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Mecanismos de Sazonalidade

COMPREENDER OS MECANISMOS DE SAZONALIDADE AMBIENTAL

AUTOR(A): PROF. FELIPE DE MOURA MESSIAS

Sazonalidade Ambiental
É chamado de sazonalidade ambiental todas as transformações que acontecem no ambiente em decorrência

das mudanças climáticas das estações do ano. As mudanças climáticas podem causar modificações intensas
ao ambiente, e elas podem ser ou não boas. As variações sazonais acontecem com os padrões climáticos

comuns como: radiação solar, umidade, temperatura entre outros fatores. A temperatura no Equador, por
exemplo, não se modifica com tanta facilidade e com isso as estações não ficam tão marcadas, já em locais

de áreas temperadas as estações são bem definidas.


Para o ecossistema as variações sazonais são bem lucrativas, pois ajudam para que ele nãos e torne estático

e sim fiquem muito mais variáveis e dinâmicos. Essa variação atrapalha um pouco o estudo do ecossistema
principalmente quando é preciso saber sobre os impactos causados pelos homens, pois a variação sazonal

não deve ser confundida com a ação antrópica.


 

As mudanças ambientais globais, devidas à crescente exploração dos recursos naturais e da ocupação

humana podem resultar em, por exemplo, temperaturas mais elevadas, mudanças na precipitação nas
mudanças no aquecimento radiativo líquido e os efeitos diretos do CO2, que influenciam o estado da

superfície terrestre (umidade do solo, albedo, rugosidade, vegetação).


Por sua vez, a superfície terrestre alterada pode produzir um mecanismo de feedback e alterar a atmosfera

superior (precipitação, vapor d'água, nuvens). Assim, as mudanças na composição e estrutura dos
ecossistemas (naturais e/ou antropizados) podem alterar não apenas o clima físico, mas também os ciclos
biogeoquímicos.

As mudanças na vegetação podem potencialmente modificar os climas local e regional, alterando as trocas
de água e de energia entre a superfície terrestre e a atmosfera. A sazonalidade climática influencia a
fenologia da vegetação com períodos de maior produtividade e brotação de folhas, quando são registrados

maiores valores do índice de vegetação NDVI (índice de vegetação de diferença normalizada), e períodos de
menor produtividade e senescência de folhas, com valores baixos de NDVI. Além da influência do clima,
fatores antrópicos podem também influenciar significativamente a sazonalidade da vegetação, em escala
regional.

O cerrado (savana tropical) é o segundo bioma brasileiro em extensão com alta diversidade alfa (de
espécies) e beta (de paisagens). Estes atributos permitem a ocorrência de comunidades vegetais com
diferences características funcionais como maior ou menor caducifólia, em função de gradientes
latitudinais e longitudinais. Portanto, o Cerrado é considerado um mosaico de formações vegetais, cuja
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representação em modelos de superfície ainda é um desafio. A hipótese a ser testada é que as comunidades
vegetais mais próximas do Equador devem apresentar sazonalidade menos marcada do que as localizadas
mais ao sul do mesmo bioma. Ainda na região central do bioma acontecem intensas atividades antrópicas

de uso da terra. Essas diferenças quanto à vegetação e uso da terra devem ser passíveis de ser
diagnosticadas a partir de análises de dados de sensoriamento remoto. Através destas ferramentas, busca-
se aprimorar o entendimento dos processos de interação e a representação destes processos em modelos da

biosfera no Cerrado.

Mudanças climáticas e a estabilidade dos ecossistemas


florestais
A cada ano, as mudanças do clima vêm ganhando espaço na mídia e têm trazido grandes preocupações. Nos
últimos treze anos, doze apresentaram as temperaturas mais elevadas de toda a história, desde quando se
iniciaram as medições dos dados meteorológicos. Nas últimas cinco década, a temperatura noturna

(temperatura mínima do ar) elevou-se bastante em todo o mundo. No Brasil, as temperaturas aumentaram
entre 1,3 a 1,6oC na região sul, dependendo do local. As temperaturas diurnas (temperatura máxima do ar)
subiram menos, pouco menos de 0,5oC. Em algumas regiões, no entanto, está ocorrendo o resfriamento,
devido à mudança nos padrões de circulação atmosférica.
Como resultado da mudança de temperatura, observam-se alterações no comportamento das plantas,
principalmente na fenologia. Em alguns países de clima temperado, observou-se a antecipação da época de

florescimento de muitas espécies em quase três semanas, se comparado há 50 anos. Com as mudanças de
épocas de florescimento e de frutificação, a relação entre as espécies tende a se alterar, levando à extinção
milhares delas. No equilíbrio dos ecossistemas, algumas espécies têm papel importante, principalmente na
polinização e na dispersão de sementes. A perda destas espécies traria conseqüências negativas para a
sustentabilidade dos ecossistemas.
Segundo relatório apresentado pela UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente – “United
Nations Environment Programme”)¹, a biodiversidade é resultante de processos evolutivos que ocorrem ao
longo de milhares e mesmo milhões de anos, guiados por forçantes ecológicas, como o clima, os solos, o

