Você está na página 1de 43

6648 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 226 — 24 de Novembro de 2005

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS bro, foi revogado pelo Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18
de Agosto.
Contudo, este diploma apresenta uma série de erros
Aviso n.o 430/2005 e incongruências que impossibilitam a sua correcta inter-
Por ordem superior se torna público que, em 18 de pretação e consequente aplicação, conduzindo a situa-
Outubro e em 15 de Setembro de 2005, foram emitidas ções de incumprimento da lei.
notas, respectivamente pela Embaixada da Ucrânia em A título meramente exemplificativo, pode referir-se
Lisboa e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da a incorrecção da definição de campos de treino de caça
que são classificados como terrenos não cinegéticos,
República Portuguesa, referindo ambas terem sido con-
onde não é permitido o exercício da caça, mas que a
cluídas as respectivas formalidades constitucionais inter- lei permite, de uma forma abusiva, que neles se possam
nas de aprovação do Acordo entre a República Por- desenvolver actividades de caça.
tuguesa e a Ucrânia sobre Transportes Internacionais O conceito de direito à não caça também está incor-
Rodoviários de Passageiros e Mercadorias, assinado em rectamente formulado. Assim, enquanto a Lei de Bases
Kiev em 7 de Outubro de 2004. Gerais da Caça permite o exercício deste direito pelos
Por parte de Portugal, o Acordo foi aprovado pelo proprietários ou arrendatários, o decreto-lei apenas per-
Decreto n.o 19/2005, publicado no Diário da República, mite que este direito seja exercido pelo proprietário.
1.a série-A, n.o 171, de 6 de Setembro de 2005. O mesmo se passa com o conceito de repovoamentos,
Nos termos do artigo 20.o do Acordo, este entrará em que não se acautelam as potencialidades do meio
em vigor em 17 de Novembro de 2005. e a sua exploração sustentável.
Por outro lado, a ausência de normas de ordenamento
Direcção-Geral das Relações Bilaterais, 24 de Outu- cinegético, como as que se reportam ao conteúdo dos
bro de 2005. — O Subdirector-Geral, António de vários tipos de planos: gestão, ordenamento e exploração
Almeida Lima. cinegética, determina a consequente impossibilidade de
fiscalização desses planos, por parte dos serviços do
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
e das Pescas. Assim, e mais uma vez a título meramente
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, exemplificativo, pode afirmar-se que não decorre da lei
DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS que esses planos devem ser aprovados expressamente
pelos serviços competentes, como também não são fixa-
dos nos planos anuais de exploração os limites de peças
Decreto-Lei n.o 201/2005 a abater por jornada de caça.
de 24 de Novembro Constata-se uma omissão flagrante de sancionamento
de condutas ilegais, como as que se reportam ao incum-
A reformulação da política cinegética nacional, orien- primento das respectivas obrigações por parte das enti-
tada para o ordenamento de todo o território cinegético, dades gestoras dos vários tipos de zonas de caça, aos
a adequação da legislação em vigor às novas realidades repovoamentos, reforços e largadas, campos de treino
do País, bem como as preocupações de conservação do de caça, reprodução, criação e detenção de espécies
meio ambiente, constituíram os principais motivos da cinegéticas em cativeiro, a detenção, o comércio, a
aprovação da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro, Lei cedência a título gratuito, o transporte e a exposição
de Bases Gerais da Caça. de exemplares vivos de espécies cinegéticas.
A Lei de Bases Gerais da Caça foi regulamentada Verifica-se, também, no que diz respeito à licença
pelo Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, de caça para não residentes em território português,
sendo que entre as matérias regulamentadas desta- que esta licença pode ser obtida mesmo que o reque-
cam-se o regime de criação e funcionamento de zonas rente não tenha licença de caça no seu país de origem,
de caça, as normas de ordenamento cinegético consubs- sendo suficiente a mera apresentação de documento que
tanciadas, nomeadamente, através do cumprimento por comprove estar habilitado a manusear armas de fogo,
parte das entidades gestoras de zonas de caça de planos com total desconhecimento das normas da caça.
de gestão, planos de ordenamento e exploração cine- O presente diploma procede ainda à reposição das
competências do Instituto da Conservação da Natureza
gética e planos anuais de exploração, o reforço da pro- em matéria de caça nas áreas protegidas que lhe tinham
tecção de pessoas e bens, o regime do direito à não sido retiradas em 2004.
caça bem como a fiscalização da caça. Optou-se por manter em vigor o Decreto-Lei
Esta Lei estabelece assim os princípios orientadores n.o 202/2004, de 18 de Agosto, alterando apenas alguns
que devem nortear a actividade cinegética nas suas dife- artigos, visto que está em preparação uma reforma mais
rentes vertentes, com especial ênfase para a conservação profunda e estruturante da legislação da caça.
da natureza, criação e melhoria das condições que pos- Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
sibilitam o fomento das espécies cinegéticas e exploração Regiões Autónomas, a Associação Nacional de Muni-
racional da caça, na perspectiva da gestão sustentável cípios Portugueses e as organizações do sector da caça.
dos recursos cinegéticos. Assim:
O importante contributo da actividade cinegética para No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
a economia do meio rural, a necessidade de compa- pela Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro, e nos termos
tibilização permanente com a conservação da natureza da alínea c) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição,
e da diversidade biológica e com as actividades que se o Governo decreta o seguinte:
desenvolvem nesses espaços, os aspectos culturais,
sociais e ambientais relacionados e, ainda, a componente Artigo 1.o
lúdica associada revestem a caça de uma complexidade
Alteração ao Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto
acrescida, com reflexos directos na própria legislação.
O Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, Os artigos 2.o, 5.o, 8.o, 9.o, 19.o, 22.o, 23.o, 27.o, 28.o,
alterado pelo Decreto-Lei n.o 338/2001, de 26 de Dezem- 29.o, 33.o, 34.o, 35.o, 45.o, 47.o, 48.o, 49.o, 51.o, 53.o, 55.o,
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6649

57.o, 59.o, 66.o, 68.o, 70.o, 74.o, 75.o, 76.o, 83.o, 84.o, 85.o, ee) .........................................
89.o, 91.o, 93.o, 94.o, 95.o, 96.o, 97.o, 98.o, 100.o, 103.o, ff) .........................................
105.o, 107.o, 110.o, 117.o, 119.o, 120.o, 121.o, 135.o, 137.o, gg) .........................................
146.o, 148.o, 151.o, 161.o, 164.o, 167.o, 168.o, 170.o e 171.o hh) .........................................
e o anexo I do Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto, ii) .........................................
passam a ter a seguinte redacção:
Artigo 5.o
o
«Artigo 2.
[. . .]
[. . .]
1—..........................................
.............................................. 2 — Nas acções referidas no número anterior devem
ser salvaguardados a pureza genética e o bom estado
a) ......................................... sanitário das populações de origem e a sua semelhança
b) ......................................... com a população receptora.
c) ......................................... 3 — As acções de repovoamento e de reforço cine-
d) ......................................... gético em áreas classificadas carecem de parecer do ICN.
e) .........................................
f) .........................................
g) ......................................... Artigo 8.o
h) ......................................... [. . .]
i) ‘Campos de treino de caça’, as áreas destinadas
à prática, durante todo o ano, de actividades 1 — O ordenamento cinegético rege-se pelas normas
de carácter venatório sobre espécies cinegéticas constantes do presente diploma e sua regulamentação,
produzidas em cativeiro; por planos de ordenamento e exploração cinegética
j) ‘Direito à não caça’ a faculdade de os proprie- (POEC), por planos de gestão (PG) e por planos anuais
tários ou usufrutuários e arrendatários, neste de exploração (PAE), os quais são submetidos a apro-
caso quando o contrato de arrendamento rural vação da DGRF.
inclua a gestão cinegética, requererem, por 2—..........................................
períodos renováveis, a proibição da caça nos 3—..........................................
seus terrenos; 4—..........................................
l) ......................................... 5—..........................................
m) .........................................
n) .........................................
o) ......................................... Artigo 9.o
p) .........................................
[. . .]
q) ‘Largadas’ a libertação, em campos de treino
de caça, de espécies cinegéticas criadas em cati- 1—..........................................
veiro e de variedades domésticas de Columba 2—..........................................
livia, para abate no próprio dia; 3 — Salvo determinação legal ou regulamentar em
r) ......................................... contrário, quando os prédios que integrem uma zona
s) ......................................... de caça confinem com um curso de água, consideram-se
t) ......................................... abrangidos por aquela os respectivos terrenos e águas
u) ......................................... até ao meio do curso.
v) ......................................... 4 — (Anterior n.o 3.)
x) .........................................
z) ‘Plano específico de gestão’ o instrumento que
define as normas de ordenamento e exploração Artigo 19.o
das áreas em que se verifiquem importantes con-
centrações ou passagens de aves migradoras, [. . .]
cuja elaboração compete à Direcção-Geral dos
Recursos Florestais (DGRF), com a colabora- ..............................................
ção do Instituto da Conservação da Natureza a) .........................................
(ICN) e das OSC; b) .........................................
aa) ‘Plano global de gestão’ o instrumento que c) .........................................
define as normas de ordenamento e exploração d) .........................................
de determinada área geográfica, cuja elaboração e) .........................................
compete à DGRF, com a colaboração do ICN, f) Apresentar, até 15 de Julho de cada ano, à
quando abranja áreas classificadas, e das OSC; DGRF um PAE para aprovação no prazo de
15 dias, findo o qual se considera aprovado, pro-
bb) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pondo nomeadamente:
cc) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dd) ‘Repovoamento’ a libertação num determinado i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
território de exemplares de espécies cinegéticas ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
com o objectivo de atingir níveis populacionais iii) Número previsto de jornadas de caça e
compatíveis com as potencialidades do meio e limite de peças a abater por jornada de
a sua exploração sustentável; caça;
6650 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

