Você está na página 1de 23

FACULDADE FAVENI

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR

EDSON ANTONIO PEREIRA

DOENÇAS MENTAIS NOS PROFISSIONAIS DE ATENDIMENTO DE


URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

PATO BRANCO
2020
DOENÇAS MENTAIS NOS PROFISSIONAIS DE ATENDIMENTO DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Edson Antônio Pereira Autor1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Nos tempos ditos modernos, e suas características, a saúde mental é imprescindível ao
profissional de emergência e urgência, e ao mesmo tempo uma das áreas que demandam mais cuidados
comportamental do profissional, por suportar múltiplas fontes de pressão. Neste artigo, valendo-se da
pesquisa bibliográfica, pretende-se elucidar os riscos, os comportamentos, e possíveis desenlaces em
relação ás doenças mentais e aos profissionais de emergência e urgência. Acerca dos riscos, por serem
inúmeros, importará os mais evidentes e presentes que interferem diretamente nas e através das ações e
posturas dos profissionais referenciados, bem como as medidas mais efetivas no refreamento dos
mesmos. Por conseguinte a exposição de situações que contribuem para os comportamentos que geram
riscos e as inquirições na investida de fomentar discussões práticas deste comportamento, visando
mudança de conduta. Igualmente, o ensaio acerca das doenças mentais, em uma abordagem elucidativa,
visando obviamente a não exposição dos profissionais de emergência e urgência aos fatores que se
relacionam com as doenças mentais. A elaboração de medidas que minora riscos e seus efeitos em
relação às doenças mentais são extremamente importantes, como também a perscrutação de ações que
proporcionam a saúde plena a estes profissionais que se dedicam no trabalho de atendimento de
urgências e emergências.

10, cor preta. O texto será composto pelos elementos: RESUMO; INTRODUÇÃO; DESENVOLVIMENTO;
CONCLUSÃO e REFERÊNCIAS. O trabalho deverá ter no mínimo 08 e máximo 16 páginas.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental. Emergência. Urgência. Doenças Mentais.

1
eson_pereira@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

A saúde mental é muito importante para qualquer profissional. Qualquer


trabalhador para exercer o seu labor, precisa ser saudável física e mentalmente.
Quando o público é o objeto de trabalho do profissional, é ainda mais importante a
manutenção da saúde, uma vez que, este profissional também trabalhe com a saúde,
segurança e atendimento pré-hospitalar, seu equilíbrio físico e emocional se torna
imprescindível.
A modernidade cumpre papel preponderante como fator de desequilíbrio e abre
as portas para as mais variadas doenças mentais, analisando os sintomas e sinais das
doenças, serão mostradas neste artigo, quais as relações das mesmas com as
atividades dos profissionais de Urgências e Emergências, e porque é importante o
conhecimento, a explanação, os tratamentos das doenças mentais, tanto visando à
saúde do profissional, como também a melhor efetividade do seu serviço em benefício
da população.
Com a apresentação de dados coletados através de pesquisa de campo, é
evidenciada a relação direta para o surgimento e agravamento das doenças mentais
nos profissionais de Atendimento Pré-hospitar, e mais do que isto, com dados
quantitativos e qualitativos a abordagem também evidencia como a qualidade do
trabalho, do ambiente, das relações são afetadas a partir do momento em que os
primeiros sintomas das doenças mentais começam a aparecer.
Também importa o registro das problemáticas como um todo, que surgem a
partir da relação trabalho/doença, pois como dito, além da qualidade de vida do
trabalhador e também do comprometimento da eficiência do trabalho prestado. Onde
muitos ambientes não apresentam condições alguma de melhorias e soluções para tais
problemas. Ausências de ouvidorias, de planos de contingências, de disposições de
profissionais para avalições, dentre tantas outras medidas, que ajudariam na prevenção
e tratamento das doenças.
Portanto, esta pesquisa tem como objetivo evidenciar que as doenças mentais
atingem cada vez mais profissionais de todas as áreas, mas em maior quantidade em
profissionais de atendimento de Urgência e Emergência. Surge então a preocupação de
que pouca coisa está sendo feita, pouco reconhecem a importância de se tomar uma
ação correta no enfrentamento do problema. Obviamente que não se busca aqui,
exaurir ou prolongar o assunto, mas trazer o enfoque para que inquirições surjam, para
que a problemática seja discutida, e assim, quem sabe, discutir a aplicação das ideias
de soluções para o problema como um todo.
Como um objetivo geral, foram apresentadas as diversas doenças mentais que
acometem a sociedade, feito assim, um paralelo destas doenças com as ocupações
dos profissionais de Atendimento Pré-Hospitalar, isto é constatado nos primeiros
parágrafos da pesquisa. Um capítulo especial foi reservado para falar das síndromes
modernas, como Burnout, que cada vez mais é detectada nos postos de serviço.
Importa este artigo para não somente para os profissionais de forma isolada, como
também não somente para as instituições, mas para toda a sociedade, uma vez que a
sociedade é o campo de ação dos profissionais aqui citados, em casos clínicos e de
trauma. O objetivo primordial, o despertar da consciência de que é hora de tomar
medidas efetivas de prevenções e enfrentamentos, desta que já pode ser considerada
das maiores mazelas do século: as doenças Mentais.
2 DOENÇA MENTAL, O MAL DO SÉCULO

