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DIREITO EMPRESARIAL – ALEXANDRE GIALLUCA

ATOS DE COMÉRCIO

Teoria do Atos de Comércio

Era a teoria adotada pelo Código Comercial de 1850 – Teoria dos Atos de Comércio. É uma teoria francesa, que tem
apareceu no Código Napoleão (1804).

O CCom 1850 continha:

Parte I: Comércio em Geral (Revogada pelo CC/02)

Parte II: Comércio Marítimo (não foi revogado)

Parte III: Das Quebras (Revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45)

A parte III já havia sido revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45. Esse Decreto-Lei também já foi revogado pela Lei
11.101/05 (Falências).

A parte I é a parte que adotou a Teoria do Comércio. Tratava da figura do comerciante (pessoa física) ou sociedade
comercial (pessoa jurídica).

Comerciante ou sociedade comercial era aquele que com habitualidade praticasse atos de comércio (atividade
mercantil). O problema era que o CCom não dizia o que era atos de comércio, então, tínhamos que recorrer a um
regulamento de 1850 (Regulamento 737/1850, art. 19) que mencionava quais eram os atos de comércio. Apenas
esses atos eram considerados de comércio. São poucas as situações que estão classificadas como mercantis.

Atualmente, há várias atividades mercantis que não estão prevista no rol do Regulamento 737/1850, art. 19. Ex.:
imobiliária que exerce compra e venda de imóveis. Bem imóvel não está previsto no regulamento. Agroindústria,
prestação de serviços, etc.

Antes do CC/2002 somente as empresa comerciais poderiam pedir concordata pela Lei 7661/45. Uma prestadora de
serviço não tinha concordata, assim como outras. Como resolver? Adotando a Teoria da Empresa.

Teoria da Empresa

É uma teoria Italiana que foi adotada pelo CC/2002, art. 966 e seguintes. Quando o CC/02 adotou a teoria da
empresa ele revogou apenas uma parte (parte primeira) do CCom de 1850 – Art. 2.045, CC/02.

A teoria da empresa não mudou somente a nomenclatura. Mudou a definição. Agora temos o empresário e a
sociedade empresária. Mas, muito mais coisa mudou.

Empresário (Art. 966, CC)

Esse artigo traz o conceito de empresário tanto para a pessoa física ou pessoa jurídica. A pessoa natural é chamada
de empresário individual, já a pessoa jurídica é chamada de sociedade empresária.

Segundo o art. 966, CC: considera-se empresário aquele que exerce: elementos:

Profissionalmente: desempenha atividade com habitualidade, continuidade.

Atividade Econômica: significa finalidade lucrativa. Tem como objetivo o lucro, mas nem sempre tem lucro.

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Organização Empresarial: haverá organização empresarial quando a atividade-fim for exercida com a colaboração de
terceiros. Não haverá organização empresarial quando a atividade-fim depender exclusivamente do exercício da
pessoa natural ou da figura dos sócios da sociedade.

Quando não há organização empresarial não há a figura do empresário individual e nem da sociedade empresária.
Ex.: cabeleireiro, doceira, pastelaria etc. Na pastelaria, por exemplo, trabalham eu e um amigo. Eu faço o pastel e o
meu amigo repõe vinagrete, serve o cliente. Portanto, não dependem de terceiros – não tem organização.

Aquele que vende trufas, bem como, a sociedade constituída na forma de uma simples pastelaria não desenvolvem
suas atividades com organização empresarial, pois a atividade fim é realizada exclusivamente pela pessoa natural ou
pelos sócios da sociedade.

Agora se eu e um amigo resolvemos montar um mini supermercado a atividade fim precisa da ajuda de terceiros –
organização empresarial.

Produção ou Circulação de Bens ou de Serviços: o legislador envolveu todo e qualquer tipo de atividade.

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