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Aula 03

Noções de Direito Penal p/ PC-DF 2018 (Agente)


Professor: Renan Araujo

02492581705 - Marcia Antelo Lucas


DIREITO PENAL P/ PC-DF (2018) Ð AGENTE
Teoria e quest›es
Aula 03 Ð Prof. Renan Araujo
AULA 03: TEORIA GERAL DO DELITO (PARTE II):
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO.

SUMçRIO
1 CULPABILIDADE ................................................................................................... 3
1.1 Conceito ......................................................................................................... 3
1.2 Teorias ........................................................................................................... 3
1.2.1 Teoria psicol—gica .......................................................................................... 3
1.2.2 Teoria normativa ou psicol—gico-normativa ........................................................ 3
1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) ........................................... 4
1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade ....................................................................... 4
1.3 Elementos ...................................................................................................... 5
1.3.1 Imputabilidade penal ...................................................................................... 5
1.3.1.1 Menor de 18 anos .................................................................................... 7
1.3.1.2 Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado ............... 7
1.3.1.3 Embriaguez ............................................................................................ 8
1.3.2 Potencial consci•ncia da ilicitude ...................................................................... 9
1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa .................................................................... 10
2 ERRO .................................................................................................................. 11
2.1 Erro de tipo essencial ................................................................................... 11
2.2 Erro de tipo acidental ................................................................................... 13
2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) ............................................................ 14
2.2.2 Erro sobre o nexo causal ............................................................................... 14
2.2.2.1 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito .............................................. 14
2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae ................................................................ 14
2.2.3 Erro na execu•‹o (aberratio ictus) .................................................................. 15
2.2.3.1 Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de resultado œnico)
16
2.2.3.2 Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado
duplo) 16
2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio
criminis) 16
2.2.4.1 Com unidade simples ............................................................................. 16
2.2.4.2 Com unidade complexa .......................................................................... 17
2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) ............................................................. 17
2.3 Erro determinado por terceiro ...................................................................... 18
2.4 Erro de proibi•‹o .......................................................................................... 18
2.5 Descriminante putativa x delito putativo ..................................................... 20
3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 21
4 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 22
4.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 22
5 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ........................................................................... 23

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Teoria e quest›es
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6 RESUMO .............................................................................................................. 23
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 28
8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 36
9 GABARITO .......................................................................................................... 51

Ol‡, meus amigos!

Na œltima aula n—s iniciamos o estudo do crime, seu conceito e


elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato t’pico e a ilicitude.
Hoje, a matŽria Ž hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime,
analisando a culpabilidade e o fen™meno do Erro no Direito Penal.
==ece18==

Bons estudos!
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1! CULPABILIDADE

1.1! Conceito
A culpabilidade nada mais Ž que o ju’zo de reprovabilidade acerca da
conduta do agente, considerando-se suas circunst‰ncias pessoais.1
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato t’pico e
ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo n‹o Ž
o fato, mas o agente. Da’ alguns doutrinadores entenderem que a culpabilidade
n‹o integra o crime (por n‹o estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente).
Entretanto, vamos trabalh‡-la como elemento do crime.

1.2! Teorias
Tr•s teorias existem acerca da culpabilidade:

1.2.1!Teoria psicol—gica
Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade
e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria culp‡vel
se era imput‡vel no momento do crime e se havia agido com dolo ou
culpa. Vejam que essa teoria s— pode ser utilizada por quem adota a teoria
causalista (natural’stica) da conduta (pois o dolo e culpa est‹o na culpabilidade).
Para os que adotam a teoria finalista (nosso C—digo penal), essa teoria acerca da
culpabilidade Ž imposs’vel, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na
conduta, e, portanto, no fato t’pico.

1.2.2!Teoria normativa ou psicol—gico-normativa


Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade
de conduta diversa, que Ž a Òpossibilidade de agir conforme o DireitoÓ e a
consci•ncia da ilicitude (que n‹o est‡ inserida dentro do dolo, na qualidade de
elemento normativo). Para essa teoria, mais evolu’da, ainda que o agente fosse
imput‡vel e tivesse agido com dolo ou culpa, s— seria culp‡vel se no caso concreto
lhe pudesse ser exigido um outro comportamento que n‹o o comportamento
criminoso. Trata-se, portanto, da inclus‹o de elementos normativos ˆ
culpabilidade, que deixa de ser a mera rela•‹o subjetiva do agente com
o fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjuga•‹o do elemento
subjetivo (dolo ou culpa) e do ju’zo de reprova•‹o sobre o agente.2

1
BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 447

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1.2.3!Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura)
Essa j‡ muda de ares. J‡ n‹o mais considera o dolo e culpa como
elementos da culpabilidade, mas do fato t’pico (seguindo a teoria finalista
da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade s‹o: a)
imputabilidade; b) potencial consci•ncia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta
diversa. A potencial consci•ncia da ilicitude seria a an‡lise concreta acerca das
possibilidades que o agente tinha de conhecer o car‡ter il’cito de sua conduta.
Vamos estudar cada um desses elementos mais ˆ frente.
AlŽm disso, o dolo e a culpa passam a integrar o fato t’pico, como dito
anteriormente. PorŽm, o dolo que vai para o fato t’pico Ž o chamado Òdolo
naturalÓ, ou seja, a mera vontade e consci•ncia de praticar a conduta. O dolo
ÒnormativoÓ (consci•ncia POTENCIAL da ilicitude) permanece na culpabilidade.

1.2.4!Teoria limitada da culpabilidade

Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em:


¥! Teoria extremada
¥! Teoria limitada
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande
diferen•a entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as
causas de justifica•‹o (ou de exclus‹o da antijuridicidade), tambŽm conhecidas
como descriminantes putativas.
A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de
justifica•‹o seria equiparado ao erro de proibi•‹o.
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de justifica•‹o
(descriminantes putativas) em:
¥! Erro sobre pressuposto f‡tico da causa de justifica•‹o (ou erro de
fato) Ð Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de
tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).3
¥! Erro sobre a exist•ncia ou limites jur’dicos de uma causa de
justifica•‹o (erro sobre a ilicitude da conduta) Ð Neste caso, tal teoria
defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro
de PROIBI‚ÌO, por se assemelhar ˆ conduta daquele que age consci•ncia
da ilicitude.

Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a


mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser
dispensado ˆs descriminantes putativas.

3
BITENCOURT, Op. cit., p. 508

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TEORIA PSICOLÓGICA

TEORIAS DA TEORIA PSICOLÓGICO-


CULPABILIDADE NORMATIVA

TEORIA EXTREMADA
TEORIA
NORMATIVA
PURA
TEORIA ADOTADA
LIMITADA PELO CP

Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final,


estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO.

1.3! Elementos

1.3.1!Imputabilidade penal
O C—digo Penal n‹o define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve
as hip—teses em que ela n‹o est‡ presente.
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de
entender o car‡ter il’cito da conduta e de comportar-se conforme o Direito.
Existem tr•s sistemas acerca da imputabilidade:
Ø! Biol—gico Ð Basta a exist•ncia de uma doen•a mental ou determinada
idade para que o agente seja inimput‡vel. ƒ adotado no Brasil com
rela•‹o aos menores de 18 anos. Trata-se de critŽrio meramente
biol—gico: Se o agente tem menos de 18 anos, Ž inimput‡vel.
Ø! Psicol—gico Ð S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na an‡lise
do caso concreto.
Ø! Biopsicol—gico Ð Deve haver uma doen•a mental (critŽrio biol—gico,
legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente
era ou n‹o capaz de entender o car‡ter il’cito da conduta e de se
comportar conforme o Direito (critŽrio psicol—gico). Essa foi a teoria
adotada como REGRA pelo nosso C—digo Penal.4

CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento


em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11

4
BITENCOURT, Op. cit., p. 474.

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meses de idade) atira contra B, que fica em coma e s— vem a falecer
quando A j‡ tinha mais de 18 anos, A ser‡ considerado INIMPUTçVEL, pois
no momento do crime (momento da a•‹o ou omiss‹o, art. 4¼ do CP), era
menor de 18 anos (critŽrio puramente biol—gico, adotado como
EXCE‚ÌO no CP).
Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O
sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo j‡ contava com 18 anos.
Neste caso, Marcelo ser‡ considerado IMPUTçVEL, pois no momento do
crime Marcelo era imput‡vel (ainda que n‹o fosse imput‡vel no come•o, a
partir de um dado momento passou a ser imput‡vel, respondendo pelo
delito).

As causas de inimputabilidade est‹o previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP:


Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Redu•‹o de pena
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em
virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado n‹o era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando
sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Emo•‹o e paix‹o
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Os arts. 26 a 28 do CP trazem hip—teses em que a imputabilidade ficar‡


afastada (inimputabilidade penal), bem como hip—teses nas quais ela ficar‡
apenas diminu’da, mas n‹o ser‡ afastada (semi-imputabilidade). AlŽm disso,

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trata de casos em que n‹o ser‡ poss’vel afastar a imputabilidade ou reconhecer
semi-imputabilidade (emo•‹o e paix‹o, por exemplo).
Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes.

1.3.1.1! Menor de 18 anos


Esse Ž um critŽrio meramente biol—gico e taxativo: Se o agente Ž menor
de 18 anos, responde perante o ECA n‹o se aplicando a ele o CP, nos termos do
art. 27 do CP.

1.3.1.2! Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado


No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente
incapaz de entender o car‡ter il’cito da conduta ou se era parcialmente incapaz
disso. No primeiro caso, ser‡ inimput‡vel, ou seja, isento de pena. No segundo
caso, ser‡ semi-imput‡vel, e ser‡ aplicada pena, porŽm, reduzida de um a dois
ter•os.
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este
motivo:
¥! Que o agente possua a doen•a (critŽrio biol—gico)
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)

Por isso se diz que este Ž um critŽrio BIOPSICOLîGICO (pois mescla os


dois critŽrios).
Nos dois casos acima, se o agente for inimput‡vel, exclui-se a culpabilidade
e ele Ž isento de pena. Se for semi-imput‡vel, ser‡ considerado culp‡vel (n‹o se
exclui a culpabilidade), mas sua pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os.
No caso de o agente ser inimput‡vel, por ser menor de 18 anos, n‹o h‡
processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimput‡vel em raz‹o
de doen•a mental ou desenvolvimento incompleto, ser‡ isento de pena
(absolvido), mas o Juiz aplicar‡ uma medida de seguran•a (interna•‹o ou
tratamento ambulatorial). Isso Ž o que se chama de senten•a absolut—ria
impr—pria (Pois, apesar de conter uma absolvi•‹o, contŽm uma espŽcie
de san•‹o penal).
No caso de o agente ser semi-imput‡vel, ele n‹o ser‡ isento de pena!
Ser‡ condenado a uma pena, que ser‡ reduzida. Entretanto, a lei permite que o
Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de
seguran•a (interna•‹o ou tratamento ambulatorial).
⇒! Son‰mbulo pode ser considerado doente mental? Embora n‹o seja
un‰nime, prevalece o entendimento de que a conduta praticada pelo son‰mbulo,
durante o estado de sonambulismo, n‹o configura crime por aus•ncia de

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conduta, j‡ que n‹o h‡ dolo ou culpa. Afasta-se, portanto, o fato t’pico, e
n‹o a culpabilidade.

1.3.1.3! Embriaguez
Segundo o CP, como regra, a embriaguez n‹o Ž uma hip—tese de
inimputabilidade, de forma que o agente responder‡ pelo crime, ou seja, ser‡
considerado IMPUTçVEL. Vejamos:
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Assim, n‹o importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar


embriagado) ou culposa (n‹o queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou
embriagado). O agente, nestes casos, ser‡ considerado imput‡vel.