g) Após a aprovação do PAE, promover a divul- rural inclua a gestão cinegética, podem requerer a exclu-
gação das condições de candidatura e de acesso são dos seus terrenos da ZCM, sem prejuízo das situa-
dos caçadores às jornadas de caça, com a ante- ções constituídas ao abrigo do direito anterior, desde
cedência mínima de 10 dias relativamente à data que se verifiquem cumulativamente as seguintes con-
limite de recepção de candidaturas, nos locais dições:
de uso e costume e, pelo menos, num jornal
de expansão nacional; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — A exclusão de terrenos de ZCM pode ainda ocor-
rer a pedido da respectiva entidade gestora ou por razões
de interesse público.
Artigo 22.o 3 — (Anterior n.o 2.)
[. . .] 4 — No caso de alteração dos titulares de direitos
sobre os prédios, havendo acordo com o transmitente,
1 — A transferência de gestão prevista no artigo 14.o
não há lugar à exclusão de terrenos até ao termo da
extingue-se:
transferência de gestão.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Por revogação decorrente do incumprimento
das obrigações previstas no artigo 19.o; Artigo 29.o
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [. . .]
d) Por decisão do Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, sempre 1—..........................................
que, por exclusão de terrenos, ao abrigo do dis- 2—..........................................
posto nos artigos 28.o e 167.o, a área remanes- 3—..........................................
cente não permita prosseguir os objectivos ine- 4—..........................................
rentes a este tipo de zonas de caça. 5—..........................................
6 — Sem prejuízo da aplicação de outras sanções pre-
2 — A extinção da transferência prevista nas alí- vistas na lei, o incumprimento das obrigações das enti-
neas a), b) e d) do número anterior é objecto de portaria dades gestoras de ZCM pode constituir causa de sus-
do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural pensão do exercício da caça, a determinar por despacho
e das Pescas. do director-geral dos Recursos Florestais, que estabe-
lece o prazo para a supressão da falta que a determinou.
Artigo 23.o 7—..........................................
[. . .] 8 — Sempre que as entidades gestoras requeiram
atempadamente a renovação e os processos não tenham
1—.......................................... ficado concluídos até ao termo da transferência de ges-
2—.......................................... tão, fica suspenso o exercício da caça até à publicação
3 — (Revogado.) da portaria de renovação, pelo prazo máximo de seis
4 — É da responsabilidade da entidade gestora da meses.
ZCN, com o apoio da DGRF, quando solicitado, ela-
borar os PG e os PAE, bem como suportar os encargos Artigo 33.o
com a sua gestão e funcionamento. Prazos de concessão
5—..........................................
6—.......................................... A concessão de zonas de caça associativas e turísticas
é efectuada pelos prazos mínimo de 6 anos e máximo
de 12 anos, renováveis por iguais períodos.
Artigo 27.o
[. . .]
Artigo 34.o
1—.......................................... [. . .]
2 — A candidatura à transferência da gestão de ter-
renos cinegéticos não ordenados é apresentada na 1 — Nas ZCA não pode ser exigido a caçadores con-
DGRF e é instruída com: vidados o pagamento de quaisquer quantias pelo exer-
a) Requerimento dirigido ao Ministro da Agricul- cício da caça ou de actividades de carácter venatório.
tura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas 2—..........................................
do qual constem a identificação da entidade ou
entidades que se propõem gerir a ZCM, a desig- Artigo 35.o
nação, a localização e a área do terreno cine-
[. . .]
gético não ordenado para a qual se pretende
a transferência; 1—..........................................
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2—..........................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) .........................................
o b) .........................................
Artigo 28. c) .........................................
[. . .] d) .........................................
1 — Os proprietários ou usufrutuários e arrendatá- i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rios, neste caso quando o contrato de arrendamento ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6651

iii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 51.o


iv) Identificação do técnico responsável. [. . .]

1—..........................................
Artigo 45.o
[. . .]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) O titular da zona de caça não cumpra as obri-
1 — A mudança de concessionário de zona de caça gações a que está vinculado, não supra tem-
é requerida junto da DGRF em simultâneo pelo inte- pestivamente as faltas a que se referem os n.os 1
ressado em aceder à concessão e pelo concessionário. e 2 do artigo 49.o ou quando deixem de se veri-
2 — Para efeitos do número anterior, o interessado ficar os requisitos exigidos para a concessão.
em aceder à concessão deve apresentar os acordos por
ele celebrados de acordo com o disposto no artigo 36.o 2—..........................................
do presente diploma.
3—..........................................
4—.......................................... Artigo 53.o
5—.......................................... [. . .]

1—..........................................
Artigo 47.o
a) Praias de banho, terrenos adjacentes a estabe-
[. . .]
lecimentos de ensino, hospitalares, prisionais ou
Sem prejuízo dos direitos emergentes de denúncia tutelares de menores, científicos, lares de idosos,
unilateral de acordos, à desanexação de prédios de zonas instalações militares ou de forças de segurança,
de caça já constituídas e a pedido do concessionário estabelecimentos de protecção à infância, esta-
é aplicável o definido nos artigos 35.o e 38.o a 40.o, ções radioeléctricas, faróis, portos marítimos e
com as devidas adaptações. fluviais, aeroportos, instalações turísticas, par-
ques de campismo e desportivos, instalações
industriais e de criação animal, bem como quais-
Artigo 48.o quer terrenos que os circundem, numa faixa de
[. . .] protecção de 500 m;
b) Povoados numa faixa de protecção de 250 m;
1—.......................................... c) As estradas nacionais (EN), os itinerários prin-
2—.......................................... cipais (IP), os itinerários complementares (IC),
3—.......................................... as auto-estradas, as estradas regionais das
4—.......................................... Regiões Autónomas (ER) e as linhas de cami-
5—.......................................... nho de ferro numa faixa de protecção de 100 m;
6—.......................................... d) Os aeródromos, os cemitérios, as estradas regio-
7 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do nais (ER) e as estradas municipais;
artigo 39.o, decorridos os prazos estipulados no n.o 5 e) [Anterior alínea d).]
do presente artigo, a renovação deve ser recusada pela f) [Anterior alínea e).]
DGRF. g) [Anterior alínea f).]
8 — À renovação de concessões aplica-se o disposto h) [Anterior alínea g).]
nos artigos 35.o a 41.o, com as necessárias adaptações. i) [Anterior alínea h).]
9 — Sempre que a renovação das concessões for j) [Anterior alínea i).]
requerida nos prazos estabelecidos nos n.os 4 e 5 do l) [Anterior alínea j).]
presente artigo e os respectivos processos não fiquem m) Os terrenos situados entre o nível de água das
concluídos, fica suspenso o exercício da caça e das acti- albufeiras e o nível de pleno armazenamento
vidades de carácter venatório, até à publicação da por- (NPA), com excepção das situações previstas
taria de renovação, pelo prazo máximo de seis meses. nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 9.o, sempre que as
10 — (Revogado.) albufeiras não possuam planos de ordenamento
(POA).
Artigo 49.o
2—..........................................
[. . .] 3—..........................................
1 — Sem prejuízo da aplicação de outras sanções pre-
vistas na lei, o incumprimento, por parte de entidades Artigo 55.o
concessionárias de zonas de caça, de obrigações decor- [. . .]
rentes da concessão constitui causa de suspensão do
o
exercício da caça e das actividades de carácter venatório. 1 — (Anterior n. 3.)
2 — Constitui ainda causa de suspensão do exercício 2—..........................................
da caça e das actividades de carácter venatório a cons- 3 — Nos campos de treino de caça são permitidas
tatação de que, no decurso da vigência da concessão competições desportivas envolvendo a utilização de
ou renovação, não foram ou deixaram de ser cumpridos espécies cinegéticas criadas em cativeiro quando rea-
os requisitos essenciais à mesma. lizadas sob controlo das competentes confederações,
3 — Nos casos previstos nos números anteriores a sus- federações ou associações e no estrito cumprimento dos
pensão é determinada pela DGRF, que estabelece ainda respectivos regulamentos.
o prazo para a supressão da falta que a determinou. 4 — (Anterior n.o 7.)
6652 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

