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Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
Resumo
Ao trabalhar durante anos na Rede Pública do Estado do Paraná, foi possível perceber problemas na
definição de uma teoria pedagógica que norteasse a elaboração do Plano de Trabalho Docente, bem
como em efetivá-lo como organizador da prática pedagógica. Este artigo apresenta o resultado dos
estudos realizados no Programa Desenvolvimento Educacional (PDE) e buscou contribuir na formação
continuada dos profissionais da educação. Para tanto, foram realizados Grupo de Estudos e Estudos
Dirigidos em hora atividade no Colégio Estadual “Antônio Raminelli”, Ensino Fundamental e Médio, na
cidade de Cambé, estado do Paraná, abordando as seguintes temáticas: A função social da escola,
Tendências Pedagógicas, Pedagogia Histórico-Crítica, Teoria Histórico-Cultural: Aproximações e o
Plano de Trabalho Docente e a Pedagogia Histórico-Crítica. As temáticas estudadas propiciaram a
reflexão sobre a escola, subsidiando a elaboração um Plano de Trabalho Docente, segundo os
pressupostos da Pedagogia Histórico-Crítica e da Teoria Histórico Cultural, as quais entendem que a
função social da escola é possibilitar aos alunos o acesso aos conhecimentos científicos, artísticos e
filosóficos elaborados pela humanidade, assim contribuindo para a formação da humanidade em cada
aluno. O estudo demonstrou que na escola a discussão e o estudo coletivo sobre a prática pedagógica
são essenciais para a elaboração do Plano de Trabalho Docente e sua efetivação em sala de aula.
1 Hora Atividade.
2 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
1YOUNG, Michael. Para que servem as Escolas? Educação e Sociedade: Campinas. V. 28, n 101,
set/dez 2007. <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf > Acesso em: 31/07/2014.
2YOUNG, Michael. Para que servem as Escolas? Educação e Sociedade: Campinas. V. 28, n 101,
set/dez 2007. <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf > Acesso em: 31/07/2014.
agente de transmissão da cultura: “As escolas capacitam ou podem capacitar jovens
a adquirir o conhecimento, que, para a maioria deles, não pode ser adquirido em casa
ou em sua comunidade, e para adultos, em seus locais de trabalho”. (YOUNG, 2007,
p. 1294)
[...] A escola surge como antídoto à ignorância [...] seu papel é difundir a
instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e
sistematizados logicamente. O mestre-escola será o artífice dessa grande
obra. A Escola organiza-se como uma agência centrada no professor, o qual
transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A
estes cabe apenas assimilar os conhecimentos que lhes são transmitidos.
1ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. 7 ed. São Paulo:
Perspectiva, 2013. 348 p. Tradução de: Between past and future: eight exercises in political thought.
autoridade e uma descrença na possibilidade de que a tradição e os valores até então
conhecidos e tidos como universais, pudessem permanecer válidos.
Desde os anos de 1980, tanto no Brasil quanto no exterior, outras formas para
educar fomentaram discussões, influenciadas pelas pesquisas de Jean Piaget.
Denominadas construtivistas, incorporaram o discurso da Escola Nova, a tecnologia
digital e valorização dos ideais neoliberais da possibilidade de ascensão social pela
via individualista, relativizando tudo por meio de um discurso subjetivista de felicidade
humana.
4 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
Saviani (2012, p. 76) optou, a partir de 1984, por denominar sua teoria de
Pedagogia Histórico-Crítica, a qual reflete:
Para Saviani (2003), portanto, esta teoria entende que a função social da escola
é a socialização do saber sistematizado, do conhecimento científico capaz de
instrumentalizar as camadas populares na superação de sua condição de alienada e
explorados.
a) Prática social inicial, em que se busca o entendimento da prática social que ainda
não foi apreendida pelos alunos. Neste momento, o posicionamento teórico de alunos
e professores é diferente, o aluno tem uma vaga ideia da prática social, de caráter
sincrético, e o professor responsável pelo trabalho com o conteúdo após desenvolver
seus estudos naquela disciplina tem uma amplitude maior da articulação deste
conhecimento com a prática social, assumindo, assim, uma visão sintética.
e) Prática social (final) quando o aluno chega, pela visão sintética adquirida na catarse,
ao mesmo nível de compreensão do professor. Entenda-se que devido à
aprendizagem e à possibilidade de intervenção frente às situações cotidianas, que
não ocorre direta e imediatamente, mas ao longo da vida do aluno, a educação terá
cumprido sua função social.
5 TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL
Uma teoria psicológica não se aplica a educação por si só, mas ampara o
entendimento das Teorias Pedagógicas que se aplicam ao trabalho educacional, estes
princípios psicológicos são considerados no entendimento da função da escola e na
elaboração dos métodos de ensino (MARTINS, 2013).
Cabe ao professor refletir conforme afirma Saviani (2012, p. 91) que: “[...] a
prática será tanto mais coerente e consistente, será tanto mais qualitativa, será tanto
mais desenvolvida quanto mais consciente e desenvolvida for a teoria que a embasa
[...]”
Nesta direção, Oliveira e Duarte (1986) reflete sobre a postura comum entre
professores de pensar que “na prática a teoria é outra”, afirmando, consciente ou
inconscientemente, que durante o processo de ensino o professor trabalha com uma
concepção pedagógica, e quando não assume uma concepção específica, na
organização do ensino, deixa de cumprir adequadamente seu papel.
A tarefa do professor diz respeito, a seleção e transmissão dos conteúdos
clássicos, aqueles que perduraram na cultura universal. Esclarecendo essa
importância, Forquin (1993, p. 167-168) afirma:
[...] Ensinar supõe querer fazer alguém aceder a um grau ou a uma forma de
desenvolvimento intelectual e pessoal que se considera desejável [...] Educar,
ensinar é colocar alguém em presença de certos elementos da cultura a fim
de que ele deles se nutra, que ele os incorpore e à sua substância, que ele
construa sua identidade intelectual e pessoal em função deles.
7 GRUPO DE ESTUDOS
Enfim, para que essa teoria seja efetivada na prática pedagógica e norteie a
elaboração do Plano de Trabalho Docente, deve ser incorporada ao Projeto Político
Pedagógico da Escola e ainda ser estudada em todos os momentos em que forem
possíveis: reuniões pedagógicas, formações, hora atividade, promovendo-se a
reflexão coletiva.
REFERÊNCIAS