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Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Faculdade de Ciências Econômicas - FCE


Departamento de Ciências Econômicas
Disciplina de Economia Monetária I – ECO 02002
2017 - Textos Selecionados, Resumidos e Adaptados
5 O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
5.1 A Evolução do SFN até 1964/65
5.2 As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do SFN
5.3 Os Órgãos Normativos do SFN
5.4 As Entidades Supervisoras do SFN
5.5 Alguns Operadores do SFN
5.6 O Plano Real e o Ajuste do SFN
5.7 Os Bancos Comerciais no Rio Grande do Sul
Anexo 1: Tabelas
Anexo 2: Os Maiores Bancos no Brasil por Ativo Total.
5 O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mercados financeiros existentes
numa dada economia, pelas instituições financeiras participantes e suas interações e pelas
regras de participação e intervenção do poder público nesta atividade. Uma conceituação mais
abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituições dedicado ao
trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre
poupadores e investidores.
Para que possamos entender porque sistemas financeiros são organizados de forma tão
diferenciada nos diversos países, as qualidades e limitações de cada tipo de sistema financeiro
e sua evolução é preciso conhecer as razões que levaram à criação de cada tipo de sistema,
inclusive e principalmente, sua história e a da sociedade em que se insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a formação do Sistema Financeiro
Nacional (SFN), a sua evolução recente e a sua estrutura atual.
5.1 A Evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN) até 1964/65
5.1.1 Do Império aos Primeiros Anos da República
O surgimento da intermediação financeira no Brasil coincide com o término do período
colonial, no decurso do qual prevaleceram ideias e procedimentos de política econômica
mercantilista1, que bloqueavam quaisquer iniciativas que visassem ao desenvolvimento da
colônia, conforme os interesses da Coroa portuguesa. As companhias de comércio dominavam
o cenário econômico do Brasil colonial, exercendo grande influência, tanto na distribuição
como no próprio financiamento da produção interna.
Com a transferência da família real para o Brasil, em 1808, criaram-se as pré-condições
necessárias para o surgimento da intermediação financeira no país, mediante a constituição de
bancos comerciais. Com a abertura dos portos, com a celebração de novos acordos comerciais
e com a articulação de relações econômicas e financeiras com a Europa, as colônias africanas e

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O que resultou em uma economia de exploração florestal (o Pau-Brasil) e mineral (ouro, pedras preciosas) a
serviço da acumulação monetária (ouro) pela metrópole. Este tipo de economia prescindia da intermediação
financeira.

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asiáticas e diversos países sul-americanos, tornou-se necessária a implantação de um mercado
financeiro capaz de dar assistência às atividades de importação e exportação.
Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, em outubro de 1808, a primeira
instituição financeira do país, o Banco do Brasil, cujas operações foram iniciadas um ano depois,
em 1809, devido, principalmente, às dificuldades de subscrição do capital mínimo requerido
para o início de suas atividades2. As operações permitidas abrangiam, privilegiadamente, o
desconto de letras de câmbio, o depósito de metais preciosos, papel-moeda e diamantes, a
emissão de notas bancárias, a captação de depósitos a prazo, o monopólio da venda de
diamantes, pau-brasil e marfim e o direito exclusivo das operações financeiras do governo.
Devido ao fraco desempenho da economia de exportação no início do Império e ainda
ao fato do Banco do Brasil converter-se em fornecedor de recursos não lastreados para o
governo, a continuidade de suas operações tornou-se insustentável com a volta de Dom João VI
a Portugal em 1821. Oito anos depois, em 1829, após insustentável período crítico, seria
autorizada a liquidação do primeiro Banco do Brasil, cujas operações se encerraram
definitivamente em 1835, a despeito das muitas tentativas empreendidas para evitar sua
extinção (Lopes & Rossetti, p.308).
Em 1833, foi aprovada a criação de um segundo Banco do Brasil. Mas, em virtude dos
traumas decorrentes do insucesso da experiência pioneira, não se conseguiu a subscrição do
capital mínimo exigido para sua instalação.
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial privado do país, o Banco do Ceará,
que, entretanto, encerrou suas atividades em 1839, basicamente em função da concessão de
créditos a longo prazo, sem que houvesse captações de recursos também resgatáveis a longo
prazo.
Havia, entretanto, condições para que se implantassem no país atividades de
intermediação financeira, sobretudo se ligadas ao setor cafeeiro e aos projetos financeiramente
viáveis no setor de infraestrutura econômica. Assim, em 1838, um grupo privado criou e
estabeleceu o Banco Comercial do Rio de Janeiro. A solidez e o crescimento dessa instituição
ensejaram o surgimento, em outras praças, de outras instituições congêneres, como o Banco da
Bahia (1845), o Banco do Maranhão (1847) e o Banco de Pernanbuco (1851).
Ainda em 1851 foi constituído o terceiro Banco do Brasil (o segundo a funcionar com
este nome), com a ajuda do Barão de Mauá, mas já com controle do estado imperial 3. Dois anos
depois, em 1853, verificar-se-ia a primeira experiência de fusão bancária no Brasil: o Banco
Comercial do Rio de Janeiro e o Banco do Brasil fundiam-se com o objetivo de criar um novo
estabelecimento, sob a denominação também de Banco do Brasil (o quarto estabelecimento
2
A chegada da família real ocasionou uma reforma tributária, visando novas fontes de financiamento dos gastos
decorrentes da presença da corte portuguesa no Brasil e à instalação do Banco do Brasil. Houve, em primeiro
lugar, uma mudança na alfândega, com a abertura dos portos, sendo definida uma tarifa de 24%, depois reduzida
para 15%, no caso do comércio com a Inglaterra, ao qual foi dado a preferência. Além da criação de outros
tributos, desta vez internos (como a décima urbana, origem do atual imposto predial, a sisa (Serviço de Impostos
de Sua Alteza) de compra e venda dos bens de raíz, com alíquota de 10% do preço de compra, a meia sisa sobre
escravos ladinos, com alíquota de 5% sobre a compra de escravos no mercado interno, e o imposto da carne verde
sobre o abate de gado nos açougues e nos talhos públicos), o Alvará de 20 de outubro de 1812 criou outros
tributos com destinação específica, com o objetivo de completar o valor necessário para a integralização do capital
do primeiro Banco do Brasil, denominados genericamente de “impostos do banco” ou “impostos novos”,
inicialmente instituídos por 10 anos, mas que se tornaram permanentes.
3
O Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Sousa) fundou em fins dos anos 1850 o Banco Mauá, MacGregor & Cia.,
com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Ajudou a fundar o
segundo Banco do Brasil, que havia falido em 1829. (Fonte: www.e-biografias.net). O Banco Mauá foi encerrado
em 1875.

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sob esta denominação e o terceiro a funcionar efetivamente). Surgiram, na mesma época,
novas casas bancárias, como o Banco Comercial e Agrícola e o Banco Rural e Hipotecário
(ambos no Rio de Janeiro), o Banco da Província do Rio Grande do Sul e o Banco Comercial do
Pará.
A partir do início da década de 1860, as atividades de intermediação financeira no país
seriam ampliadas, com a chegada dos primeiros bancos estrangeiros. Os dois primeiros (ambos
em 1863) foram o London & Brazilian Bank e o The Brazilian and Portuguese Bank. À mesma
época (1866), capitalistas alemães fundaram o Deutsche Brasilianische Bank, cujas atividades
foram encerradas em 1875, após acirrada concorrência com os bancos ingleses que operavam
no país.
No final do Império, a libertação dos escravos (1888) alterou substancialmente a ordem
econômica e financeira do país. A liberdade concedida a 800.000 escravos aniquilou fortunas
rurais, motivou perdas de 40% a 50% das colheitas, provocou escassez, inflação e motivou um
primeiro surto de industrialização. Ainda no Império, para atender às pressões por maior
volume de crédito, em virtude da expansão da massa salarial e das necessidades de
financiamento dos novos empreendimentos, o poder emissor, que se encontrava a cargo do
Tesouro, foi estendido aos bancos.
Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos primeiros anos do governo
republicano. Embora a criação de meios de pagamento tenha sido redisciplinada, a expansão
imoderada de crédito não foi interrompida. No entanto, em seguida a um curto período de
crescimento acelerado, não tardaram a aparecer focos de especulação. Houve o encilhamento
(1889/91)4, período caracterizado pela rápida expansão dos meios de pagamento, pela
excitação das atividades de intermediação financeira e por decorrente surto inflacionário.
Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma fase de contrarreforma (1892-1906),
caracterizada, nos três primeiros anos, por um esforço de estabilização e, nos dois anos
subseqüentes, por breve relaxamento da austeridade implantada e, finalmente, já então na
virada do século, por generalizada recessão.
Os esforços de estabilização pós-encilhamento levaram o sistema bancário do país,
inclusive o Banco do Brasil, a enfrentar dificuldades operacionais. Resultaram daí novas fusões
bancárias, envolvendo o próprio Banco do Brasil, que em 1892 se fundiu ao Banco da República
dos Estados Unidos do Brasil, resultando no Banco da República do Brasil. Verificaram-se outras
fusões e incorporações, notadamente nos cinco primeiros anos do século, quando, então, não
resistindo à recessão econômica do período, muitas casas bancárias foram liquidadas. O
próprio Banco da República do Brasil (o quarto a funcionar) foi também liquidado em 1905.
A partir de 1906, ao final da crise financeira do início do século, a intermediação
financeira no país voltou gradativamente à normalidade. Nesse ano foram reativadas as
operações do Banco do Brasil, o quinto, então, a funcionar sob esta denominação (Lopes &
Rossetti, p.310).
5.1.2 O Período das Guerras e da Depressão