5 — Sem prejuízo do estabelecido no n.o 2, a prática Artigo 70.o


das actividades de carácter venatório em campos de [. . .]
treino de caça só é permitida a caçadores titulares dos
documentos legalmente exigidos para o exercício da 1 — Os portugueses e os estrangeiros residentes em
caça, com excepção da licença de caça. território português que sejam titulares da carta de caça-
6 — As entidades gestoras de campos de treino de dor ou documento equivalente emitido por outro país
caça devem assegurar a recolha dos resíduos resultantes da União Europeia, após aprovação em exame destinado
das actividades neles desenvolvidas, após o seu término. a apurar a sua aptidão e conhecimento necessários ao
7 — (Anterior n.o 9.) exercício da caça, podem requerer ao director-geral dos
8 — (Anterior n.o 10.) Recursos Florestais a emissão de carta de caçador por-
9 — A instalação de campos de treino de caça em tuguesa com especificação correspondente, desde que
áreas classificadas carece de parecer favorável do ICN. o referido documento esteja válido e os interessados
reúnam as demais condições exigidas no n.o 2 do
artigo 21.o da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro.
Artigo 57.o 2—..........................................
[. . .] 3 — Para os efeitos do disposto no n.o 1 devem ainda
os interessados apresentar comprovativo da aprovação
1 — O direito à não caça é a faculdade de os pro- em exame destinado a apurar a sua aptidão e conhe-
prietários ou usufrutuários e arrendatários, neste caso cimentos necessários ao exercício da caça.
quando o contrato de arrendamento inclua a gestão cine- 4 — Sempre que os interessados tenham sido con-
gética, requererem a proibição da caça nos seus terrenos, denados por crime de caça o exame a que se refere
passando estes a constituir áreas de direito à não caça. o número anterior deve ter ocorrido em data posterior
2 — (Anterior n.o 3.) à da condenação.
Artigo 74.o
Artigo 59.o
[. . .]
[. . .]
1—..........................................
O direito à não caça é concedido por um período 2 — As licenças de caça podem ser requeridas nos
de 6 anos e máximo de 12 anos, renovável automa- serviços da DGRF, nos municípios ou nas associações
ticamente por iguais períodos. de caçadores para tal habilitadas por acordo estabe-
lecido entre as OSC que as representam e a DGRF.
Artigo 66.o 3—..........................................
[. . .]
Artigo 75.o
1—..........................................
[. . .]
2—..........................................
3 — O titular de carta de caçador com a especificação 1—..........................................
‘com arma de fogo’ ou ‘arqueiro-caçador’ ou ‘cetreiro’ 2—..........................................
está habilitado também a exercer o acto venatório com
lança e os correspondentes à especificação definida na a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
alínea a) do número anterior. b) Documento equivalente à carta de caçador ou
4—.......................................... licença de caça que comprove estarem habili-
5—.......................................... tados a caçar no país da sua nacionalidade ou
residência.

Artigo 68.o
Artigo 76.o
[. . .]
[. . .]
1 — O exame para obtenção de carta de caçador é
efectuado perante um júri constituído por um repre- 1—..........................................
sentante da DGRF e por um representante das OSC 2 — No caso de realização de montarias, batidas e
representativas dos caçadores, podendo a DGRF soli- largadas, as entidades responsáveis pelas mesmas devem
citar à Guarda Nacional Republicana a nomeação de celebrar um contrato de seguro, em condições a definir
representantes para integrar o júri de exame. por portaria.
2—.......................................... 3— .........................................
3 — Na falta do representante das OSC referidas no
n.o 1 é o mesmo substituído por um representante da Artigo 83.o
DGRF. [. . .]
4—..........................................
5 — O exame para obtenção de carta de caçador pode 1—..........................................
ser realizado na Região Autónoma dos Açores, podendo 2 — Os proprietários de aves de presa devem pro-
a DGRF delegar a sua representação em organismo ceder ao seu registo no ICN, ao abrigo, nomeadamente,
daquela Região, cabendo às respectivas OSC represen- do disposto no Decreto-Lei n.o 140/99, de 24 de Abril,
tativas dos caçadores designar o seu representante. com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 49/2005, de
6 — Os critérios para a representação das OSC refe- 24 de Fevereiro, e no Decreto-Lei n.o 565/99, de 21 de
ridas no n.o 1 são definidos por portaria do Ministro Dezembro, e do estipulado na regulamentação CITES
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espé-
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6653

cies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extin- nados os limites totais ou diários estabelecidos nos res-
ção). pectivos POEC ou PAE.
3 — O ICN comunica periodicamente à DGRF a
informação relativa ao registo das aves de presa referido Artigo 93.o
no número anterior.
[. . .]
Artigo 84.o
1—..........................................
[. . .] 2—..........................................
1—.......................................... 3—..........................................
4 — Nos meses de Janeiro e Fevereiro, a caça à lebre
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . só pode ser permitida a corricão e apenas em zonas
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de caça.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 94.o
2—.......................................... [. . .]
3—.......................................... 1—..........................................
4 — Nas montarias e caça de salto, previstas no 2—..........................................
artigo 105.o, o número de cães não é limitado, devendo 3 — A caça à raposa e ao saca-rabos pode ser per-
no caso das montarias ser utilizadas apenas matilhas mitida nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive,
de caça maior. sem prejuízo do disposto no número seguinte.
5—.......................................... 4 — (Anterior n.o 5.)
6—..........................................
7 — (Revogado.)
Artigo 95.o
Artigo 85.o [. . .]

[. . .] 1—..........................................
2—..........................................
1—.......................................... 3 — A caça a estas espécies pode ser permitida nos
2 — A utilização de furões em acções de ordenamento meses de Outubro a Janeiro, inclusive, nos termos defi-
de populações de coelho-bravo depende de autorização nidos anualmente na portaria que estabelece o calen-
prévia da DGRF. dário venatório.
3—.......................................... 4—..........................................

Artigo 89.o Artigo 96.o


[. . .] [. . .]
1—.......................................... 1—..........................................
2 — A escolha dos dias referidos na subalínea i) da 2—..........................................
alínea b) e na subalínea ii) da alínea c) do número 3—..........................................
anterior pode ser alterada uma única vez por época 4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
venatória, por simples comunicação à DGRF, produ- meses de Agosto, Setembro, Janeiro e Fevereiro, a caça
zindo efeitos cinco dias após a sua recepção. a estas espécies só é permitida à espera e de cetraria
3—.......................................... e apenas nos locais e nas condições estabelecidos por
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . edital da DGRF.
b) A caça de cetraria, a caça à raposa a corricão Artigo 97.o
e a caça com arco ou besta, que se exerce às
[. . .]
quartas-feiras e aos sábados não coincidentes
com dia de feriado nacional obrigatório. 1—..........................................
2—..........................................
4—.......................................... 3 — A caça a estas espécies pode ser permitido nos
meses de Agosto a Janeiro, inclusive, aos patos e galeirão
Artigo 91.o e até Fevereiro à galinha-d’água.
4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
[. . .] meses de Agosto, Setembro e Janeiro, a caça aos patos,
1—.......................................... galinha-d’água e galeirão e, ainda, no mês de Fevereiro,
2 — As espécies constantes na portaria referida no no que respeita à galinha-d’água, só é permitida à espera
número anterior, os períodos, os processos e os outros e de cetraria e apenas nos locais e nas condições esta-
condicionamentos venatórios podem variar consoante belecidos por edital da DGRF.
as regiões cinegéticas no seu todo ou em parte, os pro-
cessos de caça e os terrenos cinegéticos estarem ou não Artigo 98.o
ordenados.
[. . .]
3—..........................................
4 — No caso das espécies cinegéticas sedentárias, os 1—..........................................
limites referidos no número anterior só se aplicam aos 2 — O exercício da caça a estas espécies pode ser
terrenos não ordenados, aplicando-se nos terrenos orde- permitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive,
6654 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

nos termos definidos anualmente na portaria que esta- Artigo 110.o


belece o calendário venatório, sem prejuízo do disposto [. . .]
no número seguinte.
3—.......................................... 1 — A detenção, o comércio, a cedência a título gra-
tuito, o transporte e a exposição de exemplares vivos
Artigo 100.o de espécies cinegéticas e seus produtos só são permitidos
para os exemplares das espécies indicadas em portaria
[. . .] do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
1—.......................................... e das Pescas, ouvido o Ministro do Ambiente, do Orde-
2 — O exercício da caça a esta espécie pode ser per- namento do Território e do Desenvolvimento Regional,
mitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, e desde que autorizados pela DGRF.
nos termos definidos anualmente na portaria que esta- 2—..........................................
belece o calendário venatório, sem prejuízo do disposto
no número seguinte. Artigo 117.o
3—..........................................
[. . .]

