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Módulo 6
A criança no jardim-de-infância
Objetivos:
Instrumentos de avaliação:
Ficha de avaliação
— acentuar a importância das interações e relações entre os sistemas que têm uma influência
direta ou indireta na educação das crianças, de modo a tirar proveito das suas potencialidades
e ultrapassar as suas limitações, para alargar e diversificar oportunidades educativas das
crianças e apoiar o trabalho dos adultos.
Organização do grupo
Área do Jogo Simbólico - Esta área inclui a “casinha das bonecas”, a “arca das trapalhadas e os
fantoches. As crianças podem fazer dramatizações, fantoches, teatro se sombras, histórias,
brincadeiras de imitação dos modelos familiares…
Área da Biblioteca - Nesta área a criança manuseia livros, inventa histórias, “lê” histórias,
conta histórias, manuseia ficheiros de imagens, enciclopédias, revistas, fotografias...
Área da Expressão Plástica - Nesta área a criança experimenta vários materiais e suportes,
realiza artefactos com materiais reutilizáveis, realiza colagens, pinturas, desenhos com
variadas técnicas, manuseia tesouras, agulhas, colas, experimenta e treina noções de espaço
relativos ao suporte que nele se inscreve.
Área dos jogos e construções - Nesta área a criança experimenta construções a três
dimensões; Faz atividades de iniciação à matemática que implicam comparações e seriações,
sequências, alternâncias, tamanhos, peso, forma, cor; Experimenta materiais que promovem
noções de lateralidade; Faz actividades de experimentação de noções espaciais como: puzzles,
construções, pistas de carros
Área da escrita - Nesta área a criança tem contacto com o código escrito de uma forma
informal. Brinca com letras, copia-as, faz tentativas de escrita, imita a escrita e a leitura,
familiariza-se com o código escrito, percebe que há uma forma de comunicar diferente da
linguagem oral, percebe as funções da escrita
Não se trata de uma introdução formal e “clássica” à leitura e escrita, mas de facilitar a
emergência da linguagem escrita.
Área da matemática - Esta área está interligada especialmente com a área dos jogos onde a
criança, podendo ser criada separada em função dos interesses do grupo.
Área das novas tecnologias - Nesta área a criança usa o computador para jogar jogos
didácticos com diversos temas para o seu desenvolvimento. O código informático pode ser
utilizado em expressão plástica e expressão musical, na abordagem ao código escrito e na
matemática.
Recreio exterior - Nesta área a criança brinca livremente; Faz atividades de motricidade; Faz
exploração do espaço; Interage com outros.
“E assim actividades lúdicas e actividades expressivas se entretecem e entrelaçam para um pleno desenvolvimento da
personalidade infantil”.
2. Proibido que os pais imaginem que o jardim-de-infância serve para aprender a ler e contar.
Ele é útil para aprender a descobrir os sentimentos. Para aprender a imaginar e a fantasiar.
Para aprender com o corpo, com a música e com a pintura. E para brincar. Uma criança que
não brinque deve preocupar mais os pais do que se ela fizer uma ou outra birra, pela manhã ao
chegar.
3. O jardim-de-infância assusta as crianças sempre que os pais - como quem sossega nelas os
medos deles por mais um dia de jardim-de-infância - lhes repetem: " Hoje vai correr tudo
bem!"
4. Os pais estão proibidos de despedir-se muitas vezes das crianças, ao chegarem todos os dias.
E é bom que se decidam: ou ficam contentes por elas correrem para os amigos ou ficam
contentes por elas se agarrarem ao pescoço deles, com se estivessem prestes a ser
abandonadas para sempre.
6. No jardim-de-infância não é obrigatório comer até à última colher; nem dormir todos os
dias. E não é nada mau que uma criança se baralhe e chame mãe à educadora (ou vice-versa).
7. Os pais estão obrigados a estar a horas quando se trata duma criança regressar a casa.
Prometer e faltar devia dar direito a que os pais fossem sujeitos classificados como tendo
necessidades educativas especiais.
8. Os pais não podem exigir aos filhos relatórios de cada dia de jardim-de-infância. Mas estão
autorizados a ficar preocupados se as crianças forem ficando mais resmungonas, mais
tristonhas ou, até, mais aflitas, sempre que regressam de lá. E estão, ainda, autorizados a
proibir que o jardim-de-infância só se abra para eles durante as festas.
10. Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins-de-infância!"
“Devia ser proibido ensinar a ler e a escrever no jardim de infância”. A ideia foi defendida por
Eduardo Sá no encontro “Vale a Pena ir à Pré”, uma iniciativa conjunta da Carlucci American
International School of Lisbon (CAISL) e da revista Pais&filhos destinada a debater e esclarecer
o valor do ensino pré-escolar na educação de uma criança.
Eduardo Sá, que começou por manifestar o seu desacordo pela “distinção que é feita entre
educação infantil e ensino obrigatório”, considerou depois que ainda existem alguns “erros”
nos moldes em que, por vezes, o ensino pré-escolar é praticado.
“O jardim de infância não é para aprender a ler nem a escrever”, criticou, lembrando que “as
crianças antes de aprender a ler, aprendem a interpretar “ e que “não é por tornarmos uma
criança um macaquinho de imitação que ela vai ser mais inteligente”. Eduardo Sá, psicólogo
clínico com grande parte da sua carreira dedicada à psicologia infantil, defendeu que o jardim
de infância deve antes ser um local onde a criança exerça atividade física pois, justificou, “as
crianças aprendem a pensar com o corpo” e se souberem mexer o corpo “mais expressivas
serão em termos verbais”.
Além disso, prosseguiu, o jardim de infância deve ser um local para a criança receber educação
musical (“a música torna-os mais fluentes na língua materna”) e educação visual (“quanto mais
educação visual tiverem, menos dificuldades têm de ortografia”). Por outro lado, disse ainda,
as crianças precisam de “contar e ouvir histórias” no jardim de infância, sublinhando que “as
histórias ajudam a pensar” e a “linguagem simbólica a arrumar os pensamentos”.
Mas, mais que tudo isso, o jardim de infância deve ser um espaço para a criança brincar. A
brincadeira é um “património da humanidade” que a ajuda “a pensar em tempo real e a
resolver dificuldades”, salientou o psicólogo, sublinhando que “brincar não pode ser uma
atividade de fim de semana” nem os espaços para brincar podem estar confinados a pátios
fechados. “É obrigatório que as crianças brinquem na rua”, defendeu.
Em suma, concluiu, “o jardim de infância faz bem à saúde” e é urgente que seja “acarinhado”.
Sob pena de virmos a pagar no futuro “custos exorbitantes” por tal esquecimento.
É um cenário que se repete por todo o País, e que se espera revisto e alargado no próximo ano
letivo,