sociologia. Aborda primeiramente o
método experimental, de seguida o método de análise extensiva e o método de análise intensiva sendo os dois últimos
os mais usados em Sociologia.
1. ANÁLISE EXPERIMENTAL
Ideia das ciências “duras”. Primeira grande etapa é o facto de haver um problema, através do qual observamos
pessoas em ação para ver se determinadas caraterísticas acontecem ou não.
O grupo de controlo mantem-se sempre com o mesmo tipo de variáveis. O comportamento do grupo
experimental já não permanece o mesmo porque vão-se introduzindo novas variáveis para se perceber se essas
variáveis são suscetíveis de provocar algum tipo de mudança nos comportamentos no grupo experimental. Toma-se
nota do que se altera ou não. A observação é a técnica associada, porque precisamos de ver e registar.
Aquando deste método as pessoas são avisadas previamente que irão ser alvo de estudo de “laboratório”.
Neste método é utilizada a técnica de “role play”, por exemplo.
Vantagens – Consegue estabelecer causalidade entre duas ou mais variáveis e é este o principal objetivo
Desvantagens – Pode haver falta de rigor e é algo reducionista em termos de análise aplica-se apenas para
alguns contextos e nada mais.
Entendido como método por excelência em sociologia. Associado ao positivismo, segue a lógica hipotético-
dedutiva. Há teoria e hipóteses como ponto de partida. Para iniciar um processo de investigação precisamos de ter
hipóteses.
O método de análise extensiva consiste na observação por meio de perguntas diretas ou indiretas de
populações vastas colocadas em populações reais a fins de obter respostas, permitindo este método recolher
informações através das populações vastas em situações reais mediante processos quantitativos.
Desvantagens – Relativa superficialidade dos dados obtidos uma vez que se centra na medida quantitativa e
o universo simbólico pode ficar ausente; prevê-se apenas um contacto direto e rápido que não volta a repetir-se e por
isto poderá haver uma desatualização mais rápida do que seria de esperar e por vezes a técnica do inquérito por
questionário chega a ser excessivamente padronizada (perguntas fechadas).
Um grande exemplo deste método foi o inquérito aos hábitos de leituras dos Portugueses.
É um método mais exigente visto que se trata de um exame intensivo tanto em amplitude como em
representatividade e utilizam-se todas técnicas.
É o lado oposto do método anterior. Não se está tão preocupado com a ideia quantitativa nem com o facto de
se estabelecer variáveis independentes.
Este método prima pela ideia descritiva e analítica, ou seja, analisa em profundidade. É analisar quase de forma
histórica um determinado fenómeno.
Estudar o maior número possível de dimensões que estão subjacentes ao fenómeno em estudo, traz-nos
amplitude.
Visa usar-se o maior número possível de técnicas e tentar cruza-las. Escolher as mais adequadas e construi-las
de forma menos rígida possível de forma a termos flexibilidade.
Este método é mais exigente, precisa de mais tempo e de mais recursos uma vez que há um contacto direto
com a população alvo e é necessária mais teoria.
Vantagens – Dimensão mais interpretativa, qualitativa; intensidade da análise e maior liberdade de escolha
nas técnicas.
Críticas apontadas: não estandardização da informação e não é tão suscetível de comparabilidade; era um
método mais propenso às interferências de subjetividade do investigador, bem como a dos atores sociais.
Exemplo deste método: anos 90 comparação entre o que é a escola para toda a gente.
O facto de se fazer uma análise intensiva não significa que não se quantifique resultados, no entanto essa já
não é a análise pura e dura da análise intensiva. “O investigador deve decidir qual é a sua dominante.”
Tipologia de Grawitz – Trata-se de um molde antigo em que se aplica a técnica e a catalogação e divulgação
das técnicas. Não faz distinção entre técnicas de recolha e tratamento de investigação.
Esta tipologia não faz uma análise exaustiva e pode não cobrir tudo o que temos em sociologia. Não existe
distinção entre qualitativo e quantitativo e não há distinção entre tratamento e análise de informação e técnicas de
recolha. Esta tipologia não tem a observação direta porque parte do pressuposto que esta é participante.
1. Documentais
a. Clássicas
b. Modernas
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i. Semântica quantitativa
ii. Análise de conteúdo
2. Não documentais
a. Observação participantes
b. Experimentação
c. Observação não participante
i. Entrevistas (clínica, em profundidade e centrada)
ii. Testes
iii. Inquérito por questionário
É uma tipologia que não é exaustiva; não tem distinção entre técnicas de teor mais qualitativo e mais
quantitativo; não tem distinção entre técnicas de recolha e de análise de informação. Não tem observação-direta
incluída porque pressupõe que a observação-direta já é participante. No esquema de Grawitz a entrevista é uma
técnica de observação não-participante.
a. Vantagens:
i. Garante uma informação rica e profunda
ii. Permite flexibilidade ao investigador, porque lhe torna possível mudar de estratégia e seguir
novas pistas que aparecem
b. Desvantagens:
i. Só pode ser utilizada para estudar pequenos grupos ou comunidades
ii. Levanta dificuldades de generalização
Foi-se encontrando abordagens a nível paradigmático e metodológico incompatíveis. Tem havido tendência
para cruzar técnicas e pressupostos. Há contradição entre discurso de investigação e prática de investigação.
Maioritariamente tem-se feito prática de investigação, havendo mais ganhos quando se faz o cruzamento de
estratégias de investigação. Contudo, não tem havido resolução para essa contradição.
Entenda-se por teoria, e segundo a obra Metodologia das ciências sociais “como um conjunto organizado de
conceitos substantivos, isto é, referidos direta e indiretamente ao real”, como é o caso do conceito de anomia, de
suicídio, de globalização. Onde o papel de comando define/orienta o objeto de análise.
Os métodos são uma estratégia integrada de pesquisa, pois têm fases, tarefas que exigem competências
articuladas entre si, podendo ter maior ou menor reflexibilidade – circuito de retroação epistemológica. Método é
mais amplo, mais abrangente. É o caminho desenvolvido para produzir conhecimento. (Método qualitativo,
quantitativo)
Por sua vez, as técnicas são basicamente instrumentos de investigador. Nas diferentes fases do processo de
investigação empírica em sociologia são utilizados um conjunto de instrumentos, como a observação direta e
participante, entrevistas e inquéritos, que em termos sociológicos correspondem a conceitos processuais. É uma
abordagem mais específica. Instrumento de recolha, de análise e tratamento de informação.