Artigo 103.o 1—..........................................


2 — As autorizações previstas no artigo 4.o relativas
[. . .]
a áreas classificadas dependem de parecer favorável
1—.......................................... do ICN.
2 — (Anterior n.o 3.) 3 — A aprovação do PAE referido na alínea f) do
3 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, artigo 19.o carece de parecer favorável do ICN, a emitir
o exercício da caça ao pombo-da-rocha pode ser per- no prazo de 15 dias, findo o qual pode o procedimento
mitido nos meses de Agosto a Dezembro e ao pom- prosseguir e vir a ser decidido sem o parecer.
bo-bravo e ao pombo-torcaz de Agosto a Fevereiro. 4 — A DGRF, recebido o PAE para aprovação, tem
4—.......................................... cinco dias para o remeter ao ICN para parecer, sus-
5—.......................................... pendendo-se a contagem do prazo para aprovação.
6—.......................................... 5 — O ICN pode solicitar à DGRF, por ofício, infor-
mações e documentos em falta ou adicionais, suspen-
dendo-se a contagem do prazo para parecer, por uma
Artigo 105.o
única vez, no período de tempo que se verifique entre
[. . .] a entrada do primeiro ofício na DGRF e a entrada do
ofício de resposta da DGRF àquele no ICN.
1—..........................................
6 — (Anterior n.o 5.)
2 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça
7 — Nas áreas classificadas não é permitido o exer-
a esta espécie só pode ser permitida de batida e de
cício da caça até à aprovação do respectivo PAE.
montaria e apenas nos meses de Outubro a Fevereiro
8 — O PAE deve propor, nomeadamente:
e nos locais e nas condições estabelecidas por edital
da DGRF. a) Espécies e processos de caça autorizados;
3—.......................................... b) Número de exemplares de cada espécie a abater,
devendo, no caso de caça maior, com excepção
Artigo 107.o do javali, ser indicados sexo e idade;
c) Número previsto de jornadas de caça e limite
[. . .] de peças a abater.
1—..........................................
2 — Só é permitida a reprodução, criação e detenção Artigo 119.o
em cativeiro das espécies cinegéticas e subespécies iden-
[. . .]
tificadas em portaria do Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, ouvido o Ministro ..............................................
do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional, que estabelece os fins a que a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
se destina cada espécie e, ainda, as condições de b) Os locais definidos em portaria do Ministro do
autorização. Ambiente, do Ordenamento do Território e do
3 — A reprodução, a criação e a detenção de espécies Desenvolvimento Regional, ouvido o Ministro
cinegéticas em cativeiro dependem de autorização da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
expressa da DGRF e de parecer favorável do ICN nas Pescas, ponderados os interesses específicos de
áreas classificadas, após parecer favorável da Direcção- conservação da natureza.
-Geral de Veterinária sobre os aspectos sanitários, com
excepção da reprodução de coelho-bravo de populações Artigo 120.o
locais em zonas de caça com o fim exclusivo de proceder [. . .]
ao respectivo repovoamento.
4—.......................................... 1—..........................................
5—.......................................... 2 — A caça ao coelho-bravo no mês de Julho e a
6 — A reprodução de pombo-da-rocha e de coelho- caça pelo processo com furão carecem de parecer favo-
-bravo prevista no n.o 3 não carece de alvará, obede- rável do ICN, a emitir no prazo de cinco dias, findo
cendo a captura dos reprodutores, no caso dos coelhos, o qual pode o procedimento prosseguir e vir a ser deci-
ao disposto no n.o 2 do artigo 4.o dido sem o parecer.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6655

3—.......................................... l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — Os editais previstos na alínea b) do n.o 5 do m) O exercício da caça em ZCN e ZCM com vio-
artigo 94.o, no n.o 4 do artigo 96.o, no n.o 4 do artigo 97.o, lação das respectivas condições de autorização
no n.o 3 do artigo 98.o, no n.o 3 do artigo 99.o, no n.o 3 e a caça em ZCA e ZCT a espécies cinegéticas
do artigo 100.o, no n.o 3 do artigo 101.o, no n.o 3 do autorizadas pelo calendário venatório e que não
artigo 102.o, no n.o 4 do artigo 103.o, no n.o 3 do constem no respectivo POEC;
artigo 104.o e no n.o 2 do artigo 105.o carecem de parecer n) A prática de actividades de carácter venatório
favorável do ICN no prazo de 10 dias, findo o qual fora de campos de treino de caça;
pode o procedimento prosseguir e vir a ser decidido o) A infracção ao disposto no n.o 6 do artigo 55.o
sem o parecer. e no n.o 4 do artigo 79.o;
5 — As autorizações previstas no n.o 2 do artigo 113.o p) A infracção ao diposto no n.o 4 do artigo 64.o
carecem de parecer favorável do ICN, que tem um prazo e no n.o 2 do artigo 76.o;
de cinco dias para a sua emissão, findo o qual pode q) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o procedimento prosseguir e vir a ser decidido sem o r) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
parecer. s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6 — A realização de montarias e batidas a espécies t) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de caça maior carece de comunicação prévia ao ICN. u) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
v) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 121.o x) A infracção ao disposto no n.o 2 do artigo 83.o,
[. . .] no n.o 4 do artigo 84.o e no n.o 3 do artigo 85.o;
z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — As acções de correcção da densidade das espécies aa) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cinegéticas previstas no artigo 113.o carecem de parecer bb) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
favorável do ICN a emitir no prazo de cinco dias, findo cc) A formação nos terrenos cinegéticos não orde-
o qual pode o procedimento prosseguir e vir a ser deci- nados, no processo de caça de salto, de grupos
dido sem o parecer. ou linhas com mais de cinco caçadores e bem
2—.......................................... assim a distância entre grupos ou linhas de
3—.......................................... menos de 150 m;
dd) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 135.o ee) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ff) A caça fora dos locais e sem observância das
[. . .]
condições estabelecidas no respectivo edital da
1—.......................................... DGRF, nos termos da alínea b) do n.o 4 do
2 — A competência prevista no número anterior pode artigo 94.o, do n.o 4 do artigo 96.o, do n.o 4
ser delegada em funcionário com categoria não inferior do artigo 97.o, do n.o 3 do artigo 98.o, do n.o 3
a director de serviços ou equiparado e, no das áreas do artigo 99.o, do n.o 3 do artigo 100.o, do n.o 3
classificadas, no presidente do ICN, que poderá sub- do artigo 101.o, do n.o 3 do artigo 102.o, do
delegar em funcionário com categoria não inferior a n.o 4 do artigo 103.o, do n.o 3 do artigo 104.o
director de serviços ou equiparado. e do n.o 2 do artigo 105.o, sem prejuízo da apli-
cação ao caso de outra sanção;
Artigo 137.o gg) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
hh) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[. . .] ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1—.......................................... jj) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ll) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mm) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nn) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Efectuar repovoamentos, reforços cinegéticos e oo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
largadas fora das condições previstas no pp) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
artigo 5.o; qq) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) A violação dos critérios de proporcionalidade rr) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
no acesso dos caçadores às ZCN e ZCM fixados
ss) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
nas respectivas portarias de constituição de
tt) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ZCM e nas portarias de transferência de gestão
de ZCN e do disposto na alínea e) do artigo 19.o;
2—..........................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) O não cumprimento pelas respectivas entidades a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
gestoras de ZCN e ZCM das obrigações cons- b) De E 100 a E 1000, no caso das alíneas h), m),
tantes nas alíneas b), d), g) e h) do artigo 19.o; v), oo) e pp);
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . d) De E 250 a E 1850, no caso das alíneas g), l),
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . dd), ee) e ff);
j) O não cumprimento pelos titulares de zonas de e) De E 300 a E 2500, no caso das alíneas d), n),
caça do disposto na alínea e) do n.o 1 e nos u), aa), ll), mm), qq) e rr);
n.os 2, 3 e 5 do artigo 42.o, nos n.os 2 e 3 do f) De E 500 a E 3700, no caso das alíneas a), b),
artigo 43.o e no n.o 7 do artigo 117.o; c), f), i), o), bb), gg), jj) e ss).
6656 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

3—.......................................... Artigo 167.o


4—..........................................
[. . .]

