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BR 1 © MARIO RUSSO
Bem vindo ao guia de materiais de pintura aquarela.
Aqui você encontra tudo que você precisa pra começar
os primeiros passos com essa mídia.
CAPÍTULO 1
PINCÉIS
CAPÍTULO 2
PAPÉIS
CAPÍTULO 3
TINTAS E ACESSÓRIOS
CAPÍTULO 4
CUIDADOS
CAPÍTULO 5
TÉCNICAS DE AQUARELA
PRINCIPAIS DIFICULDADES
CAPÍTULO 7
MAIS CONTEÚDO
CAPÍTULO 8
SOBRE O AUTOR
Anatomia do pincel
1. Cerda ou pelo.
2. Ferrolho
3. Cabo
Um cabo de pincel bom, é feito com madeira de boa qualidade, trata de forma a não en-
vergar, laqueada e com um bom peso. Em se tratando de tamanho, é mais comum encon-
trar pincéis de cabos longos ou curtos, sendo os mais longos usados para pintura onde os
gestos são priorizados, enquanto os de cabo mais curto são usados quando o artista tra-
balha mais de perto do suporte e/ou quando a área a ser pintada é menor.
FERROLHO
O ferrolho é uma parte crítica do pincel, porque é ele que une a cerda ao cabo. Se o fer-
CERDAS
As cerdas são a parte mais importante do pincel, e normalmente os tipos de cerda deter-
minam o preço do pincel mais do que qualquer outro componente. A grosso modo, temos
ir até o recipiente com agua e tinta menos vezes, o que reduz o risco de você ficar com
manchas de tinta no papel. No caso das tintas opacas como guache ou óleo, uma cerda que
retém mais tinta facilita pra pinceladas mais longas, carregadas ou impasto.
Cerdas sintéticas tendem a durar menos, porém podem performar um bom trabalho se
forem bem cuidados. Existe também as opções de cerdas mistas, uma mistura de cerdas
naturais com cerdas sintéticas, que pode ter um custo benefício interessante comparado
• O peso e balanço parece bom na sua mão? Parece que foi feito pra você?
• O ferrolho está bem preso? Um ferrolho frouxo significa cerdas caindo e/ou
Texugo (Badger): é um tipo de cerda bastante comum, mais usada em tinta óleo, rústi-
ca e usada pra misturar as tintas na tela. Tende a ser mais grosso na ponta, o que dá esse
aspecto fino no encontro com o ferrolho e mais aberto na ponta. Muito comum em pincel
Camelo (camel)- Embora não venha do camelo, são cerdas bastante populares em
aquarela e letreiramento. Normalmente são feitas de cabra, esquilo, ox, pônei ou uma mis-
na. Costumam ter uma curva neutra e as cerdas de boas qualidade tem boa resistência e
aplicar tinta com consistência e constância e por isso é uma das cerdas mais populares
pra tinta óleo. Ela consegue lidar muito bem com a natureza oleosa e densa dessa tinta e
também das acrílicas. As melhores cerdas hog costumam ser mais baratas que cerdas mais
macias de esquilo.
melhores para trabalho com aquarela e nanquim, devido à capacidade singular dessa cer-
da de voltar ao mesmo lugar em uma ponta fina (snap). Um pincel kolinsky bem cuidado
Orelha de boi (ox)- É um ótimo pelo de animal com capacidade para reter água e
tinta, porém ele não consegue manter uma ponta fina como um kolinsky. As vezes essas
cerdas são misturadas com sintéticas pra ter um pouco mais de firmeza.
Marta (Red sable/sable) - São cerdas vindas de animais das familias das doninhas
(weasels) com pelo vermelho. Um bom sabre vermelho é uma boa alternativa de custo
beneficio comparado com o kolinsky. Quando o pincel é híbrido com pelo de boi, o pincel
pra que sua característica fique mais apropriada pra pintura, como ficar mais macia e/ou
mais absorvente. As cerdas sintéticas são mais resistentes a solventes, não atraem insetos
e sua estrutura não tem a estrutura de escama igual os pelos de animais tem que seguram
a tinta. Costumam ter mais resistência mecânica em superfícies diversas e são bastante
Esquilo(Squirrel hair) - Cerdas de pelos de esquilo são populares para os pincéis estilo
quill, vem de esquilos nativos da Rússia. Eles fazem uma ponta fina similar aos kolinsky
2- Chato (flat)
3- Quadrado (bright)
chato e chato longo tem característica de segurar mais tinta, sem que a tinta entre no
ferrolho, o que é uma virtude considerável no caso da tinta óleo e acrílica. Eles tendem
a manter a forma muito bem ao longo do tempo. Os pincéis quadrado e chato curto, tem
uma pincelada mais dura, mantém a forma melhor com o tempo, mas carregam menos
tinta.