Até agora centramo-nos muito no binómio “qualitativo-quantitativo”. A partir dos anos 90, o discurso não é
tanto para ver as estratégias na versão dicotómica ou binómio, mas sim o posicionamento de tentar ultrapassar isto
com “métodos combinados” pois quando se cruzam práticas de pesquisa há uma aproximação do objeto de estudo.
A maior parte considera que há um desnível entre o discurso e a prática da investigação. Foi-se encontrado
sempre abordagens do ponto de vista paradigmático e metodológico que seriam incompatíveis- diriam que não era
possível cruzar paradigmas e 8 de investigação díspares nas suas origens. Há contradição no que toca ao discurso e à
prática da investigação, recorrentemente, faz-se a prática da investigação, há mais ganhos nos resultados obtidos
sempre que se faz 1 estratégia de investigação cruzada. Os ortodoxos puros consideram que não é possível o
cruzamento, mas isso é uma minoria, pois na atualidade as abordagens pragmáticas têm mais relevância. Pode haver
descoincidência entre discursos e práticas, mas isso na produção sociológica de hoje considera-se irrelevante. Os mais
positivistas/extensivos começou também a preocupar-se com as dimensões mais éticas e descritivas da investigação
e começou a integrar em algumas fases da sua investigação algo típica dos métodos quantitativos. Assimilação de
aspetos dum campo e de outro, cruzamento de práticas de investigação, triangulação na prática da investigação.
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Subjacente à ideia de triangular esta uma ideia de cruzar informação entre si para que eu consiga fazer uma
avaliação interna dos dados obtidos.
4 TIPOS DE TRIANGULAÇÃO
2. Triangulação teórica – Encontra-se nos autores de síntese da sociologia. Integrar no mesmo trabalho de
investigação contributos de autores diferentes, contrários e contraditórios entre si e a partir deles conseguir
construir um modelo de análise viável. É conseguirmos usar conceitos de autores diferentes e levar o trabalho
avante;
3. Triangulação metodológica – Triangulação de métodos, importa reter para o caso da unidade curricular.
Temos a preocupação dos métodos combinados continuum metodológico). Ter o cuidado de cruzar técnicas
diferentes ao longo do processo de pesquisa. Procuramos alguma diversidade de técnica no trabalho de
pesquisa. Se usamos diversas técnicas produzimos diversos resultados e a partir daí temos de obter os mesmos
resultados por técnicas diferentes. Tentativa de usar um método de investigação onde posso articular
diferentes técnicas de recolha e tratamento de informação e cruzamos estratégias de investigação procurando
no fim as suas regularidades. Diversificação da fonte dos dados;
4. Triangulação dos dados – Há diversidade de resultados obtidos devido à diversidade de técnicas usadas.
Cruzar as regularidades/singularidades que obtemos permite fazer a triangulação dos dados entre si.
A principal desvantagem é a dificuldade de realização devido à inexistência dos recursos materiais, humanos
e económicos. E é, também, mais demoroso.
O mesmo objeto de estudo. O investigador organiza-se em torno 2 fases: qualitativa e quantitativa, como se
houvesse uma autonomização no tempo. Num momento faz uma análise quantitativa e mais tarde aprofunda
qualitativamente os dados ou o inverso. Para um mesmo objeto trabalha-se características diferentes sob vias
diferentes.
Apresenta-se como tradição da escola sociológica. Apesar de em algumas fases existir uma abordagem mais
descritiva, tendencialmente segue-se uma abordagem hipotético-dedutiva – é a estratégia dominante. Refere-se a um
modelo de pesquisa dominante que é a estratégia mais próxima da intensiva: estratégia hipotético-dedutiva. Não se
faz duas fases em tempos diferentes, pois ambas as fases não têm a mesma importância. Há a dominante quantitativa.
É o modelo que se tenta usar o mais possível. Ao longo da estratégia da investigação cruzar técnicas diferentes,
raciocínios dedutivos e indutivos e conseguir conciliar 2 métodos – o intensivo e o extensivo – com a mesma
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importância dada às suas feições. Quanto mais tempo de investigação, maior facilidade há em desenvolver um método
de pesquisa combinado (para além de exigir mais tempo e recursos).
1. A partir da dedução – Partindo de ideias (princípios teóricos) que serão confrontados com os dados.
2. A partir da indução – Observando realidades empíricas das quais se infere um conjunto de ideias/categorias
analíticas.
3. Há dedução e indução, mas dá-se prioridade temporal à dedução e prioridade concetual à teoria.
Qualquer investigação empírica em Sociologia integra um movimento de ideias para os dados e dos dados
para as ideias.
A extração empírica faz-se de acordo com os conceitos implicados na teoria de partida. Os dados que se
Há dedução e indução, mas dá-se prioridade temporal à dedução e prioridade concetual à teoria.
Ida ao terreno > recolha de informação > criação de categorias > por fim, surge a temática = INDUÇÃO
Definição teórica de algo a partir de quadros teóricos já existentes > técnicas = Forma DEDUTIVA
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1. Escolher um tema de estudo num sentido amplo e um contexto social para realiza-lo.
2. Submergir na realidade empírica sem a intenção de comprovar uma teoria explícita.
3. Fazer uma observação não sistemática e conceptualmente não estruturada, focando a atenção em certos
aspetos.
4. Criar conceitos/esquemas adaptados à realidade observada de maneira a quebrar a distância entre factos e
conceitos.
5. Confrontar ao longo da investigação os conceitos/esquemas teóricos com as observações empíricas (processo
de refinamento concetual) – recolher, selecionar, …
6. Formula-se teoria a partir deste processo de abstração crescente em que os esquemas teóricos foram
sugeridos pela observação e surgiram durante a observação. Tal teoria tem um alcance de abstração suficiente
para extrapolar para outras situações similares.