⇒! Mas, por qual raz‹o o agente Ž considerado imput‡vel (na hip—tese


de embriaguez n‹o acidental), se no momento do fato ele n‹o tinha
discernimento? Trata-se da ado•‹o da chamada ÒTeoria da actio Libera in
causaÓ (a•‹o livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC).
Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imput‡vel mesmo n‹o
tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando
decidiu ingerir a subst‰ncia. Ou seja, apesar de n‹o ter discernimento agora (no
momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua a•‹o
era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou n‹o, a subst‰ncia).

Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental,


ou seja, decorrente de caso fortuito ou for•a maior (E mesmo assim, deve
ser completa e retirar totalmente a capacidade de discernimento do agente).
EXEMPLO: Imaginem que Luciana Ž embriagada por Carlos (que coloca ‡lcool
em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alco—licas e comete
crime. Nesse caso, Poliana poder‡ ser inimput‡vel ou imput‡vel, a depender de
seu n’vel de discernimento quando da pr‡tica da conduta.

⇒! E a embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada Ž aquela na


qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, o
agente n‹o s— quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar o
crime. Tal embriaguez n‹o afeta a imputabilidade do agente, ou seja, o
agente Ž considerado imput‡vel. Trata-se, ainda, de circunst‰ncia agravante
da pena (a pena, portanto, ser‡ aumentada em raz‹o de tal fato).

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Vejamos o seguinte esquema:

SITUAÇÃO CAUSA RESULTADO

VOLUNTÁRIA
(DOLOSA OU IMPUTÁVEL
CULPOSA)

IMPUTÁVEL +
PREORDENADA
AGRAVANTE
EMBRIAGUEZ

COMPLETA INIMPUTÁVEL
ACIDENTAL (CASO
FORTUITO OU
FORÇA MAIOR) IMPUTÁVEL COM
CAUSA DE
PARCIAL DIMINUIÇÃO DE
PENA

Importante destacar que o CP exige que EM RAZÌO da embriaguez


decorrente de caso fortuito ou for•a maior o agente esteja INTEIRAMENTE
INCAPAZ de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
conforme este entendimento.
Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, n‹o ser‡ poss’vel
aplica•‹o de medida de seguran•a, pois essa visa ao tratamento do agente
considerado doente, e que oferece risco ˆ sociedade. No caso da
embriaguez acidental, o agente Ž sadio, tendo ingerido ‡lcool por caso fortuito
ou for•a maior.
⇒! E a embriaguez patol—gica? A embriaguez patol—gica pode excluir a
imputabilidade, desde que se configure como embriaguez verdadeiramente
doentia (n‹o apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o agente ser‡ tratado
como doente mental.

1.3.2!Potencial consci•ncia da ilicitude


A potencial consci•ncia da ilicitude Ž a possibilidade (da’ o termo
ÒpotencialÓ) de o agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter
il’cito do fato5. N‹o se trata do par‰metro do homem mŽdio, mas de uma an‡lise
da pessoa do agente. Assim, aquele que Ž formado em Direito, em tese,

5
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n. Bogot‡,
1996, p. 153

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tem maior potencial consci•ncia da ilicitude que aquele que nunca saiu
de uma aldeia de pescadores e tem pouca instru•‹o. ƒ claro que isso varia
de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns s‹o
do conhecimento geral (homic’dio, roubo), e outros nem todos conhecem
(bigamia, por exemplo).
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente il’cita,
comete erro de proibi•‹o (art. 21 do CP), que veremos mais ˆ frente.

1.3.3!Exigibilidade de conduta diversa


N‹o basta que o agente seja imput‡vel, que tenha potencial conhecimento
da ilicitude do fato, Ž necess‡rio, ainda, que o agente pudesse agir de outro
modo.
EXEMPLO: imagine a situa•‹o de uma m‹e que v• seu filho clamar por comida
e, diante disso, rouba um cesto de p‹es. Nesse caso, a m‹e era maior de idade,
sabia que a conduta era il’cita, mas n‹o se podia exigir que, naquelas
circunst‰ncias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse caso, sua
culpabilidade estaria exclu’da (isso sem comentar o princ’pio da bagatela, que
excluiria a pr—pria tipicidade, por aus•ncia de les‹o tutel‡vel. Mas isso
dependeria da an‡lise de outros fatores do caso concreto).

Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclus‹o da


culpabilidade:
Ø! Coa•‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage
outra a praticar determinado crime, sob a amea•a de lhe fazer
algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabe•a de Poliana
e diz que se ela n‹o atirar em Romeu, matar‡ seu filho, que est‡
sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, n‹o se pode exigir de
Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois est‡ sob amea•a de um
mal grav’ssimo (morte do filho).
Ø! Obedi•ncia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior
hier‡rquico. Cuidado! A ordem n‹o pode ser MANIFESTAMENTE
ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem sabe que est‡ cometendo
uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que
deu a ordem. Se a ordem n‹o Ž manifestamente ilegal aquele que
apenas a cumpriu estar‡ acobertado pela excludente de culpabilidade
da inexigibilidade de conduta diversa.

CUIDADO! Nesse caso (obedi•ncia hier‡rquica), s— se aplica aos


funcion‡rios pœblicos, n‹o aos particulares!

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Com rela•‹o ˆ coa•‹o mora irresist’vel, voc•s podem perceber que eu
coloquei a express‹o ÒMORALÓ em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que
somente a coa•‹o MORAL irresist’vel Ž que exclui a culpabilidade (por
inexigibilidade de conduta diversa).
A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coa•‹o
FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, pois o fato n‹o ser‡ t’pico por
aus•ncia de CONDUTA, j‡ que n‹o h‡ vontade.

2! ERRO
2.1! Erro de tipo essencial
Sabemos que o crime, em seu conceito anal’tico, Ž formado basicamente
por tr•s elementos: fato t’pico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui
Ž irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente ˆ conduta
descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato t’pico e, como
disse, estar‡ presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato t’pico por
equ’voco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado t’pico, mas o
faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo Ž a representa•‹o err™nea da realidade, na qual o
agente acredita n‹o se verificar a presen•a de um dos elementos essenciais que
comp›em o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:
Art. 331 - Desacatar funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun•‹o ou em raz‹o dela:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condi•‹o de funcion‡rio pœblico da
v’tima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre
elemento essencial do tipo penal.

O erro de tipo pode ocorrer, tambŽm, nos crimes omissivos


impr—prios (comissivos por omiss‹o), pois o agente pode desconhecer sua
condi•‹o de garantidor no caso concreto6 (aquele que tem o dever de impedir o
resultado).
EXEMPLO: Imagine que uma m‹e presencie o estupro da pr—pria filha, mas
nada fa•a, por n‹o verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a m‹e incidiu em
erro de tipo, pois errou na representa•‹o da realidade f‡tica acerca de elemento
que constitu’a o tipo penal. Ou seja, n‹o identificou que a v’tima era sua filha,
elemento este que faria surgir seu dever de intervir.

6
BITENCOURT, Op. cit., p. 512

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ATEN‚ÌO! Quando o erro incidir sobre elemento normativo


do tipo7, h‡ diverg•ncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando
de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que n‹o se trata de erro de
tipo, mas de erro de proibi•‹o, pois o agente estaria errando acerca da licitude
do fato8. Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte: Art. 154 - Revelar alguŽm, sem
justa causa, segredo, de que tem ci•ncia em raz‹o de fun•‹o, ministŽrio, of’cio ou profiss‹o,
e cuja revela•‹o possa produzir dano a outrem: Pena - deten•‹o, de tr•s meses a um ano, ou
multa. Nesse caso, o elemento Òsem justa causaÓ Ž elemento normativo do tipo.
Se o mŽdico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que
este poder‡ ajud‡-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando
haver justa causa, quando na verdade o parente Ž um tremendo fofoqueiro que
s— quer difamar o paciente, o mŽdico incorreu em erro de tipo, pois acreditava
estar agindo com justa causa, que n‹o havia. PorŽm, como disse a voc•s, parte
da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibi•‹o. Mas a teoria que
prevalece Ž a de que se trata mesmo de erro de tipo.

O erro de tipo pode ser:


¥! Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a
presen•a do elemento do tipo. Exemplo: ÒAÓ entra numa loja e ao
sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa
id•ntica ˆ sua, e a leva embora. Entretanto, ÒAÓ n‹o sabia que essa
bolsa era de ÒBÓ, que estava olhando revistas distra’da, tendo sua
bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja
pela primeira vez. Nesse caso, ÒAÓ n‹o tinha como imaginar que
alguŽm, em t‹o pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra
pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa id•ntica. Nesse caso, ÒAÓ
incorreu em erro de tipo escus‡vel, pois n‹o poderia, com um
exerc’cio mental razo‡vel, saber que aquela n‹o era sua bolsa.
¥! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o
mental razo‡vel, n‹o ter agido desta forma. Exemplo:
Imaginemos que Marcelo esteja numa reparti•‹o pœblica e acabe por
desacatar funcion‡rio pœblico que l‡ estava. Marcelo n‹o sabia que se
tratava de funcion‡rio pœblico, mas mediante esfor•o mental m’nimo

7
Com rela•‹o a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como Òelementos
normativos especiais da ilicitudeÓ. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que
demandam mero ju’zo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado Ž pœblico,
por exemplo, no crime de falsifica•‹o de documento pœblico). Termos como ÒindevidamenteÓ,
Òsem justa causaÓ, etc., seriam antecipa•‹o da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal.
(BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j‡ que a Doutrina majorit‡ria entende
que tais express›es s‹o elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211.
8
BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515

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poderia ter chegado a esta conclus‹o, analisando a postura da pessoa
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo
incorreu em erro de tipo inescus‡vel, e responderia por crime
culposo, caso houvesse previs‹o de desacato culposo (n‹o h‡).

Assim, lembrem-se:

ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA FÁTICA


DE UM DOS ELEMENTOS QUE
ERRO
COMPÕEM O TIPO PENAL
DE TIPO

Pode ser que se utilize o termo ÒErro sobre elemento constitutivo do


tipo penalÓ. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela n‹o Ž utilizada sempre.

ATEN‚ÌO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de Òerro de tipo


permissivoÓ. O que Ž isso? O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os
pressupostos objetivos de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude).
Assim, o erro de Òtipo permissivoÓ seria, basicamente, uma
descriminante putativa. Fala-se em Òtipo permissivoÓ em raz‹o da teoria dos
elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no come•o do sŽculo
passado. Para esta teoria, as causas de exclus‹o da ilicitude seriam
elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o Òtipo incriminadorÓ
propriamente dito seria a descri•‹o da conduta proibida, as excludentes de
ilicitude corresponderiam a ÒressalvasÓ ˆ ilicitude da conduta. Desta forma, o
que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que
Òmatar alguŽmÓ Ž crime, ele na verdade quer dizer que Òmatar alguŽm Ž crime,
exceto se houver alguma causa de justifica•‹oÓ.
Esta Ž uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso,
o fato Ž que o termo Òerro de tipo permissivoÓ Ž largamente utilizado e,
portanto, digno de nota!

2.2! Erro de tipo acidental


O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro na execu•‹o do fato
criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado9. Pode se
apresentar de diversas formas:

9
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376

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2.2.1!Erro sobre a pessoa (error in persona)
Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por
confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. Neste caso, o erro Ž
irrelevante, pois o agente responde como se tivesse praticado o crime
CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previs‹o est‡ no art. 20, ¤3¡ do CP.
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, n‹o existe falha na
execu•‹o do delito. O erro est‡ em momento anterior (na representa•‹o mental
da v’tima).
Ex.: Jo‹o quer matar seu pai, pois est‡ com raiva em raz‹o da partilha dos
bens de sua m‹e. Jo‹o fica na espreita e, quando v• uma pessoa chegar,
acreditando ser seu pai, mira bem no cr‰nio e lasca um bala•o certeiro, fazendo
com que a v’tima caia desfalecida. Ap—s, verifica que a pessoa n‹o era seu pai,
mas seu irm‹o.
Neste caso o agente responder‡ como se tivesse praticado o delito contra
seu pai (pessoa visada) e n‹o pelo homic’dio contra seu irm‹o. Trata-se da teoria
da equival•ncia.