fogo, a competição entre espécies e os distúrbios naturais, sendo responsável pelo alto nível de adaptação
às mudanças climáticas. Existem evidências consideráveis de que as mudanças climáticas trarão grandes
perdas da biodiversidade em todas as florestas tropicais, com a quebra da complexa dinâmica dos
ecossistemas, com o alto grau de especialização e nichos extremamente estreitos de algumas espécies
tropicais, isto é, algumas espécies vivem em condições tão específicas que qualquer alteração pode levá-las
à extinção.
Enquanto algumas espécies apresentam, aparentemente, um papel pouco importante nos ecossistemas,

outras desempenham um papel fundamental. Porém o conhecimento para muitas espécies tropicais nos
ecossistemas é inexistente. Entretanto, sob condições de mudanças, espécies antes com função pouco
expressiva poderão assumir papel de maior importância. A permanência deste grupo de espécies é essencial
para a capacidade de adaptação das florestas às mudanças climáticas.
Claramente, algumas florestas são mais vulneráveis que outras, de acordo com as mudanças projetadas para
cada região. Em alguns casos, mesmo a alta capacidade de resiliência poderá não ser suficiente e as
florestas poderão mudar sua forma original. A diversidade biológica presente nas regiões tropicais sugere
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que alguma forma de florestas continuará existindo, mesmo havendo grande distúrbio climático, mas com
menor diversidade que a do presente.
Os modelos apontam que na floresta amazônica o clima será mais seco e com maior sazonalidade, embora

as projeções sobre chuva apresentem maior grau de incerteza. A redução das chuvas e da umidade relativa
poderão aumentar os riscos de incêndio florestal. Como resultado, muitas destas florestas podem
transformar-se em florestas mais abertas, reduzindo os habitats, diminuindo ou até mesmo perdendo o
abastecimento local de água e tornando-se menos produtivas. Se a água disponível se tornar limitante, o
tamanho e a densidade de plantas serão reduzidos, pois a água controla o seu crescimento, além de haver
uma mudança na composição das espécies dominantes na comunidade. As espécies com maior tolerância ao
calor e à sazonalidade das chuvas dominarão as florestas tropicais e as demais tenderão a entrar em

processo de extinção. Sob condições severas de estiagens, florestas podem ser substituídas por savanas, por
campos ou mesmo por desertos. Algumas bacias hidrográficas, que dependem de água proveniente de
degelo de montanhas, sofrerão redução da água que recebem, como é o caso da Bacia Amazônica, mudando
o ambiente úmido das regiões ribeirinhas onde as espécies se desenvolvem. Os modelos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam para uma provável savanização da Amazônia, por causa da
mudança no padrão de distribuição de chuvas, além do aumento da temperatura em torno de 4 a 6oC.
Outras regiões do Brasil também sofrerão, mas em menor grau que a Amazônia. A tendência do semi-árido

brasileiro é de expansão e muitas zonas, inclusive, poderão passar por um processo de desertificação.
As florestas, conforme a extensão, também pode afetar o clima local. Existem inúmeras respostas entre a
floresta e o clima, um interferindo sobre o outro. Estas respostas se dão pela mudança de albedo, alteração
na dinâmica do ciclo do carbono, no fluxo de energia e na mudança de umidade. Estima-se que a perda de
florestas tropicais tenha consequências para o ciclo hidrológico global, dentre outros problemas. A
Amazônia é o melhor exemplo disto, a qual tem uma grande influência sobre a distribuição das chuvas em
parte da América do Sul, América Central e Sul da América do Norte. As alterações climáticas estão
ocorrendo de forma mais dramática que o esperado e projetado inicialmente e, com isso, os ecossistemas

sofrerão mudanças bastante significativas. No entanto, é importante ressaltar que a espécie mais ameaçada
com as mudanças climáticas é o próprio homem. Se nada for feito, a Terra poderá se recuperar ao longo de
milhões de anos, novas espécies poderão surgir, outras, desaparecerão. O maior problema não está na Terra,
mas no homem e na sua permanência nela.
 

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Legenda: SAZONALIDADE AMBIENTAL

ATIVIDADE FINAL

Qual a definição de sazonalidade ambiental?

A. transformações que acontecem no ambiente em decorrência das


mudanças climáticas das estações do ano

B. transformações que acontecem no ambiente em decorrência das


mudanças climáticas pela ação da poluição

C. transformações que acontecem no ar atmosférico em decorrência das

mudanças climáticas das estações do ano


D. transformações que acontecem no ambiente em decorrência das

mudanças topográficas 

REFERÊNCIA
BEGON, M., TOWNSEND, C. & HARPER, J. Ecologia: de Indivíduos a Ecossistemas. Porto Alegre: Artmed,
2007.

RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

ODUM, E. P. & BARRETT, G. W., 2007. Fundamentos de Ecologia. Editora: Thomson Pioneira

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