7. Indução enumerativa – Descobrir quantas e que tipos de unidades de observações têm certas características
e inferir relações empiricamente contrastáveis. Retirar relações a partir da generalização derivada do estudo
de muitos casos. Enumerar o que recolhemos
8. Indução analítica – Criar conceitos e categorias teóricas que se ajustam à realidade social. Generalizar a partir
da abstração feita no estudo de um ou poucos casos – Generalizar. Indução mais pura; confronta com algum
enquadramento teórico. É uma análise pelo confronto da realidade social e pelas leituras que se vai fazendo.
É o criar conceitos e categorias teóricas que se ajustam à realidade social (recolhe-se características da
realidade e depois à literatura para reajustar conceitos).
9. Dá-se prioridade temporal à observação não estruturada por teorias prévias e prioridade concetual à indução
analítica e à descoberta de teorias no processo de confronto entre categorias e factos – Observação para a
Indução [Teoria]
10. Qualquer investigação empírica em sociologia integra um movimento das ideias para os dados e dos dados
para as ideias que é um processo continuo e reiterado de ida e volta entre dados e ideias – Abdução
ABDUÇÃO:
Raciocínio constante entre ida e volta entre dados e ideias – é o vaivém entre teoria e empiria.
Permite maior confronto temporal e maior generalidade dos esquemas necessários à compreensão da
realidade social.
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É um processo cognitivo global que exige um movimento rápido e contínuo entre imaginação e observação,
entre teoria e empiria, entre dedução e indução. Na estratégia hipotético-dedutiva há abdução.
CONCLUSÃO:
1. É um processo cognitivo global que exige um movimento rápido e contínuo entre imaginação e observação,
entre teoria e empírica, entre dedução e indução.
2. A dicotomia é simplista e difícil de visualizar nas práticas de investigação.
3. Na prática da investigação empírica em sociologia:
4. Há diferentes tipos de dedução e indução.
5. Não se concede a mesma relevância metodológica a qualquer uma delas em todas as investigações
sociológicas. (Critérios de cientificidade)
6. Podem ter uma ordenação temporal diferente num mesmo trabalho.
INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA
Existe um processo de verificação – a investigação parte da teoria existente e analisa a realidade empírica;
constrói uma representação da realidade com base na teoria – modelo analítico - e confronta-a com a pesquisa
empírica; é um processo dedutivo e descendente; é um processo de prova.
Existe um processo de teorização – parte da realidade empírica (dados) no sentido da teoria síntese; formula
conceitos e enunciados e articula a teoria com dados obtidos; estabelece conclusões: é um processo indutivo e
ascendente; é um processo de síntese.
Implica que com teorias já existentes encontremos novos dados/resultados, mas também criemos nova teoria
a partir das generalizações que os dados empíricos nos permitem conceber.
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ÉTICA NA INVESTIGAÇÃO:
Dar cumprimento aos objetivos éticos exigidos é um critério de cientificidade. Através das questões éticas na
investigação empírica está-se a abordar a relação: por um lado, validade dos conhecimentos adquiridos e, por outro,
os princípios de ordem ética.
Há um conjunto de normas, regras e princípios de atuação que estão previamente definidos e assumidos por
uma comunidade de pares, o que acaba por delimitar quais os processos corretos ou não numa investigação empírica.
Como a Sociologia é marcada por conflitualidades paradigmáticas, as questões éticas estiveram sempre
presentes nas mais diversas circunstâncias na investigação, independentemente da estratégia adotada. No entanto,
as questões éticas foram mais integradas por aqueles que fizeram uma investigação qualitativa. Nesta perspetiva,
coloca-se o investigador em mais interação e, portanto, levanta mais questões éticas. Estas questões também variam
de acordo com as técnicas de recolha de informação usadas e de acordo com o tipo de estratégia privilegiada.
Quando se faz investigação-ação produz-se conhecimento e faz-se intervenção sobre a própria sociedade.
Nesta forma de investigação também importam os requisitos éticos.
Na investigação qualitativa há uma maior intensidade das questões éticas nas técnicas, essencialmente, na
observação-participante. É observador, investigador e participante nas interações. Também na técnica de
experimentação social – pessoas desenvolvem papéis sociais que não são os delas (role play). As pessoas são avisadas
do que se vai passar, logo a questão ética está presente.
REGRAS/PRINCÍPIOS ÉTICOS:
As questões éticas na pesquisa em sociologia levam à validade do conhecimento que produzimos com os
princípios que temos. Há portanto, uma relação entre o conhecimento que produzimos com os princípios que
seguimos – Perceber o que é correto ou incorreto na investigação empírica.
As questões éticas estão sempre presentes nas investigações sociológicas mesmo nas investigações
quantitativas. Todavia, as questões éticas são mais centrais e valorizadas nas investigações qualitativas.
As questões de ordem ética variam consoante as técnicas de investigação usadas. Variam, também, de acordo
com a estratégia valorizada na investigação sociológica.
As questões éticas são transversais a uma investigação sociológica o que muda são as variações da
centralidade dessas mesmas questões em relação às técnicas a utilizar.
1. Este princípio deve ser clarificado no início da investigação. Os sujeitos que escolhemos para a investigação
são livres de aceitar ou não a investigação em curso. É preciso um consentimento prévio. Só se aplicam as
entrevistas e inquéritos se as pessoas que são alvo aceitarem.
2. Implica a apresentação dos investigadores, da temática, dos objetivos principais às pessoas e instituição; quais
a atividades previstas em termos genéricos (timing necessário para a realização das atividades). Quando
confrontados com um “não” há que haver outro plano.
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1. Nunca devemos desenvolver uma investigação empírica que ponha em causa a sanidade mental e física tanto
dos atores sociais/organização que trabalha connosco como do próprio investigador. O investigador é que
define os limites. Existe um conjunto de valores do cidadão e de bom-senso que se deve ter em conta para
haver equilíbrio. O trabalho não deve trazer resultados menos bons para os intervenientes. Quando se faz
investigação-ação deve ser algo para trazer benefícios para as populações.
1. Tema ver com a forma como se gere um conjunto de recursos disponíveis, para que haja ganhos para todos.
importa fazer investigação com maior qualidade possível. Por exemplo, quando nos dão dinheiro para uma
investigação devemos apresentar um relatório de contas.