2.2.2!Erro sobre o nexo causal


No erro sobre o nexo causal o agente alcan•a o resultado efetivamente
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o agente
planejou. Pode ser de duas espŽcies:

2.2.2.1! Erro sobre o nexo causal em sentido estrito


Aqui o agente, com um s— ato, provoca o resultado pretendido (mas com
nexo causal diferente).
Ex.: JosŽ dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em raz‹o
dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento.
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por
afogamento).10

2.2.2.2! Dolo geral ou aberratio causae


Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. ƒ o engano
no que se refere ao meio de execu•‹o do delito. Ocorre quando o agente,
acreditando j‡ ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final
verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a v’tima, visando sua morte. Acreditando que a
v’tima j‡ morreu, atira o corpo num rio, visando sua oculta•‹o. Mais tarde,

10
Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador,
2015, p. 380

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descobre-se que esta œltima conduta foi a que causou a morte da v’tima, por
afogamento, pois ainda estava viva.
Embora, tenhamos dois crimes (um homic’dio doloso tentado na primeira
conduta e um homic’dio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina
majorit‡ria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo
crime originalmente previsto (homic’dio doloso consumado11), tendo sido
adotada a TEORIA UNITçRIA (ou princ’pio unit‡rio).12
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o
efetivamente ocorrido? Embora n‹o haja unanimidade, prevalece o
entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente
ocorrido (e n‹o pelo pretendido).13

2.2.3!Erro na execu•‹o (aberratio ictus)


Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, n‹o por
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que
o agente, tentando acertar ÒAÓ, erre o tiro e acaba acertando ÒBÓ. No erro sobre
a pessoa o agente n‹o Òerra o alvoÓ, ele Òacerta o alvoÓ, mas o alvo foi confundido.
SÌO COISAS DIFERENTES!
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execu•‹o do
delito (n‹o houve m‡ execu•‹o pelo infrator, mas mero acidente).

Ex.: JosŽ deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as
manh‹s para ir ao trabalho, coloca uma bomba no ve’culo, que ser‡ acionada
assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, n‹o usa o carro naquele
dia, e quem acaba ligando o ve’culo Ž seu marido, que vem a falecer em raz‹o
da bomba. Vejam que, aqui, o agente n‹o errou na hora de executar o ato
criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em raz‹o de acidente no curso
da empreitada criminosa.

Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo
crime originalmente pretendido. Esta Ž a previs‹o do art. 73 do CP14.

11
GRECO, RogŽrio. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niter—i-RJ, 2015, p. 360
12
Doutrina minorit‡ria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois
crimes em concurso: homic’dio doloso tentado (primeira conduta) + homic’dio culposo
consumado (segunda conduta). Trata-se da ado•‹o da teoria do desdobramento.
13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p.
380/381

14
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execu•‹o, o agente, ao invŽs de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no ¤ 3¼ do art. 20 deste C—digo. No caso de ser
tambŽm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
C—digo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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No que tange ˆs consequ•ncias, o erro na execu•‹o pode ser de duas ordens:

2.2.3.1! Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de


resultado œnico)
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso,
responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e n‹o aquela efetivamente
atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra
o alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, JosŽ responde pela les‹o corporal
praticada. Todavia, devemos levar em considera•‹o as condi•›es pessoais de
Maria, n‹o as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a m‹e de
JosŽ, JosŽ ter‡ sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61,
II, ÒeÓ do CP), mesmo n‹o tendo atingido Maria.

2.2.3.2! Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de


resultado duplo)
O agente atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em
CONCURSO FORMAL.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, alŽm
de acertar Maria, a pedra acaba acertando tambŽm Paulo, que passava na hora.
Neste caso, JosŽ responde pelos dois crimes.

2.2.4!Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou


aberratio criminis)
Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na
execu•‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela•‹o de pessoa x coisa
(ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus h‡ uma rela•‹o de pessoa x pessoa.
Pode ser de duas espŽcies:

2.2.4.1! Com unidade simples


O agente atinge apenas o resultado NÌO PRETENDIDO. O agente responde
apenas por um delito, da seguinte forma:
§! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ pessoa
(tentativa de homic’dio ou les›es corporais).

Ex.: JosŽ atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execu•‹o e
acaba por atingir uma planta. Neste caso, JosŽ responde apenas pela tentativa
de homic’dio.

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§! Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado
ocorrido em rela•‹o ˆ pessoa.

Ex.: Imagine que alguŽm atire uma pedra num ve’culo parado, com o dolo de
danific‡-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e atinge o dono,
que estava perto, causando-lhe a morte (art. 121, ¤3¼ do CP). Nesse caso, o
agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responder‡
apenas pelo crime praticado efetivamente (homic’dio culposo).

2.2.4.2! Com unidade complexa


O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa)
n‹o pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execu•‹o:
atingindo ambos os bens jur’dicos (o pretendido e o n‹o pretendido) responder‡
por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).15

CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (les›es corporais, por


exemplo) e, alŽm de atingir a pessoa visada, acaba tambŽm quebrando uma
vidra•a, ele NÌO responde por les›es corporais dolosas + dano culposo, pois
NÌO Hç CRIME DE DANO CULPOSO.

2.2.5!Erro sobre o objeto (error in objecto)


Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto
material do delito.
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra ˆ noite na
resid•ncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com
a obra pretendida.
O CP n‹o previu esta hip—tese de erro, mas diante de sua possibilidade f‡tica,
a Doutrina se debru•ou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto,
n‹o h‡ qualquer relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem
como n‹o se afasta a culpabilidade. O agente responder‡ pelo delito.
Mas qual delito? Neste caso, h‡ diverg•ncia doutrin‡ria. A doutrina
majorit‡ria, porŽm, sustenta que o agente deve responder pela conduta
efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no
exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e
n‹o pelo furto da obra de arte valiosa).

15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379

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2.3! Erro determinado por terceiro
No erro de tipo o agente comete o erro ÒsozinhoÓ, ou seja, n‹o Ž induzido a
erro por ninguŽm. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o
agente erra porque alguŽm o induz a isso.
Neste caso, s— responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se
que h‡, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato
(agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que
comete o erro) como mero instrumento para seu intento criminoso.

Ex.: Determinado mŽdico, querendo a morte do paciente, entrega ˆ enfermeira


(dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente,
alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata,
confiando no mŽdico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso,
somente o mŽdico (aquele que provocou o erro) responde pelo homic’dio (neste
caso, doloso).
A enfermeira, em regra, n‹o responde por crime algum, salvo se ficar
demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas
condi•›es de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das
inten•›es do mŽdico, etc.).

2.4! Erro de proibi•‹o


A culpabilidade (terceiro elemento do conceito anal’tico de crime) Ž formada
por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIæNCIA DA
ILICITUDE.
A POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE Ž a possibilidade de o
agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. N‹o
se trata do par‰metro do homem mŽdio, MAS DE UMA ANçLISE DA PESSOA
DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž il’cita, comete
ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP).
O erro de proibi•‹o pode ser:
Ø! Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, naquele caso
concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao Direito. Nesse caso,
exclui-se a culpabilidade e o agente Ž isento de pena.
Ø! Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ proibi•‹o da
conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante algum
esfor•o, entender que se tratava de conduta il’cita. Assim, permanece
a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminu’da de um
sexto a um ter•o (conforme o grau de possibilidade de conhecimento
da ilicitude).

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EXEMPLO: Um cidad‹o, l‡ do interior, encontra um bem (rel—gio de ouro, por
exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta Ž
crime, previsto no CP (apropria•‹o de coisa achada). Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre: (...)
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro
no prazo de 15 (quinze) dias.

Percebam que atŽ mesmo uma pessoa de razo‡vel intelecto Ž capaz de n‹o
conhecer a ilicitude desta conduta16. Assim, o agente, diferentemente do que
ocorre no erro de tipo, REPRESENTAePERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe
que a coisa n‹o Ž sua, Ž uma coisa que foi perdida por alguŽm), mas ACREDITA
QUE A CONDUTA ƒ LêCITA.
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o rel—gio, na
verdade, soubesse que n‹o podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse
que o rel—gio era um rel—gio que ele tinha perdido horas antes (quando, na
verdade, era o rel—gio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que n‹o
podia praticar a conduta de Òse apropriar de coisa alheia perdidaÓ (N‹o h‡,
portanto, erro de proibi•‹o), mas acreditou que a coisa n‹o era ÒalheiaÓ,
achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferen•a?

Agente comete o fato criminoso POR


ACHAR QUE A CONDUTA NÃO É
ERRO DE
PROIBIDA PROIBIÇÃO

O erro de proibi•‹o pode ser direto (que Ž a hip—tese mencionada) ou


indireto. O erro de proibi•‹o indireto ocorre quando o agente atua
acreditando que existe uma causa de justifica•‹o que o ampare. Contudo,
n‹o confundam o erro de proibi•‹o indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos

16
N‹o se exige que o agente conhe•a EXATAMENTE a tipifica•‹o penal de sua conduta, bastando
que ele saiba que sua conduta Ž il’cita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que
sabe ser il’cita (embora n‹o saiba a qual crime se refere), NÌO Hç ERRO DE PROIBI‚ÌO. Haveria,
aqui, o que se chama de Òerro de subsun•‹oÓ, que Ž irrelevante para fins de determina•‹o da
responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque n‹o se exige do agente que saiba
EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua conduta. Basta que se verifique ser poss’vel ao
agente, de acordo com suas caracter’sticas pessoas e sociais, saber que sua conduta Ž il’cita (Isso
Ž o que se chama de VALORA‚ÌO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO).

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se referem ˆ exist•ncia de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude),
mas h‡ uma diferen•a fundamental entre eles:
¥! Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a
causa de justifica•‹o e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: JosŽ
atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um
ladr‹o (acreditava que as circunst‰ncias f‡ticas autorizariam agir em
leg’tima defesa).
¥! Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de
justifica•‹o) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a
exist•ncia e/ou limites de uma causa de justifica•‹o em abstrato. Erro,
portanto, sobre o ordenamento jur’dico17. Ex.: JosŽ encontra-se num
barco que est‡ a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de
dois botes, um para se salvarc e outro para salvar seus bens. Contudo,
Marcelo tambŽm est‡ no barco e precisa salvar sua vida. JosŽ, no
entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, j‡
que tinha a inten•‹o de utiliz‡-lo para proteger seus bens. Neste caso,
JosŽ n‹o representou erroneamente a realidade f‡tica (sabia
exatamente o que estava se passando). JosŽ, conduta, errou quanto
aos limites da causa de justifica•‹o (estado de necessidade), que n‹o
autoriza o sacrif’cio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger
um bem menor (pertences de JosŽ).

2.5! Descriminante putativa x delito putativo


N‹o se deve confundir descriminante putativa com delito putativo.
As descriminantes putativas s‹o quaisquer situa•›es nas quais o agente
incida em erro por acreditar que est‡ presente uma situa•‹o que, se de fato
existisse, tornaria sua a•‹o leg’tima (a doutrina majorit‡ria limita estes casos ˆs
excludentes de ilicitude).
EXEMPLO: Imagine que o agente est‡ numa casa de festas e ou•a gritos de
ÒfogoÓ! Supondo haver um inc•ndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem
est‡ na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo n‹o passava de um trote.
Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, Ž claro), para se salvar,
supondo haver uma situa•‹o que, se existisse (inc•ndio) justificaria a sua conduta
(estado de necessidade). Dessa forma, h‡ uma descriminante putativa por estado
de necessidade putativo (descriminante putativa).