A modernidade trás no seu bojo várias novidades e com isso condutas,


costumes, culturas, sociedades, etc, são transformadas, mudadas. Gradativa ou
repentinamente comportamentos são transformados, e muitas vezes a sociedade
demora absorver tais situações, gerando crises no aspecto de seus indivíduos ou na
sociedade como um todo. Os conflitos nascidos, tende a serem cada vez mais globais,
e cada vez mais marcados por segregação de povos, classes sociais, religião, etc,
conforme enfatiza (BAUMAN – 1999, acerca da classificação social,

Classificar consiste nos atos de incluir e excluir. Cada ato nomeador divide o
mundo em dois: entidades que respondem ao nome e todo o resto que não.
Certas entidades podem ser incluídas numa classe — tornar-se uma classe —
apenas na medida em que outras entidades são excluídas, deixadas de fora.

Aliás, Zygmunt Bauman se debruça sobre a temática e aborda com ênfase o


assunto, na sua obra tempos líquidos, mais especificamente no capítulo A vida
líquido-moderna e seus medos (2007, p. 13), Bauman Salienta:

se a ideia de 'sociedade aberta' era originalmente compatível com a


autodeterminação de uma sociedade livre que cultivava essa abertura, ela agora
traz à mente da maioria de nós a experiência aterrorizante de uma população
heterônoma, infeliz e vulnerável, confrontada e possivelmente sobrepujada por
forças que não controla nem entende totalmente. 

Portanto Bauman fala de uma sociedade infeliz e vulnerável, esta infelicidade e


vulnerabilidade aterroriza a população causando inseguranças existenciais e
consequentemente muitas doenças mentais. O fato dos relacionamentos se
apresentarem de forma líquida, que é uma ideia central em Bauman, causado pela
ausência de relacionamentos profundos, sejam eles de amizades, profissionais ou
familiares, afeta de forma indireta, por vezes até direta, os profissionais de atendimento
de emergência e urgência.
Fatores relacionados á modernidade, tem mudado a percepção das doenças
mentais, conforme registrado acima, um dos motivos principais, é a ausência de
relacionamentos sociais. Significa dizer que o enfrentamento das crises por partes dos
indivíduos são encarados de forma fria, mecânica, minimizando a condição do ser
humano enquanto humano. Um exemplo clássico é o aumento de ocorrências em que
as pessoas se preocupam mais em filmas do que ajudar. É comum, circular nas redes
sociais registros de acidentes, o que dá muita mídia, não obstante, os profissionais
plantonistas do trauma “precisam encarar” também esta situação. O assunto incorre em
tamanha seriedade que o legislativo te que entrar em ação para minimizar. Um projeto
de lei (745/19) do deputado Fábio Trad (2) altera o CP para aumentar a pena para o
crime de omissão de socorro quando o agente preferir registrar por meio de fotografia
ou filmagem um acidente ou desastre em vez de prestar socorro à vítima.  Conforme o
texto do parlamentar, a pena será triplicada se o resultado da omissão for à morte da
vítima.
Ainda acerca do rompimento do laço simbólico, como um dos fatores, que
hodiernamente desencadeiam as doenças mentais, Julia Kristeva, escritora e
psicanalista, em entrevista a Dominique-Antoine Grisoni, em 1987, para a Magazine
Littéraire (e republicada em novembro de 2005), se pergunta: "Se a melancolia é de
novo o 'mal do século', se o número de depressões aumenta, isso não se passa em um
contexto social onde os laços simbólicos estão rompidos?" (KRISTEVA, 2005, p. 26).
Diz ainda: (p.26)

Nós vivemos uma fragmentação do tecido social que não oferece


qualquer segurança, mas ao contrário, uma incitação à fragmentação da
identidade psíquica que vivencia o deprimido.

Assim, a construção das doenças mentais como grandes males do século, não
delimita nem privilegia somente os profissionais de emergências e urgências, muitas
outras profissões, relacionadas ou não com a profissão em questão também são frutos
da modernidade, e por assim dizer, também são decorrentes da modernidade, e são
sinalizadas como doenças mentais. Mas importa como dito, para esta pesquisa,
somente a demanda relacionada com os profissionais de Emergência e Urgência.
2.1 Relação causal entre doenças mentais e profissionais de Socorros e
Urgências:

As doenças mentais produzem sintomas ligados a alterações de funcionamento


sem origem necessariamente conhecida, e que delas resultam a perda do equilíbrio
emocional. Surgem quando os processos de trabalho vão além da capacidade de
adaptação dos profissionais, por conta do horário, ou mesmo da imprevisibilidade das
ocorrências, conforme o entendimento de Tavares (2012) gerando situações
desconfortáveis, sentimentos de insatisfação e indignidade, nutrindo à sensação de
adoecimento intelectual a falta de criação, adaptação, proporcionando a situação de
stress e pressão psicológica. Versando acerca das pressões psicológicas Lautert L,
Souza SBC, Marziale MHP, Tavares (2012) no seu trabalho acerca de transtornos nos
ambientes hospitalares evidenciam que As pressões psicológicas que tais profissionais
são submetidos podem se originar também da qualidade do trabalho a executar, dentro
de um período de tempo insuficiente, em descompasso, muitas vezes com a habilidade
do trabalhador, pois as ações não permitem erros, uma vez que o bem em questão é a
vida humana. As Funções são atividades que propõe uma relação direta entre o físico
e o psíquico, podendo representar equilíbrio e satisfação ou causar tensão e
adoecimento físico e mental do profissional, por meio do stress.
Em um estudo feito nas unidades Bombeiro Militar e Samu, na cidade de Pato
Branco Paraná, com dados retrocedentes a 2017, com profissionais de idade, sexo e
tempo de serviços independentes, analisou indicadores de absentismo por motivo de
doença. O que se verificou que o que dependeu para a construção do gráfico foram à
dupla jornada de trabalho, os postos onde ocorreram mais ocorrências, os fatores e
circunstâncias mais estressantes, relação fora do trabalho, como desestabilização
familiar, ou atividade laboral fora. Os tempos de precariedade de condições de serviços,
a falta de equipamentos, gratificações inadequadas também foram fatores observados
na constatação dessas “baixas” e demais condições que minoram a moral das equipes
de atendimento, levando a insatisfação de vida, propiciando o surgimento de
transtornos e doenças mentais.
2.2 Consequências das doenças mentais nos profissionais de Emergência e
Urgência

Os dados negativos não se refere somente á doença no profissional em si, mas


também a extensão do prejuízo. A doença tem outros desdobramentos e trazem
consequências em diversos setores da sociedade. A sociedade sofre demasiadamente
quando não tem profissionais saudáveis realizando o trabalho, e como visto, muitos
passam a apresentar desgastes físicos, emocionais, mentais, como consequência de
um trabalho apático, desanimador, e em desequilíbrio emocional. Outros sentimentos
nos profissionais ainda podem ser destacados, como raiva, irritabilidade, ansiedade,
etc. o que tem desdobramento e total prejuízo à qualidade do serviço, pois gera inércia,
queda na produtividade, do desempenho e na satisfação desses profissionais.
O estudo supracitado evidenciou que nas unidades de atendimento de socorros
de Urgências e Emergências, em função da sua importância, do tipo, do vínculo, da
exposição, etc, estão sujeitos a diferentes graus que potencializam as ocorrências e
agravos à saúde. Uma vez que estes diferentes graus se elevam, elevam também o
processo de doenças mentais, pois consomem mais forças físicas e mentas, reduz a
qualidade de vida, prejudicando o seu convívio social, diminuindo tempo com a família e
também com o lazer. Sendo prejudicadas estas áreas, ditas, pessoal, social, laborais e
afins, dificulta as questões morais, a capacidade de aceitação de problemas, facetas
ante as resoluções dos mesmos, dirimindo as chances de ter prazer na vida. Logo a
precariedade de condições dignas afeta diretamente a saúde mental do agente,
gerando várias doenças que serão analisadas nos pormenores adiante. O local de
trabalho são as fontes número um das doenças mentas, pois o desequilíbrio não
consegue se sustentar entre as exigências dos exercícios profissionais e as
capacidades de enfrentamento do trabalhador, pois é o local de trabalho que se
estabelecem as tarefas experimentas pelo trabalhador em relação aos diferentes graus
de pressão acima mencionados. Por fim, as pressões sofridas de diferentes formas
pelos profissionais de atendimento de socorros e urgências, nos locais de serviço, nas
jornadas duplas, no modo de enfrentamento, na baixa remuneração, na violência
laboral estressante, são causas mais comuns, e que levam a muitas consequências,
sendo a principal relacionada com os prejuízos trazidos para a sociedade, prejuízos
financeiros e sociais, sobretudo em relação à saúde publica. Existe a necessidade de
estudos mais aprofundados, o trabalho em questão não pretende elencar todas as
situações possíveis, muito menos exaurir o assunto de forma direta, todavia, serve
como um chamado de atenção para as questões aqui referenciadas, de muita
importância, a saúde do trabalhador relacionado com a saúde de todas as pessoas.

3 DOENÇAS MENTAIS MAIS COMUNS

De acordo com o tuasaude.com as doenças mentais são as disfunções no


funcionamento mental, que podem afetar qualquer pessoa e em qualquer idade e,
geralmente, são provocados por complexas alterações do sistema nervoso central e as
mais comuns de uma forma geral, são: ansiedade, depressão, esquizofrenia,
transtornos alimentares, estresse pós-traumático, somatização, transtornos bipolar,
transtorno obsessivo-compulsivo. Ainda outros transtornos conforme o Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), a lista dos principais inclui:
Transtornos Psicóticos, como esquizofrenia ou transtorno delirante; Transtornos de
Personalidade, como dos tipos paranoide, antissocial, borderline, histriônica ou
narcisista, por exemplo; Transtornos relacionados ao uso de substâncias, como drogas
ilícitas, álcool, medicamentos ou cigarros, por exemplo; Transtornos Neurocognitivos,
como delirium, Alzheimer ou outras demências; Transtorno do Neurodesenvolvimento,
como deficiências intelectuais, transtornos da comunicação, autismo, déficit de atenção
e hiperatividade ou alterações dos movimentos; transtornos Dissociativo, como
Transtorno de Despersonalização/Desrealização ou amnésia dissociativa; Disforia de
Gênero, relacionado ao desenvolvimento sexual; Transtornos Disjuntivos, do Controle
de Impulsos e da Conduta, como Cleptomania, Piromania ou transtorno explosivo;
Disfunções Sexuais, como ejaculação precoce ou retardada; Transtorno do Sono-
vigília, como insônia, hipersonolência ou narcolepsia; Transtorno da Eliminação, como
incontinência urinária ou fecal; Transtornos Parafílicos, relacionados ao desejo sexual;
Transtornos do movimento relacionado a efeitos de medicamentos.
Existem ainda diversos outros tipos de transtornos, como os relacionados a
problemas sociais, educacionais, profissionais ou econômicos, entretanto neste artigo
importa os mais comuns e aqueles que têm relação com o atendimento pré-hospitalar.