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Encilhamento. Política financeira de estímulo à indústria, adotada por Rui Barbosa quando ministro da Fazenda
(novembro de 1889 a janeiro de 1991), após a proclamação da República. Baseava-se no incremento do meio
circulante com a criação de bancos emissores (tendo como lastro não libras-ouro, mas títulos da dívida pública),
cujos empréstimos teriam de ser aplicados apenas no financiamento de novas empresas industriais (e não na
agricultura). Com créditos, garantias oficiais e um ambiente psicológico favorável, a Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro entrou em intensa atividade e a política do ministro foi popularmente identificada com o encilhamento dos
cavalos logo antes da largada na pista dos hipódromos, quando a atividade dos apostadores se torna frenética
(Sandroni, 2005).

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O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou considerável importância no
quadro da intermediação financeira no Brasil. Entre os principais, são destacados os seguintes:
 Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazos no país;
 Disciplinamento, integração e ampliação do nível de segurança da intermediação financeira
no país, mediante a criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), posteriormente substituída
pela Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária (1942), a instalação da Câmara de
Compensação (1921) e a implantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921);
 Elaboração de projetos com vista à criação de instituições especializadas no financiamento
de longo prazo. Mas a vigência da Lei da Usura, de 1933, que estabelecia um teto máximo de
12% ao ano para a taxa nominal de juros, teria retardado o surgimento espontâneo de
intermediários financeiros bancários ou não bancários dispostos a realizar operações com
longos prazos em um contexto de inflação crescente (a criação do Banespa, em São Paulo, e do
Banrisul (então BRGS, depois BERGS), no Rio Grande do Sul, ocorreu nessa época);
 Início de estudos e esforços convergentes para a criação de um Banco Central no país.
A captação de recursos e os empréstimos concedidos pelos bancos comerciais
elevaram-se durante todo o período, não obstante a interrupção (não acentuada) nos anos da
Grande Depressão.
5.1.3 Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65
O período que se estende de 1945 a 1964 é geralmente considerado como de transição
entre a estrutura ainda simples de intermediação financeira que se firmou ao longo da primeira
metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas institucionais de 1964-
65. Nesses vinte anos de transição, em paralelo às mudanças que se observaram em toda a
estrutura da economia do país, o sistema financeiro nacional foi objeto de marcantes
transformações. As principais foram:
 a consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira de
curto e médio prazos, com a expansão do número de agências bancárias nas diferentes regiões
do país;
 a implantação de órgão normativo, de assessoria e de fiscalização do sistema financeiro,
como passo inicial à criação de um banco central no país, a Superintendência da Moeda e do
Crédito - SUMOC;
 a criação de uma instituição de fomento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico -
BNDE, para a centralização e a canalização de recursos de longo prazo, inicialmente destinados
à implantação de infraestrutura no país;
 a criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes, como o Banco do Nordeste
do Brasil - BNB, o Banco de Crédito da Amazônia e, já no final do período, o Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDE;
 o desenvolvimento espontâneo de companhias de crédito, financiamento e investimento,
para a captação e aplicação de recursos em prazos compatíveis com a crescente demanda de
crédito para o consumo de bens duráveis e bens de capital, em decorrência da implantação de
novos setores industriais no país, produtores desses bens (Lopes; Rossetti, p.315).
Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios
Até a década de 1960, quase todo o relacionamento entre população e órgãos públicos
era feito diretamente entre as partes. Cada entidade mantinha a própria estrutura para
arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para o pagamento de benefícios. Assim, na
maioria dos municípios, eram mantidas as Coletorias Federais e Estaduais. As empresas de
serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por sua vez, mantinham órgãos específicos para a

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arrecadação das taxas que lhes eram devidas. Por outro lado, os bancos constituíam-se em
pequenas redes de agências, voltadas basicamente para os serviços de depósitos e descontos.
As funções de caixa e empréstimo a clientes eram os objetivos únicos da empresa bancária.
Com o desenvolvimento da sociedade brasileira, a crescente complexidade das relações
econômicas e o aumento na execução de serviços públicos e na concessão de benefícios, os
sistemas de arrecadação próprios passaram a consumir recursos crescentes. Por outro lado,
para os bancos, o desenvolvimento da economia possibilitou a disseminação de sua rede de
agências por todo o território nacional, para atender à crescente necessidade de transferência
de ativos financeiros entre as entidades econômicas. Estruturados para processar com rapidez
as transferências de numerário, os bancos passaram a substituir as coletorias e postos de
recebimento de taxas de serviços públicos e pagamentos de benefícios, servindo de
intermediários entre os órgãos públicos e o contribuinte.
5.2. As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do SFN
A próxima fase da evolução da intermediação financeira no país inicia-se no biênio
1964-65, com quatro leis, que introduziram profundas alterações na estrutura do sistema
financeiro nacional:
 Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária), que instituiu normas para a indexação de
débitos fiscais, criou títulos públicos federais com cláusula de correção monetária (ORTN) 5,
destinados a antecipar receitas, cobrir déficit público e promover investimentos. Esta foi a
solução buscada para o problema da limitação da taxa de juros em 12% ao ano, imposta pela
Lei da Usura, ao lado da persistência de inflação anual acima desse patamar, o que limitava a
capacidade do poder público se financiar mediante a emissão de títulos próprios, restando-lhe
apenas a emissão primária de moeda.
 Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da Habitação), que instituiu a correção
monetária nos contratos imobiliários, criou o Banco Nacional da Habitação - BNH e
institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação, criou as Sociedades de Crédito Imobiliário
e as Letras Imobiliárias. O BNH tornou-se o órgão gestor do Sistema Brasileiro de Habitação
(denominado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo-SBPE), destinado a fomentar a
construção de casas populares e obras de saneamento e infraestrutura urbana, com moeda
própria (UPC-Unidade Padrão de Capital) e seus próprios instrumentos de captação de
recursos: Letras Hipotecárias, Letras Imobiliárias e Cadernetas de Poupança. Posteriormente, a
esses recursos foram adicionados os do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS. Esta lei
incentivou a criação de empregos na construção civil, como solução ao emprego de mão-de-
obra não qualificada, no cenário econômico de recessão que caracterizou os anos 1960.
 Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional), que dispôs sobre
a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, criou o Conselho Monetário
Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB) e foi a base da reforma bancária,
reestruturando o sistema financeiro nacional, mediante o estabelecimento de normas
operacionais, rotinas de funcionamento e procedimentos de qualificação aos quais as entidades
do sistema deveriam se subordinar, bem como definiu as características e as áreas específicas
de atuação das instituições financeiras.
 Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais), que disciplinou e reformou o mercado
de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. Estabeleceu normas e
regulamentos para a estruturação de um sistema de investimentos destinado a apoiar o
desenvolvimento nacional e atender à crescente demanda por crédito. O problema de

5
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional.

