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UNIVERSIDADE GAMA FILHO

CURSO: Docência Superior

TEMA: Reflexão sobre “O processo-ensino aprendizagem


e o papel do professor como gestor do pensar”

Aluno: Juan Francisco Jannes

Turma: 02/2009

Profª. Juliana Vieira

Governador Valadares - MG
Maio de 2009
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AUTOR DO TRABALHO
JUAN FRANCISCO JANNES

TÍTULO DO TRABALHO

Reflexão sobre “O processo-ensino aprendizagem


e o papel do professor como gestor do pensar”

Orientadora: Profª. Juliana Vieira

Universidade Gama Filho


Curso Ensino Superior
Governador Valadares – MG
2009
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Quando comecei a lecionar na Rep. Argentina, Universidade Nacional del Sur, ainda era
estudante universitário e fui concursado como assistente de cátedra de “Elasticidade dos
Materiais” sendo que o professor titular era uma eminência, Ph D, argentino e chegado
recentemente de USA onde tinha morado por dez anos e era cientista na NASA, onde era
especialista em vibrações de cabos sub marinhos. Realmente era de uma inteligência sem
igual e seus conhecimentos sobre temas complicados e inovadores eram vastíssima,
realmente o que popularmente se chama “um gênio”. Porém nada conhecia sobre
psicopedagogia e suas aulas eram decepcionantes, tratava mal aos alunos, os
menosprezava e deixava as explicações e aclarações para seu assistente que, como
dissera antes, era eu. Imagino que não é necessário explicar os problemas pelos que
passei e muito menos o mal estar, desespero e indignação dos alunos.

Nessa época comecei a pensar, recapacitar e raciocinar sobre o tema da real e palpável
importância da pedagogia e muito mais ainda sobre que um bom professor não tem porque
ser uma eminência nem um profundo conhecedor da disciplina. Muita mais importante que
isso tudo é saber lecionar, ser humilde e encorajar e motivar aos alunos a ler muito,
trabalhar tanto em forma individual como em equipe, etc.

Naquela época publiquei um curto artigo (de circulação interna na universidade) sobre o
assunto que obviamente virou de grande polêmica. Nele fui até “curto e grosso” ao expor
que “professor devia lecionar” e “eminência devia somente pesquisar” se não soubesse ou
tivesse conhecimentos básicos de pedagogia. Citando o caso do Professor Ph D Patrício
Laura.

Após a sintética introdução, devo confessar que nunca tinha lido nada de autoria do Prof.
Gilberto Teixeira. Após ler “O processo-ensino aprendizagem e o papel do professor como
gestor do pensar”, pretendo conhecer mais sobre a obra do professor.

Fiquei gratamente impressionado com a clareza e incisividade do autor e acredito que seja
necessário não mais esquecer o nome de Gilberto Teixeira.
Com escrita clara, concisa, concreta e simples descreve o que, pessoalmente, sempre
achei e pensei sobre o ensino superior, não somente no Brasil mais, como regra geral, para
toda America Latina.

Assombraram-me e surpreenderam certos parágrafos, a saber:

1. - O mundo hoje está necessitando mais das pessoas equilibradas emocionalmente do que de
pessoas com alto nível intelectual. É necessário até uma "alfabetização" das emoções.

2. - Na Universidade e na sala de aula, quem melhor representa esse meio de forma sistematizada
nos programas, nas estratégias, é, sem dúvida alguma, o professor. E então, surge o papel do
"profissional do ensino" que deve sistematizar para o estudante os conteúdos, preparar as vivências,
comunicar, ouvir, interagir, proporcionando, enfim, o apregoado desenvolvimento, ou seja, a
aprendizagem do “aprendente”.