Artigo 146.o 1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,


a exclusão dos terrenos referidos no n.o 1 do artigo 28.o
[. . .] pode ser requerida no prazo de um ano sobre a data
de publicação da portaria de criação ou de renovação
1—.......................................... da zona de caça.
2 — Os guardas florestais auxiliares participam à 2 — Às ZCM criadas ao abrigo do Decreto-Lei
DGRF todas as infracções que tenham presenciado ou n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, com a redacção
de que tomem conhecimento. conferida pelo Decreto-Lei n.o 338/2001, de 26 de
3—.......................................... Dezembro, aplica-se o disposto no seu Artigo 26.o
4—..........................................

Artigo 168.o
Artigo 148.o
[. . .]
[. . .]

1 — Para fazer face aos encargos e despesas resul- 1 — A DGRF fornece à Direcção-Geral do Turismo
tantes da execução da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro, os elementos previstos na alínea a) do n.o 1 do
e do presente diploma são atribuídas à DGRF, sem artigo 43.o, nos termos previstos na alínea e) do n.o
prejuízo do disposto no número seguinte, as receitas 1 do artigo 42.o
previstas no Artigo 41.o da referida lei. 2 — As secretarias judiciais devem enviar à DGRF,
2 — (Anterior n.o 3.) no prazo de 15 dias a contar do respectivo trânsito em
julgado, certidão das decisões finais proferidas nos pro-
cessos em matéria de caça.
Artigo 151.o 3 — A DGRF pode solicitar informações às secre-
tarias judiciais sobre o andamento dos processos rela-
[. . .]
tivos às infracções de caça a que se refere o número
1—.......................................... anterior.
2—.......................................... Artigo 170.o
a) [Anterior alínea b).]
[. . .]
b) [Anterior alínea c).]
c) [Anterior alínea d).] Sem prejuízo do regime transitório previsto no artigo
d) [Anterior alínea e).] seguinte, são revogados:
e) [Anterior alínea f).]
f) [Anterior alínea g).] a) .........................................
b) .........................................
c) .........................................
Artigo 161.o d) .........................................
Cartas de caçador e licenças de caça e) .........................................
f) .........................................
1—.......................................... g) .........................................
2—.......................................... h) .........................................
3 — Até à publicação da portaria referida no i) .........................................
artigo 73.o, mantém-se em vigor o disposto no artigo 69.o j) .........................................
do Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, com l) .........................................
a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei m) .........................................
n.o 338/2001, de 26 de Dezembro. n) .........................................
o) .........................................
p) .........................................
Artigo 164.o q) .........................................
[. . .] r) .........................................
s) .........................................
1 — Exceptuando o disposto no Artigo seguinte, as t) .........................................
zonas de caça criadas ao abrigo dos diplomas que regu- u) .........................................
laram a Lei n.o 30/86, de 27 de Agosto, e ao abrigo v) .........................................
do Decreto Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, man- x) .........................................
têm-se válidas até ao fim do respectivo período de vigên- z) .........................................
cia, ficando os respectivos titulares apenas sujeitos ao aa) .........................................
cumprimento das obrigações previstas no presente bb) .........................................
diploma. cc) .........................................
2 — O presente diploma aplica-se aos processos em dd) .........................................
instrução ou pendentes de decisão à data da sua entrada ee) .........................................
em vigor. ff) .........................................
3 — (Revogado.) gg) .........................................
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6657

hh) ......................................... Artigo 3.o


ii) ......................................... Norma repristinatória
jj) .........................................
ll) ......................................... É repristinado o Artigo 69.o do Decreto-Lei
n.o 227-B/2000, de 19 de Setembro, com a redacção
que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.o 338/2001,
Artigo 171.o de 26 de Dezembro, revogado pelo Decreto-Lei
n.o 202/2004, de 18 de Agosto.
Regime transitório

O disposto nas portarias e despachos revogados pelo Artigo 4.o


artigo anterior, desde que não contrarie as normas cons- Referências
tantes no presente diploma, mantém-se transitoriamente
em vigor, com as devidas adaptações, até à publicação As referências feitas no Decreto-Lei n.o 202/2004, de
das portarias e despachos necessários à aplicação do 18 de Agosto, aos Ministros e Ministérios da Agricultura,
presente diploma. Desenvolvimento Rural e Pescas, Cidades, Ordena-
mento do Território e Ambiente e Economia conside-
ANEXO I
ram-se feitas, respectivamente, nos Ministros e Minis-
térios da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
[. . .] Pescas, do Ambiente, do Ordenamento do Território
e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da
1 — [. . .]
Inovação.
I — [. . .] Artigo 5.o
[. . .]
Republicação
II — [. . .]
É republicado em anexo, que é parte integrante do
a) [. . .] presente acto, o Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de
Agosto, com as alterações ora introduzidas.
[. . .]
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15
b) Aves migradoras ou parcialmente migradoras
de Setembro de 2005. — José Sócrates Carvalho Pinto
Pato-real — Anas platyrhynchos (v. nota de asterisco). de Sousa — Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita —
Frisada — Anas strepera (v. nota de asterisco). João José Amaral Tomaz — Alberto Bernardes Costa —
Marrequinha — Anas crecca (v. nota de asterisco). Humberto Delgado Ubach Chaves Rosa — Manuel Antó-
nio Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes
Pato-trombeteiro — Anas clypeata (v. nota de asterisco).
Silva.
Marreco — Anas querquedula (v. nota de asterisco).
Arrabio — Anas acuta (v. nota de asterisco). Promulgado em 31 de Outubro de 2005.
Piadeira — Anas penelope (v. nota de asterisco).
Zarro-comum — Aythya ferina (v. nota de asterisco). Publique-se.
Negrinha — Aythya fuligula (v. nota de asterisco). O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Galinha-d’água — Gallinula chloropus (v. nota de aste-
risco). Referendado em 2 de Novembro de 2005.
Galeirão — Fulica atra (v. nota de asterisco).
Tarambola-dourada — Pluvialis apricaria. O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Galinhola — Scolopax rusticola. Sousa.
Rola-comum — Streptopelia turtur.
Codorniz — Coturnix coturnix. ANEXO
Pombo-bravo — Columba oenas. (Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto)
Pombo-torcaz — Columba palumbus.
Tordo-zornal — Turdus pilaris. CAPÍTULO I
Tordo-comum — Turdus philomelos.
Tordo-ruivo — Turdus iliacus. Disposições gerais
Tordeia — Turdus viscivorus.
Estorninho-malhado — Sturnus vulgaris. Artigo 1.o
Narceja-comum — Gallinago gallinago. Objecto
Narceja-galega — Lymnocryptes minimus.
O presente diploma estabelece o regime jurídico da
conservação, fomento e exploração dos recursos cine-
2 —[. . .]
géticos, com vista à sua gestão sustentável, bem como
........................................................... os princípios reguladores da actividade cinegética.
(*) Aves aquáticas para efeitos deste diploma.»
Artigo 2.o
Definições
Artigo 2.o
Para efeitos do presente diploma, considera-se:
Norma revogatória
a) «Aparcamentos de gado» a exploração pecuária
São revogados os artigos 32.o e 116.o do Decreto-Lei que pratica processos de pastoreio ordenado em
o áreas compartimentadas;
n. 202/2004, de 18 de Agosto.
6658 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