3.1 Ansiedade

Dentre as pessoas em geral, que procuram consulta médica acerca de algum


transtorno, cerca de 25% são diagnosticados com ansiedade. Isto é uma taxa
considerada bem alta, fazendo com que grande parte da população tenha desenvolvido
este transtorno. A ansiedade gera uma sensação de desconforto, tensão, medo ou
mau pressentimento, que infere diretamente nas ações dos profissionais de
atendimento pré-hospitalar.
Às vezes a Ansiedade é confundida como alguma doença física por apresentar
alguns sintomas, como, como palpitação, suor frio, tremores, falta de ar, sensação de
sufocamento, formigamentos ou calafrios, por exemplo. Igualmente o ansioso tem
grande risco de desenvolver depressão ou vícios pelo álcool e medicamentos.

3.2 Depressão

O percentual das pessoas que apresentam depressão em relação aos que


apresentam ansiedade diminui um pouco, no entanto, se não for trata e resolvida à
tendência da ansiedade e levar a uma depressão. Cerca de 15% das pessoas
apresentam depressão em algum momento da vida. A depressão se difere da tristeza
pela motivação e pela extensão da melancolia. O estado de humor deprimido persiste
por mais de duas semanas, com tristeza e perda do interesse ou do prazer nas
atividades, podendo ser acompanhada de sinais e sintomas como irritabilidade, insônia
ou excesso de sono, apatia, emagrecimento ou ganho de peso, falta de energia ou
dificuldade para se concentrar, por exemplo. A tristeza e motivada, e tende a passar
rapidamente, a depressão pode aparecer se motivação alguma, e como dito, tende a
durar bem mais.
É possível encontrar pessoas depressivas trabalhando no pré-hospitalar, o que é
altamente não recomendado, pois estas pessoas estão doentes mentalmente e
precisam de psicólogos ou psiquiatras, totalmente inconcebíveis a aceitação de que
continuem na sua rotina laborativa.

3.3 Esquizofrenia

Dentre os transtornos psicóticos, esquizofrenia tem destaque. Esta doença


mental se caracteriza como uma síndrome que provoca distúrbios da linguagem,
pensamento, percepção, atividade social, afeto e vontade. Tem como sintoma as
alucinações, alterações profundas de comportamentos, delírios, o paciente costuma
apresentar o pensamento desorganizado, movimentos alterados, dente outros.
A esquizofrenia não está diretamente ligada a questões de comportamentos,
mas sabe-se que está relacionada a alterações genéticas que provocam defeitos nos
sistemas neurotransmissores do cérebro, e que pode ser hereditária. De acordo com o
site Vittude.com as pesquisas sobre as causas da esquizofrenia ainda são
inconclusivas. Tatiana Pimenta CEO e Fundadora da Vittude acredita que:

“a hipótese mais aceita é de que a doença seja multifatorial, sugerindo que os


sintomas se desenvolvem em pessoas com alguma vulnerabilidade biológica,
somada a agentes estressores psicológicos, ambientais ou físicos ”.

No entanto a doença consta neste artigo, pois duas dentre as suas maiores
causas, a primeira é o desiquilíbrio bioquímico, e a segunda são as infeções virais,
podem acontecer recorrentemente nos profissionais de atendimento de urgência e
emergência. Em relação ao Desiquilíbrio Bioquímico importa elucidar que as atividades
de atendimento pré-hospitalar por suas características tendem a produzir efeitos
deprimentes, ocorre que quando uma pessoa está deprimida, a tendência do cérebro
é sofrer químicas que desencadeiam sentimentos negativos, e ele vai precisar de ajuda
para voltar ao seu funcionamento normal. Em relação às Infecções virais salienta-se
que a Esquizofrenia também é causada por infecções virais, situação que os
profissionais de Atendimento estão expostos massivamente. A cada ano surgem novos
tipos de vírus cuja transmissão se dá pelo contato ou proximidade. Neste aspecto os
cuidados com higiene e biossegurança devem ser redobrados, todo paciente, deve ser
considerado um possível transmissor de doenças, no entanto o atendimento deve ser
livre de preconceitos e isentos de julgamentos, o que gera um certo conflito no
profissional do pré-hospitalar Transtornos Alimentares
Principalmente duas situações devem ser observadas: A Anorexia que é
caracterizada pela perda de peso intencional provocada pela recusa à alimentação,
distorção da própria imagem e medo de engordar. Também a Bulimia, que consiste em
comer grandes quantidades de comida e, em seguida, tentar eliminar as calorias de
formas prejudiciais, como pela indução do vômito, uso de laxantes, exercícios físicos
intensos ou jejum prolongado. Ainda existem a Ortorexia, é a preocupação excessiva
por comer alimentos saudáveis, a Vigorexia, que é a obsessão pelo corpo musculoso,
ou a compulsão alimentar, por exemplo. Destaca-se que estes casos de forma direta
são poucos notados nos profissionais do pré-hospitalar, no entanto a ausência de uma
rotina alimentar saudável, causada pelas características do serviço, leva a casos não
intencionais destes transtornos, é não deve ser desprezado como doença mental, no
meio destes profissionais.