No delito putativo acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de


tipo, no erro de proibi•‹o e nas descriminantes putativas (seja de que natureza

17
BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525

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forem). O agente acredita que est‡ cometendo o crime, quando, na verdade,
est‡ cometendo um INDIFERENTE PENAL.
EXEMPLO: Um cidad‹o, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,
causando danos no ve’culo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele
acredita que est‡ cometendo crime de DANO CULPOSO, mas n‹o sabe que o
CRIME DE DANO CULPOSO NÌO EXISTE. Portanto, h‡, aqui, DELITO
PUTATIVO.

DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO


DESCRIMINANTES Agente acredita n‹o estar cometendo crime
PUTATIVAS algum, por incidir em erro. Contudo, est‡
praticando uma conduta t’pica e il’cita.
DELITO PUTATIVO eAgente comete um INDIFERENTE
PENAL, mas acredita estar praticando
crime.

3! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


CîDIGO PENAL
Ä Arts. 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal:
Inimput‡veis
Art. 26 - ƒ isento de pena o agente que, por doen•a mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Redu•‹o de pena
Par‡grafo œnico - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, em
virtude de perturba•‹o de saœde mental ou por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado n‹o era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s‹o penalmente inimput‡veis, ficando
sujeitos ˆs normas estabelecidas na legisla•‹o especial. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Emo•‹o e paix‹o
Art. 28 - N‹o excluem a imputabilidade penal: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - a emo•‹o ou a paix‹o; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, volunt‡ria ou culposa, pelo ‡lcool ou subst‰ncia de efeitos
an‡logos.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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¤ 1¼ - ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz
de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A pena pode ser reduzida de um a dois ter•os, se o agente, por embriaguez,
proveniente de caso fortuito ou for•a maior, n‹o possu’a, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, a plena capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984);

Ä Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas):


Erro sobre elementos do tipo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
1
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias,
sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 3¼ - O erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta de pena.
N‹o se consideram, neste caso, as condi•›es ou qualidades da v’tima, sen‹o as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Considera-se evit‡vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou
atingir essa consci•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

4! SòMULAS PERTINENTES

4.1! Sœmulas do STJ


Ä Sœmula 74 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que o
reconhecimento da menoridade penal depende de prova por documento h‡bil
(certid‹o de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma vez reconhecida a
menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao
regramento especial do ECA.

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Sœmula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE
DO REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HçBIL.

5! JURISPRUDæNCIA CORRELATA

Ä STJ - RESP 1544952 Ð O STJ decidiu no sentido de que a mera condi•‹o de


ind’gena (ainda que n‹o integrado ˆ sociedade) n‹o configura, por si s—,
hip—tese de exclus‹o da culpabilidade por aus•ncia de potencial consci•ncia da
ilicitude, o que deve ser avaliado caso a caso:
(...) 2. A isen•‹o da pena, prevista no art. 21 do CP, depende da demonstra•‹o de
que, apesar de o autor saber o que faz, sup›e que a conduta seja permitida.
A condi•‹o de ind’gena n‹o pressup›e tratar-se de hip—tese de erro de
proibi•‹o, prescindindo de elementos que indiquem a falta de consci•ncia da
ilicitude. Excludente n‹o configurada na espŽcie.
8
(STJ - RECURSO ESPECIAL N¼ 1.544.952 - PE (2015/0180332-0 Ð Pub. 30/09/2015).

Ä STF - RHC 79788 Ð O STF possui alguns julgados no sentido de ser poss’vel
o reconhecimento da ocorr•ncia de erro de tipo em rela•‹o ao crime de estupro
de vulner‡vel, quando a v’tima claramente aparenta ter bem mais que 14 anos:
(...) O erro quanto ˆ idade da ofendida Ž o que a doutrina chama de erro de tipo, ou
seja o erro quanto a um dos elementos integrantes do erro do tipo. A jurisprud•ncia
do tribunal reconhece a atipicidade do fato somente quando se demonstra
que a ofendida aparenta ter idade superior a 14 (quatorze) anos. Precedentes.
No caso, era do conhecimento do rŽu que a ofendida tinha 12 (doze) anos de idade.
3. Tratando-se de menor de 14 (quatorze) anos, a viol•ncia, como elemento do tipo,
Ž presumida. Eventual experi•ncia anterior da ofendida n‹o tem for•a para
descaracterizar essa presun•‹o legal. Precedentes. Ademais, a demonstra•‹o de
comportamento desregrado de uma menina de 12 (doze) anos implica em revolver o
contexto probat—rio. Invi‡vel em Habeas. 4. O casamento da ofendida com terceiro,
no curso da a•‹o penal, Ž causa de extin•‹o da punibilidade (CP, art. 107, VIII). Por
analogia, poder-se-ia admitir, tambŽm, o concubinato da ofendida com terceiro.
Entretanto, tal alega•‹o deve ser feita antes do tr‰nsito em julgado da decis‹o
condenat—ria. O recorrente s— fez ap—s o tr‰nsito em julgado. Negado provimento ao
recurso.
(RHC 79788, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em
02/05/2000, DJ 17-08-2001 PP-00052 EMENT VOL-02039-01 PP-00142)

6! RESUMO

CULPABILIDADE
CONCEITO - Ju’zo de reprovabilidade acerca da conduta do agente,
considerando-se suas circunst‰ncias pessoais.
TEORIAS

TEORIAS ACERCA DA CULPABILIDADE

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PSICOLîGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa

PSICOLîGICO- Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + culpa +


NORMATIVA dolo natural (consci•ncia e vontade) + dolo normativo
(consci•ncia da ilicitude)
EXTREMADA Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + dolo
normativo (POTENCIAL consci•ncia da ilicitude)18
LIMITADA Mesmos elementos da teoria ADOTADA PELO CP
extremada + diverg•ncia quanto ao
tratamento das descriminantes
putativas decorrentes de erro sobre
pressupostos f‡ticos (entende que
devem ser tratadas como erro de
tipo, e n‹o erro de proibi•‹o).

ELEMENTOS
IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o car‡ter il’cito da conduta
e de comportar-se conforme o Direito.
CritŽrios para aferi•‹o da imputabilidade:

CRITƒRIOS PARA AFERI‚ÌO DA IMPUTABILIDADE


BIOLîGIO Basta a exist•ncia de uma caracter’stica biol—gica
(doen•a mental ou determinada idade) para que o
agente seja inimput‡vel.
OBS.: Adotado pelo CP em rela•‹o ˆ inimputabilidade
por menoridade penal.
PSICOLîGICO S— se pode aferir a imputabilidade (ou n‹o), na an‡lise
do caso concreto (se o agente tinha discernimento).
BIOPSICOLîGICO Conjuga a presen•a de um elemento biol—gico (doen•a
mental ou idade) com a necessidade de se avaliar se o
agente, no caso concreto, tinha discernimento.
OBS.: Adotado pelo CP em rela•‹o ˆ inimputabilidade
por doen•a mental e embriaguez decorrente de caso
fortuito ou for•a maior.
OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade Ž aferida no momento do fato
criminoso.

18
O dolo natural (a mera vontade e consci•ncia de praticar a conduta definida como crime) migra,
portanto, para o fato t’pico, como elemento integrante da conduta.

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Causas de inimputabilidade penal (exclus‹o da imputabilidade)
Menoridade penal Ð S‹o inimput‡veis os menores de 18 anos (critŽrio
biol—gico)
Doen•a mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado Ð
Requisitos:
¥! Que o agente possua a doen•a (critŽrio biol—gico)
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)
Obs.: Se, em decorr•ncia da doen•a, o agente tinha discernimento PARCIAL
(semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTO DE PENA (n‹o afasta a imputabilidade).
Neste caso, h‡ redu•‹o de pena (um a dois ter•os).

Embriaguez Ð Requisitos:
¥! Que o agente esteja completamente embriagado (critŽrio
biol—gico)
¥! Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou for•a
maior
¥! Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o car‡ter
il’cito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se
conforme este entendimento (critŽrio psicol—gico)
Obs.: Se, em decorr•ncia da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL
(semi-imputabilidade), NÌO ƒ ISENTO DE PENA (n‹o afasta a imputabilidade).
Neste caso, h‡ redu•‹o de pena (um a dois ter•os).

Esquema:

MENORIDADE MENORES DE
PENAL 18 ANOS INIMPUTÁVEIS

SEM
DISCERNIMENTO INIMPUTÁVEL
DOENÇA ALGUM
MENTAL DISCERNIMENTO REDUÇÃO DE PENA (UM A
CAUSAS DE
INIMPUTABILIDADE PARCIAL DOIS TERÇOS)
VOLUNTÁRIA
NÃO AFASTA A
(DOLOSA OU
IMPUTABILIDADE
CULPOSA)
SEM
EMBRIAGUEZ ACIDENTAL DISCERNIMENTO INIMPUTÁVEL
(CASO ALGUM
FORTUITO
OU FORÇA REDUÇÃO DE PENA
DISCERNIMENTO
MAIOR) (UM A DOIS
PARCIAL
TERÇOS)

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POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de
acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. Quando o
agente atua acreditando que sua conduta n‹o Ž penalmente il’cita, comete erro
de proibi•‹o.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - N‹o basta que o agente seja


imput‡vel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, Ž necess‡rio,
ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. N‹o havendo tal elemento,
afastada est‡ a culpabilidade. Exemplos:
§! Coa•‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage outra a
praticar determinado crime, sob a amea•a de lhe fazer algum mal
grave. Obs.: A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE.
A coa•‹o FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, por aus•ncia de
vontade (aus•ncia de conduta).
§! Obedi•ncia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em cumprimento
a uma ordem n‹o manifestamente ilegal proferida por um superior
hier‡rquico. Obs.: prevalece que s— se aplica aos funcion‡rios pœblicos.

ERRO
ERRO DE TIPO ESSENCIAL Ð O agente pratica um fato considerado t’pico, mas
o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. ƒ a representa•‹o
err™nea da realidade. O erro de tipo pode ser:
§! Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a presen•a
do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condi•›es, cometeria
o mesmo erro.
§! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento
essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o mental razo‡vel, n‹o
ter agido desta forma.

OBS.: Erro de tipo permissivo - O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os


pressupostos objetivos de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude).

ERRO DE TIPO ACIDENTAL - O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro
na execu•‹o do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o
resultado. Pode ser:

Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato contra
pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria
ser o alvo do delito. N‹o existe falha na execu•‹o, mas na escolha da v’tima.
CONSEQUæNCIA - O agente responde como se tivesse praticado o crime
CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da equival•ncia).

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Erro sobre o nexo causal - O agente alcan•a o resultado efetivamente
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o agente
planejou. Pode ser de duas espŽcies:
§! Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um s— ato, provoca
o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente).
§! Dolo geral ou aberratio causae Ð TambŽm chamado de DOLO GERAL
OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando j‡ ter ocorrido o
resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este œltimo
foi o que provocou o resultado. CONSEQUæNCIA: Responde por apenas
um crime (h‡ posi•›es em contr‡rio), pelo crime originalmente previsto
(TEORIA UNITçRIA ou princ’pio unit‡rio). Responde, ainda, de acordo
com o nexo causal efetivamente ocorrido.

Erro na execu•‹o (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa


daquela que fora visada, n‹o por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE
EXECUTAR O DELITO. Pode ser de duas espŽcies:
§! Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de
resultado œnico ou em sentido estrito) - O agente atinge somente a
pessoa diversa daquela visada.
§! Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de
resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente atinge a v’tima n‹o
visada, mas atinge tambŽm a v’tima originalmente pretendida. Nesse caso,
responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL.

Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti


ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por
acidente ou erro na execu•‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela•‹o de
pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de duas espŽcies:
§! Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NÌO
PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma:
Ø! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ
pessoa (tentativa de homic’dio ou les›es corporais).
Ø! Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado
ocorrido em rela•‹o ˆ pessoa.

§! Com unidade complexa - O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa)


quanto a coisa (ou pessoa) n‹o pretendida. Responder‡ por AMBOS OS
CRIMES, em CONCURSO FORMAL.

Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a
COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que n‹o h‡ qualquer
relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como n‹o se
afasta a culpabilidade. CONSEQUæNCIA: A doutrina majorit‡ria (h‡ diverg•ncia)

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sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada
(independentemente da coisa visada).

ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou provocado)


por terceiro o agente erra porque alguŽm o induz a isso. S— responde pelo delito
aquele que provoca o erro (modalidade de autoria mediata).

ERRO DE PROIBI‚ÌO - Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o
Ž il’cita, comete ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP). O erro de proibi•‹o pode
ser:
§! Escus‡vel Ð Qualquer pessoa, nas mesmas condi•›es, cometeria o mesmo
erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena).
§! Inescus‡vel Ð O erro n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante
algum esfor•o, entender que se tratava de conduta penalmente il’cita. N‹o
afasta a culpabilidade. H‡ diminui•‹o de pena de um sexto a um
ter•o.

OBS.: Erro de proibi•‹o indireto - ocorre quando o agente atua acreditando


que existe uma causa de justifica•‹o que o ampare. Diferen•a entre erro de
proibi•‹o indireto e erro de tipo permissivo:
§! Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a causa
de justifica•‹o e, portanto, sua conduta seria justa.
§! Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que existe, EM
ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justifica•‹o) que autorize sua
conduta. Trata-se de erro sobre a exist•ncia e/ou limites de uma
causa de justifica•‹o em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento
jur’dico (erro normativo).
____________
Bons estudos!
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7! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (CESPE Ð 2017 Ð PM-AL Ð SOLDADO)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, do crime e da imputabilidade penal, julgue
o item a seguir.
Situa•‹o hipotŽtica: Um indiv’duo que, ao tempo que praticou a•‹o ou omiss‹o,
era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato. Posteriormente veio
a ser afetado por doen•a mental. Assertiva: Nesse caso, esse indiv’duo Ž isento
de pena.

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02.! (CESPE Ð 2017 Ð TRF1 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO Ð çREA
ADMINISTRATIVA)
JosŽ, com vinte anos de idade, e seu primo, Pedro, de quinze anos de idade,
sa’ram para conversar em um bar. JosŽ, que estava ingerindo bebida alco—lica,
ficou muito b•bado rapidamente em raz‹o do efeito colateral provocado por
medicamento de que fazia uso. Pedro, percebendo o estado de embriaguez do
primo, fez que este praticasse um ato que sabia ser tipificado como delituoso.
A respeito dessa situa•‹o hipotŽtica e considerando o concurso de pessoas e a
imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
JosŽ n‹o poder‡ ser punido pelo crime que cometeu porque se encontrava em
estado em embriaguez decorrente de caso fortuito, hip—tese de isen•‹o de pena.

03.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS)
Constitui causa que exclui a imputabilidade a
A) embriaguez preordenada completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
B) embriaguez acidental completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
C) embriaguez culposa completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
D) emo•‹o.
E) paix‹o.

04.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade s‹o causas excludentes
de ilicitude.

05.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


O erro de proibi•‹o Ž causa excludente de ilicitude.

06.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


H‡ excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, leg’tima defesa,
em estrito cumprimento do dever legal ou no exerc’cio regular do direito.

07.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade s‹o causas excludentes
de tipicidade.

08.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A embriaguez, quando culposa, Ž causa excludente de imputabilidade.

09.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)

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A emo•‹o e a paix‹o s‹o causas excludentes de imputabilidade, como pode
ocorrer nos chamados crimes passionais.

10.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A embriaguez n‹o exclui a imputabilidade, mesmo quando o agente se embriaga
completamente em raz‹o de caso fortuito ou for•a maior.

11.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


S‹o inimput‡veis os menores de dezoito anos de idade, ficando eles, no entanto,
sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou) outras medidas
previstas no ECA.

12.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


S‹o inimput‡veis os menores de vinte e um anos de idade, ficando eles, no
entanto, sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou) outras
medidas previstas no ECA.

13.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, namorado de Maria e por ela apaixonado, n‹o aceitou
a proposta dela de romper o compromisso afetivo porque ela iria estudar fora do
pa’s, e resolveu mant•-la em c‡rcere privado. Assertiva: Nessa situa•‹o, a
atitude de Jo‹o enseja o reconhecimento da inimputabilidade, j‡ que o seu estado
ps’quico foi abalado pela paix‹o.

14.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Na situa•‹o em que o agente, com o fim prec’puo de cometer um roubo,
embriaga-se para ter coragem suficiente para a execu•‹o do ato, n‹o se aplica a
teoria da actio libera in causa ou da a•‹o livre na causa.

15.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Elizeu ingeriu, sem saber, bebida alco—lica, pensando tratar-
se de medicamento que costumava guardar em uma garrafa, e perdeu totalmente
sua capacidade de entendimento e de autodetermina•‹o. Em seguida, entrou em
uma farm‡cia e praticou um furto. Assertiva: Nesse caso, Elizeu ser‡ isento de
pena, por estar configurada a sua inimputabilidade.

16.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Paulo foi obrigado a ingerir ‡lcool por coa•‹o f’sica e moral
irresist’vel, o que afetou parcialmente o controle sobre suas a•›es e o levou a
esfaquear um antigo desafeto. Assertiva: Nesse caso, a retirada parcial da
capacidade de entendimento e de autodetermina•‹o de Paulo n‹o enseja a
redu•‹o da sua pena no caso de eventual condena•‹o.

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DIREITO PENAL P/ PC-DF (2018) Ð AGENTE
Teoria e quest›es
Aula 03 Ð Prof. Renan Araujo

17.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Em uma festa de anivers‡rio, Elias, no intuito de perder a
inibi•‹o e conquistar Maria, se embriagou e, devido ao seu estado, provocado
pela imprud•ncia na ingest‹o da bebida, agrediu fisicamente o aniversariante.
Assertiva: Nessa situa•‹o, Elias n‹o ser‡ punido pelo crime de les›es corporais
por aus•ncia total de sua capacidade de entendimento e de autodetermina•‹o.

18.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, em estado de embriaguez volunt‡ria, motivado por
ciœme de sua ex-mulher, matou Paulo. Assertiva: Nessa situa•‹o, o fato de Jo‹o
estar embriagado afasta o reconhecimento da motiva•‹o fœtil, haja vista que a
embriaguez reduziu a capacidade de entender o car‡ter il’cito de sua conduta.

19.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


S‹o excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, coa•‹o f’sica irresist’vel e
obedi•ncia hier‡rquica de ordem n‹o manifestamente ilegal.

20.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


Se ordem n‹o manifestamente ilegal for cumprida por subordinado e resultar em
crime, apenas o superior responder‡ como autor mediato, ficando o subordinado
isento por inexigibilidade de conduta diversa.

21.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


Emo•‹o e paix‹o s‹o causas excludentes de culpabilidade.

22.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de culpa
ou de caso fortuito, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, era parcialmente incapaz
de entender o car‡ter il’cito desse fato ou de determinar-se conforme esse
entendimento.

23.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Os elementos imputabilidade, potencial consci•ncia da ilicitude, inexigibilidade de
conduta diversa e punibilidade s‹o requisitos da culpabilidade penal.

24.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


A coa•‹o f’sica e a coa•‹o moral irresist’vel excluem a conduta do agente, pois
eliminam totalmente a vontade pelo emprego da for•a, de modo que o fato passa
a ser at’pico.

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25.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


ƒ considerado erro evit‡vel, capaz de reduzir a pena, aquele em que o agente
atue ou se omita sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel,
nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.

26.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Ser‡ isento de pena o agente que, por embriaguez habitual, n‹o for capaz de
entender o car‡ter il’cito do fato.

27.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Para definir a maioridade penal, a legisla•‹o brasileira seguiu o sistema
biopsicol—gico, ignorando o desenvolvimento mental do menor de dezoito anos
de idade.

28.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


A embriaguez n‹o acidental e culposa exclui a imputabilidade no caso de ser
completa.

29.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Os menores de dezoito anos de idade, por presun•‹o legal, s‹o considerados
inimput‡veis somente nos casos de possu’rem plena capacidade de entender a
ilicitude do fato.

30.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Se a embriaguez acidental for completa, acarretar‡ a irresponsabilidade penal.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA Ð PSIQUIATRIA)


Para a avalia•‹o da imputabilidade penal, o C—digo Penal brasileiro adota o
critŽrio biopsicol—gico. No que se refere ˆ imputabilidade penal, julgue o item a
seguir.
A avalia•‹o da imputabilidade Ž sempre retroativa.

32.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA Ð PSIQUIATRIA)


Para a avalia•‹o da imputabilidade penal, o C—digo Penal brasileiro adota o
critŽrio biopsicol—gico. No que se refere ˆ imputabilidade penal, julgue o item a
seguir.

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De acordo com o C—digo Penal brasileiro, a paix‹o pode levar a uma priva•‹o de
sentidos, o que resulta no abolimento da faculdade de apreciar a criminalidade
do fato e de determinar-se de acordo com essa aprecia•‹o.

33.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð JUIZ Ð ADPTADA)


Caso um indiv’duo tenha-se embriagado, preordenadamente, a fim de praticar
crime e, ap—s a pr‡tica do delito, tenha sido constatado que ele estava ainda
completamente embriagado, ficar‡ exclu’da a imputabilidade penal desse
indiv’duo.

34.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


O erro de proibi•‹o pode incidir sobre a exist•ncia e a validade da lei penal, mas
n‹o sobre sua interpreta•‹o

35.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


Segundo a doutrina majorit‡ria, para o reconhecimento da obedi•ncia
hier‡rquica, causa excludente da culpabilidade, n‹o Ž exigida comprova•‹o da
rela•‹o de direito pœblico entre coator e coato.

36.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


Se A desejando matar B, atinge mortalmente C, A dever‡ responder, de acordo
com a teoria da concretiza•‹o, por tentativa de homic’dio contra B e por homic’dio
imprudente contra C.

37.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA)


Julgue os seguintes itens, referentes ˆ tipicidade, ˆ antijuridicidade e ˆ
culpabilidade.
Ser‡ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito, culpa ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente
incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.

38.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA)


Julgue os seguintes itens, referentes ˆ tipicidade, ˆ antijuridicidade e ˆ
culpabilidade.
Em conson‰ncia com a Constitui•‹o Federal de 1988 (CF), s‹o penalmente
inimput‡veis os indiv’duos que tenham menos de dezoito anos de idade, exceto
quanto aos crimes previstos na legisla•‹o especial, podendo esta prever a
redu•‹o da maioridade penal.

39.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)

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A inimputabilidade penal, se for devidamente comprovada, resultar‡ sempre em
redu•‹o da pena, de um a dois ter•os, independentemente do crime praticado.

40.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


A emo•‹o, a paix‹o e a embriaguez culposa podem, em circunst‰ncias especiais,
excluir a imputabilidade penal.

41.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)


Crime imposs’vel e delito putativo s‹o considerados pela doutrina como
express›es sin™nimas.

42.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)


De acordo com o entendimento do STJ, aquele que pratica um crime no mesmo
dia em que tenha completado dezoito anos Ž considerado inimput‡vel.

