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O princípio da legalidade para conduta do administrador é uma das principais garantias aos
direitos individuais. Isto porque, nas palavras de Maria Sylvia Zanella, a lei, ao mesmo
tempo em que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que
tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. Em
resumo, a vontade da administração pública é a que decorre da lei.
Diz-se, portanto, que a Administração (analista de orçamento) não pode atuar contra a lei
(contra legem) nem além da lei (praeter legem), podendo atuar somente segundo a lei
(sucundum legem). Por outro lado, os administrados podem atuar segundo a lei (sucundum
legem) e além da lei (praeter legem), só não podem atuar contra a lei (contra legem).
Vale ressaltar, ainda, que a CF (Lei Maior) saudou o princípio da legalidade ao prever (i) a
iniciativa do Poder Executivo para elaboração do PPA, LDO e LOA, (ii) a abrangência da
LOA quanto à inserção do orçamento fiscal (Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta), o orçamento de investimento das empresas
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto; e o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados; (iii) que o projeto da LOA será acompanhado de demonstrativo regionalizado
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia; e, por fim (iv) que os
orçamentos fiscal e de investimento, compatibilizados com o PPA, terão entre suas funções
a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
Destaque-se, por fim, uma série de limitações constitucionais aos agentes públicos quanto
ao manuseio do orçamento público previstos no artigo 167 da CF, conferindo ênfase assim
ao princípio da legalidade. De acordo com referido dispositivo legal, são vedados, por
exemplo, I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; V - a
abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes; VI - a transposição, o remanejamento ou a
transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
para outro, sem prévia autorização legislativa.