5- Lingua de gato (Filbert)- Tem o ferrolho mais achatado e as cerdas são arranja-
das de forma a fazer com que as pontas sejam mais arredondadas. A ponta facilita que
pequenos toques ou detalhes sejam possível. É mais comum de usar em tintas óleo e acríli-
ca mas pode ser usado com aquarela sem problemas. Gosto de usar com guache.
6- Chanfrado (angular)
Esse tipo de pincel é feito de forma similar ao chato, mas as cerdas são alinhadas para
dar um ângulo. Ótimo pincel para letreiros, mas também para variação de espessura em
pinceladas longas.
7- Leque (Fan) - que é um pincel que parece um leque, usado pra efeitos e pra sua-
vização de arestas.
que conseguem carregar mais quantidade de tinta. Normalmente vem com cabo longo.
A trincha ou também conhecido por brocha, é um pincel indicado pra cobertura de áreas
caso da tinta óleo diluída, as cerdas mais rígidas são mais recomendadas.
Os redondo curto, ou spotter são pincéis voltados para miniatura, ou detalhes muito
pequenos que requerem essa esse formato e característica específico. Eles tem a capaci-
dade de gerar pontos mais rápidos e precisos. Não carregam muita tinta, mas tem capaci-
dade suficiente de dar um fluxo de tinta bom até a ponta e costumam ser oferecidos em
tamanhos menores.
É um pincel extremamente versátil e um dos tipos de pincéis que dificilmente você con-
segue pintar um tema com alguma precisão se não usar. Os pincéis redondos pra aquarela
conseguem carregar bastante cor e como são disponíveis em desde muito fino até taman-
hos mais largos, é possível cobrir desde grandes áreas até detalhes.
Os liners são pincéis redondos com a cerda mais comprida com a finalidade de
O pincel ponta chata ou showcard é um pincel voltado para o letreiramento. Ele é com-
prido, carrega bastante tinta, porém com a ponta chata, funciona como um marcador.
São pincéis com cerdas que parecem uma espada ou uma adaga na versão mais curta,
que facilitam variação de linhas, e permitem passadas grandes de cor. São como versões
15 - Mop e Quill mop- O mop é pincel cuja característica é de ser um pincel de cer-
das macias, e que consegue carregar bastante água. São geralmente usados pra cobertura
de áreas maiores em aquarela justamente por conseguir carregar bastante água. Eu gosto
sempre de recomendar os quill mops de esquilo porque além deles carregarem bastante
água se precisar, eles conseguem afinar pra uma ponta fina pra detalhes conforme a neces-
sidade. Os mops também não costumam ser padronizados em termos de tamanho, como
os outros pincéis.
rígidas alinhadas e redondo, bom pra usar com movimentos verticais de “pancadinha”, ao
contrário dos outros pinceis com que pintamos de um lado pro outro.
17 - Rastelo (rake) É um pincel que tem cerdas aparadas pra parecer um rastelo, pra
Os papéis pra aquarela costumam ser mais caros do que os papéis pra desenho. Da
mesma forma que os papéis pra desenho, eles vêm em diversos tamanhos, blocos, sketch
Papéis pra aquarela podem ser feito à mão, feito de molde e feito à máquina.
Papel artesanal - O papel artesanal tende a ser feito de 100% algodão. Ele tende a ser
mais pesado e durável, além de ter uma superfície irregular. Muitos artistas gostam dessa
irregularidade de textura, ao invés da textura padrão que vem nos feitos à máquina.
Papel moldado - O papel moldado é feito por uma máquina que consiste em um
mistura muito diluída de polpa e água é bombeada para o tanque. Esta mistura forma uma
teia fibrosa no molde do cilindro. Esta teia fibrosa é então pressionada em vários graus
para formar as superfícies das folhas. O papel fabricado em moldes também pode produz-
mais uniforme. Uma máquina plana com uma seção de formação suspende as fibras fil-
tradas formando ‘folhas’ através da pasta húmida. Depois as folhas são então prensadas
para remover o máximo possível do conteúdo de água. Depois secadas, onde as folhas são
colocadas em vários cilindros aquecidos pra abaixar a humidade pra cerca de 6%.
