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MEMÓRIA

Tipos e Classificações
Estrutura da Memória
PROF.ª PRISCILA BOECHAT
TSP IV
Conceito

A memória corresponde à permanência, retenção


das informações e conhecimentos adquiridos pela
aprendizagem durante toda a vida.

É o processo psicológico que nos permite a


codificação, o armazenamento e recuperação de
dados.
Lembranças

 Estão vinculadas às experiências vivenciadas e à


APRENDIZAGEM

 Nosso acervo de memória nos converte em indivíduos.


ENTRETANTO, a construção da memória ocorre na
relação com os outros.
Estágios da Memória

• Envolve o processo de entrada e registro da


Codificação informação e capacidade de mantê-la ativa
para o armazenamento

• Envolve a manutenção da informação


Armazenamento codificada pelo tempo necessário para que
possa ser evocada.

• Recuperação da informação armazenada para


Recuperação que possa ser utilizada em outros processos
cognitivos quando evocada.
Níveis de Processamento

 Processamento Automático – ocorre de forma inconsciente durante a absorção das


informações (espaço, tempo, frequência, matéria bem aprendida) em nosso meio.

 Processamento Empenhado – requer uma atenção consciente e um esforço


deliberado.

 Efeito de Espaçamento – tendência de reter as informações mais facilmente se


praticá-la repetidamente.

 Efeito de Posicionamento Serial – tendência de lembrar mais facilmente (efeito da


primazia) e do último (efeito de recenticidade) item de uma lista longa.
Métodos de Processamento Empenhado
na Formação de Memórias

 Codificação Visual e Codificação Acústica – ativam processos mais superficiais.

 Codificação Semântica – ativam processos mais profundos.


“Processamos melhor as informações quando elas se tornam mais relevantes para
nós”
 Codificação de Imagens através de Dispostivos Mnemônicos – imagens vívidas.

 Agrupamento e Estabelecimento de Hierarquias – organização das informações


para que sejam recuperadas mais facilmente.
Níveis de Armazenamento

MEMÓRIA SENSORIAL

 Mémória Icônica – Informações chegam através dos órgãos dos


sentidos , são registradas e armazenadas rapidamente, e as
imagens não duram mais de décimos de segundo.

 Memória Ecóica - Os sons são registrados e armazenados nela,


pela qual os estímulos sonoros podem perdurar por até 3 ou 4
segundos.
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

 É a memória com duração de alguns segundos ou minutos. Neste caso existe a formação
de traços de memória. O período para a formação destes traços se chama de Período de
consolidação.
Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar eventos recentes que
aconteceram nos últimos minutos.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO


É a memória com duração de dias, meses e anos.
Um exemplo são as memórias do nome e idade de alguém quando se reencontra essa
pessoa alguns dias depois. Como engloba um tempo muito grande pode ser diferenciada
em alguns textos como memória de longuíssimo prazo quando envolve memória de muitos
anos atrás.
Recuperando as Informações

 Recuperação – medida de memória em que a pessoa precisa recuperar


informações obtidas antes, como num teste de preenchimento de
lacunas.

 Reconhecimento – medida da memória em que a pessoa precisa


apenas identificar os itens anteriormente aprendidos. (Teste de Múltipla
Escolha)

 Reapredizagem – medida da memória que avalia a quantidade de


tempo ganho quando se aprende um determinado assunto pela
segunda vez.
 PISTAS DE RECUPERAÇÃO : Pontos de Fixação usados para acessar a
informação principal quando você a quiser recuperar mais tarde.
ESTRUTURA DA MEMÓRIA

AS MEMÓRIAS EXPLÍCITAS (OU DECLARATIVAS) q


podem ser acessadas de forma consciente e referem-se ao conhecimento sobre nossa
história pessoal e sobre eventos a ela relacionados.

 Memória semântica: Conhecimentos de ordem geral, comum a todos;


“A memória semântica é a primeira a ser construída na nossa vida, porque aprendemos
rapidamente a reconhecer um gato, uma casa, a comida, etc.
O importante é ressaltar que só construímos essa memória conforme temos experiências,
dessa forma uma criança que não tem acesso a muitas informações vai ter essa memória
prejudicada.”
Exercícios que podem estimular a Memória Semântica:

 1. Ler as linhas a seguir e fazer uma associação entre as palavras dizendo


o local que cada linha indica:

 SOL – GUARDA SOL – AREIA – BIQUINI


 COLHER – COPO – COMIDA – REFRIGERANTE
 PÃO – BALCÃO – DOCE – PADEIRO
 COMPUTADOR – MESA – CANETA – AGENDA
Nesse exercício o cliente vai associar tudo que conseguir
com a palavra evidência, o número de associações vai
depender da experiência que cada um tem.

