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FACULDADE DE DIREITO
SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
FACULDADE DE DIREITO
SÃO PAULO
2015
LEANDRO EVANGELISTA SANTOS
Aprovado em __/__/__
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profº. Dr. Evandro Fabiani Capano
_________________________________________
Prof. (a)
_________________________________________
Prof. (a)
Dedico esta pesquisa à minha família,
principalmente aos meus pais, bem como
a todas as pessoas que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a sua
realização, cabendo aqui uma dedicação
especial a minha esposa Camila pelo apoio
e dedicação dispensados.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha mãe, Arinalda Maria Evangelista Santos, que sempre apoiou
e me deu forças para iniciar e conseguir concluir o curso nesta faculdade.
Agradeço ao meu querido pai, Josenito da Silva Santos, pelo exemplo de vida
que sempre me deu e principalmente na educação dada aos seus filhos.
Agradeço à minha família, cito aqui minha esposa Camila da Silva Ferreira
Santos e meus irmãos Marcelo e Bismarque, que sempre estiveram do meu lado para
enfrentar todos os obstáculos, que não foram poucos, até esta etapa da vida.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9
1.1 Breve revisão histórica ................................................................................... 9
1.2 Evolução histórica da proteção legal à administração pública ....................... 9
1.3 Administração pública e proteção penal no Brasil ........................................ 11
2 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA................................... 13
2.1 Conceito de Administração Pública .............................................................. 13
2.2 CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO .................................................. 15
2.3 DOS CRIMES FUNCIONAIS ....................................................................... 17
2.3.1 CONCURSO DE PESSOAS .................................................................. 20
2.3.2 AÇÃO PENAL NOS CRIMES FUNCIONAIS ......................................... 22
3 DO PECULATO .................................................................................................. 24
3.1 CONCEITO .................................................................................................. 24
3.2 TIPOS DE PECULATO ................................................................................ 27
4 ASPECTOS POLÊMICOS .................................................................................. 31
4.1 Princípio da Insignificância – Conceito ......................................................... 31
4.2 Jurisprudência e posicionamento do STF na aplicação do Princípio da
Insignificância no crime do Peculato ...................................................................... 34
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 40
6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 42
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 Breve revisão histórica
Ubi societas ibi jus tal afirmação latina conceitua bem o estudo do
direito enquanto ciência, mas estendendo um pouco a expressão temos que nos
atentar que direito e justiça fazem parte de todo Estado e qualquer sociedade. O corpo
estatal para que possa defender o interesse comum e público criou diversas
ferramentas coercitivas em sua administração pública.
magnitude à ofensa dirigida aos deuses, e por sua vez os bens móveis eram deixados
em segundo plano.
1
Perjúrio era decorrente do falso juramento ou falso testemunho, enquanto o indivíduo jurava ou se
comprometia a dizer a verdade em juízo.
12
2
E. Magalhães Noronha, Direito penal, cit., v. 4, p. 198
3
Embora a função administrativa seja inerente ao Poder Executivo, ela também é exercida pelos Poderes
Legislativo e Judiciário, especialmente em relação a sua estrutura e funcionamento (Celso Ribeiro Bastos,
Dicionário de Direito Constitucional, São Paulo, Saraiva, 1994, p. 2-3).
4
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
14
5
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012.
6
Capez, Fernando – Curso de Direito Penal, 3: 11ª ed. 2011.
15
esferas, como a exigência para a imposição da sanção penal é bem maior do que para
a punição administrativa, inviabiliza-se nessa instância o arquivamento ou absolvição
por insuficiência de provas. Havendo absolvição, dependendo do fundamento, esta
beneficiará o sujeito no âmbito da sindicância ou processo interno.
7
Nucci, Guilherme de Souza – Código Penal Comentado: 9ª ed. 2009
18
8
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
19
desde seu art. 312 ao 326, sendo denominado “crimes praticados por funcionários
públicos contra a administração pública em geral”.
ato ilícito reparar o dano causado indenizando quando for o caso e pôr fim a sanção
penal onde entram as penas privativas de liberdade, pecuniárias e restritiva de
direitos.
9
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
21
10
Capez, Fernando – Curso de Direito Penal, 3: 11ª ed. 2011.
22
(intraneus) pode ser também chamado de executor qualificado, que por ocasião da
prática delituosa penal contar com a colaboração de um agente não configurado na
pessoa de funcionário público (extraneus), ambos responderão necessariamente pela
infração penal própria configurando crime funcional.
Por fim vale mencionar que o procedimento nos crimes em cuja pena
máxima não ultrapasse dois anos de reclusão, e de acordo com o conceito de infração
de menor ofensivo sujeitando-se a ação ao procedimento do Juizado Especial
Criminal, ou seja o procedimento sumaríssimo.
24
3 DO PECULATO
3.1 CONCEITO
crime com prisão celular por seis meses a quatro anos, prevendo ainda a perda do
emprego e multa de 5 a 20% da quantia que veio a ser apropriada, consumida ou
mesmo extraviada. No mesmo foi inserido o agente público que cuja conduta
consistisse em:
11
Capez, Fernando – Curso de Direito Penal, 3: 11ª ed. 2011.