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popularização do investimento estava contido na nítida preferência dos investidores por
imóveis de renda e de reserva de valor. Ao governo interessava a evolução dos níveis de
poupança internos e o seu direcionamento para investimentos produtivos.
A partir desses institutos legais, o sistema financeiro brasileiro passou a contar com
maior e mais diversificado número de intermediários financeiros não bancários, com áreas
específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada
a pauta de ativos financeiros, abrindo-se novo leque de opções para captação e aplicação de
poupanças e criando-se, assim, condições mais efetivas para a ativação do processo de
intermediação.
As reformas bancária e do mercado de capitais foram inspiradas no sistema norte-
americano de organização do sistema financeiro, voltando-se para a especialização das
instituições6. Apesar desta opção, em virtude de condicionamentos econômicos e, em especial,
da necessidade de buscar economia de escala e melhor racionalização do sistema, os bancos
comerciais passaram a assumir o papel de líderes de grandes conglomerados, no âmbito do
qual atuavam coordenadamente diversas instituições especializadas nas diferentes
modalidades financeiras que, embora com grande número de pequenos bancos regionais,
passaram a deter o maior volume de negócios de intermediação financeira e prestação de
serviços.
Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis importantes para o reordenamento
institucional do Sistema Financeiro Nacional, quais sejam:
 Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Comissão de Valores Mobiliários-CVM,
transferindo do Banco Central a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização das
atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários (ações, debêntures etc.).
 Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas), que estabeleceu regras quanto às
características, forma de constituição, composição acionária, perfil de demonstrações
financeiras, obrigações societárias, direitos e obrigações de acionistas e órgãos estatutários e
legais.
 Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto 3.995 e MP 8 (estes de 2002), que
consolidam os dispositivos da Lei da CVM e da Lei das S.A., melhorando a proteção aos
minoritários e dando força à ação da CVM como órgão regulador e fiscalizador do mercado de
capitais, incluindo os fundos de investimento e os mercados de derivativos.
A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi a seguinte:
Sistema Financeiro Nacional: Autoridades Monetárias
Autoridades de Apoio
Instituições Financeiras
Autoridades Monetárias: Conselho Monetário Nacional: Comissões Consultivas
Banco Central do Brasil
Autoridades de Apoio: Comissão de Valores Mobiliários
Banco do Brasil S/A
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Instituições Financeiras: Bancos Comerciais Públicos e Privados
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Ato Bancário de 1933 (Banking Act of 1933). Reforma da legislação bancária efetuada pelo Congresso dos Estados
Unidos, para reduzir a instabilidade financeira do sistema bancário norte-americano durante a grande depressão
dos anos 1930. O ato deu controle efetivo da política monetária à Junta de Governadores da Reserva Federal,
criando o Comitê Federal de Open Market e o Federal Deposit Insurance Corporation. Os itens 16, 20, 21 e 32 do
Ato, separando os bancos comerciais dos bancos de investimento, são mais conhecidos como Glass-Steagall Act.

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Bancos Estaduais de Desenvolvimento
Bancos Regionais de Desenvolvimento
Banco Nacional da Habitação (BNH)
Caixa Econômica Federal (CEF)
Caixas Econômicas Estaduais
Sociedades de Crédito Imobiliário
Associações de Poupança e Empréstimo
Cooperativas Habitacionais
Soc. de Créd. Financ. e Investimento
Bancos de Investimento
Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)
Cooperativas de Crédito
Bolsas de Valores
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Seguradoras
Outras Instituições
Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde então, o Conselho Monetário
Nacional. Abaixo, encontram-se o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
(criada pela Lei n. 6.385, de 07.12.76). Esses órgãos normativos regulam, controlam e fiscalizam
as instituições de intermediação, disciplinando todas as modalidades de operações de crédito,
ativas e passivas, assim como a emissão e distribuição de valores mobiliários. As demais
instituições de intermediação, bancárias, não bancárias e auxiliares, passaram a operar em
segmentos dos mercados monetário, de crédito, de capitais e de câmbio.
Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Financeiro Nacional está composta na
forma apresentada a seguir, conforme o site do Banco Central do Brasil na internet.
Sistema Financeiro Nacional
Órgãos Normativos
Entidades Supervisoras
Operadores
Órgãos Normativos
Conselho Monetário Nacional - CMN
Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC
Entidades Supervisoras
Banco Central do Brasil – Bacen (vinculado ao CMN)
Comissão de Valores Mobiliários – CVM (vinculada ao CMN)
Superintendência de Seguros Privados – Susep (vinculada ao CNSP)
Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc (vinculada ao CNPC)
Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista
Bancos Múltiplos com Carteira Comercial
Bancos Comerciais
Caixa Econômica Federal
Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)

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Demais Instituições Financeiras
Agências de Fomento
Associações de Poupança e Empréstimo
Bancos de Câmbio
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros
Administradores de Consórcio
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Sociedades Corretoras de Câmbio
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Operadores (Supervisionados pela CVM)
Bolsas de Mercadorias e de Futuros
Bolsas de Valores
Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros
Fundos de Investimentos
Operadores (Supervisionados pela Susep)
Resseguradores (IRB – Instituto de Resseguros do Brasil (Brasil Re))
Sociedades Seguradoras
Sociedades de Capitalização
Entidades Abertas de Previdência Complementar
Operadores (Supervisionados pela Previc)
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de Pensão)
Sistemas de Liquidação e Custódia
Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos – CETIP
Caixas de Liquidação e Custódia
No que tange às instituições financeiras, a Lei da Reforma Bancária (4.595/64), art. 17,
caracteriza-as da seguinte forma: “Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da
legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como atividade
principal ou assessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios
ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de
terceiros”.
Em complemento, no seu parágrafo único, estabelece: “Para os efeitos desta Lei e da
legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam
qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual”.
Tabela – Aplicações financeiras. Estoque (R$ milhões).

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Período Depós i tos Caderneta Fundos de Fundos Fundos de
a pra zo 1 de poupança Investimentos 2 extramercado Ações 3
dez/07 298.147 235.262 912.869 25.915 166.674
dez/08 550.139 270.441 917.297 33.699 115.342
dez/09 563.338 319.079 1.107.344 38.228 172.235
dez/10 617.059 378.799 1.286.654 39.296 195.299
dez/11 715.097 420.009 1.501.728 44.140 184.163
dez/12 642.769 496.302 1.786.186 40.926 206.547
dez/13 587.690 597.943 1.939.384 15.353 213.535
dez/14 546.341 662.727 2.156.887 9.958 182.536
dez/15 552.078 656.590 2.476.321 11.921 144.148
dez/16 627.367 664.992 2.953.369 14.900 158.092
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br. (1) Dados referentes ao Art. 1º da Circular 2.132,
de 06.02.1992. (2) Composto por Fundos Cambial; Curto Prazo; Renda Fixa; Multimercado;
Referenciado; e outros fundos ainda não enquadrados nas classes instituídas pela Instrução CVM
nº 409, de 18.08.2004. (3) Composto por fundos de investimentos em ações, Fundos de Investimento
em Títulos e Valores Mobiliários (FTVM) e Fundos Mútuos de Privatização (FMP–FGTS, FMP-FGTS-CL).

A estrutura do SFN antes apresentada é a responsável pelas operações financeiras nos


mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial da economia brasileira. Os dados
quantitativos referentes a algumas dessas operações são apresentados nas tabelas que se
seguem.
Fundos de investimentos – Valor total da carteira – Saldo em R$ milhões
Período Cambi al 1 Renda Fi xa 1 Mul timerca do1 Total
dez/11 905 795.725 438.887 1.235.517
dez/12 775 961.392 530.012 1.492.179
dez/13 2.128 1.025.514 553.922 1.581.564
dez/14 3.074 1.126.548 592.097 1.721.719
dez/15 6.075 1.381.455 653.334 2.040.864
dez/16 3.845 2.253.857 714.955 2.972.657
Fonte: Banco Central do Brasil. 1/ Valor da carteira = Patrimônio Líquido –
Disponível – Valores a Receber + Exigibilidades.
Tabela – Mercado de Capitais. Emissão primária de títulos – R$ milhões (valor)
Período Ações Debêntures Notas Promi s . Certif. Receb.Imob. Quot.Fund. Imob.
Va l or Qtde Val or Qtde Va l or Qtde Va l or Qtde Va l or Qtde
dez/07 33.200 59 46.533 43 9.726 20 868 40 979 14
dez/08 32.148 9 37.458 25 25.908 40 931 28 519 12
dez/09 15.895 15 11.080 20 9.511 33 1.224 36 2.767 20
dez/10 145.209 23 15.635 19 - - 2.139 53 9.158 35
dez/11 13.536 21 3.180 9 - - 3.709 64 7.664 39
dez/12 7.365 10 50.047 21 670 2 3.353 31 11.069 44
dez/13 6.223 16 10.945 16 - - 2.459 13 10.547 33
dez/14 15.098 2 3.674 8 - - 2.274 15 4.727 16
dez/15 16.107 1 20.639 10 - - 3.867 15 5.757 10
dez/16 537 2 21.853 5 - - 11.288 46 2.101 12
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.rs.gov.br.
Tabela – Valor de mercado – Companhias abertas – Bovespa
Va l or Empres as Iboves pa Val or total Empresa s Boves pa PI B PI B
Da ta R$ bi l hões US$ bi l hões1 R$ bi l hões US$ bi l hões Qtde R$ bi l hões %
dez/07 1.765,00 996,40 2.477,60 1.398,70 404 2.720,26 91,08
dez/08 1.087,60 465,40 1.375,30 588,50 392 3.109,80 44,22
dez/09 1.739,60 999,10 2.334,70 1.340,90 385 3.333,04 70,05
dez/10 2.070,80 1.242,80 2.569,40 1.542,10 381 3.885,85 66,12
dez/11 1.833,70 977,60 2.294,40 1.223,20 373 4.376,38 52,43
dez/12 1.961,80 960,00 2.524,30 1.235,30 362 4.814,76 52,43
dez/13 1.889,80 806,70 2.414,20 1.030,60 363 5.331,62 45,28
dez/14 1.824,50 686,90 2.243,20 844,50 366 5.778,95 38,82
dez/15 1.591,20 407,50 1.912,10 489,70 359 6.000,57 31,87
dez/16 2.078,40 637,70 2.467,00 757,00 349 6.301,12 39,15
Fonte: Bovespa. Taxa de câmbio (venda) final de período – segmento livre. (*) Empresas que integram o índice Bovespa.
(**) Total das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

Tabela – Operações de crédito do sistema financeiro 1. Percentual do PIB2.