b) «Áreas classificadas» as áreas que são consi- q) «Largadas» a libertação, em campos de treino
deradas de particular interesse para a conser- de caça, de espécies cinegéticas criadas em cati-
vação da natureza, nomeadamente áreas pro- veiro e de variedades domésticas de Columba
tegidas, sítios da Lista Nacional de Sítios, sítios livia para abate no próprio dia;
de interesse comunitário, zonas especiais de r) «Matilha de caça maior» o conjunto de cães
conservação e zonas de protecção especial cria- utilizados em montarias, com número máximo
das nos termos das normas jurídicas aplicáveis de 25 animais;
onde o exercício da caça pode ser sujeito a res- s) «Matilheiro» o auxiliar do caçador que tem a
trições ou condicionantes; função de procurar, perseguir e levantar caça
c) «Áreas de protecção» as áreas onde o exercício maior com ajuda de cães;
da caça pode causar perigo para a vida, saúde t) «Negaceiro» o auxiliar do caçador que tem a
ou tranquilidade das pessoas ou constitui risco função de atrair espécies cinegéticas com a uti-
de danos para os bens; lização de negaças;
d) «Áreas de refúgio de caça» as áreas destinadas u) «Ordenamento cinegético» o conjunto de medi-
a assegurar a conservação ou fomento de espé- das e acções nos domínios da conservação,
cies cinegéticas, justificando-se a ausência total fomento e exploração racional dos recursos
ou parcial do exercício da caça ou locais cujos cinegéticos, com vista a obter a produção óptima
interesses específicos da conservação da natu- e sustentada, compatível com as potencialidades
reza justificam interditar a caça; do meio, em harmonia com os limites impostos
e) «Armas de caça» as armas de fogo, legalmente pelos condicionalismos ecológicos, económicos,
classificadas como de caça, o arco, a besta e sociais e culturais e no respeito pelas convenções
a lança; internacionais e as directivas comunitárias trans-
f) «Batedor» o auxiliar de caçador com a função postas para a legislação portuguesa;
de procurar, perseguir e levantar caça maior sem v) «Organizações do sector da caça (OSC)» as
ajuda de cães ou caça menor com ou sem ajuda organizações de âmbito nacional representativas
de cães; de organizações de caçadores, de entidades que
g) «Caça» a forma de exploração racional dos se dedicam à exploração económica dos recursos
recursos cinegéticos; cinegéticos, ou de caçadores de modalidades
h) «Caçador» o indivíduo que, com excepção dos específicas, a quem seja reconhecida represen-
auxiliares, pratica o acto venatório, sendo titular
tatividade;
de carta de caçador ou dela está dispensado
x) «Período de lua cheia» o período que decorre
nos termos previstos na lei;
entre as oito noites que antecedem a noite de
i) «Campos de treino de caça» as áreas destinadas
lua cheia e a noite seguinte à noite de lua cheia;
à prática, durante todo o ano, de actividades
z) «Plano específico de gestão» o instrumento que
de carácter venatório, sobre espécies cinegéticas
produzidas em cativeiro; define as normas de ordenamento e exploração
j) «Direito à não caça» a faculdade de os pro- das áreas em que se verifiquem importantes con-
prietários ou usufrutuários e arrendatários, centrações ou passagens de aves migradoras,
neste caso quando o contrato de arrendamento cuja elaboração compete à Direcção-Geral dos
rural inclua a gestão cinegética, requererem, por Recursos Florestais (DGRF), com a colabora-
períodos renováveis, a proibição da caça nos ção do Instituto da Conservação da Natureza
seus terrenos; (ICN) e das OSC;
l) «Enclave» os terrenos situados no interior de aa) «Plano global de gestão» o instrumento que
zona de caça não incluídos na mesma, ou que define as normas de ordenamento e exploração
confinam com ela em, pelo menos, quatro séti- de determinada área geográfica, cuja elaboração
mos do seu perímetro; compete à DGRF, com a colaboração do ICN,
m) «Época venatória» o período que decorre entre quando abranja áreas classificadas, e das OSC;
1 de Junho de cada ano e 31 de Maio do ano bb) «Recursos cinegéticos» as aves e os mamíferos
seguinte; terrestres que se encontrem em estado de liber-
n) «Exercício da caça ou acto venatório» todos os dade natural, quer os mesmos sejam sedentários
actos que visam capturar, vivo ou morto, qual- no território nacional quer migrem através
quer exemplar de espécies cinegéticas que se deste, ainda que provenientes de processos de
encontre em estado de liberdade natural, reprodução em meios artificiais ou de cativeiro
nomeadamente a procura, a espera e a per- e que figurem na lista de espécies que seja publi-
seguição; cada com vista à regulamentação da presente
o) «Jornada de caça» o exercício do acto venatório lei, considerando o seu valor cinegético, e em
de um caçador por um dia, considerado, em conformidade com as convenções internacionais
princípio, entre o nascer e o pôr do Sol; e as directivas comunitárias transpostas para a
p) «Lança» a arma de caça constituída por uma legislação portuguesa;
lâmina curta adaptada a uma haste suficiente- cc) «Reforço cinegético» a actividade de carácter
mente longa que possibilite ser empunhada com venatório que consiste na libertação de exem-
as mãos afastadas uma da outra ou o conjunto plares de espécies cinegéticas criadas em cati-
formado por punhal e haste amovível de adap- veiro para captura no próprio dia ou nos três
tação, destinada a prolongar o seu punho para dias seguintes, a realizar apenas dentro dos
ser utilizado como lança; períodos venatórios dessas espécies;
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6659

dd) «Repovoamento» a libertação num determi- 2 — A DGRF pode autorizar a captura de exemplares
nado território de exemplares de espécies cine- de espécies cinegéticas, seus ovos ou crias quando se
géticas com o objectivo de atingir níveis popu- destinem a fins didácticos ou científicos, ou a garantir
lacionais compatíveis com as potencialidades do um adequado estado sanitário das populações ou ainda
meio e a sua exploração sustentável; a repovoamentos ou reprodução em cativeiro.
ee) «Secretário» ou «mochileiro» o auxiliar do caça- 3 — As autorizações referidas no número anterior
dor que tem a função de transportar equipa- determinam as espécies cinegéticas e o número de exem-
mentos, mantimentos, munições ou caça abatida plares cuja captura é autorizada, bem como os processos,
e aves de presa; os meios, os períodos e os locais em que a mesma pode
ff) «Terrenos cinegéticos» aqueles onde é permi- ser efectuada.
tido o exercício da caça, incluindo as áreas de
jurisdição marítima e as águas interiores;
gg) «Terrenos murados» os terrenos circundados Artigo 5.o
em todo o seu perímetro por muro ou parede Repovoamentos, reforços cinegéticos e largadas
com altura mínima de 1,5 m;
hh) «Terrenos não cinegéticos» aqueles onde não 1 — Só é permitido efectuar repovoamentos, reforços
é permitido o exercício da caça; cinegéticos e largadas com as espécies cinegéticas iden-
ii) «Unidade biológica» a área onde se encontram tificadas em portaria do Ministro da Agricultura, Desen-
reunidos os factores físicos e bióticos indispen- volvimento Rural e das Pescas.
sáveis para o estabelecimento de uma determi- 2 — Nas acções referidas no número anterior devem
nada população em todas as fases do seu ciclo ser salvaguardados a pureza genética e o bom estado
de vida. sanitário das populações de origem e a sua semelhança
com a população receptora.
3 — As acções de repovoamento e de reforço cine-
gético em áreas classificadas carecem de parecer do ICN.
CAPÍTULO II

Conservação das espécies cinegéticas


CAPÍTULO III

Artigo 3.o Gestão e ordenamento dos recursos cinegéticos

Recursos cinegéticos SECÇÃO I

1 — Constituem recursos cinegéticos as espécies iden- Disposições gerais


tificadas no anexo I ao presente diploma e que dele
faz parte integrante, adiante designadas por espécies Artigo 6.o
cinegéticas. Gestão dos recursos cinegéticos
2 — Em cada época venatória só é permitido o exer-
cício da caça às espécies cinegéticas identificadas em A gestão dos recursos cinegéticos compete ao Estado
portaria do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento e pode ser transferida ou concessionada nos termos do
Rural e das Pescas. presente diploma legal.

Artigo 4.o
Artigo 7.o
Preservação da fauna e das espécies cinegéticas
Áreas classificadas
1 — Tendo em vista a preservação da fauna e das À gestão dos recursos cinegéticos nas áreas classi-
espécies cinegéticas, é proibido: ficadas é aplicável o regime jurídico constante do pre-
sente diploma e sua regulamentação, com as adaptações
a) Capturar ou destruir ninhos, covas e luras, ovos previstas nos artigo s 116.o e seguintes.
e crias de qualquer espécie, salvo quando auto-
rizado nos termos definidos nos números
seguintes; Artigo 8.o
b) Caçar espécies não cinegéticas; Normas de ordenamento cinegético
c) Caçar exemplares de espécies cinegéticas fora
das condições legais do exercício da caça; 1 — O ordenamento cinegético rege-se pelas normas
d) Caçar nas queimadas, áreas percorridas por constantes do presente diploma e sua regulamentação,
incêndios e terrenos com elas confinantes, numa por planos de ordenamento e exploração cinegética
faixa de 250 m, enquanto durar o incêndio e (POEC), por planos de gestão (PG) e por planos anuais
nos 30 dias seguintes; de exploração (PAE), os quais são submetidos a apro-
e) Caçar em terrenos cobertos de neve, com excep- vação da DGRF.
ção de espécies de caça maior; 2 — Os planos referidos no número anterior garan-
f) Caçar nos terrenos que durante as inundações tem, na área a que se aplicam, a gestão sustentável dos
fiquem completamente cercados de água e recursos cinegéticos, através da conservação, fomento
numa faixa de 250 m adjacente à linha mais e exploração da caça.
avançada das inundações, enquanto estas dura- 3 — O ordenamento e a exploração de uma unidade
rem e nos 30 dias seguintes; biológica para determinada população cinegética, que
g) Abandonar os animais que auxiliam e acom- seja constituída por várias zonas, são feitos nos termos
panham o caçador no exercício da caça. previstos em planos globais de gestão (PGG).
6660 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

