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Disciplina: Introdução ao Pensamento Contemporâneo

Curso: Contabilidade, Fiscalidade e Auditoria

1o Ano

Da Revolução Tecnológica a Sociedade de Informação: A Economia Digital

Discentes:

 Suzen Humberto Chico

Supervisor: Leví Matsinhe

Maputo, Novembro de 2020


Índice
Introdução ............................................................................................................................................. 1
Revolução da Informação...................................................................................................................... 2
O Pós-Modernismo ................................................................................................................................ 3
Características do Pós-Modernismo ..................................................................................................... 3
Críticas ao Pós-Modernismo ................................................................................................................. 4
Sociedade de Informação ...................................................................................................................... 4
Características da Sociedade de Informação ........................................................................................ 4
A Economia Digital ............................................................................................................................... 6
Conclusão............................................................................................................................................... 7
Bibliografia ............................................................................................................................................ 8
Introdução
O presente trabalho visa apresentar aspectos relacionados com a economia digital, concretamente
tal como é referenciado no tema, os aspectos que aconteceram da revolução tecnológica a
sociedade de informação bem como a sua importância para a emergência para a economia digital.

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Revolução da Informação
A história da vida, na natureza e na sociedade, é marcada por longos períodos de relativa
estabilidade até que novos eventos promovem intensas e radicais mudanças na ordem pré-existente
e estabelecem uma “nova ordem” ou fase de estabilidade. De um certo modo este processo
caracteriza a irrupção de um evento ou de um movimento revolucionário na história.

De acordo com Castells (2003) a tecnologia da informação é compreendida como um conjunto de


tecnologias de base microeletrônica, computação, telecomunicações e engenharia genética, que
convergiram na década de 1970 e revolucionaram os processos de geração, processamento e
transmissão da informação. Esta revolução tem como característica básica a sua rápida difusão por
todo o mundo. O que, no entanto, não nega que sua difusão apresente um caráter fortemente
seletivo. Na realidade, a velocidade de difusão constituiu-se numa marca distintiva desta
revolução, comparativamente às revoluções tecnológicas anteriores.

Durante o processo da revolução da informação houveram os seguintes marcos:

1. A invenção da escrita 5.00 ou 6.00 anos ate na mesopotâmia;


2. Invenção do livro Na China a.c e 800 anos mais tarde na Grécia;
3. Invenção da impressora na Gutenberg entre 1450 a 1455;
4. Por último o desencadeamento da Sociedade de informação

A história registra a ocorrência de duas revoluções tecnológicas que impactaram na atividade


industrial. A primeira ocorrida em meados do século XVIII ficou marcada pela substituição de
ferramentas manuais por máquinas e teve como símbolos a máquina a vapor, a fiandeira e a
metalurgia. Do ponto de vista espacial foi um evento europeu, mas essencialmente inglês, e
baseou-se em conhecimentos pré-existentes na sociedade. A segunda revolução industrial
encontra-se datada de meados do século XIX e foi marcada pela presença decisiva do
conhecimento científico. Este conhecimento esteve associado ao desenvolvimento da eletricidade,
do motor a combustão interna, de produtos químicos e do avanço de tecnologias da comunicação
- como o telégrafo e o telefone - e de transportes. Do ponto de vista espacial foi um evento europeu,
principalmente inglês e alemão, e norte-americano. Um aspecto a ser ressaltado é que uma
revolução tecnológica não é um evento isolado. Ela reflete uma base territorial, o estágio do
conhecimento, o ambiente institucional, a mentalidade econômica e a existência de redes de

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fabricantes e usuários presentes na sociedade. Estes fatores são constituintes dos meios de
inovação socialmente existentes. As duas revoluções industriais em pauta disseminaram-se pelas
atividades econômicas e permearam a vida social nos países em que ocorreram e, ademais,
possibilitaram que praticamente todos os países se articulassem através de processos de divisão do
trabalho existentes em escala mundial. A terceira revolução tecnológica - primeira da tecnologia
da informação - está datada na década de 1970. Entretanto, é importante ressaltar que a mesma é
produto de convergências de tecnologias nas áreas da microeletrônica, dos computadores e das
telecomunicações que foram desenvolvidas desde o segundo pós-guerra.

O Pós-Modernismo
Não podemos de deixar de constatar que perante as revoluções que ocorreram no mundo houveram
processos de adaptações as ditas fazes, entre elas o Moderno, o Tradicional e o Pós-Modernismo,
e tal como poderemos referenciar no trabalho o Pós-Modernismo, que foi introduzido após a
segunda guerra mundial diante da falência da distinção entre a alta cultura e a cultura popular, a
partir da década 60 e veio acompanhado dos avanços tecnológicos da era digital, da expansão dos
meios de comunicações, da indústria cultural, bem como do sistema capitalista (lei de mercado e
consumo) e da globalização. De uma certa forma considera-se que o Pós-Modernismo é uma
reação contra a exaltação do modernismo e não contra o próprio objecto do modernismo, assim
sendo, o Pós-Modernismo era contra a canonização (aprovação) da rebeldia modernista e contra o
Status do modernismo.