118
Período PIB Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas Total
R$ milhões Rec.Livres Rec.Direcionados Total Rec.Livres Rec.Direcionados Total Geral
dez/07 2.720.260 34,2
dez/08 3.109.800 40,5
dez/09 3.333.040 44,4
dez/10 3.885.850 45,2
dez/11 4.376.380 49,2
dez/12 4.814.760 53,9
dez/13 5.331.620 51,0
dez/14 5.778.953 13,7 14,1 27,8 13,5 10,9 24,4 52,2
dez/15 6.000.570 13,9 14,6 28,5 13,4 11,8 25,2 53,7
dez/16 6.301.123 11,9 12,7 24,5 12,8 11,9 24,8 49,3
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br.
(1) Refere-se ao crédito do sistema financeiro, exceto com intermediários financeiros, tendo
como base o documento contábil Estatística Econômico-Financeira-Estfin, anexo obrigatório do
balancete contábil mensal das instituições financeiras. Inclui operações com recursos livres e
direcionados. (2) Estimativa do Banco Central para o PIB dos últimos 12 meses, a preços do mês
assinalado, a partir dos dados anuais do IBGE, com base no IGP-DI centrado.

5.3 Os Órgãos Normativos do SFN


O Conselho Monetário Nacional
Como órgão normativo não lhe cabem funções executivas, sendo o responsável pela
fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País. Pelo envolvimento
destas políticas no cenário econômico nacional, o CMN constitui-se num conselho de política
econômica.
Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes constituições de membros, de acordo
com as exigências políticas e econômicas de cada momento, desde quatro membros, no
governo Costa e Silva, até 15 membros, no governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de
30.06.94, que editou o Plano Real, simplificou a composição do CMN, caracterizando seu perfil
monetário, que passou a ser integrado pelos seguintes membros:
 Ministro da Fazenda (Presidente),
 Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão,
 Presidente do Banco Central.
O CMN é a principal das instituições superiores do sistema financeiro, competindo-lhe:
 Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e ao
seu processo de desenvolvimento;
 Regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou
deflacionários de origem interna ou externa;
 Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos do país;
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas, de forma
a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacional;
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a
tornar mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos;
 Zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras;
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e
externa; e
 Estabelecer a meta de inflação.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. É
composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente), representante do Ministério da Justiça,
representante do Ministério da Previdência Social, Superintendente da Superintendência de

119
Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da Comissão de
Valores Mobiliários. Dentre as funções do CNSP estão:
 Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos agentes que exercem
atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, inclusive aplicar
penalidades;
 Fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e
resseguro;
 Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização,
Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e
técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de
corretor.
O Conselho Nacional de Previdência Complementar
O CNPC é o órgão que regula o regime de previdência complementar operado pelas
entidades fechadas de previdência complementar. O CNPC é presidido pelo ministro da
Previdência Social e composto por representantes da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc), da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da
Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento,
Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de previdência complementar, dos
patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência
complementar e dos participantes e assistidos desses planos dessas entidades.
5.4 As Entidades Supervisoras do SFN
O Banco Central do Brasil
A Superintendência da Moeda e do Crédito, através da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi
transformada em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital da República, sob a
denominação de Banco Central do Brasil. Além da sua sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui
representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de
Janeiro, Recife, Salvador e São Paulo. O Bacen tem as seguintes principais funções a exercer:
 Banco dos bancos e emprestador de última instância;
- depósitos compulsórios;
- redescontos de liquidez;
 Gestor do Sistema Financeiro Nacional;
- normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
 Executor da política monetária;
- determinação da taxa Selic;
- controle dos meios de pagamento (liquidez do mercado);
 Banco emissor de moeda;
- emissão do meio circulante;
- saneamento do meio circulante;
 Banqueiro do governo;
- financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e venda de títulos públicos);
- administração da dívida pública interna e externa;
- gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país;
- representante, junto às instituições financeiras internacionais, do Sistema Financeiro
Nacional;
 Gestor do fluxo cambial;
- normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção.

120
Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém diretamente nos mercados
monetário, de crédito e de câmbio e, indiretamente, na economia como um todo.
Para poder atuar como autoridade monetária plena, o Banco Central precisou de 25
anos de aprimoramento, desde a sua criação, em 1964. As dificuldades residiam no fato de, até
a sua criação, as funções de banco central estarem sendo exercidas pela Superintendência da
Moeda e do Crédito, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade
de exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos comerciais e a orientação da política
cambial. O Banco do Brasil era o executor das normas estabelecidas pela Sumoc e exercia as
funções de Banco do Governo Federal, controlador das operações de comércio exterior,
recebedor dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e, ainda, banco de
crédito agrícola, comercial e industrial. O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-
moeda.
O Banco Central do Brasil, mesmo quando assumiu a função de banco emissor, realizava
as emissões em função das necessidades do Banco do Brasil. Era também o banco dos bancos,
mas não detinha com exclusividade os depósitos das instituições financeiras. Era agente
financeiro do Governo, pois fora encarregado de administrar a dívida pública federal, mas não
era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que esta função era atribuída ao Banco do
Brasil. Também era o órgão formulador e executor da política de crédito, mas não tinha o pleno
controle do crédito, porque outros organismos governamentais tinham idêntico poder.
Operacionalmente, os recursos do Banco Central eram acessados automaticamente pelo
Banco do Brasil, através da “Conta Movimento”, para expansão do crédito e para o custeio do
Governo. Até 1988, as funções de autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil foram
progressivamente transferidas ao Banco Central, e as atividades de administração da dívida
pública federal, que vinham sendo exercidas pelo Banco Central, foram transferidas ao Tesouro
Nacional.
A Comissão de Valores Mobiliários
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada pela Lei 6.385, de 07/12/1976, que
ficou conhecida como a Lei da CVM, pois, até aquela data, faltava uma entidade que absorvesse
a regulação e a fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que se referia às
sociedades de capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um dos órgãos normativos do
sistema financeiro, especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a
fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo mercado financeiro e pelo
Tesouro Nacional – basicamente, o mercado de ações e debêntures, cupões desses títulos e
bônus de subscrição. É uma entidade auxiliar, autônoma e descentralizada, mas vinculada,
como autarquia, ao Governo Federal.
A Lei 10.303, mais conhecida como a Nova Lei das S.A., editada em 30/01/2001,
consolidou e alterou os dispositivos da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei das Sociedades Anônimas,
da Lei da CVM e das pequenas modificações em ambas introduzidas, anteriormente, pela Lei
9.457, de 15/05/1997.
Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram consolidadas as seguintes atividades:
 Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
 Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
 Negociação e intermediação no mercado de derivativos;
 Organização, funcionamento e operações das Bolsas de Valores;
 Organização, funcionamento e operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;
 Auditoria das companhias abertas;

121
 Serviços de consultor e analista de valores mobiliários.
Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regime da nova Lei, como sendo:
 Ações, debêntures e bônus de subscrição;
 Cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento de valores
mobiliários;
 Certificados de depósito de valores mobiliários;
 Cédulas de debêntures;
 Cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em
quaisquer ativos;
 Notas comerciais;
 Contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes são valores
mobiliários;
 Outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e,
 Quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento
coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive
resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou
de terceiros.
Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
 Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
 Títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável pelo controle e fiscalização
do mercado de seguro, previdência aberta e capitalização. Dentre suas atribuições estão:
 Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das sociedades
seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada aberta e resseguradores, na
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
 Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
 Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
 Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em
bens garantidores de provisões técnicas;
 Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades por este lhe
delegadas;
 Prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.
O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
É sociedade de economia mista, com controle acionário da União, jurisdicionada ao
Ministério da Fazenda, que conta com o objetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a
retrocessão, além de promover o desenvolvimento das operações de seguros no país 7.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)

7
Resseguro é o seguro das seguradoras. Quando uma seguradora aceita um risco superior a sua capacidade
financeira, precisa repassar a totalidade ou parte desse risco a uma resseguradora. O cosseguro é uma variante do
resseguro, pois compreende um compartilhamento de risco de uma apólice de seguro entre duas ou mais
seguradoras. A retrocessão é um mecanismo que permite ao ressegurador repassar parte das responsabilidades
que assumiu para outra resseguradora ou para companhias seguradoras locais, com o objetivo de proteger o seu
patrimônio.