Regra da veracidade
1. Querer ser verdadeiros enquanto produzimos conhecimento. Assenta na verdade dos factos; não inventar. É
produzir informação com o que se consegui recolher, mesmo que essa recolha o esperado.
Regra da confidencialidade
1. Associa-se à regra da privacidade. Devemos respeitar o consentimento que nos foi dado na abordagem que
fazemos aos próprios sujeitos. É o facto de respeitarmos a identificação dos sujeitos (perceber de que forma
é que estes pretendem ser identificados). É uma regra que varia consoante o tema e estas regras são definidas
no início.
Regra da fidelidade
1. Não prometermos nada que não possamos vir a cumprir. Sermos fiéis ao próprio projeto e às intencionalidades
do mesmo.
Regra da clareza
1. Em tudo!
Regra geral
Regra da reciprocidade
1. Autonomia dos sujeitos – princípio que obrigatoriamente se deve seguir num projeto de investigação.
2. Principio ético estruturante do trabalho de pesquisa – deve-se fazer o processo de pesquisa com o
consentimento prévio dos intervenientes – deve-se informar no inicio da investigação a temática, os objetivos
principais, as atividades previstas e a apresentação pessoal.
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REGRA GERAL:
Os juízos de valor do investigador são dispensáveis para a investigação. É preciso neutralidade relativa dos
juízos de valor. O investigador define até que ponto é que os juízos de valor do próprio interessam para a investigação.
Com tudo isto pretende-se uma relação de confiança e de colaboração entre o investigador e atores
sociais/pop. alvo, numa investigação. Implica relação de reciprocidade.
1. Relação estabelecida entre investigador e os sujeitos de pesquisa – Como e quando damos o feedback aos que
participaram na investigação.
3. Relação estabelecida entre investigador e seus pares/comunidade científica – O trabalho de pesquisa não deve
ficar numa “gaveta”. Criar-se espaço para divulgar os resultados da investigação: conferências, seminários.
O papel do investigador.
Quando estabelecemos esta relação, há momentos de maior e menor contexto, onde o investigador é que
tem de criar a relação (estabelecer confiança). Uma vez estabelecida a relação, o investigador deve “devolver” algo às
pessoas participantes, isto é, divulgar-lhe o resultado da pesquisa, sendo esta informação selecionada antes de
divulgada.
Esta relação baseia-se no respeito mútuo. Criam-se expectativas de ambas as partes pois o investigador espera
apoio enquanto as entidades financeiras esperam os resultados. Não se deve enviesar só para agradar às entidades.
Os resultados também são mostrados à comunidade e também são criadas expectativas de ambas as partes.
Estas três relações são de poder porque são desiguais. Os dois lados de investigação não estão ao mesmo nível
o que pode levar a sentimentos de inferioridade. Para que isto se evite deve-se estabelecer a confiança e não fazer
distinções.
4. Conclusão
1. Fruto da reflexão sobre as práticas profissionais do sociólogo e dos princípios gerais da prática científica
5. Saber mantê-la dentro dos parâmetros científicos e éticos e do bom senso do investigador enquanto ator
social e cidadão reflexivo, consciente dos seus direitos e deveres
A investigação empírica em Sociologia pode ser uma investigação pura ou uma investigação aplicada e
aplicável:
1. É pura quando alargamos os conhecimentos produzidos – não se traduz num processo de mudança social. É
uma investigação que não se traduz na alteração dos padrões; não sustenta uma política de intervenção. É o
investigar para produzir novo conhecimento.
2. É aplicada e aplicável quando as ciências sociais são chamadas a intervir, avaliar e aplicar medidas. Neste caso
produz-se conhecimento para poder ser aplicado em determinados contextos. Os resultados produzidos na
investigação podem ser necessários para uma futura intervenção na sociedade. A intervenção pode não ser
feita pelo próprio sociólogo, a não ser que o mesmo esteja integrado nas instituições/organizações em
questão.
É um processo sistemático, reflexivo, dinâmico e controlado onde tentamos encontrar respostas para uma
interrogação estabelecida, que permite descobrir novos factos ou dados, regularidades e/ou singularidades no social.
Para um problema de ordem teórico tenta-se encontrar uma resposta ou conjunto de respostas que estão validadas.
Trabalha-se com condições de ordem teórica. Toda e qualquer investigação implica recursos – humanos,
metodológicos, financeiros, etc. – condições sociais e socioinstitucionais.
A investigação empírica é uma atividade teórica que procura a solução teórica para um determinado problema
científico através de processos teórico-metodológicos. A investigação exige um posicionamento teórico face a um
objeto de estudo e um posicionamento metodológico.
Integra, por um lado, problemas teóricos, problemáticas teóricas e hipóteses teóricas e por outro, métodos e
técnicas de recolha e de análise de informação.
A investigação depende das dimensões do problema científico, da maior ou menos profundidade da análise
(objetivos teóricos e metodológicos), da qualificação do investigador e dos recursos disponíveis.
Envolve uma pesquisa bibliográfica (análise do problema a partir das referências teóricas contidas nos
documentos) e uma pesquisa empírica (análise do problema a partir da recolha e do tratamento de informações –
procura associar teoria e dados.
A investigação cientifica é um processo que ao concetualizar a realidade integra três dimensões triplo processo
(Sierra Bravo):
Processo metodológico – Focalizar a pesquisa a partir dos passos a seguir para procurar informação e dar
resposta ao problema (a estratégia de pesquisa)
Processo Teórico (Lógico) – Focalizar a pesquisa a partir dos elementos teóricos necessários (Enquadramento
teórico)
Processo Expositivo – Focalizar a pesquisa a partir da elaboração dos relatórios de pesquisa e da divulgação
dos resultados finais (o discurso cientifico)
Uma pesquisa não se faz apenas de condições teóricas, necessita também de condições sociais (globais da
sociedade na altura em que se avança com a pesquisa e que podem ou não condicionar os projetos) e de condições
institucionais (modos de funcionamento das instituições onde a investigação ocorre).
Problemas teóricos (?) – Pergunta de partida a estabelecer (1ª e 2ª etapa) objeto teórico de um trabalho.