3.4 Estresse pós-traumático

O estresse pós-traumático surge após a exposição de alguma situação de


trauma, o paciente começa a desenvolver uma ansiedade diretamente relacionada com
a situação traumática. Nos profissionais de atendimento estas situações de traumas
podem ser vivenciadas em diversos momentos da atividade laboral, como ter que
socorrer alguém da família ou um amigo íntimo, ou ainda crianças ou qualquer pessoa
que exigiria uma carga emocional maior. A pessoa afetada revive o ocorrido
insistentemente em recordações ou sonhos, e não consegue desligar o sofrimento do
seu psicológico.
3.5 Somatização

A somatização é um transtorno em que a pessoa apresenta múltiplas queixas


físicas, referentes a diversos órgãos do corpo, mas que não são explicadas por
nenhuma alteração clínica, Lipowski (1988), propõe que a somatização é

"é uma tendência que o indivíduo tem de vivenciar e comunicar suas angústias
de forma somática, isto é, através de sintomas físicos que não têm uma evidência
patológica, os quais atribui a doenças orgânicas, levando-o a procurar ajuda
médica"

A somatização em geral já é pouco notificada, nos profissionais de atendimento


é menos ainda. Por diversas razões, em razão da funções laborais, estes profissionais
estão expostos à doença. Delimita-se como doença mental, pois na maioria dos casos,
as pessoas com transtorno de somatização são impulsivos, ansiosos, e apresentam
alterações do humor, além de poderem apresentar impulsividade, além das piores das
questões, muitas vezes o paciente apresenta uma dor psicológica, o que fica difícil à
aceitação, por preconceito por parte de muitos profissionais. No entanto, é necessário
um avanço acerca dos conhecimentos dos mesmo, Os atuais estudos concernentes
aos fenômenos psicossomáticos, segundo Fortes, Tófoli e Baptista (2010), construíram
um novo modelo de compreensão do processo saúde-doença, veja a contribuição
destes em relação ao conceito da tipo da doença: (FORTES; TÓFOLI; BAPTISTA,
2010, p. 547.

[...] o conceito de doenças psicossomáticas (no sentido daquelas onde haveria um


componente emocional na determinação da doença) é superado. [...] todas as doenças,
em maior ou menor grau, são também determinadas pelos aspectos psicológicos e sociais
envolvidos na sua evolução.

Outra questão importante, se refere à banalização da doença, pois dependendo a


rotina laboral, todas às vezes apresentam sensações de dor não apresentada
anteriormente, no entanto, a somatização difere, conforme Fortes, Tófoli e Baptista
(2010).
[...] as queixas somáticas sem substrato anatomopatológico (a pedra fundamental
do moderno conceito de somatização) são universais, sendo muito frequentes em
todas as pessoas. Estudos demonstram que a grande maioria das pessoas
apresenta alguma queixa física anormal no prazo de uma semana (Kellner e
Sheffield, 1973), mas em geral elas não procuram os médicos ou qualquer outro
tipo de cuidado. A explicação que é construída para essa sensação somática
anormal é fundamental na determinação da forma como esse indivíduo irá lidar
com ela. Esse ‘padrão explicativo’, denominado Padrão de Atribuição [...] é
fundamental na determinação de buscar, ou não, tratamento médico.