Para desempenhar adequadamente esse importante papel, o professor, como os demais


profissionais da época atual, não pode ser acomodado, alguém que já considere ter chegado ao
máximo em sua sabedoria. Pelo contrário, deve estar sempre "insatisfeito" com o seu trabalho no
sentido de que sinta que há sempre algo a mais a fazer. Há muito que aprender... deve ser usado,
no sentido de fazer tentativas, experimentos de novos procedimentos. Enfim, deve sempre procurar
aperfeiçoar o seu trabalho, lendo jornais, revistas especializadas, novos livros, para fazer da sala de
aula suas conquistas e pesquisas... Comparamos a função do professor à de um garimpeiro.
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A comparação de professor com garimpeiro foi, evidentemente, muito acertada e feliz.

3. - É educativa a postura do professor como um garimpeiro do ensino, como alguém que não tem
métodos ou processos definitivos, mas alguém que está sempre procurando uma forma melhor de
exercer o seu trabalho,contando mesmo com a parceria dos estudantes, pois, passa para o
aprendente o conceito verdadeiro da avaliação, visando um aperfeiçoamento contínuo, e a atitude de
busca, de procura de novas soluções, tão importantes no mundo atual.
Tudo isso só ira acontecer quando os professores universitários dominarem ,alem dos conteúdos
que irão ensinar,também as Metodologias do Ensino-a Didática.Nenhum resultado de aprendizagem
irá ocorrer se os professores saibam o que ensinar mas continuarem a ignorar como
ensinar.Enquanto para ensinar no segundo grau é exigido diploma de curso superior em educação
,do professor universitário basta o Mestrado ou Doutoramento para transformá-lo em professor.Mas
em qualquer programa de pós graduação strictu sensu não é incluída qualquer disciplina de
metodologia do ensino.E nesses programas está incluída uma área de metodologia da pesquisa. E
isso está coerente com os objetivos do pós graduação dirigidos para introduzir os alunos no campo
da pesquisa cientifica. Temos por tanto uma situação esdrúxula: para o segundo grau é exigido um
profissional do ensino e para a universidade é exigido um pesquisador mas um amador do
ensino.Não faz parte deste artigo discutir como poderia ser viabilizada essa capacitação dos
professores universitários ,mas podemos afirmar que não só há vasta literatura a respeito como
muitas experiências no Brasil e no exterior focalizando modelos viáveis e já testados.

4. - Como professor, devemos ser continuamente reflexivos, a fim de detectarmos novos


procedimentos, novas maneiras de fazermos o que sempre fizemos. Quem nos indicará os
caminhos, senão o contexto, a situação do dia-a-dia, as trocas com os próprios profissionais e com
os outros aprendentes?

5. - Infelizmente, na nossa mentalidade, a palavra crise (do grego "crino", peneirar) normalmente é
entendida de forma duvidosa e negativa, como se crise e crítica coincidissem automaticamente com
negação, e, por causa disso, de fato, a crítica é concebida como motivo de escândalo, como busca
de motivos para fazer acusação e de realidade para opor alguma coisa. Evidentemente esse é um
conceito "míope" de crise, de crítica.

Pelo contrário, antes de qualquer coisa, a crítica é a expressão da genialidade humana que está em
nós, uma genialidade totalmente voltada a descobrir o ser, a descobrir os valores. Basta acrescentar
um mínimo de sinceridade, basta acrescentar o equilíbrio realista, e a afirmação dos valores
descobertos, que implicará com clareza também os seus limites.

Fantástica a comparação ou igualdade entre “crise e “crítica”. No meu foro intimo sempre
tive isto muito claro, mas nunca tive palavras tão claras e efusivas como o Prof. Gilberto
Teixeira para poder colocar isso por escrito.

6. - Nesta descrição do que deva ser o professor do século XXI, não tem mais espaço para
professores donos de um saber mas só aqueles que tenham a humildade de ser também eles
aprendizes e a única diferença que os separa de seus alunos é que eles professores são
profissionais do ensino e por isso comprometidos com o aprender e o ensinar

Como broche de ouro o professor encerra seu trabalho com estas belas palavras.

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