1) GRAMATURA.
ro quadrado (g/m2). Os papéis de maior gramatura tendem a ser mais estáveis. Como
aquarela tende a usar uma quantidade maior de água, a gramatura é crítica. Quanto maior
hores blocos de aquarela vêm com as laterais coladas justamente pra permitir que o artis-
ta use o papel sem que ele dobre. Uma outra alternativa comum é prender com fita toda
extensão das laterais e daí molhar o papel. Eu particularmente prefiro usar papel mais
grosso (300g) e não precisar molhar o papel inteiro antes de começar. Papéis mais finos
como 150g/2 tendem a ondular mais e se não tiverem bem presos dificulta a execução da
aquarela.
Existem basicamente três tipos de papéis pra aquarela comercialmente. O papel 100%
algodão, 100% celulose e uma mistura dos dois com maior ou menor concentração de
algodão. Existem bons papéis pra aquarela de várias marcas. O melhor tipo de papel pra
aquarela é um 100% algodão com bom tratamento na polpa. Esses tendem a ser mais
caros. Uma outra coisa que é marcante no tipo de papel, é que o papel de algodão tende a
absorver mais humidade do ambiente. Num dia chuvoso, o papel fica mais húmido e isso
O maior diferencial do papel pra aquarela pros demais papéis é o tratamento gelatinoso
que o papel tem, que permite que a água (e os pigmentos) demorem mais pra serem absor-
vidos. Na prática, isso permite que os pigmentos se espalhem pelas poças de água e façam
pasta do papel antes da secagem e prensagem. Esse tipo de papel ele tem a vantagem de
poder fazer raspagem com alguma lâmina ou objeto pontudo pra revelar o branco do pa-
pel.
Esse tratamento, aliado ao papel de fibra de algodão, fazem com que esses papéis, 100%
algodão como da Arches, Saunders Waterford, alguns da linha Canson como Molin du
No caso da textura é mais uma escolha pessoal do aquarelista do que qualidade do papel
grana mais fina como o hot press tendem a deixar a água andar mais enquanto os de grana
grossa tendem a segurar a água mais em superfícies inclinadas. Os papéis de grana grossa
também são melhores pra quem gosta de efeito de dry brush (pincel seco) na pintura. Já os
A tinta aquarela é uma mistura de pigmento com goma arábica. A característica princi-
pal da aquarela é a transparência da tinta e a difusão dos pigmentos pela água no papel.
do grão do pigmento. Os pigmentos podem ser de várias fontes como vegetais e minerais.
Como alguns pigmentos são mais difíceis de obter, a tendência é que as tintas fabricadas
se obter, mais puros e refinados, e em maior quantidade. Observe como os rótulos que tem
“hue” tem mistura de pigmentos para tentar chegar naquela cor. Cobalt Hue pode ter uma
mistura de pigmentos sintéticos pra tentar chegar perto do pigmento Cobalt Blue (azul
Aglutinante (Filler): Tintas mais caras tendem a ter menos aglutinante, o que inter-
fere menos no comportamento da tinta ao longo do tempo, e na própria cor final, uma vez
tem uma impacto na qualidade final da aquarela muito superior ao da tinta acrílica e óleo
por exemplo.
2 amarelos
Aqui temos um amarelo limão, que é mais frio, e um cadmium yellow que é quente.
2 vermelhos
mais intensa.
2 verdes
Esses 2 são a matiz mais escura de toda paleta, que visa substituir o preto em si. O preto
pode ser colocado na paleta como uma versão ainda mais densa de pigmento que o payne’s
gray.
1 Branco
As paletas pra aquarela mais comuns são metal esmaltado e plástico. Tanto uma como a
outra é frequentemente vendida junto com um set de pastilhas, porém são achadas vendi-
das separadamente em lojas especializadas. Sets com pastilhas embutidas em paleta do-
• Recipiente de água - Para molhar os pincéis mais largos para passadas cheias de
forme.
Com uma ou duas gotas fica mais fácil controlar o quanto de água o pincel pega.
revelar brilhos. Especialmente úteis quando é preciso uma linha fina de branco.
Fita gomada: Para prender o papel no suporte. A fita gomada funciona melhor quando
for molhar o papel inteiro. Fita crepe pode servir quando não se trabalha com muita água
Secador de cabelo: Em estúdio muitos artistas gostam de usar secador de cabelo pra
Não deixar os pincéis mergulhados em água ou solvente. Além disso deformar as cerdas,
Após o uso, limpe o pincel com água no caso das tintas solúveis em água (aquarela,
Enxugue os pincéis com um pano ou papel descartável (recomendo pano) e com os de-
Pincéis de pelo de animais podem ser cuidados com sabões neutros e condicionadores
apropriados.