43.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)


A coa•‹o f’sica irresist’vel Ž capaz de excluir a culpabilidade pelo cometimento de
um crime.

44.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE Ð TƒCNICO)


A respeito do princ’pio da legalidade, da rela•‹o de causalidade, dos crimes
consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes.
ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez volunt‡ria completa, era, ao
tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito
do fato.

45.! (CESPE - 2015 - TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a seguir.
A embriaguez completa, culposa por imprud•ncia ou neglig•ncia Ñ aquela que
resulta na perda da capacidade do agente de entender o car‡ter il’cito de sua
conduta Ñ, no momento da pr‡tica delituosa, n‹o afasta a culpabilidade.

46.! (CESPE - 2015 - TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a seguir.
A doen•a mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por si s—,
afastam por completo a responsabilidade penal do agente.

47.! (CESPE Ð 2015 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Acerca da aplica•‹o da lei penal, do conceito anal’tico de crime, da exclus‹o de
ilicitude e da imputabilidade penal, julgue o item que se segue.

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Teoria e quest›es
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O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplica•‹o cumulada de pena e
medida de seguran•a a agente semi-imput‡vel e exige do juiz a decis‹o, no
momento de prolatar sua senten•a, entre a aplica•‹o de uma pena com redu•‹o
de um a dois ter•os ou a aplica•‹o de medida de seguran•a, de acordo com o
que for mais adequado ao caso concreto.

48.! (CESPE Ð 2015 Ð TCE-RN Ð ASSESSOR TƒCNICO)


Com rela•‹o ˆ teoria do crime e culpabilidade penal, julgue o seguinte item.
Situa•‹o hipotŽtica: Carlos, indiv’duo perfeitamente saud‡vel, se embriagou
voluntariamente em virtude da celebra•‹o de seu anivers‡rio e, sob essa
condi•‹o, causou les‹o grave a Daniel, seu primo. Assertiva: Nessa situa•‹o, se
for condenado, Carlos poder‡ ter a pena atenuada ou substitu’da por tratamento
ambulatorial.

49.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e
do erro de execu•‹o, julgue o item seguinte.
Segundo o C—digo Penal, no caso de erro de execu•‹o, devem-se considerar, para
fins de aplica•‹o da pena, tanto as condi•›es ou qualidades da pessoa contra a
qual se deseja praticar o delito quanto as condi•›es ou qualidades da pessoa
contra a qual efetivamente se praticou o crime.

50.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR DO ESTADO)


Em direito penal, conforme a teoria limitada da culpabilidade, as discriminantes
putativas consistem em erro de tipo, ao passo que, de acordo com a teoria
extremada da culpabilidade, elas consistem em erro de proibi•‹o.

51.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


ƒ causa de exclus‹o da culpabilidade o fato de a conduta ser praticada por meio
de coa•‹o f’sica irresist’vel.

52.! (CESPE Ð 2015 Ð TCU Ð AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)


ClŽber, com trinta e quatro anos de idade, pretendia matar, durante uma festa,
seu desafeto, SŽrgio, atual namorado de sua ex-noiva. Sem coragem para
realizar a conduta delituosa, ClŽber bebeu grandes doses de vodca e,
embriagado, desferiu v‡rias facadas contra SŽrgio, que faleceu em decorr•ncia
dos ferimentos provocados pelas facadas.
Nessa situa•‹o, configura-se embriaguez volunt‡ria dolosa, o que permite ao juiz
reduzir a pena imputada a ClŽber, uma vez que ele n‹o tinha plena capacidade
de entender o car‡ter il’cito de seus atos no momento em que esfaqueou SŽrgio.

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53.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-GO Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA
JUDICIçRIA)
Julgue o item seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude,
culpabilidade e fixa•‹o da pena.
Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresist’vel, a praticar uma infra•‹o
penal cometer‡ fato t’pico e il’cito, porŽm n‹o culp‡vel.

54.! (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTI‚A)


A respeito do direito penal, julgue os itens a seguir.
O erro de proibi•‹o pode ser direto Ñ o autor erra sobre a exist•ncia ou os limites
da proposi•‹o permissiva Ñ, indireto Ñ o erro do agente recai sobre o conteœdo
proibitivo de uma norma penal Ñ e mandamental Ñ quando incide sobre o
mandamento referente aos crimes omissivos, pr—prios ou impr—prios.

8! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (CESPE Ð 2017 Ð PM-AL Ð SOLDADO)


A respeito da aplica•‹o da lei penal, do crime e da imputabilidade penal,
julgue o item a seguir.
Situa•‹o hipotŽtica: Um indiv’duo que, ao tempo que praticou a•‹o ou
omiss‹o, era inteiramente capaz de entender o car‡ter il’cito do fato.
Posteriormente veio a ser afetado por doen•a mental. Assertiva: Nesse
caso, esse indiv’duo Ž isento de pena.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a imputabilidade penal deve ser aferida
levando-se em conta o discernimento do agente no momento da conduta. Assim,
se no momento da conduta o agente era inteiramente CAPAZ de entender o
car‡ter il’cito do fato, deve ser considerado IMPUTçVEL.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

02.! (CESPE Ð 2017 Ð TRF1 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO Ð çREA


ADMINISTRATIVA)
JosŽ, com vinte anos de idade, e seu primo, Pedro, de quinze anos de
idade, sa’ram para conversar em um bar. JosŽ, que estava ingerindo
bebida alco—lica, ficou muito b•bado rapidamente em raz‹o do efeito
colateral provocado por medicamento de que fazia uso. Pedro,
percebendo o estado de embriaguez do primo, fez que este praticasse
um ato que sabia ser tipificado como delituoso.
A respeito dessa situa•‹o hipotŽtica e considerando o concurso de
pessoas e a imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
JosŽ n‹o poder‡ ser punido pelo crime que cometeu porque se
encontrava em estado em embriaguez decorrente de caso fortuito,
hip—tese de isen•‹o de pena.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso temos embriaguez culposa, j‡ que
o agente n‹o tomou as cautelas necess‡rias, tendo ingerido bebida alc—olica
mesmo sabendo que estava fazendo uso de determinado medicamento. O
agente, portanto, responder‡ pelo fato delituoso, n‹o h‡ inimputabilidade penal,
na forma do art. 28, II do CP.
A embriaguez, aqui, n‹o decorreu de mero acidente, em rela•‹o ao qual o
agente NÌO TEVE CULPA, pois o agente sabia que estava usando o medicamento
e sabia que estava ingerindo bebida alc—olica. Ainda que o agente n‹o soubesse,
exatamente, quais os efeitos dessa combina•‹o, deveria ter pesquisado, tomado
as cautelas necess‡rias para n‹o se embriagar.
ƒ inaceit‡vel, portanto, entender-se ter havido mero Òcaso fortuitoÓ, quando a
narrativa evidencia a ocorr•ncia de culpa por parte do agente.
A Banca, todavia, ANULOU a quest‹o (inicialmente considerou como correta, o
que Ž um absurdo. Depois, para n‹o dar Òo bra•o a torcerÓ, ao invŽs de inverter
o gabarito, anulou a quest‹o).
Portanto, a QUESTÌO FOI ANULADA.

03.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS)
Constitui causa que exclui a imputabilidade a
A) embriaguez preordenada completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
B) embriaguez acidental completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
C) embriaguez culposa completa proveniente da ingest‹o de ‡lcool.
D) emo•‹o.
E) paix‹o.
COMENTçRIOS: A emo•‹o e a paix‹o n‹o excluem a imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, I do CP. Da mesma forma, a embriaguez preordenada n‹o
exclui a imputabilidade, sendo, inclusive, uma agravante (art. 62, I, ÒLÓ do CP).
A embriaguez culposa tambŽm n‹o exclui a imputabilidade penal do agente (art.
28, II do CP).
Por fim, a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou for•a maior)
completa (aquela que retira completamente do agente a capacidade de entender
o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento) Ž
causa de exclus‹o da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

04.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade s‹o causas
excludentes de ilicitude.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a inimputabilidade e a inexigibilidade de
conduta diversa s‹o causas de exclus‹o da culpabilidade.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

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05.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


O erro de proibi•‹o Ž causa excludente de ilicitude.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o erro de proibi•‹o Ž causa de exclus‹o da
culpabilidade, j‡ que afasta a potencial consci•ncia da ilicitude.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

06.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


H‡ excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, leg’tima
defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exerc’cio regular
do direito.
COMENTçRIOS: Item correto, pois neste caso teremos exclus‹o da ilicitude, por
for•a do que expressamente disp›e o art. 23 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

07.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade s‹o causas
excludentes de tipicidade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a inimputabilidade e a inexigibilidade de
conduta diversa s‹o causas de exclus‹o da culpabilidade.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

08.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A embriaguez, quando culposa, Ž causa excludente de imputabilidade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez volunt‡ria (dolosa ou culposa)
n‹o exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

09.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A emo•‹o e a paix‹o s‹o causas excludentes de imputabilidade, como
pode ocorrer nos chamados crimes passionais.
COMENTçRIOS: Item errado, pois nem a emo•‹o nem a paix‹o s‹o causas de
exclus‹o da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

10.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


A embriaguez n‹o exclui a imputabilidade, mesmo quando o agente se
embriaga completamente em raz‹o de caso fortuito ou for•a maior.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois quando o agente est‡ completamente
embriagado, e esta embriaguez Ž decorrente de caso fortuito ou for•a maior, h‡
exclus‹o da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

11.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


S‹o inimput‡veis os menores de dezoito anos de idade, ficando eles, no
entanto, sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou)
outras medidas previstas no ECA.
COMENTçRIOS: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

12.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


S‹o inimput‡veis os menores de vinte e um anos de idade, ficando eles,
no entanto, sujeitos ao cumprimento de medidas socioeducativas e(ou)
outras medidas previstas no ECA.
COMENTçRIOS: Item errado, pois s‹o inimput‡veis os menores de 18 anos, e
n‹o os menores de 21 anos, nos termos do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

13.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, namorado de Maria e por ela apaixonado, n‹o
aceitou a proposta dela de romper o compromisso afetivo porque ela iria
estudar fora do pa’s, e resolveu mant•-la em c‡rcere privado. Assertiva:
Nessa situa•‹o, a atitude de Jo‹o enseja o reconhecimento da
inimputabilidade, j‡ que o seu estado ps’quico foi abalado pela paix‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a emo•‹o e a paix‹o n‹o s‹o capazes de
afastar a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

14.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Na situa•‹o em que o agente, com o fim prec’puo de cometer um roubo,
embriaga-se para ter coragem suficiente para a execu•‹o do ato, n‹o se
aplica a teoria da actio libera in causa ou da a•‹o livre na causa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a teoria da actio libera in causa Ž aplic‡vel
ˆs hip—teses de imputabilidade mesmo quando o agente est‡ embriagado. Tal
teoria sustenta que o agente deve ser punido pelo crime, mesmo n‹o possuindo
discernimento no momento do fato, j‡ que possu’a discernimento antes, ou seja,
quando resolveu ingerir bebida alc—olica, sabendo que isso geraria sua situa•‹o
de embriaguez.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

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15.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Elizeu ingeriu, sem saber, bebida alco—lica,
pensando tratar-se de medicamento que costumava guardar em uma
garrafa, e perdeu totalmente sua capacidade de entendimento e de
autodetermina•‹o. Em seguida, entrou em uma farm‡cia e praticou um
furto. Assertiva: Nesse caso, Elizeu ser‡ isento de pena, por estar
configurada a sua inimputabilidade.
COMENTçRIOS: Item correto, pois neste caso temos uma hip—tese de
embriaguez completa proveniente de caso fortuito, ou seja, uma embriaguez
acidental que retirou completamente do agente a capacidade de discernimento.
Assim, o agente ser‡ considerado inimput‡vel, nos termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