 Pipoca – Filme – Comida – Cinema - Estourar- Sal- Manteiga


 Agulha -
 Amigo-
3. Ver a imagens a seguir e associar o que as mesmas têm
em comum:
 Memória episódica : refere-se à história pessoal.

se refere à lembrança de algo que assistimos ou


vivenciamos. Lembranças de acontecimentos
específicos.
Memória não-declarativa

 Também chamada de implícita ou procedural, se difere da


explícita (declarativa) porque não precisa ser verbalizada
(declarada).

É a memória para procedimentos e habilidades.


A habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do
sapato e da gravata, etc.
Pode ser de quatro subtipos:
 Memória adquirida e evocada por meio de "dicas"
(Priming) (ou memória de representação
perceptual) - que corresponde à imagem de um
evento, preliminar à compreensão do que ele
significa.

Um objeto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de


memória implícita antes que saibamos o que é, para
que serve, etc. Considera-se que a memória pode ser
evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma
imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos
gestos, odores ou sons).
 Memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos
os movimentos necessários para dar um nó em uma gravata, nadar, dirigir um
carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.

 Memória associativa e memória não-associativa - Estas estão estreitamente


relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a
memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo
simples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum
momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. Por
outro lado, usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos
conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um
cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.
Memória autobiográfica

 A memória autobiográfica nos proporciona maior adaptabilidade, uma vez que


torna mais eficiente nossa capacidade de lembrar. Desta forma temos a
oportunidade de agir baseando-nos na escolha e no momento mais oportuno.
 A memória autobiográfica localiza-se no hemisfério direito do cérebro, sendo este o
responsável pelo armazenamento de sentimentos relacionados.
Exemplo, as últimas férias, o semblante de nosso companheiro, ou a lembrança de uma
festa boa.
Pesquisadores supõem que tudo aquilo que, mais tarde, se deposita na memória
autobiográfica passe antes pelo crivo da memória factual.
 Recentemente, Rubin, Schrauf e Greenberg operacionalizaram
a memória autobiográfica em três processos componentes que
podem ser denominados de:
 (1) recordação e crença;
 (2) modalidades sensoriais de imaginação;
 (3) propriedades atribuídas a eventos.
 A recordação e a crença estão presentes nas qualidades do estado
subjetivo que acompanham os eventos únicos do passado: senso de
reviver e de viajar de volta ao tempo do evento original, senso de que o
evento de fato aconteceu como ele é lembrado (dito de outra forma,
crença na acuidade da memória) e senso de lembrar-se do evento ao
invés de apenas saber que ele aconteceu (julgamento de lembrar ou
saber).
 As modalidades sensoriais de imaginação reaparecem na linguagem e
na revivência das emoções. Os eventos podem ser lembrados em
palavras, em imagens e em narrativas, seja em histórias coerentes ou em
fragmentos desorganizados dos acontecimentos. Ademais, a
recordação autobiográfica traz com maior ou menor força as emoções
que o sujeito experimentou quando do evento original.
 As propriedades atribuídas aos eventos caracterizam a relevância da
memória: : (1) importância pessoal que o sujeito atribui ao evento; (2)
frequência com que o evento foi ensaiado (tanto em pensamento
quanto em conversação interpessoal); (3) especificidade do evento (se
ele foi único no espaço e tempo, estendido por um período mais longo,
ou se ele trata de uma mescla ou resumo de eventos parecidos); e (4)
idade do evento (a estimação pelo sujeito da data em que o evento
ocorreu).
 A memória autobiográfica poderá, então, ser entendida como um tipo
especial de articulação de memória, emoção e julgamento.
 Essa articulação é o que propicia a nós conhecermos o mundo e a nós
mesmos, e nos apropriarmos de nossa experiência de uma maneira
aparentemente singular na natureza.

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