Não deixe os pincéis secando na posição vertical, pra evitar que solvente ou água fique
nos cabos.
No caso dos pincéis de aquarela, especialmente os de cerdas mais caras, evite usar com
tintas mais agressivas como acrílica ou usar mascara liquida. Use pincéis sintéticos e mais
baratos.
Use cola CMC caso não vá usar algum pincel por longo tempo. A cola CMC sai fácil com
TÉCNICAS PRINCIPAIS
valor tonal, geralmente com um matiz. Progressivamente mais clara em valor tonal uma
1) Textura utilizando sal grosso. As pedras de sal grosso vão puxando a água com pig-
2) Textura usando uma esponja natural. A esponja vai puxando água e pigmento em cer-
tas partes e tornando texturizado mais claro. Uma camada de tinta azul usando a mesma
esponja
WWW.MRUSSO.ART.BR 37 © MARIO RUSSO
3) Solvente. O Solvente vai empurrar água e clarear a área onde ela toca. Dependendo
4) Pancadinhas no pincel cheio de água pra cair algumas gotas que vão empurrando a
água com pigmento e fundindo os pigmentos que já estão na camada fina de água sobre o
papel.
5) Utilizando cera de candelila (a maioria das ceras deve servir) pra impedir que a água
6)Borrifada de tinta com escova de dente enquanto a camada debaixo (vermelha) ainda
está húmida.
Molhado no Molhado (Wet into wet) - Ocorre quando misturamos dois pigmentos
mais difícil pra quem está iniciando. A técnica de mascarar àreas em branco é crucial pra
dominar a aquarela.
1)A primeira técnica é contornar as àreas brancas. Você pode traçar em lápis fraquinho a
2)Lifting, é quando voce remove agua e pigmento tornando o valor tonal mais claro.
Aqui eu uso um cotonete pra remover boa parte do pigmento e o resultado é uma esfera
mais fosca.
papel pra revelar uma camada do papel que não foi tingidfa.
4) Usando uma máscara líquida. Aqui eu uso a mascara da Winsor Newton. Eu reco-
mendo usar um pincel sintético barato, uma vez que a máscara tende a ser dificil de tirar
das cerdas se secar. A máscara então vai preservar aquela area e nào deixar a tinta entrar.
5) Usando guache branco. Por ser opaco, o guache branco cobre a superfície de pintura
de forma fosca. É um efeito que tende a ser um pouco diferente do branco do papel em si.
6) Fita crepe. A fita mascara àreas onde a água não vai entrar, preservando o branco do
papel.
Neste capítulo vemos as principais dificuldades na aquarela pra quem está começando.
Leia e releia este capítulo sempre que sentir dificuldade, esse pequeno resumo contém
é que ela é frequentemente pintada bastante diluída em água. Então o artista tem que con-
tentar antever como o pigmento vai se espalhar na água que está na superfície do papel. A
realidade é que você não tem como ter 100% de certeza de como vai ser o resultado depois
erente do planejado. Dessa forma é praticamente impossível corrigir errinhos que podem
acontecer no meio do caminho sobrepondo uma cor na outra como acontece com tintas
a transparência do pigmento. Mesmo se a tinta ainda estiver molhada e você secar rapida-
mente com um pano ou papel toalha parte do pigmento ainda vai ser absorvida pelo papel
por causa da força do tingimento do pigmento. Toda parte tingida do papel tende a abaixar
(exceto se usar um guache opaco branco), se você tingir um pedaço do papel você perdeu
aquele branco, já era. Você pode usar como um quase branco, mas não existe nenhuma
forma perfeita de voltar a ser o que era. Isso faz com que a aquarela seja uma mídia um
tanto frustrante pra quem está começando porque os erros acabam arruinando a pintura
como um todo.
interferir na sua pintura. Se você não quer tinta escorrida precisa usar uma superfície sem
ou com pouca inclinação. Quando o tempo está húmido a tinta demora mais pra secar, o
que faz com que seja mais difícil conseguir trabalhar a técnica molhada no seco.
Você ja conhece o nosso canal no youtube? Nesse capítulo tem alguns links para conteú-
do de aquarela em vídeo totalmente gratuito! Tem muito mais por lá seguindo por AQUI
cação visual em mídias interativas. Tem trabalhos e artigos publicados em livros e revistas
do Brasil, China, Austrália e EUA em arte digital, onde trabalha com gráfico pra jogos há
mais de 15 anos. Gosta de voltar às origens da arte tradicional, e publica regularmente con-