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O PÓS 50 ANOS EM 5
Como se constrói uma estagflação
Conhecido como um período de estagflação, a década de 1960, o
pós planos de metas de JK, é um período também conturbado nas outras
esferas sociais, como o caos político que foi o governo de Jânio e Jango,
golpe militar, inúmeros planos econômicos e tentativas de reformas
institucionais, também marcando o fim do populismo inaugurado com
Vargas em 30, como afirmam alguns autores.
Falando de economia, temos dois planos de destaque para o
período, o Plano Trienal (1963) e o Paeg (1965-1967), que adotaram medidas
de controle monetário e fiscal, medidas essas que possuem o cunho
contracionista e tinham como meta o combate da inflação e o controle das
contas públicas, mas um problema para a resiliência da inflação pode ser
explicada pela abordagem gradualista dos dois planos, com a observação
da seca de 1963, que prejudicou a agricultura de maneira geral.
Falando de maneira estrutural, temos três abordagens: uma para a
estagnação do modelo de desenvolvimento baseado na substituição de
importações, que limitava novos investimentos para a manutenção do
crescimento do PIB, formulada por Celso Furtado. Ele ainda destaca o papel
primordial da má distribuição de renda no Brasil para tal situação.
Roberto Campos formula no sentido da ineficiência do aparato
institucional brasileiro, críticas essas que foram incorporadas ao Paged e
por fim possuímos a última classe, representada por Serra, que levantam os
excessivos investimentos durante o plano de Metas e a posterior queda,
natural de um capitalismo industrial.
Por fim, devemos considerar essa crise como um evento multifatorial,
não isolado e que deve ser delimitado por suas consequências para as
décadas posteriores, com os demais planos implementados, o fracasso
brasileiro em controlar a inflação e toda a gama de problemas institucionais
presentes até hoje.