122
É um órgão do Ministério da Previdência Social, responsável por fiscalizar as atividades
das entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). A Previc se relaciona
com os órgãos normativos do sistema financeiro na observação das exigências legais de
aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as entidades sob sua
jurisdição são obrigadas a constituir e que tem diretrizes estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional. À Previc compete:
 Propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;
 Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas de
desenvolvimento social e econômico-financeira do Governo;
 Fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a
previdência complementar fechada;
 Analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão,
incorporação, grupamento, transferência de controle das entidades fechadas de previdência
complementar, bem como examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, os
regulamentos dos planos de benefícios e suas alterações;
 Examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e por
instituidores, em como autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração especial
em planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de previdência complementar,
bem como propor ao Ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas
entidades.
5.5 Alguns Operadores do SFN
Os Bancos Múltiplos
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais significativa mudança introduzida no
Sistema Financeiro Nacional foi a instituição dos Bancos Múltiplos, pela Resolução n. 1.524, de
21.09.1988, do Banco Central do Brasil. Por esta resolução, foi facultado aos bancos comerciais,
bancos de desenvolvimento, bancos de investimento, sociedades de crédito imobiliário e
sociedades de crédito, financiamento e investimento a organização opcional em uma única
instituição financeira, através de processos de fusão, incorporação, cisão e transformação – ou
ainda por constituição direta. Os bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos
do sistema de intermediação financeira, mediante as seguintes carteiras especiais, sem
vinculação entre as fontes de recursos captados e as suas aplicações:
 Carteira comercial;
 Carteira de desenvolvimento;
 Carteira de investimentos;
 Carteira de crédito imobiliário;
 Carteira de crédito, financiamento e investimento;
 Carteira de arrendamento mercantil.
O Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de autoridade monetária até janeiro de
1986, quando, por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o BB na
posição privilegiada de banco também responsável pela emissão de moeda, via ajustamento
das contas das autoridades monetárias (o Banco Central e, até então, o próprio BB) e do
Tesouro Nacional.
No período do pós-guerra até as reformas de 1964-65, a despeito da criação da SUMOC,
o Banco do Brasil continuou exercendo funções executivas de autoridade monetária, atuando

123
como banco dos bancos, agente financeiro do governo, depositário e administrador das
reservas internacionais do país e emprestador de última instância do sistema financeiro.
Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu a maior parte das 124das
atribuições124típicas de um banco central, como a Carteira de Redescontos, a Caixa de
Mobilização Bancária e a concessão de créditos ao Tesouro Nacional. Com a reforma de 1986, e
as consequentes redefinições de papéis do Bacen e do Banco do Brasil, este passou a operar
sob padrões bem próximos de um banco comercial. Hoje, o BB é um conglomerado financeiro
de ponta, que, aos poucos, se ajustou à estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora
ainda opere, em muitos casos, como agente financeiro do Governo Federal. É o principal
executor da política oficial de crédito rural. Conserva, ainda, funções que não são próprias de
um banco comercial comum, mas típicas do parceiro principal do governo federal na prestação
de serviços bancários, como:
 Administrar a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis;
 Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União;
 Aquisição e financiamento dos estoques de produção exportável;
 Agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país;
 Execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
 Execução do serviço da dívida pública consolidada;
 Realização, por conta própria, de operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por
conta do BC, nas condições estabelecidas pelo CMN;
 Recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das importâncias provenientes da arrecadação
de tributos ou rendas federais; e,
 Como principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive
suas autarquias, recebe em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer
entidades federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares,
instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departamentos, entidades em
regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por
adiantamentos.
A Caixa Econômica Federal8
As caixas econômicas são instituições de cunho social, destinando empréstimos e
financiamentos a programas e projetos de assistência social, saúde, educação, trabalho,
transportes urbanos e esportes, sendo seu único representante, hoje, a Caixa Econômica
Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, das 23 Caixas
Econômicas Federais até então existentes.
Suas origens confundem-se com as dos primeiros bancos comerciais. Estes, pela falta de
interesse em captar pequenos valores e pelos altos riscos dos empreendimentos em que se
envolviam, afastavam os pequenos depositantes. Assim, surgida da iniciativa particular, a
primeira caixa econômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) remonta a 1831, que não
obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial criou outra instituição do gênero, que começou a
operar em 1861 (que corresponde hoje à Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro). Em 1955,
o Parlamento rejeitou projeto de lei para autorizar a caixa a conceder financiamentos para a
casa própria, permanecendo suas operações limitadas ao atendimento de necessidades
populares de curto prazo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa federal abriu agências em
8
Caixa Econômica Federal. Instituição financeira, sob forma de empresa pública, vinculada ao Ministério da
Fazenda. Foi fundada em 1860 e sua atual constituição foi estabelecida em 1969 e alterada em 1973. A empresa é
produto da unificação das 22 antigas Caixas Econômicas Federais, autônomas, distribuídas pelos Estados e Distrito
Federal, substituídas por agências (Sandroni, 2005).

124
todos os Estados da União. Ao mesmo tempo, devido a sua reduzida flexibilidade operacional,
ensejou o aparecimento de caixas estaduais em São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Goiás. Hoje estão todas extintas, exceto a CEF.
A CEF é a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do
Governo Federal para habitação popular e saneamento básico, caracterizando-se como o banco
de apoio ao trabalhador de baixa renda.
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relativas a bancos comerciais,
sociedades de crédito imobiliário e de saneamento e infraestrutura urbana, além de prestação
de serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal.
Suas principais atividades estão relacionadas com a captação de recursos em cadernetas
de poupança9, em depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em empréstimos vinculados,
preferencialmente à habitação. Os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço - FGTS são direcionados, em especial, para as áreas de saneamento e infraestrutura
urbana.
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de programas, entre os quais se
destacavam o FGTS, o Fundo de Compensação de Variações Salariais-FCVS, o Programa de
Integração Social-PIS e o Fundo de Desenvolvimento Social-FDS.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
O BNDES é a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do
Governo Federal. É a principal instituição financeira de fomento do país e tem como objetivos:
a) impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país;
b) fortalecer o setor empresarial nacional;
c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos produção;
d) promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços;
e) promover o crescimento e a diversificação das exportações.
5.6 O Plano Real e o Ajuste do Sistema Financeiro Nacional
Desde o início do Plano Real, em julho de 1994, sabia-se que o novo ambiente de
estabilização macroeconômica não seria condizente com a dimensão que o sistema bancário
havia alcançado, fruto de vários anos de inflação alta e desequilíbrios macroeconômicos. Esses
anos levaram à constituição de instituições financeiras que, para se beneficiar das receitas
inflacionárias (float), faziam uso de um grande número de agências para captação de depósitos
e aplicações, com custos elevados. Grosso modo, pode-se dividir em três fases, que se
sobrepõem, em parte, as mudanças que ocorreriam no sistema financeiro desde o início do
Plano Real.
A primeira destas fases caracteriza-se pela diminuição do número de bancos na
economia brasileira em decorrência de liquidação, incorporação, fusão e transferência de
controle acionário de várias instituições bancárias, em conjunto com as modificações adotadas
pelo Banco Central, referentes à legislação e à supervisão bancária.
A segunda fase da restruturação do Sistema Financeiro Nacional foi caracterizada pela
entrada de bancos estrangeiros e pelo ajuste de bancos públicos e privados, mediante,
respectivamente, o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional) e o Proes (Programa de Incentivo à Redução do Setor Público
Estadual na Atividade Bancária).

9
A Caderneta de Poupança tem sua origem histórica também ligada à criação da Caixa Econômica do Rio de
Janeiro, em 1861. A Instituição captava a juros de 6% a.a. as pequenas economias das classes mais pobres, com
garantia do Governo Imperial.

