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Ambiente & Sociedade - Ano II - No 5 - 2o Semestre de 1999
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tecnocracia que, após 64, passou a fazer Paulo. A autora afirma que houve também
prevalecer a concepção de que o um notável avanço institucional e legal em
desenvolvimento econômico deve ser São Paulo mas que a implementação dessas
encarado como um objetivo prioritário ao políticas restringiu-se ao caráter
desenvolvimento social e político. Como preservacionista da questão, além das
não poderia deixar de ser, o aparato agências estaduais de meio ambiente
político-administrativo que resulta da atuarem de forma marginal, com poucos
combinação dessas características é dos recursos, e desconectadas das demais
mais perversos para uma gestão pública que políticas. Vista desse ângulo, por que
se pretenda moderna e democrática: “A apostar tantas fichas na internalização da
formação do Estado brasileiro corresponde questão ambiental pelas políticas públicas
a uma estrutura de poder concentrada e municipais no caso brasileiro? Há uma razão
exclusivista, obedece a processos de decisão teórica e outra empírica para isso. Do ponto
que respondem a interesses particulares de de vista teórico, a autora vem trabalhando
grupos mais bem organizados e, finalmente, com uma literatura que salienta o espaço
segue um forte padrão tecnocrata, urbano como privilegiado para uma série
hierárquico e formalista de resolução de de inovações de gestão pública que
conflitos” (p. 80). Com isso, o tripé da apontem para novos estilos de
internalização da problemática ambiental planejamento, ampla participação da
pela política oficial brasileira se constitui sociedade civil, políticas em busca de
dos seguintes termos: a) primazia do sustentabilidade, tentativas de imprimir
crescimento econômico; b) consideração um caráter mais sistêmico às políticas
dos problemas ambientais de acordo com sociais, além de tentativas de novas
os preceitos de soberania e segurança construções institucionais que busquem
nacional; c) compartimentação do solucionar problemas que envolvem mais
gerenciamento ambiental através da de uma cidade. A razão empírica para sua
perícia burocrática. Que tipo de política crença na centralidade da gestão
pública ambiental pode resultar de uma municipal para o conjunto dessas
combinação de fatores como esta apontada transformações é que a Constituição
pela autora? Brasileira de 1988 conferiu amplos poderes
Ferreira é taxativa: “As políticas aos municípios, transferiu a eles inúmeros
públicas estão hoje a meio caminho entre encargos, e concedeu-lhes um montante
um discurso atualizado e um bastante significativo de recursos se
comportamento social bastante predatório: comparado aos anos anteriores,
por um lado, as políticas públicas têm caracterizados por extremo centralismo
contribuído para o estabelecimento de um federal. No rastro dessas mudanças,
sistema de proteção ambiental no país; algumas gestões colocaram em suas pautas
mas, por outro, o poder público é incapaz de governo exatamente levar adiante uma
de fazer cumprir aos indivíduos e às administração compro-metida com a
empresas uma proporção importante da democratização decisória e com a
legislação ambiental” (p. 107). Tal quadro implementação de políticas atreladas à
parece repetir-se no momento em que preocupação com a sus-tentabilidade
descemos ao nível estadual e vislumbramos ambiental e com a qua-lidade de vida da
a política ambiental no Estado de São população. Esse foi o caso de São Paulo,
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