Características do Pós-Modernismo
São as seguintes as características do Pós-Modernismo:
 O colapso da distinção entre a cultura e a sociedade;
 Estilo versus substância;
 Distinção implodida;
 Tempo e espaço;
 Metanarrativa (que é uma narrativa dentro da narrativa).

Os teóricos dessa corrente do Pós-Modernismo são: Jean-François Lyotard, Jean Baudrillard e


Fredric Jameson. Jean Baudrillard abordou o Pós-Modernismo de uma forma pessimista e para ele
nessa corrente não há mais autoridade porque os sinais circundados são arbitrários. Lyotard

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abordou de uma forma otimista, pois para ele no Pós-Modernismo a autoridade consiste nos
próprios consumidores e na sociedade em geral, esta sociedade têm o poder de aceitar o que esta
a ser oferecido. Já Jameson diz que o capital internacional é soberano porque tudo é regido pelo
mercado e pelas próprias decisões.

Críticas ao Pós-Modernismo
As críticas ao Pós-Modernismo são as seguintes:
 As metanarrativas tendem a desaparecer;
 Os meios de comunicação se apoderam da realidade;
 A tecnologia e a comunicação causaram modificações em relação aos conceitos tempo e
espaço.

Sociedade de Informação
Surgiu com o Castells, nome que se usava para explicar as mudanças provocadas pelos avanços
tecnológicos (TIC’S). Nessa nova fase as matérias primas já não são mais o carvão e o petróleo,
mas a inteligência, a massa cinzenta é o domínio do fluxo da informação (conhecimento e
dinheiro). A abordagem eléctrica atua a logica empresarial modifica profundamente a colecção de
valores e da origem a novos conceitos de negócio, no entanto, estamos a caminho do ‘’e-business’’.
O termo foi modernizado apenas na década de 1960, passou a ser utilizado com significado actual.
A principal característica desta fase é a emergência da economia digital.

Características da Sociedade de Informação


A sociedade de informação na visão de Castells (2003) apresenta as seguintes características
fundamentais:
 A informação é sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para permitir o
homem atuar sobre a informação propriamente dita, ao contrário do passado quando o
objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias, criando
implementos novos ou adaptando-os a novos usos;
 Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade: porque a informação é parte
integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto todas essas
atividades tendem a serem afetadas diretamente pela nova tecnologia;

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 Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite modificação por
reorganização de componentes e tem alta capacidade de reconfiguração;
 Predomínio da lógica de redes: Esta lógica, característica de todo tipo de relação
complexa, pode ser, graças às novas tecnologias, materialmente implementada em qualquer
tipo de processo.

De acordo com Santos (2002) A Sociedade da Informação estrutura-se, em primeiro lugar, a partir
de um contexto de aceitação global, na qual o desenvolvimento tecnológico reconfigurou o modo
de ser, agir, se relacionar e existir dos indivíduos e, principalmente, propôs os modelos
comunicacionais vigentes.

A Sociedade da Informação, de acordo com Brittos (2002), é representada por uma sociedade na
qual a informação é utilizada intensamente como elemento da vida econômica, social, cultural e
política, dependendo de um suporte tecnológico para se propagar, demonstrando que esse processo
se tornou um fenômeno social, instaurado dentro da sociedade. De alguma forma o descrito por
Brittos se assemelha estabelecido por Santos (2000) que a grande mutação tecnológica é dada com
a emergência das técnicas da informação, as quais – ao contrário das técnicas das máquinas – são
constitucionalmente divisíveis, flexíveis e dóceis, adaptáveis a todos os meios e culturas, ainda
que seu uso perverso atual seja subordinado aos interesses dos grandes capitais. Mas, quando sua
utilização for democratizada, essas técnicas doces estarão ao serviço do homem.

Santo (2000) alerta ainda que a crise por que passa hoje o sistema, em diferentes países e
continentes, põe à mostra não apenas a perversidade, mas também a fraqueza da respectiva
construção. A velocidade com que cada pessoa se apropria da verdade contida na história é
diferente, tanto quanto a profundidade e coerência dessa apropriação. A descoberta individual é,
já, um considerável passo à frente, ainda que possa parecer ao seu portador um caminho penoso, à
medida das resistências circundantes a esse novo modo de pensa.