16.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Paulo foi obrigado a ingerir ‡lcool por coa•‹o f’sica
e moral irresist’vel, o que afetou parcialmente o controle sobre suas
a•›es e o levou a esfaquear um antigo desafeto. Assertiva: Nesse caso,
a retirada parcial da capacidade de entendimento e de autodetermina•‹o
de Paulo n‹o enseja a redu•‹o da sua pena no caso de eventual
condena•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois em se tratando de embriaguez acidental que
retira PARCIALMENTE o discernimento do agente, tal agente ser‡ considerado
imput‡vel, mas ter‡ sua pena diminu’da, nos termos do art. 28, ¤2¼ do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

17.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Em uma festa de anivers‡rio, Elias, no intuito de
perder a inibi•‹o e conquistar Maria, se embriagou e, devido ao seu
estado, provocado pela imprud•ncia na ingest‹o da bebida, agrediu
fisicamente o aniversariante. Assertiva: Nessa situa•‹o, Elias n‹o ser‡
punido pelo crime de les›es corporais por aus•ncia total de sua
capacidade de entendimento e de autodetermina•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez volunt‡ria (dolosa ou culposa)
n‹o exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

18.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, em estado de embriaguez volunt‡ria,
motivado por ciœme de sua ex-mulher, matou Paulo. Assertiva: Nessa
situa•‹o, o fato de Jo‹o estar embriagado afasta o reconhecimento da
motiva•‹o fœtil, haja vista que a embriaguez reduziu a capacidade de
entender o car‡ter il’cito de sua conduta.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: Item errado, pois o estado de embriaguez volunt‡ria n‹o Ž
causa de inimputabilidade nem traz benef’cios ao agente.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

19.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


S‹o excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, coa•‹o f’sica
irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica de ordem n‹o manifestamente
ilegal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois apesar de a inimputabilidade e a obedi•ncia
hier‡rquica serem excludentes de culpabilidade, a coa•‹o FêSICA n‹o o Ž. A
coa•‹o f’sica irresist’vel exclui a CONDUTA, por aus•ncia completa de vontade do
agente coagido. Logo, acaba por excluir o fato t’pico. O que exclui a culpabilidade
Ž a coa•‹o MORAL irresist’vel, nos termos do art. 22 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

20.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


Se ordem n‹o manifestamente ilegal for cumprida por subordinado e
resultar em crime, apenas o superior responder‡ como autor mediato,
ficando o subordinado isento por inexigibilidade de conduta diversa.
COMENTçRIOS: Na autoria mediata o autor (mediato) se vale de uma pessoa
SEM CULPABILIDADE para a pr‡tica do delito. Quem executa o delito Ž a pessoa
sem culpabilidade, mas o verdadeiro autor do delito (autoria mediata) Ž aquele
que d‡ a ordem. Vejamos:
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Assim, somente o autor da ordem Ž punido, afastando-se a culpabilidade daquele


que executa a ordem n‹o manifestamente ilegal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

21.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-GO Ð AGENTE Ð ADAPTADA)


Emo•‹o e paix‹o s‹o causas excludentes de culpabilidade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a emo•‹o e a paix‹o n‹o excluem a
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

22.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS Ð ADAPTADA)
ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
culpa ou de caso fortuito, ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, era
parcialmente incapaz de entender o car‡ter il’cito desse fato ou de
determinar-se conforme esse entendimento.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa n‹o exclui a
imputabilidade penal do agente (art. 28, II do CP). AlŽm disso, apenas a
embriaguez ACIDENTAL (decorrente de caso fortuito ou for•a maior) completa
(aquela que retira completamente do agente a capacidade de entender o car‡ter
il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento) Ž causa de
exclus‹o da imputabilidade penal, nos termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

23.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Os elementos imputabilidade, potencial consci•ncia da ilicitude,
inexigibilidade de conduta diversa e punibilidade s‹o requisitos da
culpabilidade penal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a culpabilidade Ž o Ju’zo de reprovabilidade
acerca do fato praticado pelo agente, e tem como elementos:
¥! IMPUTABILIDADE;
¥! POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE;
¥! EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
A punibilidade e a inexigibilidade de conduta diversa n‹o s‹o elementos da
culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

24.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


A coa•‹o f’sica e a coa•‹o moral irresist’vel excluem a conduta do
agente, pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da for•a, de
modo que o fato passa a ser at’pico.
COMENTçRIOS: A coa•‹o f’sica irresist’vel exclui a CONDUTA, por aus•ncia
completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba por excluir o fato t’pico. O
que exclui a culpabilidade Ž a coa•‹o MORAL irresist’vel, nos termos do art. 22
do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

25.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


ƒ considerado erro evit‡vel, capaz de reduzir a pena, aquele em que o
agente atue ou se omita sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando
lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
COMENTçRIOS: Item correto. O erro de proibi•‹o, ou erro sobre a ilicitude do
fato, quando escus‡vel, isenta de pena (exclui a culpabilidade do agente, por
aus•ncia de potencial consci•ncia da ilicitude); quando inescus‡vel, reduz a pena
de um sexto a um ter•o, nos termos do art. 21 do CP. ƒ inescus‡vel o erro quando
o agente podia, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

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26.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)
Ser‡ isento de pena o agente que, por embriaguez habitual, n‹o for capaz
de entender o car‡ter il’cito do fato.
COMENTçRIOS: A embriaguez habitual n‹o Ž causa de inimputabilidade penal,
pois se trata de embriaguez dolosa ou culposa. Apenas nos excepcionais casos
de embriaguez PATOLîGICA Ž que poder‡ ser afastada a culpabilidade. Todavia,
neste œltimo caso, a culpabilidade ser‡ afastada pelo fato de a embriaguez
PATOLîGICA ser considerada doen•a mental.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

27.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Para definir a maioridade penal, a legisla•‹o brasileira seguiu o sistema
biopsicol—gico, ignorando o desenvolvimento mental do menor de
dezoito anos de idade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o critŽrio adotado para definir a
inimputabilidade em raz‹o de doen•a mental foi o critŽrio BIOLîGICO, pois basta
a presen•a do aspecto biol—gico (ter menos de 18 anos) para que o agente seja
considerado inimput‡vel, n‹o sendo necess‡ria qualquer an‡lise sobre o real
desenvolvimento mental do menor quando da pr‡tica do crime.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

28.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


A embriaguez n‹o acidental e culposa exclui a imputabilidade no caso de
ser completa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa n‹o exclui a
imputabilidade penal do agente (art. 28, II do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

29.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Os menores de dezoito anos de idade, por presun•‹o legal, s‹o
considerados inimput‡veis somente nos casos de possu’rem plena
capacidade de entender a ilicitude do fato.
COMENTçRIOS: Item errado, pois os menores de 18 anos, por express‹o
disposi•‹o legal, s‹o considerados inimput‡veis, independentemente de qualquer
an‡lise sobre o real desenvolvimento mental do menor quando da pr‡tica do
crime, nos termos do art. 27 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

30.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-RS Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Se a embriaguez acidental for completa, acarretar‡ a irresponsabilidade
penal.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: Item correto, pois a embriaguez ACIDENTAL (decorrente de
caso fortuito ou for•a maior) completa (aquela que retira completamente do
agente a capacidade de entender o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de
acordo com este entendimento) Ž causa de exclus‹o da imputabilidade penal, nos
termos do art. 28, ¤1¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA Ð PSIQUIATRIA)


Para a avalia•‹o da imputabilidade penal, o C—digo Penal brasileiro adota
o critŽrio biopsicol—gico. No que se refere ˆ imputabilidade penal, julgue
o item a seguir.
A avalia•‹o da imputabilidade Ž sempre retroativa.
COMENTçRIOS: Item correto, pois a an‡lise da imputabilidade penal do agente
Ž sempre feita de forma retroativa, ou seja, busca-se saber se no momento do
crime (ou seja, momento anterior ao atual) o agente tinha conhecimento do
car‡ter il’cito do fato e capacidade de se determinar de acordo com este
entendimento.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

32.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA Ð PSIQUIATRIA)


Para a avalia•‹o da imputabilidade penal, o C—digo Penal brasileiro adota
o critŽrio biopsicol—gico. No que se refere ˆ imputabilidade penal, julgue
o item a seguir.
De acordo com o C—digo Penal brasileiro, a paix‹o pode levar a uma
priva•‹o de sentidos, o que resulta no abolimento da faculdade de
apreciar a criminalidade do fato e de determinar-se de acordo com essa
aprecia•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a emo•‹o e a paix‹o n‹o excluem a
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

33.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð JUIZ Ð ADPTADA)


Caso um indiv’duo tenha-se embriagado, preordenadamente, a fim de
praticar crime e, ap—s a pr‡tica do delito, tenha sido constatado que ele
estava ainda completamente embriagado, ficar‡ exclu’da a
imputabilidade penal desse indiv’duo.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez preordenada n‹o exclui a
imputabilidade, sendo, inclusive, uma agravante (art. 62, I, ÒLÓ do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

34.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)

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O erro de proibi•‹o pode incidir sobre a exist•ncia e a validade da lei
penal, mas n‹o sobre sua interpreta•‹o
COMENTçRIOS: Item errado, pois o erro sobre a ilicitude do fato pode incidir
tanto sobre a exist•ncia e validade da lei penal quanto sobre a interpreta•‹o da
lei penal, j‡ que, neste œltimo caso, tambŽm haver‡ erro sobre a ilicitude do fato.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

35.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


Segundo a doutrina majorit‡ria, para o reconhecimento da obedi•ncia
hier‡rquica, causa excludente da culpabilidade, n‹o Ž exigida
comprova•‹o da rela•‹o de direito pœblico entre coator e coato.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a Doutrina majorit‡ria afirma que, para que
seja caracterizada a excludente de culpabilidade em quest‹o, Ž necess‡rio que
haja uma rela•‹o de hierarquia funcional (servi•o pœblico) entre o autor do fato
e o mandante.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

36.! (CESPE Ð 2014 Ð TJDFT Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


Se A desejando matar B, atinge mortalmente C, A dever‡ responder, de
acordo com a teoria da concretiza•‹o, por tentativa de homic’dio contra
B e por homic’dio imprudente contra C.
COMENTçRIOS: Item correto. De fato, a teoria da concretiza•‹o (ou concre•‹o)
sustenta que o agente deve responder por aquilo que realmente ocorreu, ou seja,
um homic’dio tentado em rela•‹o a B e um homic’dio culposo em rela•‹o a C.
Todavia, Ž bom ressaltar que nosso CP adota a teoria da EQUIVALæNCIA, de
maneira que o agente responder‡ por apenas um homic’dio doloso consumado,
levando-se em conta as caracter’sticas pessoais de B, nos termos do art. 73 do
CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

37.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA)


Julgue os seguintes itens, referentes ˆ tipicidade, ˆ antijuridicidade e ˆ
culpabilidade.
Ser‡ isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente
de caso fortuito, culpa ou for•a maior, era, ao tempo da a•‹o ou da
omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez dolosa ou culposa n‹o exclui
a imputabilidade penal do agente (art. 28, II do CP), n‹o sendo relevante se o
agente tinha, ou n‹o, discernimento no momento da pr‡tica do crime.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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38.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð ANALISTA)
Julgue os seguintes itens, referentes ˆ tipicidade, ˆ antijuridicidade e ˆ
culpabilidade.
Em conson‰ncia com a Constitui•‹o Federal de 1988 (CF), s‹o
penalmente inimput‡veis os indiv’duos que tenham menos de dezoito
anos de idade, exceto quanto aos crimes previstos na legisla•‹o especial,
podendo esta prever a redu•‹o da maioridade penal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois os menores de 18 anos, por express‹o
disposi•‹o legal, s‹o considerados inimput‡veis, independentemente de qualquer
an‡lise sobre o real desenvolvimento mental do menor quando da pr‡tica do
crime, nos termos do art. 27 do CP (e art. 228 da CF/88).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