4 — O ordenamento e a exploração de áreas em que 3 — Às ZCA têm acesso os respectivos associados


se verifiquem importantes concentrações ou passagem e os seus convidados.
de aves migradoras são feitos nos termos previstos em
planos específicos de gestão (PEG). Artigo 11.o
5 — Os planos referidos nos números anteriores
Anexação de terrenos
devem submeter-se às orientações contidas nas direc-
tivas da Comunidade Europeia e nas convenções inter- À anexação de terrenos a zonas de caça já constituídas
nacionais subscritas pelo Estado Português. é aplicável o definido para a respectiva constituição,
com as devidas adaptações, mantendo-se o prazo inicial
ou da renovação.
Artigo 9.o
Zonas de caça
Artigo 12.o
Terrenos do sector público
1 — As zonas de caça, a constituir em áreas contínuas,
de acordo com as normas referidas no artigo anterior, 1 — Os terrenos do sector público são afectos prio-
podem prosseguir objectivos da seguinte natureza: ritariamente a ZCN e ZCM.
2 — Quando a DGRF, em articulação com o ICN,
a) De interesse nacional, a constituir em áreas que, no caso de localização em áreas classificadas, considerar
dadas as suas características físicas e biológicas, inadequada a constituição de ZCN e ZCM nos terrenos
permitam a formação de núcleos de potencia- do sector público, podem os mesmos, através de con-
lidades cinegéticas a preservar ou em áreas que, curso público, vir a constituir ou ser integrados em ZCA
por motivos de segurança, justifiquem ser o ou ZCT.
Estado o único responsável pela sua adminis- 3 — É dispensado o concurso público referido no
tração, adiante designadas por zonas de caça número anterior nos seguintes casos:
nacionais (ZCN);
b) De interesse municipal, a constituir para pro- a) Quando a área total dos terrenos do sector
porcionar o exercício organizado da caça a um público não excede 300 ha;
número maximizado de caçadores em condições b) Sempre que a entidade gestora desses terrenos
particularmente acessíveis, adiante designadas se proponha explorar os recursos cinegéticos
por zonas de caça municipais (ZCM); directamente ou associada a outra entidade;
c) De interesse turístico, a constituir por forma c) Em áreas superiores a 300 ha, nos processos
a privilegiar o aproveitamento económico dos de renovação que incluam terrenos do sector
recursos cinegéticos, garantindo a prestação de público, desde que existam acordos de explo-
serviços adequados, adiante designadas por ração cinegética válidos.
zonas de caça turísticas (ZCT);
d) De interesse associativo, a constituir por forma
a privilegiar o incremento e manutenção do Artigo 13.o
associativismo dos caçadores, conferindo-lhes Levantamento da sinalização
assim a possibilidade de exercerem a gestão
cinegética, adiante designadas por zonas de caça 1 — A remoção da sinalização da zona de caça é da
associativas (ZCA). responsabilidade de quem detinha a qualidade de titular
da mesma, no prazo de 30 dias a contar da data da
sua extinção.
2 — Salvo determinação legal ou regulamentar em
2 — Findo o prazo previsto no número anterior, a
contrário, as águas e os terrenos do domínio público
DGRF procede ao seu levantamento, sendo as despesas
fluvial e lacustre existentes no interior das zonas de caça
correspondentes da responsabilidade de quem detinha
consideram-se abrangidos pelas mesmas e regem-se
a qualidade de titular da zona de caça.
pelas normas de natureza cinegética aplicáveis à res-
pectiva zona de caça.
3 — Salvo determinação legal ou regulamentar em SECÇÃO II
contrário, quando os prédios que integrem uma zona
de caça confinem com um curso de água, consideram-se Zonas de caça nacionais e municipais
abrangidos por aquela os respectivos terrenos e águas
até ao meio do curso. DIVISÃO I
4 — Os diplomas que criam zonas de caça podem Disposições gerais
determinar que as águas e terrenos do domínio público
fluvial e lacustre confinantes sejam abrangidos, na tota- Artigo 14.o
lidade ou em parte, pela respectiva zona de caça.
Transferência

Artigo 10.o O Estado pode transferir para associações e fede-


rações de caçadores, organizações de agricultores, de
Acesso às zonas de caça proprietários, de produtores florestais e de defesa do
ambiente, autarquias locais ou para outras entidades
1 — Às ZCN e às ZCM têm acesso todos os caça-
colectivas integradas por aquelas:
dores, sem prejuízo do disposto no artigo 15.o, no n.o 6
do artigo 23.o e no n.o 3 do artigo 26.o a) A gestão de ZCN;
2 — Às ZCT têm acesso todos os caçadores que cum- b) A gestão das áreas referidas a terrenos cine-
pram as normas privativas de funcionamento das mes- géticos não ordenados, com vista à constituição
mas, desde que devidamente publicitadas. de ZCM.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6661

Artigo 15.o b) Por despacho devidamente fundamentado, inde-


Acesso
ferir o pedido de transferência.

1 — O acesso às ZCN e ZCM é feito pela seguinte


ordem de prioridade e obedecendo a critérios de pro- Artigo 19.o
porcionalidade a regular nos termos do número Obrigações das entidades gestoras
seguinte:
Constituem obrigações das entidades gestoras, desig-
a) Os proprietários ou pessoas singulares ou colec- nadamente:
tivas que detenham direitos de uso e fruição
nos termos legais sobre os terrenos nelas inse- a) Efectuar a sinalização das zonas de caça e con-
ridos e os caçadores que integrem a direcção servá-la em bom estado;
da entidade que gere a ZCN ou ZCM, bem b) Cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras
como os membros das associações que parti- do exercício da caça;
cipem na sua gestão desde que não associados c) Cumprir os PG, assim como os planos anuais
em zonas de caça; de exploração;
b) Os caçadores residentes nos municípios onde d) Não permitir o exercício da caça até à aprovação
as mesmas se situam não associados em zonas do PAE;
de caça integradas na mesma região cinegética; e) Garantir igualdade de oportunidades a todos
c) Os caçadores não residentes nos municípios os caçadores interessados em exercer o acto
onde as mesmas se situam não associados em venatório, no respeito pelo definido no n.o 1
zonas de caça integradas na mesma região do artigo 15.o do presente diploma;
cinegética; f) Apresentar, até 15 de Julho de cada ano, à
d) Os demais caçadores. DGRF um PAE para aprovação no prazo de
15 dias, findo o qual se considera aprovado, pro-
2 — Os critérios de proporcionalidade da participa- pondo nomeadamente:
ção dos diferentes grupos são fixados nas respectivas i) Espécies e processos de caça autorizados;
portarias de transferência. ii) Número de exemplares de cada espécie
a abater, devendo, no caso da caça maior,
Artigo 16.o com excepção do javali, ser indicados o
sexo e a idade;
Instrução do processo
iii) Número previsto de jornadas de caça e
1 — A instrução dos processos relativos à criação e limite de peças a abater por jornada de
transferência de gestão de ZCN e ZCM é da compe- caça;
tência da DGRF.
2 — Os processos que incluam terrenos situados em g) Após a aprovação do PAE, promover a divul-
áreas classificadas carecem de parecer do ICN. gação das condições de candidatura e de acesso
3 — O prazo para a emissão do parecer referido no dos caçadores às jornadas de caça, com a ante-
número anterior é de 30 dias, findo o qual pode o pro- cedência mínima de 10 dias relativamente à data
cedimento prosseguir e vir a ser decidido sem o parecer. limite de recepção de candidaturas, nos locais
4 — Os prazos e termos do procedimento para a cria- de uso e costume e, pelo menos, num jornal
ção e transferência de gestão de zonas de caça são regu- de expansão nacional;
lados por portaria do Ministro da Agricultura, do Desen- h) Manter actualizada uma contabilidade simpli-
volvimento Rural e das Pescas. ficada, na qual sejam registadas as receitas e
despesas efectuadas e onde se possa apurar o
Artigo 17.o resultado final;
i) Apresentar anualmente, até 15 de Junho, à
Decisão da DGRF DGRF os resultados da exploração cinegética
Finda a instrução do processo, a DGRF deve: e da execução financeira respeitantes à época
venatória anterior, em termos a regulamentar
a) Indeferir o pedido sempre que o mesmo não por meio de portaria do Ministro da Agricultura,
reúna os requisitos legais ou não se revele com- do Desenvolvimento Rural e das Pescas;
patível com os critérios e princípios superior- j) A DGRF deve tratar estatisticamente os resul-
mente aprovados; tados da exploração cinegética recebidos das
b) Propor ao Ministro da Agricultura, do Desen- zonas de caça e remeter ao Instituto Nacional
volvimento Rural e das Pescas a criação e ou de Estatística o quadro de resultados obtidos,
transferência de gestão da respectiva zona de nomeadamente o número total de peças aba-
caça sempre que não se verifiquem as situações tidas de cada espécie cinegética constante do
previstas na alínea anterior. anexo I do presente diploma, que dele faz parte
integrante.
Artigo 18.o
Decisão final Artigo 20.o
O Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural Intervenção sobre os terrenos
e das Pescas pode:
Nas áreas em que a gestão dos recursos cinegéticos
a) Conceder, por portaria, a respectiva transferên- seja exercida directamente pelo Estado ou tenha sido
cia de gestão; objecto de transferência, as acções que requeiram inter-
6662 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