Um dos principais marcos da propagação das informações, especialmente para o ramo das
comunicações, foi o desenvolvimento da prensa gráfica, a partir de Gutenberg por volta de 1450
(tal como referenciado na página anterior), dando início à comunicação de informações a um
número maior de pessoas. Entre as décadas de 1940 e 1950, o desenvolvimento da televisão (nos
Estados Unidos e Europa, especialmente Inglaterra), demonstrou o potencial de impacto na

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sociedade moderna, revolucionando os sistemas de informação com a imagem em movimento,
presente antes em salas escuras de cinema, agora refletindo em locais privados. Ao longo do tempo,
a informação deixou ser um processo local para se apresentar em âmbito global. Reconfigurou o
tempo e o espaço, acelerando as práticas e encurtando as distâncias

A Economia Digital
A economia digital é a conexão em tempo real na qual estão, todos os níveis da empresa. Está
economia é considerada como economia do conhecimento e procura representar as actividades de
negócio com um potencial de crescimento muito elevado, associadas a meios tecnológicos
inovadores e a um acesso quase ilimitado à informação. Deste modo esta economia baseia-se na
aplicação do know-how humano a tudo que é produzido e como é produzido.

A Revolução da Tecnologia da Informação, resultante de processos sociais de distintas naturezas,


tem-se colocado como um forte condicionante das transformações econômicas, ocorridas à escala
mundial, nas últimas décadas. Estas transformações estão se efetivando principalmente no âmbito
das firmas, dos mercados de capitais e do mercado de trabalho.

É possível afirmar, diante deste quadro teórico, que a valorização da tecnologia deve ser realizada
de forma contextualizada, sendo o debate sobre a sociedade digital complexo. Castells (2003)
afirma que as novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem
aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Este desenvolvimento se dá, pois, na sociedade.
De uma certa forma de acordo com Castells (2003) as tecnologias criam um meio de vinculação e
conexão directa com todos os hemisférios existentes, abrindo assim oportunidades onde destas
resultam cooperações, e uma certa unicidade na busca de satisfazer interesses individuais.

O trabalho, como vimos, para alguns foi facilitado em novíssimas profissões ligadas à
comunicação, à informação e à tecnologia. No entanto, para outros, se tornou escasso e
impossibilitado, já que as máquinas, dotadas de alta tecnologia, tomaram conta do setor de
produção de bens e de serviços, substituindo mão-de-obra operária e exigindo que os poucos
funcionários sejam dotados de um conhecimento técnico cada vez mais avançado e específico. De
forma clara, a falta de emprego é um dos problemas mais flagelantes, e talvez o desencadeador
principal dos demais, que só piorou nos últimos tempos, estando ligado diretamente à ascensão
tecnológica e à escassez de oportunidades.

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Conclusão
Tendo em conta o abordado e conforme demonstrado, a década de 1970 constitui-se em um marco
na história mundial, ao vivenciar a Terceira Revolução Tecnológica que se constituiu na primeira
Revolução da Tecnologia da Informação. Esta revolução, na verdade, consistiu na convergência
de descobertas tecnológicas ocorridas ao longo de todo o período do segundo pós-Guerra, nas áreas
da microeletrônica, da computação, das telecomunicações e da engenharia genética, embora
Slogans comerciais já diziam: o futuro é agora. Há pouco tempo, se via a tecnologia como algo de
outro mundo, ou algo ainda distante da realidade. O ciclo de implantação de novas tecnologias é
cada vez mais acelerado, com mudanças importantes num curto espaço de tempo e Sociedade
Industrial passou-se rapidamente para Era da Tecnologia e mais rápido ainda já se vive na Era
Digital. É impossível não ver os benefícios que as novas tecnologias trouxeram para a vida as
pessoas, mas sua prepotência lúdica esconde bichos-de-sete-cabeças. É preciso tomar cuidado para
não ser engolido por eles, por mais que pareçam amistosos. Pode-se notar que o Pós-Modernismo
nos dá a maneira de viver e ou ser para estar com os outros e também é uma metanarrativa, embora
neste processo os meios de comunicação se apoderam da realidade, e a realidade formal é a digital
ou virtual embora ainda temos a descrição do tempo e espaço por conta da limitação espacial da
Tecnologia.

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Bibliografia

BRITTOS, V. Comunicação, Informação e Espaço Público: Exclusão no Mundo


Globalizado. Papel e Virtual, Rio de Janeiro, 2002.

CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: Reflexões Sobre a Internet, os Negócios e a


Sociedade. Jorge Zahar editor, Rio de Janeiro, 2003.

GOMES Marconi, Pereira E. N. William, Morais Ana. A Revolução da Tecnologia da


Informação e a Emergência de “Uma” Nova Economia. Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Norte, 2019.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Globalização e as Ciências Sociais. Cortez, São Paulo,


2002.

SANTO, Milton. Por Uma Outra Globalização: Do Pensamento Único à Consciência


Universal 3ª Edição. Record, Rio de Janeiro, 2000.

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