125
A terceira e última fase refletiu uma profunda modificação no modelo operacional
seguido pelos bancos antes do Plano Real. A receita inflacionária foi substituída pelo
crescimento da receita proveniente da intermediação e pela receita de serviços, via cobrança
de tarifas.
Assim, desde o início do Plano Real, os bancos perderam uma importante fonte de
receita, representada pelas transferências inflacionárias: o float, que era propiciado: (i) pela
perda de valor dos depósitos a vista e/ou (ii) pela correção dos depósitos bancários em valores
abaixo da inflação.
Uma das formas encontradas pelo sistema bancário para compensar a perda da receita
inflacionária, antes de fechar agências e efetuar os ajustes que se faziam necessários no
modelo operacional, foi expandir as operações de crédito, lastreadas pelo crescimento abrupto
dos depósitos bancários trazidos com o Plano Real. Os depósitos à vista, por exemplo,
cresceram 165,4% nos seis primeiros meses do Plano Real, e os depósitos a prazo cresceram
quase 40% no mesmo período.
Tabela sobre Receita Inflacionária
Ano Receita Inflacionária / PIB (%) Receita Inflacionária / Valor da Taxa de Inflação (IPCA)
Produção dos Bancos (%) %
1990 4,0 35,7 1.621,0
1991 3,9 41,3 472,7
1992 4,0 41,9 1.119,1
1993 4,2 35,3 2.477,2
1994 2,0 20,4 916,4
Fonte: Barros e Almeida Jr., p.5.

Antecipando-se ao possível crescimento das operações de créditos que decorreria do


quadro de estabilidade macroeconômica, o Banco Central elevou, no início do Plano Real, as
alíquotas de recolhimento compulsório dos depósitos bancários. O recolhimento compulsório
sobre depósitos à vista passou de 48% para 100%, sobre os depósitos de poupança passou de
10% para 30%, e foi instituído um recolhimento de 30% sobre o saldo de depósitos a prazo.
Apesar disso, os empréstimos totais do sistema financeiro para o setor privado, segundo dados
do Banco Central, mostraram crescimento de 58,7% durante o primeiro ano de vigência do
Plano.
Apesar do crescimento das operações de crédito compensar, em parte, a perda do float,
esse crescimento ocorreu sem os devidos cuidados quanto à capacidade de pagamento dos
novos e antigos devedores. Assim, a “solução” de expandir rapidamente o crédito como forma
de compensar a perda do float ocasionou novos problemas. O resultado desse processo foi um
crescimento dos empréstimos de liquidação duvidosa. A diminuição no ritmo de crescimento
da economia brasileira, no segundo trimestre de 1995, e o aumento da taxa de juros doméstica
confirmaram o aumento substancial nos créditos em atraso e em liquidação no sistema
financeiro. O passo seguinte foi a necessidade do Proer e do Proes, antes já referidos.
5.7 Os Bancos Comerciais no Rio Grande do Sul
Até inícios dos anos 1930, período de reorientação política e econômica nacional,
operaram, no Rio Grande do Sul, nove bancos com sede no Estado, sendo oito privados e um
estatal:
a) Banco da Província do Rio Grande do Sul;
b) Banco do Comércio de Porto Alegre (Banco Nacional do Comércio);
c) Banco Porto-Alegrense
d) Banco Pelotense;
e) Banco Comercial Franco-Brasileiro;
f) Banco Popular do Rio Grande do Sul;

126
g) Banco Pfeiffer;
h) Banco do Rio Grande do Sul.
a) Banco da Província do Rio Grande do Sul
Primeiro banco gaúcho, instalado a 01 de julho de 1858, em Porto Alegre. O decreto
imperial que autorizou o seu funcionamento igualmente autorizava a nova instituição de
crédito a emitir notas de moeda-papel. Essa licença só foi utilizada em 1860. Todavia, esta
emissão foi recolhida pouco após. De um lado se apresentava o imposto, considerado alto
demais, de outro, o decreto de autorização de emissão exigia a nomeação de um fiscal,
representante do poder público, que atuava junto ao banco e que assistia às deliberações da
diretoria, tendo direito à palavra para todas as decisões. O salário desse funcionário corria por
conta do banco emissor.
Resolveu o Banco da Província encerrar essa experiência já em 1861. Em 1895, o banco
gaúcho compra o acervo das filiais do Banco da República do Brasil no Estado, cuja liquidação
seria decretada em 1900. Em 31.12.1909 foi autorizado pelo governo federal a implantar a
Caixa de depósitos populares, uma seção especial para o recebimento de pequenos depósitos
(capitalização semestral ao juro de 5,5% ao ano). Foi aberta, em 1910, a Carteira Hipotecária de
Crédito Real para empréstimos hipotecários e de prazos longos, destinados ao setor rural,
pagáveis por meio de anuidades fixas, em prestações. O Banco da Província do Rio Grande do
Sul passou a integrar, a partir de 1973, o Banco Sul Brasileiro, resultante de sua fusão com o
Banco Nacional do Comércio e o Banco Industrial e Comercial do Sul. Em 1982 o Banco Sul-
Brasileiro entrou em processo de liquidação pelo Banco Central, posteriormente dando origem
ao Banco Meridional do Brasil, o qual foi privatizado nos anos 1990.
b) Banco Nacional do Comércio
Segundo banco gaúcho, Banco Nacional do Comércio foi instalado em 02.01.1895,
iniciando as operações em 01 de abril do mesmo ano, sob a denominação de “Banco do
Comércio”. Uma iniciativa do setor comercial porto-alegrense que passa, a partir dessa década,
a se favorecer do crescimento econômico das unidades agrícolas de imigrantes europeus
implantadas nos decênios anteriores. A partir de 1973 integra também o Banco Sul Brasileiro.
c) Banco Pelotense
No dia 05 de fevereiro de 1906 são aprovados os estatutos do terceiro banco comercial
gaúcho, criado em Pelotas, centro comercial e de transformação da economia pecuária. Os seus
trabalhos iniciaram a 15 de fevereiro do mesmo ano. Em 1910, o Pelotense, acompanhando o
Província e o Nacional do Comércio, amplia seu campo de atuação, ao incluir explicitamente as
operações hipotecárias garantidas por imóveis e os depósitos populares, mediante a alteração
dos seus estatutos. Em 05 de janeiro de 1931, a própria diretoria do Banco requereu ao
Inspetor Geral de Bancos a liquidação do Pelotense, diante da impossibilidade de atender
pontualmente os seus pagamentos. O Banco foi encampado pelo Governo do Estado, que
firmou um contrato com o Banco do Rio Grande do Sul para liquidar o acervo do Pelotense.
Para tanto, o ativo do Banco Pelotense foi entregue ao Banco do Rio Grande do Sul, recebendo-
o do Diretor-Geral do Tesouro, que fora incumbido de sua administração, pela Portaria no. 191,
de 20.05.31, do interventor Flores da Cunha. Ao Tesouro do Estado coube o pagamento dos
credores “reivindicantes e privilegiados” do acervo do Pelotense, assim como o pagamento, por
meio de cautelas provisórias da dívida pública, dos depositantes e demais credores
quirografários.
d) Banco Porto-Alegrense