Nota: Há uma ponte/ligação entre o problema e a hipótese. É a teoria que enquadra o objeto.
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Definição da temática
2. Etapa 2:
Argumentação - para justificar um tema pode e deve utilizar-se indicações bibliográficas já existentes, usar
autores/conceitos/perspetivas que a sociologia tem feito em torno dessa temática. (Justificação teórica)
Há também a argumentação empírica que diz respeito a dados de ordem macro (Dados do INE, PORDATA,
dados da organização) – Dados que traduzam regularidades da sociedade. (Enquadramento)
Esta etapa define-se pela definição de uma problemática teórica. Ou seja, o quadro onde se vai encontrar
interrogações/respostas ao que se vai estudar.
ESTRATÉGIA HIPOTÉTICO-DEDUTIVA
Remete para a formulação de hipóteses. É uma estratégia dedutiva na sua maioria porque o ponto de partida
da investigação é de ordem teórica. Sendo hipotético-dedutiva tem presente os atos epistemológicos – tem sempre
noção que há 3 atos que orientam a investigação, ou seja, exige sempre 3 exercícios por parte do investigador. Não
iniciamos pela construção, pois não se parte de hipóteses, nem pela validação porque não há nada para tal.
Os circuitos de retroação epistemológica estão presentes, tornando a investigação flexível. O que se pensa e
o que se realiza não é algo fechado, podendo rever e reajustar o que foi feito. Este circuito de retroação é mais possível
e verificado nas primeiras 3 etapas.
É uma estratégia de teor quantitativo (preocupada em estabelecer relações de causalidade), mas não só. Esta
estratégia de investigação implica circuitos de retroação, pois necessita de ajustamentos. Segue um método extensivo
porque define uma população-alvo e uma amostra representativa da mesma. Encontramos a conjugação da teoria e
empiria desde a 2ªfase. É uma estratégia flexível, versátil porque implica reajustamentos ao longo da investigação.
Esta estratégia de investigação prevê raciocínios dedutivos e indutivos. A abordagem dedutiva está mais presente nas
primeiras fases e a indutiva nas fases finais.
1. Tem subjacente a função de comando da teoria, mas ao mesmo tempo, esta função de comando da teoria
aparece relativizada. A etapa 2 permite assumir que a teoria é confrontada muito cedo com a empiria.
Afirmando esta função, a teoria tem relevância, mas desde que seja confrontada com os dados empíricos. A
empiria tem importância para a estruturação do trabalho. No entanto, esta estratégia não deixa de ter
dominante hipotético-dedutiva.
2. Esta estratégia envolve outras técnicas, para além do inquérito por questionário e as entrevistas.
Normalmente há o cruzamento de técnicas de recolha de informação e, a partir destas, pode-se cruzar os
dados.
Pergunta de partida:
A exploração:
4. Aplicar técnicas exploratórias (quando necessário – entre vistas exploratórias) – OBSERVAÇÃO DIRETA
A problemática:
2. Construir indicadores
A observação:
4. Recolher os dados
As conclusões:
1. “A gula livresca” e/ou gula estatística – Risco de nos perdermos no que existe. É uma procura exaustiva sem
uma problemática definida. Não devemos exagerar na quantidade de bases teóricas, pois o excesso de
informação dificulta a compreensão e organização da mesma. Escolher o mais relevante.
2. “Passagem às hipóteses” – Começar pela 4ª etapa. Como fazer as respostas sem se ter feito a pergunta de
partida? É necessário clarificar as interrogações de partida para, posteriormente, se passar à formulação de
pressupostos explicativos.
3. “A ênfase que obscurece” – Ênfase no discurso da investigação. O discurso longo não é adequado. A forma
como se escreve ao longo da investigação deve ser simples, clara, aplicando conceitos.
1. Problema teórico – questão/pergunta teórica que carece de uma resposta científica – 1ª e 2ª etapas
Capacidade de colocar questões científicas que acabam por ter alguma pertinência e validade do ponto de
vista da análise sociológica – a investigação empírica começa aqui, quando o levantamento de questões e perguntas
2. Problemática teórica: ponte estabelecida entre teoria e conceitos que ajudam a elaborar hipóteses. Pesquisa
bibliográfica (3ª etapa).
Quadro teórico (abordagem teórica) que permite dar uma resposta ao problema sob a forma de uma hipótese
teórica. Não é um conjunto de problemas, é a capacidade de dar resposta aos problemas – Ajuda a explicar os
problemas teóricos
3. Hipótese: (.) – Proposição afirmativa. Resposta teórica provisoria para o problema, suscetível de confirmação
ou infirmação (4ª etapa).
O processo de pesquisa tem sempre uma dupla componente: pesquisa bibliográfica e pesquisa empírica. A
pesquisa bibliográfica pressupõe uma análise do problema teórico com base na bibliografia recolhida. A pesquisa
empírica é a análise do mesmo problema teórico com base nas técnicas de recolha de dados (5ª, 6ª etapas).
Etapa 1 - o problema teórico sob a forma de uma pergunta de partida. Escolha de temática e subtemática.
Elaboração de objetivos gerais e específicos. Formulação da pergunta de partida: critérios e indicações gerais.
Etapa 2 - a exploração do problema: as leituras; as entrevistas exploratórias; a observação direta; o uso de
fontes documentais. Indicações gerais de elaboração.
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Etapa 3 - problemática teórica de uma pesquisa. Objetivos e tarefas. Momentos de elaboração da problemática.
Construção do objeto teórico e função de comando da teoria: os circuitos de retroação epistemológica.
Etapa 4: a construção do modelo de análise. Caracterização metodológica das hipóteses teóricas: noção e
função, condições de elaboração e elementos que as compõem.