3.6 Transtornos e Síndromes

Percebe-se que a bipolaridade é bastante presente nos profissionais de


atendimento de urgência e emergência. Foi aplicado um teste simples, nos profissionais
do Corpo de Bombeiros de Pato Branco, e na identificação do transtorno, percebeu-se
um aumento na condição, quando estes profissionais estão nas escalas de
atendimento. Mais detalhes desta pesquisa será mostrado mas adiante nesta pesquisa.
Pouco diagnosticado o Transtorno Obsessivo Compulsivo também é muito
presente nos profissionais de APH, este transtorno provoca pensamentos, como o
nome diz, compulsivo e obsessivos que prejudicam a atividade diária da pessoa. Nos
profissionais de atendimento de Emergência e Urgência, a rotina diária implica no
descontrole do equilíbrio, fazendo com que algumas rotinas se tornem exageradas. O
transtorno provoca um exagero em limpeza, obsessão por lavar as mãos, necessidade
de simetria ou impulsividade por acumular objetos, por exemplo. Obviamente que, em
se tratando de assepsias, o exagero é conivente, no entanto as manias podem se
tornar prejudiciais a partir do momento que afetam a tranquilidade e o equilíbrio para a
própria realização do serviço. Há casos de profissionais que não conseguem ter o
verdadeiro tato nas ocorrências devido ao transtorno, alguns não conseguem cumprir
rotinas simples, como dirigir o veículo de emergência devido a implicações do
transtorno.
A síndrome de Bornout Em sua definição Bornout é a condição de alguém que se
tornou fisicamente e emocionalmente cansado, em geral, ele é definido como uma
reação negativa ao estresse crônico no trabalho (SHIROM, 2003; HONKONEN et al.,
2006; AHOLA et al., 2006) depois de fazer um trabalho difícil por um longo período de
tempo. A síndrome do Bornout recebeu esta definição devido ao real significado da
palavra no original: Ex, motor de jato ou foguete que para de funcionar por não ter mais
combustível disponível, todo o combustível foi “born out”, esgotamento. Esta exaustão
da força emocional e física ou motivação normalmente é o resultado de estres
prolongado, ou frustração e normalmente está vinculado ao trabalho. É visto como o
resultado de uma dificuldade de administrar a vida, ou os problemas que a vida nos
apresenta. É considerado com uma síndrome depressiva, pois há sinais e causas
parecidas com a depressão, seria portanto, o aposto de engajamento, onde a pessoa
com Bornout não consegue se compromissar, se engajar com suas funções no meio
social e profissional.
Segundo Trigo (2007) A literatura brasileira utilizada nos bancos de dados sobre
a Síndrome de Bornout e sua prevalência ainda é escassa se comparada aos estudos
internacionais. Segundo o autor, Nos diversos trabalhos analisados, o Burnout foi
avaliado nas categorias profissionais que envolvem o cuidado e o lidar com pessoas.
São eles: professores, profissionais da enfermagem, policiais, bombeiros, médicos,
dentre outros. Na avaliação de Burnout em profissionais do corpo de bombeiros, a
amostra revelou que 64,71% apresentaram ausência total da síndrome e 35,29%
apresentaram fatores de risco para o desenvolvimento de SB. A profissão de bombeiro
faz com que o profissional tenha de lidar com riscos psicossociais e biológicos, como,
por exemplo, exposição a sangue contaminado e privação do sono.
O Burnout pode ser influenciado por inúmeros elementos no ambiente de
trabalho, como trabalho em excesso, reconhecimentos ou recompensas insuficientes,
falta de controle sobre o próprio trabalho, falta de imparcialidade, ou estar em função
que não acomoda quem a pessoa.
Os sinais mais comuns da Síndrome de Bornout são cinismo que é um
sentimento negativo, esmagador direcional ao trabalho. O sentimento que a função é
inútil, digno de não valorização. Outro sinal e a exaustão tanto física como mental, o
doente pode se sentir deprimido ou cansado, e a sua atenção e foco e concentração
pode ser afetas, também a incapacidade de perceber a eficácia profissional, é o
sentimento e pensamento que o doente não consegue mais fazer o seu trabalho bem
feito, pode se sentir incompetente ou ineficiente. Normalmente as pessoas com Burnout
tem a vida desbalanceada, sem energia ou desejo para sair com amigos, negligenciam
sua saúde e ficam desiludidos com trabalho, sem ter acontecido nada de específico
para isso, o estresse é crônico e múltiplo durante um período de tempo extenso, deixa o
profissional totalmente drenado, esgotado de sua energia e vontade, sem conciliar o
seu melhor, prejudicando a seu desempenho no trabalho e consequentemente nas
outras áreas da vida.
Outro transtorno importante que pode acometer o profissional de Atendimento de
Urgência e Emergência é o chamado Transtorno de Personalidade Borderline, que
como o nome sugere, refere-se a alguém que está no limite da linha, com sintomas
neuróticos e psicóticos. Grande parte dos autores descreve o fenômeno Borderline
como um estado de psiquismo da personalidade, localizado no limite/fronteira entre a
neurose e a psicose. Atualmente, muitos preferem considerá-lo como uma
estrutura/organização, contendo suas próprias características (ZIMERMAN, 2004). O
transtorno é conhecido como uma explosão de emoções, pois o sentimento é
maximizado, seja emoções boas ou ruins, é sentida a flor da pele. O cérebro do doente
sofre várias alterações, uma principal e a afetação na parte cerebral responsável pela
empatia, senso de inclusão social e também um pouco do impulso, logo há uma
diminuição dos sentimentos relacionados a estas áreas. São questões sensíveis pois o
paciente não se sente incluído, não tem muito controle de impulso, e também a
diminuição da necessidade de se colocar no lugar do outro. Para Kernberg (1992) a
transferência do paciente Borderline é primitiva, sendo que a relação com o objeto se
dá de forma parcial, com perda da prova de realidade, podendo surgir ideias delirantes
quando analista e objeto primário tornam-se idênticos.
A instabilidade é característica principal do paciente. Uma instabilidade de
humor, instabilidade de relacionamentos. A instabilidade também afeta a questão da
avaliação da autoimagem, e do próximo. A impulsividade também é caraterística do
transtorno. Comportamentos impulsivos, para compras, na área sexual, nos
relacionamentos, dentre outros. O medo constante, também é outro sinal,
principalmente no que tange ao medo de ser rejeitado ou abandonado. Não se
apresenta como um medo normal, mas um medo muito grande, um pavor. O paciente
com Borderline apresentam comportamentos auto agressivos, cortes, queimaduras e
também tentativas de suicídios, como assevera (KERNBERG, 1991) que um elemento
evidenciado no tratamento de tais pacientes é a tentativa de suicídio por parte destes,
pois como visto, o doente demonstra comportamentos impulsivos.

4 SCALA HAD – AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM


PROFISSIONAIS BOMBEIROS MILITARES EM PATO BRANCO – PR

Entre os dias 01/04/2020 e 06/05/2020 foi realizado uma avaliação com os


profissionais bombeiros militares no quartel central da cidade de Pato Branco-PR. A
pesquisa tem como objetivo medir de forma quantitativa o nível de ansiedade e
depressão dos profissionais em todos os setores, e contrapor uma avaliação em
relação aos profissionais de socorros e urgências: Segue a tabela utilizada.

1. Eu me sinto tensa (o) ou contraída (o):

( ) a maior parte do ( ) boa parte do ( ) de vez em ( ) nunca [0]


tempo [3] tempo [2] quando [1]
2. Eu ainda sinto eu gosto das mesmas coisas de antes:
( ) sim, do mesmo ( ) não tanto quanto ( ) só um pouco [2] ( ) já não consigo
jeito que anges [0] antes [1] ter prazer em nada
[3]
3. Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer:
( ) sim, de jeito ( ) sim, mas não tão ( ) atualmente bem ( ) não sinto nada
muito forte [3] forte[2] menos [1] disso [1]
4. Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas:
( ) do mesmo jeito ( ) atualmente um ( ) atualmente bem ( ) não consigo mais
que antes [0] pouco menos [1] menos [2] [3]
5. Estou com a cabeça cheia de preocupações:

( ) a maior parte do ( ) boa parte do ( ) de vez em ( ) raramente [0]


tempo [3] tempo [2] quando [1]
6. Eu me sinto alegre:
( ) nunca [3] ( ) poucas vezes [3] ( ) muitas vezes [1] ( ) a maior parte do
tempo [0]
7. Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:
( ) sim, quase ( ) muitas vezes [1] ( ) poucas vezes [2] ( ) nunca [3]
sempre [0]
8. Eu estou lenta (o) para pensar e fazer coisas:

( ) quase sempre ( ) muitas vezes [2] ( ) poucas vezes [1] ( ) nunca [0]
[3]
9. Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no
estômago:
( ) nunca (0) ( ) de vez em ( )muitas vezes [2] ( ) quase sempre [3]
quando [1]
10. Eu perdi interesse em cuidar da minha aparência:

( ) completamente [3] ( ) não estou mais ( ) talvez não tanto ( ) me cuido do


me cuidando como quanto antes [1] mesmo jeito que
eu deveria [2] antes (0)
11. Eu me sinto inquieto (o), como se eu não pudesse ficar parado (o) em lugar
nenhum:
( ) sim, demais [3] ( ) bastante [2] ( ) um pouco [1] ( ) não me sinto
assim
12. Fico animada (o) esperando as coisas boas que estão por vir:

( ) do mesmo jeito ( ) um pouco menos ( ) bem menos que ( ) quase nunca


que antes [1] antes [1]
que antes [0]
13. De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:

( ) a quase todo ( ) várias vezes [2] ( ) de vez em quando ( ) não senti isso [0]
[1]
momento [3]
14. Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de rádio
ou quando leio alguma coisa:
( ) quase sempre [0] ( ) várias vezes[1] ( ) poucas vezes [2] ( ) quase nunca [3]

Onde as questões 1,3,5,7,9,11,13 se referem ao nível de ansiedade e as


questões 2,4,6,8,10,12 e 14 se referem à depressão. Sendo o Escore de 0 a 7
IMPROVÁVEL, de 8 a 11 POSSÍVEL (questionável ou duvidosa), e de 12 a 21
PROVÁVEL, tanto para depressão ou ansiedade.
Dez profissionais fizeram os testes, e em apenas 2 casos o índice de ansiedade
e depressão ficou com score até 7 pontos. Dois dos casos ficou com índice provável
para ansiedade e um para depressão. Ou seja, 30% dos casos analisados apresentam
índices prováveis para depressão ou ansiedade. A outra metade, isto é, 50%
apresentaram índices possíveis para depressão ou ansiedade. Para os índices
prováveis, excetuando o cargo de chefia, que foi analisado, que na prática, também
trabalha no atendimento de ocorrências, todos os demais envolvem profissionais que
trabalham diretamente no atendimento de urgências e emergências. Um dos casos que
não apresentou variação, refere a um profissional que labora no setor administrativo,
outro profissional avaliado, apresentou apenas pequena variação no nível de
ansiedade.
Como visto, no local onde foi realizada a avaliação, a tendência de incidência de
doenças mentais, ocorrem nas funções direcionadas ao atendimento de emergência e
urgência de uma forma geral, sobretudo nos Atendimentos Pré Hospitalares. Não tem,
nesta unidade em questão, assim como em muitas outras, nenhum acompanhamento
destes profissionais, não há nenhum programa com profissionais da psicologia para
acompanhamento e avaliação das situações que implicam na incidência de doenças
mentais. O indicativo de ansiedade já é o suficiente na identificação de sintomas para o
quadro de doenças mentais. Analisando de uma forma geral, comparando com outras
áreas, mais da metade dos profissionais de Atendimento de Urgência e Emergência.

