O seu ministério foi exercido no século VIII a.C. durante os reinados dos Reis
UZIAS (ao sul de ISRAEL) e JEROBOÃO II (ao norte de ISRAEL). Sua obra foi
marcada por uma profunda crítica social e religiosa. Ele denunciou a
desigualdade social de seu tempo, bem como o uso idólatra da religião,
transformada em mero instrumento que serve à alienação e usada como
fachada para a iniquidade.
E dentro desse contexto de críticas, Amós, na terceira parte de seu livro, relata
cinco visões, sendo que a terceira delas interessa de forma particular à
maçonaria. Trata-se da visão do fio de prumo.
Em Amós (7: 7 a 8), relata: “Assim me fez ver: Eis que o Senhor estava de pé
sobre um muro e tinha sobre a sua mão um fio de prumo. E Iahweh me disse:
Que vês, Amós? Eu disse: Um fio de prumo. O senhor disse: Eis que vou pôr
um fio de prumo no meio do meu povo, ISRAEL, não tornarei a perdoá-lo.”
Ora, é o Senhor mesmo, quem estava sobre o muro na visão de Amós. E o
prumo que segurava em Suas mãos é altamente revelador. Ele revela nossa
intrínseca tortuosidade, nosso desalinhamento e desequilíbrio moral.
Mas o que é este prumo de Deus em nossas vidas? Será a Bíblia (ou
qualquer outro livro sagrado a que seguimos)? Será nosso caminho pessoal?
Os padrões sociais e políticos de nosso tempo? Nossa consciência?
A Ordem maçônica tenta nos mostrar qual será esse prumo na vida particular
de cada maçom, transmitindo por meio de alegorias e símbolos antigos
mistérios que podem ser traduzidos em retidão moral e bons costumes para
aquele que de fato os persegue em seu íntimo construtor.
O prumo de Deus revela nossos pecados à luz do dia, não deixando nada a
coberto. E ao lançá-los à luz, Ele espera de nós tão somente humildade e
trabalho para quebrarmos nossos tijolos mal assentados e recomeçar nossa
obra fundada na promessa de que o seguindo, encontraremos pela frente
apenas consequências do amor.
Rafael Guerreiro
C.’. M.’. – ARLS Três Colinas n. 69 – Franca (SP, Brasil)