1. Objetivos
a. Elaborar hipóteses teóricas e um sistema de conceitos e de relações entre conceitos
2. Elementos
a. Definir hipóteses teóricas
b. Estabelecer as relações pressupostas entre conceitos
c. Operacionalizar conceitos – construir variáveis
3. O que é uma hipótese teórica?
a. Proposição afirmativa que estabelece uma relação entre dois ou mais conceitos
b. Estatutos diferentes
c. Variável
1. Não direcional – relação entre variáveis, mas sem predizer a natureza da relação
a. Ex: existe uma relação entre a autoestima nos adolescentes e o seu sentimento de rejeição
2. Direcional – explicita-se a natureza da relação entre as variáveis; inclui os termos positivo, negativos, mais que
ou menos que
a. Ex: num determinado grupo de adolescentes que praticam desporto de elite, há uma relação positiva
entre um grau elevado de controlo interno e de autoestima
3. De associação – existência de relações entre variáveis ou de variáveis que variam ao mesmo tempo
a. Ex: existe uma relação entre a autoestima nos adolescentes e o seu sentimento de rejeição
4. De associação positiva
a. Ex: entre os adolescentes há uma correlação positiva entre a autoestima e o seu sentimento de
inclusão
5. De associação negativa
a. Ex: entre os adolescentes há uma correlação negativa entre a autoestima e o seu sentimento de
rejeição
6. De causalidade – relação de causa e efeito entre duas ou mais variáveis (variável independe e dependente) –
são sempre direcionadas
7. Simples
A observação em sociologia
Enquadramento metodológico.
Segundo Sierra Bravo, uma coisa é falar de observação, num exercício diário, quotidiano que nos ajuda a
enunciar, categorizar e catalogar comportamentos sociais, e outra coisa é transformá-la para o campo científico
(processo de observação enquanto processo cientifico).
Segundo este autor, para a observação se tornar observação científica é necessário contextualizar a
observação num projeto de investigação mais amplo (situar o exercício no âmbito de um projeto de investigação em
sociologia); fazendo uma tentativa de exercício planeado, tendo em conta o tempo de organização, sistemático,
organizado, um exercício relacionado com proposições teóricas, que é feito de acordo com determinados objetivos
(tudo começa porque existem teorias); definir o que vamos observar dado o objeto de estudo, bem como vamos
observar (seja através de diários de campo, máquinas fotográficas, grelhas de observação), recorrendo a um controlo
interno da informação.
A observação enquanto técnica trata-se da recolha de informação por via dos sentidos. Tipo mais simples,
principalmente através da audição e visão. Informações dos comportamentos sociais. Num primeiro momento temos
os discursos e ações dos atores sociais, depois temos o discurso sobre o discurso: fazemos um discurso sobre esses
discursos e ações (só não acontece quando fazemos discurso direto-discurso hermenêutico do investigador)
OBSERVAÇÃO DIRETA
Técnica enquanto recolha de informação através dos sentidos. É vista como a 5ª fase de investigação,
constituída pela recolha e análise de informação (entrevistas e inquéritos).
A observação direta pode-se confundir com observações diárias enquanto atores sociais.
A observação direta torna-se científica quando, a dado momento, está inscrita num projeto de pesquisa
previamente formulada. Está relacionada com proposições mais gerais e pergunta de partida. A técnica terá de ter
relação com a formulação de hipóteses teóricas. Usa-se esta técnica de forma metódica e sistemática. Os registos são
feitos num determinado período de tempo – a temporalidade define-a enquanto técnica.
A observação direta está sujeita a registos metódicos (planificar e registar o que é observado), sendo
necessário saber tratar esses registos. Isto também confere cientificidade.
Segundo Sierra Bravo, é a técnica em que se usa os sentidos, essencialmente a visão e a audição. É uma técnica
que implica saber usar os sentidos.
4. Enquanto observação direta poderá não implicar interações de ordem verbal entre investigador e população-
alvo.
PRINCIPAIS VANTAGENS
1. Quanto maior for a interação entre observador e observado, maior é a probabilidade de se produzir um
conjunto de impressões (positivas ou negativas) face ao observado e vice-versa.
2. Há aspetos da própria interação que não são controlados pelo investigador (risco, espontaneidade, acaso). É
uma técnica que não lida bem com o imprevisto, risco ou acaso. O risco e imprevisto faz com que surjam
comportamentos inesperados.
Quando a observação direta não é feita com recursos audiovisuais acrescidos os sentidos humanos
apresentam limites. Os recursos audiovisuais podem ajudar a controlar, a verificar o que não ficou registado nos
apontamentos escritos do investigador. Há maior probabilidade para que surjam erros de perceção por parte do
investigador quando não há recurso a suportes audiovisuais.
O investigador tem de saber fazer escolhas sobre o que pretende observar (tem que haver uma seleção prévia
dos elementos a observar). Todas as técnicas de investigação têm limites.
Técnica de recolha de informação assente no uso dos sentidos pelo investigador, em particular a visão e
audição, segundo objetivos, questões e procedimentos previstos e controlados
Tipos de observação.
Tipologia de Ander-Egg.
Define 4 modalidades de observação e, para as distinguir, constrói a sua tipologia com base em 4 critérios.
1. Meios utilizados
A diferença entre elas diz respeito à presença ou não de categorias de observação previamente definidas.
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Uma observação estruturada tem por base a definição de categorias de observação. Já uma observação não-
estruturada não tem a definição de categorias de observação construídas e escolhidas pelo investigador.
A observação estruturada é sistemática porque vai ser feita durante um período de tempo com as mesmas
categorias e é controlada porque segue um padrão de categorias definidas – acaba por traduzir regularidades nos
comportamentos (observa estes e as suas singularidades). A observação estruturada pode ser feita com meios
audiovisuais que ajudam no registo de informação. Na observação estruturada sabe-se o que se pretende observar.
Observa-se com categorias de observação e com outros meios de registos. Este tipo de observação é mais direcionado
para pequenos grupos e não multidões. Ela está planificada para situações pequenas. É uma técnica para efeitos de
validação das hipóteses teóricas.
Por outro lado, a observação pode ser não estruturada e não planificada a nível de categorias de observação
previamente definidas. Isto não significa que seja uma observação feita ao acaso. Simplesmente não tem a presença
de categorias. Para efeitos exploratórios deve ser feita uma observação não estruturada: quanto menos se conhecer
o terreno, mais adequada é.
Na observação não estruturada primeiro desloca-se ao terreno para se dar conta do que se vai passando – não
é orientada por aspetos previamente definidos. Adequa-se mais a situações de exploração temática – 2ª etapa do
projeto de investigação – quando se conhece pouco ou nada do terreno.