127
Fundado em março de 1916, surgiu através de uma reforma dos estatutos da “Caixa dos
Funcionários Públicos”, surgida em 1905. Em 1918, obteve do governo federal autorização para
estabelecer uma seção de depósitos populares, no feitio da Caixa Econômica. Em 1921, o banco
incorporou a “Companhia Rio Grandense de Armazéns Geraes”, com a faculdade, conforme
decreto de 1903, de emitir Conhecimentos de Depósitos e Warrants, títulos de crédito que
ampliaram a atuação da instituição em prol da dinamização do comércio. Na década de 60
passou a integrar o Banco Brasileiro de Descontos S.A. – Bradesco, após tornar-se praticamente
em um banco familiar.
e) Banco Comercial Franco-Brasileiro
A priori, não deveria o Banco Comercial Franco-Brasileiro integrar os bancos com sede
no Rio Grande do Sul, pois foi organizado em Paris, em 1913, resultado da união de
empresários franceses e brasileiros. Contudo, a prática o tornou um banco gaúcho,
considerando-se que o comitê instalado em Paris permaneceu inoperante em quase toda a sua
história, que a direção do banco ficou em mãos de rio-grandenses e que a sede ficou sendo
Porto Alegre. Em fins de fevereiro de 1922, a assembleia geral, constatada uma cisão entre os
acionistas e diante dos entraves nas operações, atende a sugestão da diretoria, votando pela
liquidação e aprovando uma proposta de restituição dos capitais. O processo de liquidação
encerrou-se em 1924 com a realização do último rateio, devolvendo-se 91,5% do capital
integralizado, representando para cada acionista uma perda nominal de 8,5% do investimento.
f) Banco Popular do Rio Grande do Sul
Em 6 de agosto de 1919 é fundado, no salão da Associação Comercial de Porto Alegre,
com a finalidade de tornar-se um banco popular não apenas pela aceitação dos seus serviços
pelo público, mas pela pulverização de suas ações entre um grande número de adquirentes.
Uma iniciativa basicamente de elementos católicos (o vigário geral do arcebispado de Porto
Alegre era um de seus iniciadores). Não conseguiu. O pedido de sua falência foi apresentado ao
juiz de comércio a 16 de abril de 1930, após experimentar uma “corrida” desenfreada por parte
de seus depositantes, os quais buscavam resguardar-se frente a rumores de anormalidade
quanto à atuação do banco. O volume de recursos solicitados nas caixas do Popular chegou a
atingir quase a metade do capital realizado do banco. A quebra do Popular, uma instituição que
realizara há poucos anos um enorme esforço de expansão, penetrando no interior do Estado,
teve repercussão profunda no meio bancário local. Era a primeira experiência de falência de
uma instituição bancária gaúcha, decorridos mais de 30 anos da quebra da Casa Bancária
Claussen, ainda no século passado. O aumento das retiradas da agência do Banco Pelotense em
Porto Alegre, cujo caixa exigiu o envio de dinheiro em espécie desde a matriz e a garantia de
desconto de títulos por parte do Banco do Brasil nos dias seguintes à falência do Popular,
caracteriza a atmosfera de apreensão que envolvia os negócios bancários naquele momento.
g) Banco Pfeiffer
Criado no final da primeira guerra, no momento de euforia reinante em todos os setores
da economia do Estado, com a razão social de “Jorge Pfeiffer & Cia. – Casa Bancária”. Iniciou as
suas atividades em 02 de janeiro de 1919. Como os demais institutos de crédito, localizou-se a
casa bancária no centro comercial da cidade, instalando sua sede na Rua Sete de Setembro (a
rua dos bancos em Porto Alegre). Em 1929, após 10 anos de atividade, amplia o seu capital
nominal, altera a sua forma jurídica e passa a denominar-se “Banco Pfeiffer S.A.”. Era
principalmente procurado pela comunidade de origem germânica, tanto que ficou conhecido
como o banco dos imigrantes alemães, o que lhe valeu as pressões para alteração de
denominação, quando da segunda guerra mundial. Em 1942, passou a denominar-se “Banco

128
Industrial e Comercial do Sul S/A”, apontando já, também, para a nova realidade que se
vislumbrava na economia do Estado, onde evoluía o processo de industrialização. Em 1973,
fundiu-se com o Banco da Província e o Banco Nacional do Comércio, num movimento de
defesa dos bancos gaúchos, originando o Banco Sul Brasileiro, depois Banco Meridional do
Brasil (hoje Banco Santander, depois deste o ter adquirido do grupo Bozzano, Simonsen S.A.).
h) Banco do Rio Grande do Sul
O Decreto Federal no. 18.374, de 28 de agosto de 1928, autorizou o funcionamento do
“Banco do Rio Grande do Sul”, sociedade anônima de crédito real, rural e hipotecário, com sede
em Porto Alegre. No dia 06 de setembro do mesmo ano, o governo estadual aprovou os
estatutos da nova sociedade bancária, publicando o Decreto no. 4.139, podendo, finalmente,
ser inaugurada, a 12 de setembro, a instituição de crédito ansiada pelos pecuaristas gaúchos.
Desde o século XIX era reconhecida a necessidade da organização do crédito hipotecário. Os
governos apoiavam a sua criação pela iniciativa privada, ora oferecendo-lhes garantias de
remuneração e de amortização de letras hipotecárias, ora isentando de impostos as carteiras
hipotecárias dos bancos comerciais.
Se a iniciativa privada já não obtivera êxito nessa proposta durante as duas primeiras
décadas do século XX, na década de vinte, quando da acentuação da crise econômico-financeira
em âmbito nacional e regional, a hipótese de atuação na área do crédito de longo prazo foi
inteiramente afastada. Assim, nada mais restava ao Estado senão instituir, por ação própria, o
tão exigido banco de crédito real.
O governo paulista lhe servia de modelo ao se tornar, em 1927, o principal acionista do
Banco de Crédito Agrícola e Hipotecário, depois denominado de Banco do Estado de São Paulo,
buscando, dessa forma, apoiar a sua principal riqueza, a cultura do café. A orientação à
agricultura caracterizou também a fundação dos bancos estatais do Piauí, em 1926, e do
Paraná, em 1928.
Bancos Nacionais
Nas primeiras décadas do século XX (período da Primeira República), constata-se a
quase inexistência de atividade de bancos nacionais no mercado do Rio Grande do Sul, na
medida que neste operaram apenas o Banco do Brasil, banco oficial, com sede no Distrito
Federal, e o banco privado paulista, Banco Popular italiano, este por pouco tempo.
Bancos Estrangeiros
No período da Primeira República (1889-1930), os bancos estrangeiros nunca
representaram um peso significativo dentro do setor financeiro estadual. A economia gaúcha
estava mais ligada e voltada ao mercado nacional, não atraindo, dessa forma, a presença do
capital internacional de maneira tão intensa como o fazia, por exemplo, a economia cafeeira
paulista. A presença inicial do “London & Brazilian Bank” e do “Brasilianische Bank für
Deutschland” entende-se, o primeiro, pelo predomínio mundial do capitalismo inglês no fim do
século dezenove, enquanto o segundo evidencia a expansão da economia alemã, unificada a
partir de 1871, buscando a aproximação comercial com regiões de colonização teuta. No final
da primeira guerra, ocorre o afluxo de novos bancos estrangeiros, sendo dois de origem inglesa
– “British Bank of South America” e o “Bank of London & South America” – e um de capital
americano – “National City Bank of New York”. Sua instalação relaciona-se à penetração do
capital internacional na frigorificação da carne e aponta, regionalmente, para a reversão do
predomínio inglês para o americano, na economia mundial.
Outras Organizações de Crédito

129
Além das instituições organizadas basicamente como bancos comerciais, estiveram
presentes no meio financeiro estadual pré-1930 outras organizações de crédito, destacando-se
a “Caixa Econômica” (Federal), atuante no Estado desde 1875, dedicando-se à captação de
depósitos populares e aos empréstimos de mesma natureza, a atividade do grande número de
“casas bancárias”, instaladas principalmente no interior, bem como de “caixas rurais”,
inspiradas na ideia cooperativista, principalmente nas regiões de imigração europeia.
Também o Tesouro do Estado, por algum tempo, mantinha a captação de depósitos
populares. O Presidente do Estado, Borges de Medeiros, institui, pelo Decreto no. 2.096, de 16
de julho de 1914, as caixas oficiais de depósitos populares, cujos depósitos e retiradas
obedeciam ao mesmo processo seguido nas caixas econômicas federais e nas caixas de
depósitos populares dos bancos. As atividades iniciaram no arquivo do Tesouro. Porém, através
do preparo e instrução dos coletores estaduais (depois exatores, depois auditores de finanças
públicas e hoje agentes fiscais do tesouro do estado), foi possibilitada a rápida multiplicação de
seções no interior. Parte desses recursos era transferida para a rede bancária privada gaúcha,
mormente ao “banco financeiro” do governo. Esse papel foi protagonizado, até 1921, pelo
Banco da Província. A partir de então, pelo Banco Pelotense, que é substituído, em 1928, pelo
Banco do Estado.
Bancos gaúchos privados mais recentes
Grupo Financeiro Maisonnave: Banco Maisonnave de Investimentos, Banco Maisonnave,
Maisonnave Corretora de Valores Mobiliários e Maisonnave Crédito, Financiamento e
Investimentos.
Grupo Financeiro Iochpe: Banco Iochpe, Banco Iochpe de Investimentos, Iochpe Corretora de
Títulos e Valores Mobiliários, Iochpe Crédito, Financiamento e Investimentos, mais empresa de
arrendamento mercantil, distribuidora e empresa de leasing.
Grupo Financeiro Habitasul: banco, corretora, distribuidora, leasing, previdência privada,
corretora de seguros.
Sistema Financeiro Sul-Brasileiro: banco, corretora, distribuidora.
Caixa Econômica Estadual (de 1961 até 1998, extinta)
Banco de Crédito Real do Rio Grande do Sul (desde 1933 até 1998, vendido ao Bradesco)
Bancos atualmente com sede no Rio Grande do Sul
Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A
Banco Matone S.A.
Banco Malcon S.A.
Banco Renner S.A.
Banco Randon S.A.
Banco Agrale S.A.
Banco Vipal S.A.
Bansicredi
Banco John Deere S.A.
Sistema Financeiro Oficial Estadual
Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – Banrisul e suas subsidiárias:
Banrisul Corretora de Títulos e Valores Mobiliários;
Banrisul Arrendamento Mercantil;
Banrisul Armazens Gerais.

130
BADESUL Desenvolvimento S.A. – Agência de Fomento/RS.
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (Agência de Porto Alegre).

Anexo 1 – Tabelas
Tabela – Rendimentos nominais brutos das principais aplicações financeiras (% ao ano)
Discri mi nação 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Poupança 1 7,63 7,88 6,83 6,90 7,45 6,48 6,37 7,08 8,07 8,30
CDB2 (PJ não-fi nancei ra) 10,45 11,70 9,10 8,72 10,93 7,75 7,70 10,00 12,25 12,75
CDB2 (PF) 10,23 12,06 9,22 9,41 10,66 7,90 8,21 10,15 12,47 12,59
CDB2(Médi a)3 10,49 11,82 9,14 8,81 10,92 7,82 7,85 10,07 12,47 12,39
Fundos de investim.4 (Extramerc.) 11,31 12,20 9,53 8,57 11,57 11,99 5,08 10,94 13,18 13,40
Fundos de investim4 (Ações) 53,01 -31,37 46,78 2,91 -7,16 9,36 1,47 -8,83 -13,10 21,79
Ouro5 11,27 32,13 -3,05 32,26 15,25 15,26 -17,35 12,04 33,63 -12,32
Dólar comercial 5 -17,15 31,94 -25,49 -4,31 12,58 8,94 14,64 13,39 47,01 -16,54
Ibovespa 5 43,65 -41,22 82,66 1,04 -18,11 7,40 -15,50 -2,91 -13,31 38,94
Taxa de infl ação (IPCA) 4,46 5,90 4,31 5,91 6,50 5,84 5,91 6,41 10,67 6,39
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br.
(1) A rentabilidade de TR + 0,5% a.m. refere-se a cadernetas com aniversário no primeiro dia do mês posterior ao assinalado (maior
concentração). (2) Taxa de captação da Circular 2.132/91, artigo 2º. Taxa média mensal para o período de 30 dias. (3) Taxa média
dos CDB contratados no mês, incluindo os captados junto a investidores institucionais e instituições financeiras. (4) Rentabilidade
média estimada com base nas informações fornecidas pelas instituições financeiras. (5) Variação no final do período.

Mercado de Capitais – Indicadores do mercado secundário


Bolsas de Valores Vol.Fin.Diário
Período Índices Bovespa
Ibovespa Dow Jones Nasdaq R$ milhões
2009 Dez 68.588 10.428 2.269 6.584
2010 Dez 69.304 11.578 2.653 6.256
2011 Dez 56.754 12.218 2.605 6.442
2012 Dez 60.952 13.104 3.020 7.415
2013 Dez 57.507 16.577 4.177 6.203
2014 Dez 50.007 17.823 4.736 6.015
2015 Dez 43.349 17.425 5.007 6.602
2016 Dez 60.227 19.763 5.383 7.951
Fonte: BMF&Bovespa, Dow Jones e Nasdaq.

Taxas de juros efetivas - % ao ano.


Período Selic overnight CDI overnight TR TBF TJLP
2013 Dez 9,90 9,78 0,59 8,99 5,00
2014 Dez 11,58 11,51 1,21 10,76 5,00
2015 Dez 14,15 14,14 2,61 12,93 7,00
2016 Dez 13,65 13,63 2,14 12,28 7,50
Fonte: Banco Central do Brasil.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional – Resumo.


Data Saldos R$ bilhões Concessões R$ bilhões Taxas de juros % a.a. Spreads p.p. Prazos das concessões meses Inadimplência %
PJ PF Total PJ PF Total PJ PF Total PJ PF Total PJ PF Total PJ PF Total
2014 Dez 1 605,4 1 412,1 3 017,5 179,5 189,2 368,7 16,3 25,5 20,7 7,8 16,7 12,1 67,1 157,8 107,0 1,9 4,0 2,8
2015 Dez 1 707,2 1 512,2 3 219,4 173,0 170,3 343,3 20,7 37,9 29,8 9,7 26,6 18,6 81,8 165,4 118,4 2,6 4,2 3,4
2016 Dez 1.545,7 1.560,8 3.106,5 141,5 174,7 316,2 20,1 41,5 32,0 10,9 31,9 22,5 64,8 172,0 115,1 3,5 3,9 3,7
Fonte: Banco Central do Brasil.

131
Anexo 2 – Os Maiores Bancos no Brasil por Ativo Total.

Posição Nome do banco Cidade sede Ativos totais em R$ Data dos dados País de origem
[1]
1 Banco do Brasil Brasília  1,441 trilhões Dezembro de 2016  Brasil
[2]
2 Itaú Unibanco São Paulo  1,448 trilhões Dezembro de 2016  Brasil
3 Caixa Econômica Federal Brasília  1,078 trilhões[3] Março de 2015  Brasil
4 Bradesco Osasco  1,080 trilhão[4] Dezembro de 2015  Brasil
5 BNDES Rio de Janeiro  877,2 bilhões[5] Dezembro de 2014  Brasil
[6]
6 Santander Brasil São Paulo  605,2 bilhões Junho de 2015  Espanha
[7]
7 BTG Pactual Rio de Janeiro  215,4 Bilhões Março de 2015  Brasil
8 HSBC Brasil Curitiba  168,0 bilhões[8] Dezembro de 2014  Reino Unido
[9]
9 Banco Safra São Paulo  145,0 bilhões Junho de 2015  Brasil
[10]
10 Banco Votorantim São Paulo  105,5 bilhões Março de 2015  Brasil
11 Banrisul Porto Alegre  61,4 bilhões[11] Março de 2015  Brasil
12 Citibank Brasil São Paulo  58,9 bilhões[12] Dezembro de 2014  Estados Unidos
[13]
13 Banco do Nordeste Fortaleza  39,4 bilhões Março de 2015  Brasil

Maiores bancos por Patrimônio líquido


Dados do Banco Central do Brasil.

Posição Nome do banco Cidade sede Patrimônio líquido em R$ Data dos dados País de origem
1 Itaú Unibanco São Paulo 98.217.297 bilhões Setembro de 2014  Brasil
2 Bradesco Osasco 79.411.885 bilhões Setembro de 2014  Brasil
3 Banco do Brasil Brasília 71.488.952 bilhões Setembro de 2014  Brasil
4 Santander Brasil São Paulo 59.197.870 bilhões Setembro de 2014  Espanha
5 BNDES Rio de Janeiro 41.221.840 bilhões Setembro de 2014  Brasil
Caixa Econômica
6 Brasília 28.521.935 bilhões Setembro de 2014  Brasil
Federal
7 BTG Pactual Rio de Janeiro 14.220.828 bilhões Setembro de 2014  Brasil
8 HSBC Brasil Curitiba 9.978.097 bilhões Setembro de 2014  Reino Unido
9 Banco Safra São Paulo 8.462.038 bilhões Setembro de 2014  Brasil
10 Banco Votorantim São Paulo 7.682.955 bilhões Setembro de 2014  Brasil
 Estados
11 Citibank Brasil São Paulo 6.911.994 bilhões Setembro de 2014
Unidos
12 Banrisul Porto Alegre 5.419.433 bilhões Setembro de 2014  Brasil
Maiores bancos por Lucro
Posição Nome do banco Cidade sede Lucro em R$ Ano dos dados País de origem
1 Itaú Unibanco São Paulo  20,242 bilhões[15] 2014  Brasil
2 Bradesco Osasco  15,089 bilhões[16] 2014  Brasil

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Posição Nome do banco Cidade sede Lucro em R$ Ano dos dados País de origem
3 Banco do Brasil Brasília  11,246 bilhões[17] 2014  Brasil
4 BNDES Rio de Janeiro  8,594 bilhões[18] 2014  Brasil
5 Caixa Econômica Federal Brasília  7,091 bilhões[19] 2014  Brasil
[20]
6 Santander Brasil São Paulo  1,850 bilhões 2014  Espanha
[21]
7 BTG Pactual Rio de Janeiro  3,411 bilhões 2014  Brasil
8 Banco Safra São Paulo  1,547 bilhões[22] 2014  Brasil
9 Banrisul Porto Alegre  691,4 milhões[23] 2014  Brasil
10 Banco Votorantim São Paulo  502,0 milhões[24] 2014  Brasil
[25]
11 Citibank Brasil São Paulo  124,7 milhões 2014  Estados Unidos
12 HSBC Brasil Curitiba  -247,0 milhões[26] 2014  Reino Unido

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