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Linguagens

2º SEMESTRE/2013

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Trabalho apresentado à disciplina de PORTUGUÊS, Curso de Direito da


Faculdade Doctum – Carangola Minas Gerais.

Professora: TANIA

Carangola – Minas Gerais

2013

CURSO DE DIREITO – 2º PERÍODO B

2º SEMESTRE/2013

ALUNO:

MARCONDES SCOLARICK NASCIMENTO

ANÁLISE TEXTUAL

LÍNGUA E SOCIEDADE

O caráter social de uma língua é visivelmente inegável. Entendida como


um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de uma
comunidade a possibilidade de comunicação, acredita-se, hoje, que seu papel
seja cada vez mais importante nas relações humanas, razão pela qual seu estudo
já envolve modernos processos científicos de pesquisa, interligados às mais
novas ciências e técnicas, como, por exemplo, a própria Cibernética.

Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera casualidade.


Desde que nascemos um mundo de signos linguísticos nos cerca e suas
inúmeras possibilidades comunicativas começam a tornarem-se reais a partir do
momento em que, pela limitação e associação, começamos a formular nossas
mensagens. E toda a nossa vida em sociedade supõe um problema de
intercâmbio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, o
meio mais comum de que dispomos para tal.

Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos, cercam a vida do homem


moderno, compondo mensagens de toda ordem (Henri Lefèbvre diria
poeticamente que “niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos
interessadas e contagiadas”), transmitidas pelos mais diferentes canais, como a
televisão, o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o telégrafo, os cartazes de
propaganda, os desenhos, a música e tantos outros. Em todos a língua
desempenha um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja através de
seu código substitutivo escrito. E, através dela, o contato com o mundo que nos
cerca é permanentemente atualizado.

Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que


compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como
também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios
de comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária.

(PRETTI, Dino. Sociolinguística: os níveis de fala. São Paulo, Editora Nacional,


1974,p.7)

1) Aponte, no primeiro parágrafo, uma definição de língua.

A língua como um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de


uma comunidade a possibilidade de comunicação.

2) Por que a relação entre sociedade e língua não é de mera casualidade?

Porque desde que nascemos, ainda que de uma forma limitada, tentamos
nos expressar mediante uma infinidade de signos linguísticos, pois, viver em
sociedade é viver sempre necessitando falar, dialogar, expressar opiniões e
sentimentos. Quase todo esse intercâmbio revela-se, na maioria das vezes, por
um único meio: a língua.

3) Reescreva a frase de Henri Lefèbvre, utilizando suas próprias palavras.

Rios de mensagens desabam sobre pessoas relativamente empenhadas e


contagiadas.

4) Releia atentamente o terceiro parágrafo e responda: qual a importância da


língua no esquema do ato de comunicação?

A língua (linguagem) é o meio pelo qual o nosso cérebro associa aquilo que
lhe é transmitido. Não importa qual a forma: sinais, desenhos, figuras, oral ou
mesmo escrito; a língua como manifestação das nossas necessidades de
intercambiar ideias, culturas, pensamentos e opiniões torna-se essencial para a
“atualização” do indivíduo na sociedade.

5) O que abrange a dinâmica social de que a língua é suporte?

As relações entre os membros da comunidade, atividades intelectuais,


informativos dos meios de comunicação em massa, além da expressão cultural,
científica e intelectual.
6) Releia atentamente o texto e procure identificar em cada parágrafo uma
ideia principal. Monte depois um pequeno esquema em que se possa perceber a
sequência seguida pelo autor para desenvolver suas colocações.

A língua exerce papel essencial nas relações humanas, proporcionando aos


membros de uma comunidade, a capacidade de comunicação;

a relação entre a língua e a sociedade começa no nascimento, através da


tentativa de imitação e associação dos signos linguísticos, propiciando o
intercâmbio e a interatividade social;

a língua, oral ou escrita, está presente em todos os veículos de comunicação,


atualizando o contato do homem com o mundo que o cerca;

a língua é o suporte da dinâmica social, seja das relações humanas, da


informação, da expressão cultural, científica e literária.

7) Segundo o texto, língua e sociedade têm vínculos profundos e


indissolúveis. Reflita sobre sua experiência social e linguística e dê sua opinião
sobre as ideias colocadas no texto. (Mínimo: 10 linhas)

A língua é o principal suporte das relações sociais, sendo por isso, o código
mais completo e mais usado no processo de comunicação. Dessa forma,
podemos dizer que a língua é um patrimônio social, uma vez que sem ela, não
haveria comunicação e nem mesmo vida, pois, desde o nosso nascimento
manifestamo-nos através da linguagem, principalmente através do choro, sendo
este o principal meio para a certificação de que nascemos “com vida”. Além
disso, este instrumento foi utilizado por nós, enquanto crianças, para expressar
um estado de necessidade, que seja fome, dores, cólicas ou mesmo o incômodo
de permanecer por muito tempo sob uma posição enquanto bebês. A partir do
convívio no meio social, percebe-se uma evolução do indivíduo, sendo este fato
o que caracteriza a relação indissolúvel entre língua e sociedade. Não há
evolução onde há isolamento, pois, se não vivemos em sociedade, então não
temos como referenciar uma evolução ou de outra forma, não existem termos
para comparação. Viver em sociedade exige certas habilidades que
indiscutivelmente incluem a língua, e, se conseguimos nos expressar bem, diga-
se bem como maneira apropriada, conseguimos nos destacar em relação aos
outros indivíduos componentes dessa mesma sociedade. Daí a necessidade de
um convívio social para a percepção da evolução, pois, o supracitado “termos de
comparação” não ocorre entre coisas distintas ou objetos dissemelhantes. Assim
sendo, a sociedade sem uma linguagem não teria razão de ser e a língua sem
uma sociedade para usá-la, não teria sequer a sua existência, logo, língua e
sociedade são conceitos intrínsecos à existência do outro.

COMUNICAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO

Lembre-se o leitor como se fez gente: sua casa, seu bairro, sua escola, sua
patota. A comunicação foi o canal pelo qual os padrões de vida de sua cultura
foram-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua sociedade –
de sua família, de seu grupo de amigos, de sua vizinhança, de sua nação. Foi
assim que adotou a sua “cultura”, isto é, os modos de pensamento e de ação,
suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Isso não ocorreu por “instrução”,
pelo menos antes de ir para a escola: ninguém lhe ensinou propositadamente
como está organizada a sociedade e que pensa e sente a sua cultura. Isso
aconteceu indiretamente, pela experiência acumulada de numerosos pequenos
eventos, insignificantes em si mesmos, através dos quais travou relações com
diversas pessoas e aprendeu naturalmente a orientar seu comportamento para o
que “convinha”. Tudo isso foi possível graças à comunicação. Não foram os
professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária
com pais, irmãos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no ônibus, no jogo, no
botequim, na igreja, que lhe transmitiu, menino, as qualidades essenciais da
sociedade e a natureza do ser social.

Contrariamente, então, ao que alguns pensam, a comunicação é muito


mais que os meios de comunicação social. Esses meios são tão poderosos e
importantes na nossa vida atual, que às vezes esquecemos que representam
apenas uma mínima parte de nossa comunicação total.

Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um homem
qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora de deitar-se, no fim
do dia. A quantidade de atos de comunicação é simplesmente creditável, desde o
“bom-dia” à sua mulher, acompanhado ou não por um beijo, passando pela
leitura do jornal, a decodificação de número e cores do ônibus que o leva ao
trabalho, o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os
cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos, recibos,
relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as conversas com seu
chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a escolha do prato no
menu, a conversa com os filhos no jantar, o programinha de televisão, o diálogo
amoroso com sua mulher antes de dormir, e o ato final de comunicação num dia
cheio dela: “boa noite”.

A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. Temos tanta


consciência de que comunicamos como de que respiramos ou andamos.
Somente percebemos a sua essencial importância quando, por um acidente ou
uma doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Pessoas que foram
impedidas de se comunicar durante longos períodos enlouqueceram ou ficaram
perto da loucura.

A comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social.

(DÍAZ BORDENAVE, Juan E. O que é comunicação. São Paulo, Nova


Cultural/Brasiliense, 1986. pp. 17-9).

SOBRE O TEXTO:

1) Releia atentamente o primeiro parágrafo e responda: qual a relação entre


comunicação e cultura?
Adquirimos a cultura mediante a comunicação, ou seja, por meio da
convivência em sociedade. A cultura se expressa por intermédio da
comunicação, se aperfeiçoando esta através daquela.

2) O segundo parágrafo nos fala em “meios de comunicação social”. O que você


sabe sobre eles?

Os meios de comunicação social são aqueles utilizados em massa, por exemplo:


televisão, rádio, internet, jornais, revistas e etc.

3) O que pensa o autor sobre os meios de comunicação social?

“[...] a comunicação é muito mais que os meios de comunicação social.” Esses


representam apenas uma pequena parte de nossa vida.

4) O terceiro parágrafo é construído por enumeração: uma longa série de


atos de comunicação cotidianos nos é apresentada pelo autor. Como podemos
relacionar esses atos com os meios de comunicação social do parágrafo
anterior?

Essa enumeração destaca tudo o que foi declarado no parágrafo anterior.


Na extensa lista, quase todos os atos de comunicação escapa do âmbito dos
meios de comunicação de massa, pois se dá nos níveis mais pessoais do
cotidiano.

5) O quarto parágrafo nos coloca uma conclusão sobre o assunto levantado


e discutido pelo texto. Qual a frase ou passagem que sintetiza essa conclusão?

“A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida”. O trecho reitera tudo


o que foi dito no texto dando um “tom” de conclusão.

6) Relendo cuidadosamente as questões anteriores, é possível detectar o


percurso seguido pelo autor para atingir sua conclusão no quarto parágrafo.
Comente esse percurso.

O autor inicia o texto relacionando cultura e comunicação; faz menção aos


meios de comunicação social; mostra que a comunicação vai muito além desses
meios, sendo parte de simples atos cotidianos, e se conduz assim para a
conclusão de que a comunicação se confunde com a própria vida, pois é uma
necessidade básica do ser humano.

7) O último parágrafo sintetiza todo o conteúdo do texto. Reflita sobre o


que ele diz e responda: sua experiência de vida comprova essa afirmação? Por
quê?

Certamente “a comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana,


do homem social”. Essa afirmação é indiscutível por sua patente evidência, pois,
desde o nascimento até a sua morte, o ser humano se comunica com os seus
semelhantes. A experiência de vida de qualquer ser humano pode ser
exemplificada para a comprovação dessa frase. Ao nascer choramos emitindo
um sinal de que estamos vivos, e, consequentemente, ao morrer o nosso coração
deixa de “bater”, ou seja, deixamos de emitir o sinal de vida, sendo essa a
expressão da morte. Daí, até na hora de nossa morte emitirmos um sinal de que
não mais vivemos, pois, o silêncio tão como as palavras, podem nos dizer muitas
coisas.

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