Observação estruturada e não estruturada não se excluem. Ambas fazem parte do mesmo trabalho, na medida
em que nas primeiras fases é menos estruturada, mas, ao longo do tempo, vai-se estruturando conforme a
investigação.
Observação participante (ou ativa) – Caracteriza-se por um grau visível e assumido de participação por parte
do investigador no contexto das atividades da própria interação social.
Observação não-participante (ou passiva) – É aquela que se traduz no anonimato do investigador para efeito
de registos de observação, caso se assuma que o nível de interferência é mínimo ou nulo.
3. Nº de observadores
Observação individual – O observador será sempre o mesmo e só um na ação. Estar sozinho pode ser benéfico
e deve ter atenção aos possíveis enviesamentos.
Pode-se ter vários observadores a observar, ao mesmo tempo, as mesmas atividades. Partindo de que é
estruturada, partem das mesmas categorias de observação, as quais orientam os olhares de todos. Isto permite o
confronto de registos. No final faz-se uma grelha de observação a partir dos registos de todos.
As categorias podem ser distribuídas pelos indivíduos, o que, de certa forma, permite maior focalização.
Se for uma com observação não estruturada há uma reunião prévia entre os elementos.
Observação direta in loco – Observação no próprio local onde têm lugar as interações sociais.
Observação em laboratório – O contexto onde ocorrem as interações foi alvo de preparação pelo investigador.
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OBSERVAÇÃO DIRETA:
Sierra Bravo considera que a observação direta é uma técnica de recolha de informação, que tem como
principal característica o investigador usar os sentidos (“visão” e “audição”), podendo não ter recurso a instrumentos
técnicos. Como os sentidos humanos são limitados e os fenómenos sociais complexos, pela observação direta nunca
chegamos aos fenómenos sociais, pelo que recorremos muitas vezes a gravadores e máquinas fotográficas que nos
ajudam no combate aos erros de perceção.
1. Vantagens:
É uma técnica que se destaca à descrição e análise das práticas dos atores sociais;
Técnica que destaca dimensões das práticas sociais que os inquéritos e entrevistas não podem localizar;
Reflexividade do observador.
2. Desvantagens:
Em síntese: observação direta – “Uma forma de observação direta não procura evitar a interferência, pelo
contrário, assume-a.”
A observação enquanto técnica define-se pela temporalidade. Quanto mais contínua e duradoura for,
melhores são os resultados.
Paramos a observação quando esta se torna redundante – a observação em si já não avança com novas
informações. Isto acontece quando a observação é contínua.
Para efeitos exploratórios tem de ser contínua (feita ao longo do tempo). Quanto mais contínua for essa
temporalidade, mais vantagens traz.
Observação direta: caracterização do espaço; quais os atores sociais e atividades presentes no espaço.
Começam-se as primeiras observações com relato cronológico. A partir desse relato podem-se formar grelhas
de observação – passando-se, posteriormente, para um registo categorial.
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Segundo Raul Iturra, “a observação participante é o envolvimento direto que o investigador de campo tem
com o grupo social que estuda dentro dos parâmetros das próprias normas dos grupos.”
A observação participante consiste, portanto no envolvimento direto do investigador com o seu objeto de
análise, fazendo uma análise do grupo a partir dos parâmetros que são as próprias normas do grupo.
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Quando falamos de observação direta participante, falamos de uma técnica, porém, ao falar de pesquisa de
terreno, falamos de método. Esta é a principal distinção entre ambos. Ao falarmos em pesquisa de terreno, uma
abordagem qualitativa, estamos a reportar-nos para um método intensivo, de cariz qualitativo, que inclui várias
técnicas, entre elas pode contar a observação direta participante (principalmente na etnografia).
A observação direta enquanto técnica, aparece quase sempre em articulação com outras.
Enquanto somos capazes de ter uma pesquisa empírica feita apenas com a técnica do inquérito por
questionário, a observação é complementada por outras. Não conseguimos, porém, fazer o mesmo com a observação,
porque há tendência para termos mais que uma técnica, havendo triangulação interna. Assim a observação não surge
isolada em projetos de investigação científica.
Projetos de investigação como o de Graça Carpinteiro sobre o contexto hospital envolvem esta técnica. Quanto
às características da observação participante consideram-se 6 fases:
1. A interferência
Fazemos observação direta, mas com um nível de interferência maior, envolvimento direto do investigador
com um determinado grupo social que é o seu objeto de análise fazendo essa análise de grupo a partir dos parâmetros
que são as próprias normas.
2. A longa duração
Exige a entrada no grupo, permanecer no grupo, ir ficando no grupo e no fim do trabalho sair do grupo. Esta
permite obter um conhecimento o mais profundo possível a cerca do grupo social, sendo esta uma abordagem
intensiva.
3. O conhecimento
4. A diversidade
Permite-nos caracterizar as estruturas sociais que dinamizam um grupo social. É uma abordagem intensiva.
Obedecendo a um maior rigor: o observador tem relações sociais. “O observador deve criar uma presença”.
Esta técnica faz-se também com o auxílio de outras técnicas.
6. O observador privilegiado
Necessidade de utilizar informantes – chave ou informantes privilegiados. Muitas vezes faz sentido recorrer
ao observador participante. São pessoas que ou estão no grupo ou estão perto do grupo. Por fim, relativamente às
fases da observação participante, segundo José Portela, estas são cinco:
Etapas da observação.
Peretz – etapas da observação direta para que a interferência do investigador seja mínima.
1. Relações do observador com o meio a observar – ter ou não ter relações com o meio vai traduzir-se na maior
ou menor familiaridade que será influenciada pela maior ou menos igualdade de características. Na
observação participante quanto maior for a distância passar a ser necessário informantes privilegiados que
farão a ponte.
2. Entrada no meio - categorias, informantes privilegiados e ética (levantamento de dados e divulgação – o que
eu vou dar em troca).
3. Instalar-se no meio - que papel assumirá o observador? se eu fizer isto que implicações vou ter? como é que
se resolvem as questões de ordem ética? Questão da apresentação e da linguagem. Evolução da observação:
meios utilizados.