5 CONCLUSÃO

Diante de todo exposto, é evidente que o crescimento das doenças mentais se


intensificam nos profissionais de atendimento de Emergência e Urgência, e que é
extremamente importante o cuidado de todos os envolvidos com esta questão, pois
além de se tratar da saúde de um profissional, refere-se também ao comprometimento
de todo atendimento pré-hospitalar da sociedade. Evidentemente que a primeira ação é
a consciência do próprio profissional, pois muitos não sabem, ou não aceitam a
condição de doente, e desta forma prejudicando a identificação e o tratamento do
problema.
Uma vez que o profissional reconheça e entende sua condição de doente, é
necessário o reconhecimento de todos os agentes, seja o superior deste profissional,
ou o próprio poder público, tendo em vista que na maioria das vezes, este profissional é
funcionário do município ou do estado. Entretanto, aí também reside uma grande
dificuldade, pois ainda há grande negligência nesta questão. Pois como referido, o
tratamento não se faz apenas com indicação de medicamentos, mas também com
acompanhamento de profissionais responsáveis por esta área da saúde.
Há muitos sinais que pode ser notado previamente, e assim o trabalho preventivo
pode ser muito eficaz. Sinais como exaustão, estresse, cinismo, frustrações, e outros
distúrbios funcionais podem ser detectados e assim pode haver plena condições de
tratamento para que o quadro do profissional não agrave, para isto, como dito é
necessário uma política preventiva séria, a disponibilidade de meios e ferramentas,
para que se dê a atenção necessária a este profissional.
Os empregadores, na maioria das vezes o estado ou município não podem se
furtar de suas responsabilidades quanto ao oferecimento de terapias, acompanhamento
com psicólogos, para psicoterapia, ou ainda psiquiátricas, no objetivo de identificar,
tratar, até mesmo extirpar do meio relacionado com atendimentos, e até outros meios,
estas mazelas, que tanto mal tem causado aos indivíduos da sociedade.
6 REFERÊNCIAS

AHOLA, K. et al. The relationship between job-related burnout and depressive


disorders: results from the Finnish Health 2000 Study. Journal of Affective Disorders,
v. 88, p. 55-62, 2005
BAUMAN, Zygmunt; Modernidade e ambivalência / tradução Marcus Penchel.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de


Janeiro: Jorge Zahar, 2001.  

BAUMAN, Zygmunt.Tempos líquidos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio


de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

FARIA, Cláudia, disponível em https://www.tuasaude.com/transtornos-mentais/,


Acesso em 18 mar. 2020.

FORTES, S. L. C. L.; TÓFOLI, L. F. F.; BAPTISTA, C. M. A. Somatização Hoje.


In: MELLO FILHO, J. de et al.. Psicossomática Hoje. 2.ed. Porto Alegre: Artmed,
2010.
HONKONEN, T. et al. The association between burnout and physical illness in
the general population: results from the Finnish Health 2000 Study. Journal of
Psychosomatic Research, v. 61, p. 59-66, 2006.
KATON, W. J.; Walker, E.A. -Medically unexplained symptoms in primary care. J
Clin Psychiatry 59; (Suppl. 20): 15-21, 1998.  
KERNBERG, O. Abordagem psicodinâmica das explosões emocionais dos
pacientes Borderline. In: EIZIRIK, C.; AGUIAR, R.; SCHESTATSKY, S. Psicoterapia de
orientação analítica: Fundamentos teóricos e clínicos – 2.ed. - Porto Alegre:
Artmed, 2005. p. 628-645.

KRISTEVA, J. Les abîmes de l'âme: Depoimento. [out.-nov., 2005].


Entrevistador: Dominique-Antoine Grisoni. Paris: Le Magazine Littéraire.  

LIPOWSKI, Z.J. - Somatization: The concept and its clinical application. Am J


Psychiatry 145: 1358-1368, 1988

MARIJE aan het Rot, Sanjay J. Mathew, Dennis S. Charney. Neurobiological


mechanisms in major depressive disorder. CMAJ.JAMC. Disponível
em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2630359/

MIGALHAS, disponível em https://www.migalhas.com.br/quentes/317784/pl-da-


camara-aumenta-pena-para-quem-filma-acidente-ou-desastre-em-vez-de-prestar-
socorro, Acesso em 22 Abr. 2020.

Pai DD, Lautert L, Souza SBC, Marziale MHP, Tavares JP. Violência, burnout e
transtornos psíquicos menores no trabalho hospitalar. Rev Esc Enferm USP.
2015;49(3):460-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420150000300014
PHILIP Gorwood. Neurobiological mechanisms of anhedonia. Dialogues in
Clinical Neuroscience. Disponível
em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3181880/

PIMENTA, Tatiana, disponível em https://www.vittude.com/blog/esquizofrenia-


paranoide/, acesso em 02 maio 2020.
SILVEIRA NM, Vasconcellos SJL, Cruz LP, Kiles RF, Silva TP, Castilhos DG, et
al. Avaliação de burnout em uma amostra de policiais civis. Rev Psiquiatr RS.
2005;27(2):159-63.
SILVIA LCF, Lima FB, Caixeta RP. Síndrome de burnout em profissionais do
Corpo de Bombeiros. Mudanças. 2010;18(1-2):91-100.
SOERENSEN, Andrea Alves , disponível em
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-12012009-
145948/publico/AndreaAlvesSoerensen1.pdf, acesso em 02 maio 2020.

TAVARES JP, Beck CLC, Magnago TSBS, Zanini RR, Lautert L. Distúrbios
psíquicos menores em enfermeiros docentes de universidades. Rev Latino-Am
Enfermagem. 2012;20(1).

TRIGO TR, Teng CT, Hallak JEC. Síndrome de burnout ou estafa profissional e
os transtornos psiquiátricos. Rev Psiq. Clín. 2007;34(5):223-33.

ZIMERMAN. D. E. Manual de técnica psicanalítica: uma revisão. Porto Alegre:


Artmed, 2004.

.        

Você também pode gostar