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Foto de um antigo mosteiro Beneditino utilizado pelos Hospitalários – Portugal – Vila Real
(data 22/07/2007)
Com a fundação da Ordem dos Hospitalários, a direção desse hospital passou para
esses irmãos. Á semelhança da Ordem dos Templários, os irmãos hospitalários também
cresceram e se tornaram muito poderosos, tanto política quanto economicamente. Mas
diferentemente dos seus congêneres templários, os cavaleiros do Hospital de São João
se mantiveram fiéis aos seus propósitos e nunca se desviaram da sua missão
institucional, que era a construção e a manutenção de hospitais e proporcionar asilo e
abrigo à pobreza necessitada.
Com o fim das Cruzadas, os Irmãos do Hospital de São João deixaram a Terra Santa e se
estabeleceram em Rodes. A partir dessa ilha se espalharam por todo o mundo cristão,
fundando asilos e hospitais, tornando-se a principal referência em serviços médicos e
filantropia em toda a Europa Ocidental. Em razão disso jamais foram incomodados pela
Igreja, que, ao contrário dos cavaleiros templários, que sofreu feroz perseguição em
princípios do século XIV, que ocasionou, inclusive, a extinção da Ordem em 1314 e à
morte na fogueira dos seus principais lideres, inclusive o seu Grão-Mestre, Jacques de
Molay.
OS TEMPLÁRIOS E HOSPITALÁRIOS EM PORTUGAL
Muitos cavaleiros templários, para escapar da perseguição que lhes movia a Igreja, se
filiaram aos hospitalários. O recém criado reino de Portugal foi um dos territórios onde esses
proscritos cavaleiros se homiziaram. Em terras portuguesas, o jovem rei Afonso Henriques
lhes deu asilo e proteção. Em troca, os Cavaleiros do Hospital de São João lhe prestaram
uma preciosa ajuda na campanha de reconquista que o primeiro monarca português
empreendeu contra os mouros, recuperando para a cristandade esse importante território
que hoje abriga a pátria portuguesa.
Afonso Henriques era Cavaleiro Templário, como ele próprio afirma, em carta que assinou
em 1129, doando à Ordem do Templo, entre outros bens, uma possessão no condado de
Soure, próximo à cidade de Guimarães. A presença templária no território português é um
episódio bastante marcante na história daquele país e sua participação na expulsão dos
mouros foi deveras relevante, como registram os historiadores portugueses.
Com a extinção da sua ordem, os sobreviventes templários se refugiaram em reinos onde os
soberanos concordaram em lhes dar abrigo e proteção. Esses países foram justamente
aqueles que estavam em guerra com os muculmanos – caso de Espanha, Portugal, e Escócia
– principalmente, esta última em razão da guerra pela independência, que aquele país
travava contra os ingleses. Em Portugal, os cavaleiros Templários e Hospitalários foram
reunidos em uma única Ordem, fundada por Afonso Henriques, denominada Ordem dos
Cavaleiros de Cristo, da mesma forma que na Escócia eles receberam o nome de Ordem dos
Cavaleiros de Santo André.
Bastante conhecida é a participação dos cavaleiros templários e hospitalários na formação
do reino de Portugal. Sabe-se, inclusive, que boa parte das riquezas dos templários serviu
para o financiamento das grandes navegações iniciadas no século XVI, e que fez de
Portugal a maior potência marítima da época. E também os conhecimentos de navegação
trazidos pelos irmãos templários e hospitalários foram de extrema utilidade para os
portugueses, fazendo com que o pequeno reino luzitano cumprisse um papel tão
importante no descobrimento e colonização do novo mundo .
A grande maioria dos navegadores portugueses, ( Pedro Álvares Cabral, Vasco da
Gama, Diogo Cão, entre outros), pertenciam à Ordem dos Cavaleiros de Cristo, sucessora
dos Templários e Hospitalários em Portugal. As próprias naus portuguesas singravam os
mares sobre a proteção da cruz templária ( que era também o simbolo da Ordem dos
Hospitalários).
Quanto à Ordem dos Hospitalários propriamente dita, em face da conquista daquela
ilha pelos turcos otomanos, em 1530, ela deixou sua sede em Rodes e se estabeleceu na
ilha de Malta, mudando seu nome para Ordem dos Cavaleiros de Malta, com o qual
sobrevive ainda hoje.
No âmbito do Grande Oriente do Brasil
funciona o GRANDE PRIORADO DO BRASIL –
GOB cujo titulo completo é Unificadas
Ordens Religiosas, Militares e Maçônicas do
Templo e de São João de Jerusalém,
Palestina, Rhodes e Malta do Brasil.
Hoje a Ordem dos Cavaleiros de Malta, sucessora dos Irmãos Hospitalários, está
estabelecida em Roma e o prédio onde ela está sediada tem status de estado livre,
semelhante ao Vaticano.
Os Irmãos Hospitalários continuam até hoje cumprindo a finalidade pela qual a Ordem foi
fundada:
“Cuidar dos doentes e oferecer asilo aos necessitados. Comandam a Cruz Vermelha e
diversos hospitais por todo o mundo, principalmente Santas Casas de Misericórdia. Sua
principal atuação está centrada em Portugal, França e Itália, onde uma grande parte dos
hospitais filantrópicos está sob sua direção.”
Muitas das atuais Santas Casas de Misericórdia, especialmente em Portugal, tiveram sua
origem em hospitais fundados pelos cavaleiros templários e hospitalários. Entre elas podemos
citar as Santas Casas de Braga, Évora, Santa Maria da Vitória na Batalha e Proença Velha, entre
tantas outras que ainda hoje servem à população de Portugal.
Foi o Rei Dom Manuel I, o Venturoso, que também pertencia à Ordem dos Cavaleiros de
Cristo, que mudou o nome dos antigos hospitais filantrópicos para Santas Casas de
Misericódia. Em seu governo muitas Misericórdias foram fundadas, inclusive nos territórios
ultramarinos, para onde elas foram levadas pelas mãos, principalmente dos jesuitas e
beneditinos.
Hoje elas respondem por cerca de 60 % dos serviços médicos e hospitalares prestados pelo
estado português e no Brasil esse percentual está próximo de 58%, segundo a Confederação
Brasileira das Santas Casas de Misericórdia.
Logo em seguida, em 1560, foi fundada a Santa Casa de São
Paulo. Durante o período colonial, as Misericórdias, sempre
ligadas à Igreja, eram os únicos hospitais existentes nas
povoações brasileiras.
No Brasil, a primeira Misericórdia foi fundada em 1534, na então vila de Santos, por
Tomé de Souza.
Era a esses irmãos que o Cavaleiro André Michel de Ransay se referia em seu famoso
discurso de 26 de dezembro de 1736.
Enquanto manejavam a trolha e a argamassa com uma mão, traziam na outra a espada
e o escudo.(....)
Referências bibliográficas
Burman, Edwuard- Templários, os Cavaleiros de Deus- Ed Nova Era-1998
Gomes, Saul Antonio- Livro do Compromisso da Confraria e Hospital de Santa Maria da
Vitória- Ed. Ícone - Portugal- 2002
Palou, Jean-A Maçonaria Simbólica e Iniciática- Ed. Pensamento 1964