4. Desenvolver relações com o meio – evitar relações com o meio exclusivo, quando saiu do terreno e termino a
observação enquanto etapa tenho que fechar esta relação.
Classificar e definir os pressupostos da observação, bem como construir categorias da observação com base
na teoria. Categorias de observação construídas à priori.
2. Recolha
O investigador quando faz observação direta tem de trabalhar competências de cariz social e cariz pessoal.
Capaz de memorização do registo de notas de forma rápida e clara; treinar os sentidos para desenvolver uma atenção
permanente que pode ser mais ou menos orientada por categorias de observação e capacidade de adaptação a
situações que lhe sejam menos familiares onde interferem o saber estar e o saber falar.
3. Registo
Grelha de observação – as grelhas de observação podem ser feitas desde que as categorias da observação
tenham sido feitas inicialmente, um trabalho de categorização sustentado.
Diário de campo – Forma mais livre e solta de fazer observação. Texto descritivo de ordem cronológica, que
permite escrever ali todos os dados que achamos necessários e que mais tarde podemos rever.
4. Análise
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MOMENTOS DE OBSERVAÇÃO:
Conceção/planificação da observação:
Os registos de observação são feitos em diário de campo onde se regista de uma forma livre, mas de ordem
cronológica, todas as informações que consideramos relevantes.
Podem-se fazer também grelhas de observação caso as categorias estejam corretamente formuladas.
Ao longo da observação e dos respetivos registos, o investigador vai diminuir o seu centro de interesse, isto é,
ao início ele tem muita coisa para observar, mas com o tempo vai escolher determinadas coisas que considera ser
mais importante.
Através dos registos em diário de campo – principalmente das grelhas de observação- é possível analisar todos
os aspetos importantes que foram sendo destacados a justificar os mesmos. Relação do investigador com o meio
[notas de método e notas teóricas] e relação das jornadas do observador [notas da observação]
1. As notas de observação propriamente ditas que são as mais importantes porque o seu conteúdo resulta do
facto de se estar a observar. Corresponde ao repositório da observação - Quem, Quando, O quê e Como?
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2. As notas de método que são pequenas anotações que dizem respeito ao processo metodológico. Corresponde
à aplicação da técnica (relação entre o investigador e os dogmas sociais). As notas de método implicam um
autocontrolo do próprio processo de recolha através de um “processo de vigilância” epistemológica. O
objetivo passa por controlar o trabalho do investigador no sentido de melhorar as próximas sessões.
3. As notas teóricas são anotações em diário de campo onde vamos organizando informação sobre conceitos,
observações, interpretações, novas pistas bibliográficas, ou seja, trata-se da preparação teórica do próprio
trabalho.
A função principal das notas é recolher a informação, armazena-la e coloca-la no mesmo sítio, organizada
cronologicamente – Recolha e organização.
A principal característica é o facto de se recriar, através das notas, em tempos e em espaços diferentes dos
reais aquilo que a observação coligiu. Ou seja, há a recriação dos dados em espaço e tempos diferentes posteriores.
As notas em diário de campo são registos por parte de um “eu” acerca de outros “eu”.
As notas são um registo vivo onde há o confronto entre teoria e empiria. Sempre que a interação exista não
se deve tirar notas no momento. É a posteriori que se faz.
Quando estamos em situação de interação não se devem tirar notas de campo porque este facto iria criar uma
situação constrangedora, por isso normalmente as anotações são feitas depois do contexto de observação quando já
não estou em interação. (Sendo que esta não deve ser feita passado muito tempo para que não se esqueçam
pormenores)
A observação exige sempre contextualização espacial, temporal e de conteúdo do que foi observado; tempo
e espaço próprios para o registo e trabalho teórico e empírico de construção das categorias de observação:
Notas condensadas – Que se fazem por tópicos/aspetos/pontos obrigatórios para desenvolver mais tarde num
registo de observação.
Notas alargadas/desenvolvidas – Que é o registo de observação propriamente dito. Acabamos por re-
memorizar a interação de acordo com as notas condensadas (nos momentos cruciais) em relato cronológico, em texto.
1. Desenvolver os níveis de atenção, trabalhar a capacidade de atenção, permanente ao que se passa fazendo
apelo à audição e visão.
2. Capacidade de memorizar diversas características que fazem parte da própria situação.
3. Tomar notas de forma clara e rápida.
4. Observação é uma técnica que exige adaptação do investigador a meios que desconhece Está sempre
presente a aplicação das técnicas sendo que determinadas técnicas adaptam-se mais ou não à personalidade
de cada investigador. Há momentos em que é necessário interagir com os outros e outros em que apenas é
necessário observar.
5. Acompanhamento da teoria sociológica para acompanhar os registos de observação. Só interpreto os registos
de observação através do acompanhamento da teoria sociológica.
Para formarmos estas categorias temos diferentes processos, nomeadamente o olhar vertical para cada
registo em que se fazem o tratamento e a análise e o olhar horizontal em que se comparam os registos entre si e se
encontram regularidades ou singularidades.
Ações verbais e não verbais – sequência das ações sociais, escolheu a ação e apenas a protagoniza (principais
e secundárias):
1. Gestualidade
2. Interações
3. Expressões verbais e não verbais
4. Sequências das ações sociais
a. Data, hora e duração
b. Circunstâncias atmosféricas
c. Acontecimentos peculiares do local
d. Acontecimentos gerais que podem ter consequências
3. Atender às ações descritas e aos discursos e comentários verbais dos atores sociais
7. Evitar o uso do futuro histórico na descrição dos acontecimentos e usar o presente descritivo
8. Estar atento ao uso dos advérbios e das expressões generalistas: avaliar o nível de generalidade
9. Estilo direto: reproduzir textualmente as palavras ditas e utilizá-lo para ligar conversas entre si
10. Estilo indireto: é o discurso contado feito pelo narrador/observador
11. Utilizar os [] ou () para anotar informações adicionais: dados de caraterização sociográfica dos atores sociais
que remetem para uma tabela de apresentação destes, e expressões/atitudes que acompanham os
comentários/ações
ANÁLISE NO CAMPO: