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Como Eckhardt Fuchs salienta, a história transnacional pode ser caracterizada, a grosso
modo, como uma "história que atravessa fronteiras". No processo, redefine territórios e
regimes territoriais, concentrando-se em atores não estatais, colocando as histórias
nacionais dentro de contextos internacionais e apresentando relações, enredos e
dependências transnacionais.
No entanto, o mesmo autor assegura ao leitor que há "pouco consenso sobre abordagens
teóricas" e muito menos sobre a história transnacional da educação. Esta percepção é
partilhada por Bernhard Struck, Kate Ferris e Jacques Revel. Para eles, a história
transnacional - principalmente desenvolvida nos EUA, Reino Unido, Alemanha e
França - abraça outras iniciativas tais como "comparação histórica, transferência
cultural, circulação, história “enredada” ou partilhada, bem como uma forma moderna
de história internacional". Todas estas ferramentas ou perspectivas salientam a
importância da interação e circulação de ideias, pessoas, instituições e tecnologias
através das fronteiras estatais ou nacionais e, assim, o emaranhamento e a influência
mútua de estados, sociedades e culturas. Contudo, como termo, a história transnacional
não constitui um novo método; pelo contrário, oferece uma nova perspectiva de estudo.
No processo, pretende provar que a circulação não foi uma transferência unidirecional
do centro para os países periféricos. Pelo contrário, rejeita o paradigma da transferência
que tende "a postular pontos fixos de partida e chegada" e a obscurecer "a complexidade
das ligações e intercruzamentos". Em vez disso, como defende Noah Sobe, prefere
considerar estes circuitos como fazendo parte de uma história “enredada” (entangled) da
educação.
Não foram apenas os EUA que patrocinaram a nova orientação pedagógica; na Europa,
a defesa daquilo a que se chamou o método intuitivo surgiu na escrita de um dos
educadores mais reconhecidos da época. Entre 1879 e 1896, Ferdinand Buisson, diretor
do ensino primário no Ministério da Instrução Pública de França, defendeu a utilização
do método, argumentando que este atendia à necessidade de espontaneidade, variedade
e iniciativa intelectual das crianças. Repetiu os preceitos que já tinha apresentado em
1878, quando deu uma conferência na Feira Mundial de Paris.
uma grande lição foi aprendida: que hoje em dia, em toda a parte, na Europa, na América, no Japão, o
espírito pedagógico está a sofrer uma profunda transformação. Esta renovação já se tinha tornado visível
nas mais recentes feiras internacionais, mas ultimamente generalizou-se, e os seus efeitos salutares são
revelados de mil maneiras diferentes perante os olhos espantados do público. Por todo o lado o progresso
é prosseguido pelo mesmo caminho; em todo o lado é revelado o desejo de introduzir em todos domina as
ideias e a práxis escolar designada pela frase relativamente nova do método intuitivo. (Ênfase no original;
tradução do autor).
Joaquim José Menezes Vieira também viajou para o estrangeiro. Foi para França, Itália,
Bélgica, Alemanha e Suíça em 1882 e em 1888-1889 em busca de inovações
pedagógicas. Na sua segunda viagem, participou como delegado brasileiro no Congrès
International de L'Enseignement Primaire que teve lugar entre 11 e 16 de Agosto de
1889 em França, durante a Exposição Universal. Depois disto, reuniu elementos para a
implementação um ano mais tarde do Pedagogium (1890-1919), o primeiro Museu
Pedagógico do Brasil, semelhante em todos os aspectos ao Museu Francês Pédagogique,
tanto no seu interesse em preservar um arquivo sobre a escola pública brasileira, como
na sua associação com uma biblioteca para apoiar o trabalho dos professores. Do
mesmo modo, a edição de uma revista pedagógica tomou o seu nome emprestado da
Revue Pédagogique francesa e a publicação da série Memórias e Documentos foi
inspirada nas Memórias e Documentos scolaires. Talvez Menezes também tivesse
tomado conhecimento da Maison Deyrolle durante esta viagem.
O fenômeno foi também assinalado por Christian Lundahl e Martin Lawn, ao analisar as
influências transnacionais que operam entre a Suécia e outros países nas Feiras
Mundiais da década de 1870, tanto no que diz respeito à formação de políticas como à
formação prática. No seu trabalho, exploraram a exposição de toda uma escola sueca,
enviada para as feiras, "como uma grande intervenção política e educacional no
crescente mercado de bens educativos, no grupo das nações industriais avançadas, e no
espaço das nações líderes no domínio da educação".
Neste cenário, em que a difusão de lições de objetos foi associada à escola moderna e à
inovação no ensino, o museu escolar surgiu com o objetivo de satisfazer esta nova
necessidade de fontes materiais para o ensino. Intimamente relacionado com a
recomendação do método intuitivo, consistia em coleções de objetos e gráficos de
parede, na sua maioria utilizados como recursos didáticos no ensino introdutório das
ciências naturais. Também ajudou no ensino da história e do que hoje seria chamado de
geografia humana.
Hoje em dia, tendemos a assumir que um museu escolar deve assumir a forma de um
edifício. No final do século XIX, isto também era verdade. O Musée Pédagogique foi
criado em França em 1878 para preservar os objetos expostos na Feira Mundial. O
mesmo aconteceu com o Museu South Kensington, que surgiu em Londres em 1857,
como resultado da Grande Exposição de 1851. A criação do Pedagogium no Brasil foi
relacionada com a Exposição de Pedagogia de 1883 que teve lugar no Rio de Janeiro.21
No entanto, a fim de fornecer às escolas material didático para as aulas de objetos,
surgiu um formato mais econômico: gráficos de parede, que eram fáceis de transportar e
de utilizar pelos professores na sua prática.
O que chamamos museu escolar é uma montagem metódica de uma colecção de objectos comuns,
utilizados para ajudar os professores no ensino de várias disciplinas do programa escolar. Os objectos
devem ser naturais, no seu estado natural ou fabricados, e devem ser representados em todos os estados
intermediários pelos quais passaram. Os objectos que não podem ser apresentados na sua totalidade
devem ser exibidos em desenhos ou modelos. (Tradução do autor.)
Segundo Frazão, haviam apenas dois museus escolares no Brasil: um era mantido por
Joaquim José Menezes Vieira na sua escola secundária, e o outro por Tobias Leite numa
escola de surdos-mudos. O primeiro caso mostra a familiaridade de Menezes Vieira
com a inovação pedagógica anos antes da sua ligação com a Maison Deyrolle e a
publicação do Museu Escolar Brasileiro (por volta de 1890). O segundo ilustra o
principal objetivo pedagógico deste material didático: facilitar a aprendizagem através
dos outros órgãos dos sentidos, especialmente os da visão e do tacto, em vez de através
do ensino oral.
É difícil trabalhar com precisão quando os primeiros quadros que fazem parte do Musée
Scolaire Deyrolle apareceram no Brasil. A Maison não estava representada na
Exposição de Pedagogia de 1883 no Rio de Janeiro de acordo com o Guia do Visitante.
No entanto, Analete Schelbauer escreve que alguns dos seus produtos foram expostos
pela Casa Walcker. Em 1892, no entanto, os quadros de pedagogia visual cobriam todas
as "paredes internas do edifício, escadas, salas, corredores" na sede do Pedagogium, de
acordo com as notícias publicadas pela Revista Pedagógica.
oferecer ao público em geral e aos professores, em particular, os meios de instrução profissional de que
possam necessitar, exposições dos melhores métodos e dos materiais didáticos mais avançados. O
Pedagogium cumprirá os seus objetivos através de: boa organização e exposição permanente de um
museu pedagógico; conferências e cursos científicos adequados aos objetivos da instituição; gabinetes e
laboratórios de ciências físicas e história natural; exposições escolares anuais; uma escola primária
modelo; criação de uma aula modelo de desenho e uma oficina de trabalhos manuais; organização de
coleções de modelos para o ensino concreto nas escolas públicas; publicação de uma "revista
pedagógica". (Tradução do autor.)
O comércio com a Maison Deyrolle não estava restrito aos museus escolares. No
Registo de Correspondência do Diretor (1877-1893) da Escola Normal de São Paulo há
referências a compras em 1893 de modelos de partes da anatomia humana e anatomia
comparativa e modelos de flores e frutos para o montante total de Fr. 3250 (ver Figura
3). Há também referências ao representante comercial da Maison no Registo de
Correspondência Oficial da Escola Normal da Capital 1893-1895. As negociações
conduzidas com Etienne Collet, os detalhes dos artigos comprados e dos processos
burocráticos empreendidos para extrair o dinheiro da Secretaria de Estado dos Assuntos
Internos, bem como o processo de importação da mercadoria, podem ser seguidos em
cópias de vários documentos registados em ambos os livros entre Outubro de 1893 e
Maio de 1894.30
Também os negócios com a Maison não se restringiram à Escola Normal de São Paulo.
No Registo de Inventário da Escola Normal do Brás, na cidade de São Paulo,
encontramos a aquisição dos seguintes artigos: 36 mapas de Deyrolle (história natural),
um barómetro de mercúrio do sistema Deyrolle, oito mapas de História Natural de
Émile Deyrolle, 25 mapas de mineralogia de E. Deyrolle, uma língua (Deyrolle); uma
mão (Deyrolle); e um modelo anatómico (Deyrolle).
O negócio também não estava restrito a São Paulo. No Arquivo Público, assim como no
Arquivo Escolar, do Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre e São Luis,
encontramos documentos que atestam a compra de produtos da Maison Deyrolle nas
Províncias brasileiras do sul ao norte do país.
É importante salientar que este comércio não envolveu apenas as ciências naturais ou a
Maison Deyrolle. Nos catálogos da época havia anúncios que ofereciam para venda
carteiras escolares, armários, carteiras para professores, cadeiras, espingardas de
madeira, equipamento de ginástica, esqueletos médicos, globos mundiais, aparelhos
óticos, ferramentas, e espécimes de zoologia e botânica, entre muitos outros objetos.
Para dar uma melhor ideia da materialidade de uma escola pública brasileira no final do
século XIX, podemos examinar o inventário de uma sala de aula do terceiro ano na
Escola Primária Modelo só para meninas ao lado da Escola Normal de São Paulo,
compilado pela sua professora Maria Varella em 9 de Dezembro de 1895:
... um sino, um cesto, 39 livros de leitura João Kopke, 43 livros de leitura Leituras Práticas, uma tigela,
uma caneca, 70 lousas para escrever, um livro de presenças, 2 modelos de caligrafia, 40 canetas, uma
régua de um metro, uma régua grande, 38 réguas pequenas, uma garrafa com tinta, uma vara apontadora,
um relógio, um globo terrestre, 4 almofadas de limpeza de penas, 3 cadeiras, uma secretária de professor,
42 carteiras de estudantes, 2 carteiras com suportes, uma caixa com pregos de madeira, uma caixa com
sólidos, um piano, um banco, 20 ganchos, uma chave de fendas, uma garrafa de tinta, uma caixa com
penas, 22 lápis de papel, 45 livros As crianças e os animais, 39 cadernos aritméticos No. 2, 40 cadernos
de aritmética nº 3, 36 lápis de pedra, 32 agulhas de costura, 7 livros com modelos de desenho, 2 volumes
de Festas Nacionais, 2 programas, 2 volumes de E. Pública [Educação Pública], um livro para aprender a
contar, um livro de química, 2 livros de física, um Compêndio de Astronomia, um Compêndio de
Geologia, um Compêndio de Geologia elementar, 44 cadernos de caligrafia Nº 2, 45 cadernos de
caligrafia Nº 3, 45 cadernos de caligrafia Nº4. (Tradução do autor.)
A natureza exemplar de uma Escola Modelo aponta para a pedagogia ideal baseada em
objetos desse período. Neste sentido, o texto que acaba de ser citado não deve ser
considerado como implicando que todas as escolas primárias públicas tivessem à sua
disposição os objetos acima listados, mas apenas que as escolas aparecessem como um
mercado potencial para a produção desses objetos. No caso do Brasil, um mercado de
dimensão não negligenciável, as lições de objetos foram recomendadas pela primeira
vez para utilização nas escolas públicas oficiais em 1879, na legislação criada por
Carlos Leôncio de Carvalho, Ministro e Secretário de Estado para os Assuntos do
Império. E no Regulamento da Instrução Primária e Secundária no Distrito Federal,
promulgado em 1890 por Benjamin Constant, Ministro da Instrução Pública no Brasil,
foi indicado que 'o método intuitivo [deve ser] constantemente empregado, o livro
servindo como mero auxiliar' (tradução do autor).
Vale a pena mencionar que, no final do século XIX, o Brasil estava entre os 15
principais compradores de bens da França, segundo Jorge Luis Mialhe. Vanessa Bivar e
Eni Samara argumentaram que, para competir contra a Grã-Bretanha e a Alemanha, a
França construiu uma rede em que o comércio e a representação consular estavam
enredados para incentivar e promover as exportações para o Brasil. O esforço foi eficaz
e, desde 1850 até ao final do século, a França foi o segundo maior fornecedor do Brasil.
Assim, Maison Deyrolle não foi a primeira empresa francesa a aperceber-se da
importância deste mercado.
É tentador perguntar por que razão Émile Deyrolle deveria ter contactado (ou aceito a
proposta de) Joaquim José Menezes Vieira para ser o autor de uma das coleções da
Maison, se no final dos anos 1800 a empresa já tinha um representante comercial no
Brasil, e já tinha publicado uma série de gráficos traduzidos para português. Do mesmo
modo, é interessante perguntar por que razão Menezes Vieira se interessou pelo projeto
(ou mesmo concebeu-o). Possivelmente, ao associar o seu nome ao de um proeminente
educador brasileiro, que, na altura, ocupava o prestigioso cargo de diretor do
Pedagogium, a Maison visava impulsionar as suas vendas e tornar-se ainda mais
conhecida no mercado brasileiro. Talvez prevendo a possibilidade de ganhos como a
tradução de gráficos, Menezes Vieira iniciou uma parceria com a Deyrolle. Ele tinha
experiência no desenvolvimento de material didático, sendo o autor do Álbum, com oito
lâminas para ensino intuitivo de história do Brasil (Album, with eight charts for the
intuitive teaching of Brazilian history ) publicado no primeiro número da Revista
Pedagógica em 1891 por $3000 (três mil réis). Afinal, tinha acompanhado de perto o
sucesso da tradução de Rui Barbosa do livro de Norman Allison Calkins, mencionado
anteriormente, dos quais 15.000 exemplares foram vendidos à Imprensa Nacional, que
deveria ter significado um grande lucro.
Como era, Deyrolle e Vieira uniram forças para produzir o Museu Escolar Brasileiro,
que tinha como subtítulo Nacionalisação do Musée Scolaire Deyrolle, por Menezes
Vieira, director do Pedagogium do Brasil (Nacionalização do Musée Scolaire Deyrolle
por Menezes Vieira, diretor do Pedagogium do Brasil).
Embora seja provável que a associação entre a Maison e Menezes Vieira visasse uma
estratégia comercial, a proposta de 'naturalização' dos gráficos, inscrita no seu subtítulo,
leva-nos ao que se pode chamar tradução cultural, seguindo o trabalho de Maria Lúcia
Pallares-Burke. Numa publicação anterior, tentei mostrar que, na tradução, Menezes
Vieira alterou os conteúdos, bem como reordenou as imagens, tornando o objeto mais
apropriado para a sua utilização nas escolas primárias brasileiras. Esta publicação é aqui
brevemente recordada para estabelecer uma comparação entre dois quadros
aparentemente idênticos pertencentes ao Arquivo da Escola Normal de São Paulo.
A modificação dos gráficos pode potencialmente dizer-nos algo sobre o contexto social
e cultural particular do ensino das ciências naturais nas escolas primárias no final do
século XIX. A secção do caracol na carta francesa pode significar um olhar mais
cuidadoso sobre um molusco frequentemente utilizado na cozinha francesa. Com o
estudo detalhado dos órgãos internos, o professor teria a oportunidade de fazer
recomendações sobre a correta limpeza do molusco, identificando as suas partes
comestíveis. A inserção da sanguessuga, da lombriga e da ténia na carta brasileira, por
sua vez, pode refletir preocupação sobre a prevenção e tratamento de doenças comuns
entre populações que vivem em condições sanitárias inadequadas no Brasil. Assim,
permitiria ao professor dar conselhos sobre como evitar, identificar sintomas de, e curar
tais enfermidades. A frase, "vermes intestinais vivem nos órgãos internos dos homens e
outros animais", escrita diretamente sob a imagem de uma ténia, reforça esta hipótese.
Do mesmo modo, a inclusão do marisco nas cartas brasileiras pode ter tido a mesma
função que a secção do caracol na carta francesa. Convidaria o professor a esclarecer o
cuidado necessário a ter na limpeza do molusco antes de cozinhar: uma questão
particularmente importante para os alunos das regiões costeiras, como o Rio de Janeiro,
onde o hábito de comer marisco ainda hoje é observado na população.
A preocupação com a saúde corporal das crianças tornou-se um tema importante nos
finais do século XIX no Brasil (como na França) e Menezes Vieira estava ciente disso.
Tinha frequentado a Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro entre 1868 e 1873. Nessa
instituição, tinha participado em um universo intelectual (e profissional) em que a
necessidade de promover uma melhor higiene legitimava argumentos para a intrusão da
medicina em todos os domínios sociais e políticos, com o objetivo de prevenir doenças.
Segundo José Gonçalves Gondra, a necessidade de educar as novas gerações foi o que
obrigou os médicos a intervir não só no espaço público da escola, mas também no
espaço privado do lar. A mudança de hábitos vistos como 'ignorantes' e a difusão da
'civilidade' surgiram como propostas dentro desta nova ordem.
Estas questões estão ainda em aberto. Contudo, levam-nos a um duplo inquérito. Por um
lado, precisamos de estar atentos às ligações a múltiplas escalas que a circulação de
modelos, objetos e pessoas promoveu no final do século XIX em resultado da crescente
internacionalização das sociedades, culturas e indústrias. Por outro lado, precisamos de
compreender como cada sociedade se apropriou destes modelos e objetos nas suas
escolas (e práticas de ensino) de formas distintas.
Este movimento foi associado ao ensino simultâneo, que assumiu o mesmo ritmo de
aprendizagem para todos os alunos de uma turma, a partir da utilização de materiais
comuns, e os preceitos da educação obrigatória, que defendiam a extensão da
escolaridade a todas as crianças. A escolarização em massa, que se desenvolveu ao
mesmo tempo que a produção em massa estava a tornar-se um negócio apelativo em
todo o mundo, particularmente visível na nova indústria de mercadorias educativas.
As rotas descritas neste artigo mostram os efeitos da internacionalização que estava a
influenciar o setor educacional na segunda metade do século XIX, envolvendo sistemas
escolares constituídos como nacionais mas efetivamente permeados por propostas e
iniciativas educacionais transnacionais. Esta tensão tornou-se clara nos discursos dos
educadores da época.