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Disciplina: Antropologia e Gênero

Roteiro de Leitura:
Laqueur, Thomas. Inventando o sexo dos gregos à Freud. Rio de Janeiro, Relume Dumará,
2001. Capítulos 1 e 6

Capítulo 1 – Da linguagem e da carne

1. Como Laqueur une as reinterpretações do corpo feminino no século XVIII com a própria
mudança da natureza sexual humana?

2. Qual é a concepção de sexo único? No que ela difere da concepção de dois sexos? Por
que ele afirma que linguagem marca esta visão de sexo único? Quando se muda para a
visão do “dimorfismo sexual”?

3. De que forma que a biologia vai servir como um importante mecanismo de saber-poder
para legitimar um novo modelo sexual no século XVIII?

4. Explique a seguinte formulação de Laqueur “o sexo antes do século XVII é ainda uma
categoria sociológica e não ontológica” (p.19). Quais as ressignificações de “sexo” e
“gênero” que se desprendem desta afirmação.

5. Por que Laqueur afirma que a mudança do modelo de sexo único para o modelo de dois
sexos foi mais resultado de desenvolvimentos analíticos de ordem epistemológica e política
do que pelo desenvolvimento científico da época?

6. Qual é a questão central do livro? Do que ele trata? De que forma que Laqueur afirma
que toca concepção de “sexo” já contém aí uma reivindicação de gênero. Explique as
dificuldades teóricas de se compreender “sexo” e “gênero” de forma separada e o
esquecimento do corpo neste processo.

7. “Porém (...) não há um interpretação ‘correta’ da mulher me relação ao homem (...)


uma ciência mais objetiva, mais rica e mais progressista, ou até mesmo mais feminista,
não produziria um quadro mais verdadeiro da diferença sexual em qualquer sentido
culturalmente significativo” (p. 32). Explique esta formulação de Laqueur.

Capítulo 6 – O Sexo socializado

1. Neste capítulo todo, tente entender por que o modelos de dois sexos não resulta do
desenvolvimento científico, mas “foi produzido através de inúmeros micro-confrontos com
o poder nas esferas pública e privada” (p. 242).

2. De que forma que as reivindicações políticas da Revolução Francesa abriram espaço para
a legitimação de um modelo de dois sexos incomensuravelmente diferentes e oposicionais?
Comente esta questão tomando como base o argumento de Carole Pateman (p. 244) que foi
necessário introduzir características sociais na condição natural da teoria do contrato social
de Rousseau.

2. Comente os discursos feministas do século XVIII que mesmo discordando do discurso


antifeminista de Rousseau embasavam uma “teoria da diferença”.

3. Comente a afirmação de Rousseau de que a mulher é sempre mulher, que tudo a lembra
o gênero enquanto o homem não, relacionando com as discussões acerca do lugar do ovário
como definição da mulher; o órgão que define a diferença sexual e conseqüentemente uma
diferença política e moral. (Observe nesses discursos como se constitui uma justificativa
biológica para práticas sociais.)

4. Que outras áreas, além da clínica que é eixo central do livro, o autor dá como exemplo da
construção da diferença sexual?

5. Como o autor interpreta as explicações biológicas que “naturalizam radicalmente” (p.


262) o corpo feminino, calcando a diferença em órgãos específicos (útero, ovários)? A
quais interesses políticos tal naturalização serve? E como constituem dessa forma a
“biologia da incomensurabilidade” (p. 263)?

6. Nesse sentido, por que “o sexo e a diferença sexual existem tanto quanto o gênero” (p.
268)? Que papel simbólico a reprodução ocupa nestas teorias?

7. Explique a formulação de que a masturbação e a prostituição eram consideradas


“patologias sociais que destruíam corpos”. Como é possível relacionar estas questões à
interpretação de Foucault na História da Sexualidade?

8. Para Freud a idéia da “mulher madura” na qual o prazer, dada sua sexualidade reprimida
se transfere do clitóris, para o seu oposto, ou seja, a cavidade da vagina, fazendo com que,
segundo Laqueur, um “fato biológico” transforme-se em uma necessidade cultural.
Explique esta afirmação.

9. Reflita sobre os argumentos gerais do livro, e tente entender a relação da proposta do


autor com a teoria Foucaultiana de que a ciência é um discurso de saber-poder que age, atua
e constitui os corpos.

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