12
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
27
o sujeito ativo do delito não faça parte do órgão público ou mesmo de nenhuma
entidade pública, embora tenha posse em razão da função, considerando a amplitude
do conceito apresentado aqui quanto aos que são considerados agentes públicos,
atribuída pela atual legislação penal. Portanto temos que o peculato sempre será a
violação de um dever de conduta por parte do agente, que dolosamente agride ao
erário, que subsiste entre o agente e ao órgão ao qual o mesmo está vinculado. Dever
este que teoricamente não existiria o mesmo dever de fidelidade se o bem
pertencesse a um particular.
13
Nucci, Guilherme de Souza – Código Penal Comentado: 9ª ed. 2009, pág. 1055
28
Penal que define o crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas. Aqui não
há o propósito de apropriar-se, podendo enfim ser caracterizado como desvio proibido
pelo tipo. O proveito pode ser de qualquer natureza: moral, patrimonial funcional, etc.
O crime se consuma com a efetivação do desvio, independentemente da real
obtenção do proveito para si ou para outrem. Conquanto a posse não pode estar
viciada de fraude, violência ou erro, pois então configuraria outro tipo de crime.
14
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
15
Nucci, Guilherme de Souza – Código Penal Comentado: 9ª ed. 2009, pág. 1057-1058
30
bem móvel, que o agente público se apropria, ou ainda o bem público lhe chega por
erro de outrem. Portanto o recebimento deverá ocorrer no exercício do cargo, ou seja,
em razão de seu ofício. A doutrina ainda diverge, fazendo a distinção “em razão do
cargo” de “no exercício do cargo”, observando que o legislador não colocaria na letra
da lei palavras, expressões e conclusões que fossem consideradas inúteis.
4 ASPECTOS POLÊMICOS
16
Capez, Fernando – Curso de Direito Penal, 3: 11ª ed. 2011
33
Definindo esta aplicação nas normas vigentes no que diz respeito aos
princípios constitucionais é possível garantir um grande avanço na contenção nas
transgressões do Direito Penal e ainda amenizar o anseio e a expectativa da
sociedade.
17
Bitencourt, Cezar Roberto - Tratado de direito penal, 5: 6ª ed. 2012
34
Outro exemplo julgado pelo Supremo Tribunal Federal que por sua
vez o Ministro Celso de Melo utilizou o Princípio da Insignificância para determinar seu
relato:
Habeas corpus. 2. Furto qualificado tentado. Produtos de perfumaria.
Valor das mercadorias de aproximadamente R$ 60,00 (sessenta
reais). 3. Presença dos quatro vetores apontados no julgamento do
HC 84.412/SP, Celso de Mello, para reconhecimento do princípio da
insignificância: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b)
ausência de periculosidade social da ação; c) reduzidíssimo grau de
reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão
jurídica provocada. 4. Ordem concedida de ofício para trancar a ação
penal na origem.
(STF - HC: 118738 MG , Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de
Julgamento: 22/10/2013, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-
229 DIVULG 20-11-2013 PUBLIC 21-11-2013)
Como defeso neste trabalho o Ministro explica que o que pode ser
considerado inexpressivo no que tange a lesão causada, é onde podemos
encontrar a impossibilidade de reconhecer o delito aqui discutido, ou seja, seria
impossível medir o dano ao bem jurídico tutelado. O Ministro defende este princípio
pois não há, segundo ele, como mensurar a moralidade da Administração Pública
ou mesmo o bem jurídico tutelado pela mesma, segundo o Ministro o dano moral é
muito maior do que qualquer valor econômico que se possa medir.
5 CONCLUSÃO
Por fim coube ainda uma análise crítica quanto ao tema de maior
destaque que envolve o peculato, que é a questão quanto a aceitação ou não do
princípio da insignificância no crime de peculato. A jurisprudência, principalmente o
41
Supremo Tribunal Federal defende de forma majoritária que deve sim ser aplicado
este princípio nos crimes de peculato, tese esta não defendida por parte do Superior
Tribunal de Justiça. Para este que conclui este trabalho, apesar de em princípio
não concordar com a tese majoritária, acompanhou a maioria por entender que
realmente para o momento que se encontra todo o sistema judiciário nacional, teses
como esta causam um desentupimento na grande demanda de processos inclusive
no nosso Supremo Tribunal Federal. Mesmo acompanhando a maior por entender
que este gargalo já está entupido há tempos, devo admitir que considerar este
princípio é em partes um retrocesso moral em relação a probidade da
Administração Pública, visto que temos ainda o crime de desacato ao funcionário
público, por ser figura representativa da entidade pública e tem o dever de proteger
a probidade e a moral desta entidade.
42
6 BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 15 abr.
2015.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 09. ed. São Paulo: Saraiva,
2009
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal 3. 08. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito penal, vol. 03. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014
MACHADO, Costa. Código Penal Interpretado. 03. ed. São Paulo: Manole, 2013
DE JESUS, Damásio Evangelista, Curso de Direito penal, vol. 03. 31. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010