39.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


A inimputabilidade penal, se for devidamente comprovada, resultar‡
sempre em redu•‹o da pena, de um a dois ter•os, independentemente do
crime praticado.
COMENTçRIOS: A inimputabilidade penal, uma vez devidamente comprovada,
resulta na exclus‹o da culpabilidade do agente, ou seja, o agente n‹o receber‡
pena alguma.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

40.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


A emo•‹o, a paix‹o e a embriaguez culposa podem, em circunst‰ncias
especiais, excluir a imputabilidade penal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a emo•‹o e a paix‹o n‹o excluem a
imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP. AlŽm disso, a embriaguez
dolosa ou culposa n‹o exclui a imputabilidade penal do agente (art. 28, II do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

41.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)


Crime imposs’vel e delito putativo s‹o considerados pela doutrina como
express›es sin™nimas.
COMENTçRIOS:
COMENTçRIOS: Item errado, pois no crime imposs’vel a consuma•‹o do delito
Ž imposs’vel porque o meio Ž absolutamente ineficaz ou o objeto Ž absolutamente
impr—prio. No delito putativo, a ocorr•ncia do crime, naquelas circunst‰ncias Ž,
em tese, poss’vel. Contudo, o crime n‹o ocorre, embora o agente acredite (por
incorrer em erro) que o tenha praticado.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

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42.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)
De acordo com o entendimento do STJ, aquele que pratica um crime no
mesmo dia em que tenha completado dezoito anos Ž considerado
inimput‡vel.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, neste caso, o agente Ž considerado
IMPUTçVEL, pois j‡ Ž considerado como pessoa com 18 anos completos,
independentemente da hora do nascimento.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

43.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ)


A coa•‹o f’sica irresist’vel Ž capaz de excluir a culpabilidade pelo
cometimento de um crime.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a coa•‹o f’sica irresist’vel exclui a CONDUTA,
por aus•ncia completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba por excluir o
fato t’pico. O que exclui a culpabilidade Ž a coa•‹o MORAL irresist’vel, nos termos
do art. 22 do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

44.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE Ð TƒCNICO)


A respeito do princ’pio da legalidade, da rela•‹o de causalidade, dos
crimes consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens
seguintes.
ƒ isento de pena o agente que, por embriaguez volunt‡ria completa, era,
ao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender o
car‡ter il’cito do fato.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez VOLUNTçRIA n‹o isenta de
pena, n‹o sendo causa de exclus‹o da imputabilidade penal, nos termos do art.
28, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

45.! (CESPE - 2015 - TJDFT Ð TƒCNICO)


Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a seguir.
A embriaguez completa, culposa por imprud•ncia ou neglig•ncia Ñ
aquela que resulta na perda da capacidade do agente de entender o
car‡ter il’cito de sua conduta Ñ, no momento da pr‡tica delituosa, n‹o
afasta a culpabilidade.
COMENTçRIOS: Item correto, pois a embriaguez CULPOSA ou dolosa n‹o afasta
a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP, ainda que se trate de
embriaguez completa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

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46.! (CESPE - 2015 - TJDFT Ð TƒCNICO)
Acerca da imputabilidade penal, julgue os itens a seguir.
A doen•a mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
por si s—, afastam por completo a responsabilidade penal do agente.
COMENTçRIOS: Estas duas formas de inimputabilidade decorrem da aplica•‹o
do sistema biopsicol—gico, ou seja, n‹o basta o aspecto Òbiol—gicoÓ (a doen•a
mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado), sendo
necess‡rio, ainda, o aspecto psicol—gico, que Ž a an‡lise da capacidade que o
agente tinha, no momento do fato, de entender o car‡ter il’cito do fato ou de
comportar-se de acordo com este entendimento. Desta forma, n‹o basta que o
agente seja portador de uma destas condi•›es, sendo necess‡rio, ainda, que o
agente seja, Òao tempo da a•‹o ou da omiss‹o, inteiramente incapaz de entender
o car‡ter il’cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimentoÓ,
nos termos do art. 26 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

47.! (CESPE Ð 2015 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Acerca da aplica•‹o da lei penal, do conceito anal’tico de crime, da
exclus‹o de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue o item que se
segue.
O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplica•‹o cumulada de
pena e medida de seguran•a a agente semi-imput‡vel e exige do juiz a
decis‹o, no momento de prolatar sua senten•a, entre a aplica•‹o de uma
pena com redu•‹o de um a dois ter•os ou a aplica•‹o de medida de
seguran•a, de acordo com o que for mais adequado ao caso concreto.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o CP adota o sistema vicariante, que exige
do Juiz a aplica•‹o da pena ou sua SUBSTITUI‚ÌO pela medida de seguran•a,
quando se tratar de agente semi-imput‡vel, nos termos do art. 98 do CP. N‹o h‡
mais o antigo sistema do duplo bin‡rio, em rela•‹o ao qual o agente poderia ser
condenado a cumprir pena e, ap—s, ainda ter que cumprir medida de seguran•a.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

48.! (CESPE Ð 2015 Ð TCE-RN Ð ASSESSOR TƒCNICO)


Com rela•‹o ˆ teoria do crime e culpabilidade penal, julgue o seguinte
item.
Situa•‹o hipotŽtica: Carlos, indiv’duo perfeitamente saud‡vel, se
embriagou voluntariamente em virtude da celebra•‹o de seu anivers‡rio
e, sob essa condi•‹o, causou les‹o grave a Daniel, seu primo. Assertiva:
Nessa situa•‹o, se for condenado, Carlos poder‡ ter a pena atenuada ou
substitu’da por tratamento ambulatorial.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez volunt‡ria n‹o gera
inimputabilidade nem diminui•‹o de pena, o que s— ocorre nas hip—teses de
embriaguez acidental, nos termos do art. 28, II do CP.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

49.! (CESPE Ð 2015 Ð TJDFT Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal e aos institutos do arrependimento
eficaz e do erro de execu•‹o, julgue o item seguinte.
Segundo o C—digo Penal, no caso de erro de execu•‹o, devem-se
considerar, para fins de aplica•‹o da pena, tanto as condi•›es ou
qualidades da pessoa contra a qual se deseja praticar o delito quanto as
condi•›es ou qualidades da pessoa contra a qual efetivamente se
praticou o crime.
COMENTçRIOS: Item errado, pois no erro sobre a execu•‹o devem ser
consideradas as condi•›es ou qualidades da v’tima VISADA, e n‹o da v’tima que
efetivamente sofreu a les‹o, nos termos do art. 73, c/c art. 20, ¤3¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

50.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR DO ESTADO)


Em direito penal, conforme a teoria limitada da culpabilidade, as
discriminantes putativas consistem em erro de tipo, ao passo que, de
acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas consistem em erro
de proibi•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado. A teoria limitada da culpabilidade faz distin•‹o
entre descriminantes putativas decorrentes de erro sobre a realidade f‡tica (que
seriam erro de tipo) e as descriminantes putativas decorrentes de erro sobre o
direito (que seriam erro de proibi•‹o). A teoria extremada entende que as
descriminantes putativas ser‹o sempre erro de proibi•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

51.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


ƒ causa de exclus‹o da culpabilidade o fato de a conduta ser praticada
por meio de coa•‹o f’sica irresist’vel.
COMENTçRIOS: Item errado. Trata-se de uma pegadinha cl‡ssica. A coa•‹o
MORAL irresist’vel Ž que exclui a culpabilidade, em decorr•ncia de inexigibilidade
de conduta diversa. A coa•‹o FêSICA irresist’vel (vis absoluta) exclui a VONTADE,
que Ž elemento da conduta. Assim, exclu’do o elemento ÒcondutaÓ, ausente o
fato t’pico. Logo, a coa•‹o f’sica irresist’vel atinge o pr—prio fato t’pico, e n‹o a
culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

52.! (CESPE Ð 2015 Ð TCU Ð AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)


ClŽber, com trinta e quatro anos de idade, pretendia matar, durante uma
festa, seu desafeto, SŽrgio, atual namorado de sua ex-noiva. Sem

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coragem para realizar a conduta delituosa, ClŽber bebeu grandes doses
de vodca e, embriagado, desferiu v‡rias facadas contra SŽrgio, que
faleceu em decorr•ncia dos ferimentos provocados pelas facadas.
Nessa situa•‹o, configura-se embriaguez volunt‡ria dolosa, o que
permite ao juiz reduzir a pena imputada a ClŽber, uma vez que ele n‹o
tinha plena capacidade de entender o car‡ter il’cito de seus atos no
momento em que esfaqueou SŽrgio.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a embriaguez DOLOSA (aquela situa•‹o em
que o agente voluntariamente se embriaga com o intuito de posteriormente
cometer crimes) n‹o Ž causa de exclus‹o da imputabilidade nem de redu•‹o de
pena, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

53.! (CESPE Ð 2015 Ð TRE-GO Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð çREA


JUDICIçRIA)
Julgue o item seguinte, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade,
ilicitude, culpabilidade e fixa•‹o da pena.
Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresist’vel, a praticar uma
infra•‹o penal cometer‡ fato t’pico e il’cito, porŽm n‹o culp‡vel.
COMENTçRIOS: Item errado. Cuidado! A coa•‹o FêSICA irresist’vel (citada pela
quest‹o) n‹o Ž causa de exclus‹o da culpabilidade, e sim causa de exclus‹o do
FATO TêPICO, pois exclui a CONDUTA (elemento do fato t’pico), j‡ que n‹o existe
vontade.
Somente a coa•‹o MORAL irresist’vel exclui a culpabilidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

54.! (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTI‚A)


A respeito do direito penal, julgue os itens a seguir.
O erro de proibi•‹o pode ser direto Ñ o autor erra sobre a exist•ncia ou
os limites da proposi•‹o permissiva Ñ, indireto Ñ o erro do agente recai
sobre o conteœdo proibitivo de uma norma penal Ñ e mandamental Ñ
quando incide sobre o mandamento referente aos crimes omissivos,
pr—prios ou impr—prios.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a quest‹o inverte os conceitos de erro de
proibi•‹o direto e indireto. O erro de proibi•‹o direto ocorre quando o agente
incorre em erro sobre a exist•ncia ou limites de uma norma penal incriminadora.
O erro de proibi•‹o indireto, por sua vez, ocorre quando o agente incorre em erro
sobre a exist•ncia ou sobre os limites (normativos) de uma circunst‰ncia que
afastaria, em tese, a ilicitude de sua conduta.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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Teoria e quest›es
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9! GABARITO

1.! ERRADA
2.! ANULADA
3.! ALTERNATIVA B
4.! ERRADA
5.! ERRADA
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! ERRADA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! CORRETA
12.! ERRADA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! CORRETA
16.! ERRADA
17.! ERRADA
18.! ERRADA
19.! ERRADA
20.! CORRETA
21.! ERRADA
22.! ERRADA
23.! ERRADA
24.! ERRADA
25.! CORRETA
26.! ERRADA
27.! ERRADA
28.! ERRADA
29.! ERRADA
30.! CORRETA
31.! CORRETA
32.! ERRADA
33.! ERRADA

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34.! ERRADA
35.! ERRADA
36.! CORRETA
37.! ERRADA
38.! ERRADA
39.! ERRADA
40.! ERRADA
41.! ERRADA
42.! ERRADA
43.! ERRADA
44.! ERRADA
45.! CORRETA
46.! ERRADA
47.! CORRETA
48.! ERRADA
49.! ERRADA
50.! ERRADA
51.! ERRADA
52.! ERRADA
53.! ERRADA
54.! ERRADA

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