venção sobre os terrenos, dependem de autorização pré- processo de candidatura para a transferência de gestão
via dos titulares de direitos sobre os mesmos. de ZCN.
2 — A transferência de gestão é efectuada por perío-
dos mínimos de 6 anos e máximos de 12 anos, através
Artigo 21.o
de portaria que estabelece as condições da mesma.
Renovação da transferência 3 — Nas ZCN a suspensão e revogação é determinada
por portaria do Ministro da Agricultura, Desenvolvi-
O requerimento de renovação da transferência de ges-
mento Rural e das Pescas, que estabelece ainda o prazo
tão deve ser apresentado entre um ano e seis meses
para a supressão do motivo que a determinou.
antes do termo da transferência da respectiva zona de
caça, aplicando-se, com as devidas adaptações, o dis-
posto para a transferência inicial. Artigo 25.o
Plano anual de exploração
Artigo 22.o
1 — A elaboração do PAE cabe à entidade gestora
Extinção da transferência da ZCN, que suporta os encargos com a sua gestão
1 — A transferência de gestão prevista no artigo 14.o e funcionamento e arrecada as receitas resultantes do
extingue-se: exercício da caça.
2 — É proibido o exercício da caça em ZCN rela-
a) A pedido da entidade gestora; tivamente às quais não exista PAE aprovado.
b) Por revogação decorrente do incumprimento
das obrigações previstas no artigo 19.o; DIVISÃO III
c) Por caducidade, se decorrido o prazo de trans-
Zonas de caça municipais
ferência esta não for renovada;
d) Por decisão do Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, sempre Artigo 26.o
que, por exclusão de terrenos, ao abrigo do dis- Constituição
posto nos artigos 28.o e 167.o, a área remanes-
cente não permita prosseguir os objectivos ine- 1 — As ZCM são criadas por portaria do Ministro
rentes a este tipo de zonas de caça. da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
que define as condições da transferência de gestão.
2 — A extinção da transferência prevista nas alí- 2 — As ZCM são constituídas por períodos de seis
neas a), b) e d) do número anterior é objecto de portaria anos.
do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural 3 — O exercício da caça nas ZCM está sujeito ao
e das Pescas. pagamento de taxas, cujo montante máximo é fixado
por portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvol-
DIVISÃO II vimento Rural e das Pescas.
4 — Para assegurar melhores condições de conser-
Zonas de caça nacionais
vação e fomento das espécies cinegéticas nas ZCM, o
exercício da caça não é permitido em pelo menos um
Artigo 23.o décimo da sua área, a qual deverá ser identificada
Constituição e gestão perante os caçadores e agentes fiscalizadores.
1 — As ZCN são criadas por portaria do Ministro
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas Artigo 27.o
ou por portaria conjunta deste Ministro e dos ministros Transferência
competentes em razão da matéria.
2 — As ZCN são geridas pela DGRF em conjunto 1 — As associações e federações de caçadores, associa-
com o ICN nas áreas protegidas e em colaboração nas ções de agricultores, de produtores florestais e de defesa
restantes áreas classificadas ou, sempre que estejam em do ambiente, autarquias locais ou outras entidades inte-
causa razões de segurança, pelos serviços competentes gradas por aquelas isoladamente ou em parceria podem
em razão da matéria. requerer a transferência da gestão de terrenos cinegé-
3 — É da responsabilidade da entidade gestora da ticos não ordenados, mediante apresentação de candi-
ZCN, com o apoio da DGRF, quando solicitado, ela- datura na DGRF.
borar os PG e os PAE, bem como suportar os encargos 2 — A candidatura à transferência da gestão de ter-
com a sua gestão e funcionamento. renos cinegéticos não ordenados é apresentada na
4 — A aprovação dos planos referidos no número DGRF e é instruída com:
anterior é da responsabilidade da DGRF, em conjunto a) Requerimento dirigido ao Ministro da Agricul-
com o ICN nas áreas classificadas. tura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
5 — O exercício da caça nas ZCN está sujeito ao paga- do qual constem a identificação da entidade ou
mento de taxas, cujo montante é fixado por despacho
entidades que se propõem gerir a ZCM, a desig-
do ministro que tutela a entidade que gere a zona de
nação, a localização e a área do terreno cine-
caça.
gético não ordenado para a qual se pretende
Artigo 24.o a transferência;
Transferência de gestão
b) Planta dos terrenos, com localização daqueles
que estão integrados em áreas classificadas e
1 — O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento delimitação da área referida no n.o 4 do
Rural e das Pescas pode autorizar a abertura de um artigo 26.o, nos termos a definir em portaria
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6663

do Ministro da Agricultura, do Desenvolvi- o qual pode o procedimento prosseguir e vir a ser deci-
mento Rural e das Pescas; dido sem o parecer.
c) Plano de gestão, contendo, nomeadamente: 3 — No caso de a ZCM incluir terrenos situados em
i) Apresentação genérica das acções de áreas classificadas, a aprovação do PAE, referida no
ordenamento cinegético a desenvolver; número anterior, carece de parecer do ICN, que tem
ii) Recursos humanos e materiais a dispo- 15 dias para o emitir, findo o qual pode o procedimento
nibilizar pela entidade candidata; prosseguir e vir a ser decidido sem o parecer.
iii) Listagem das espécies cinegéticas objecto 4 — Na situação referida no número anterior, a
de exploração e estimativa qualitativa das DGRF tem cinco dias para remeter o plano referido
respectivas populações, assim como as na alínea a) do n.o 1 do presente artigo ao ICN, recep-
medidas a implementar para o seu cionar o parecer desta entidade e informar o interessado
fomento e conservação; do resultado do mesmo, suspendendo a contagem do
iv) Processos de estimação de efectivos das prazo previsto no n.o 2 com o envio do plano ao ICN,
espécies cinegéticas sedentárias; e sempre que sejam solicitados esclarecimentos e infor-
v) PAE para a primeira época venatória em mações adicionais ao interessado.
que seja previsível ter início a actividade 5 — É proibido o exercício da caça até à aprovação
cinegética; do PAE.
vi) Proposta dos critérios de proporcionali- 6 — Sem prejuízo da aplicação de outras sanções pre-
dade a utilizar para o acesso dos caça- vistas na lei, o incumprimento das obrigações das enti-
dores e sua fundamentação; dades gestoras de ZCM pode constituir causa de sus-
vii) Proposta das taxas a cobrar pelo exercício pensão do exercício da caça, a determinar por despacho
da caça; do director-geral dos Recursos Florestais, que estabe-
viii) Identificação do técnico responsável. lece o prazo para a supressão da falta que a determinou.
7 — A extinção da zona de caça é determinada por
despacho do Ministro da Agricultura, do Desenvolvi-
Artigo 28.o mento Rural e das Pescas.
Exclusão de terrenos 8 — Sempre que as entidades gestoras requeiram
atempadamente a renovação e os processos não tenham
1 — Os proprietários ou usufrutuários e arrendatá- ficado concluídos até ao termo da transferência de ges-
rios, neste caso quando o contrato de arrendamento
tão, fica suspenso o exercício da caça até à publicação
rural inclua a gestão cinegética, podem requerer a exclu-
da portaria de renovação, pelo prazo máximo de seis
são dos seus terrenos da ZCM, sem prejuízo das situa-
meses.
ções constituídas ao abrigo do direito anterior, desde
que se verifiquem cumulativamente as seguintes con-
dições: SECÇÃO III

a) Sejam titulares de direitos de uso e fruição nos Zonas de caça associativas e turísticas
termos legais, quando as formas de uso e fruição
incluírem a gestão cinegética; DIVISÃO I
b) Não tenham estabelecido acordos com a enti- Disposições gerais
dade gestora.

2 — A exclusão de terrenos de ZCM pode ainda ocor- Artigo 30.o


rer a pedido da respectiva entidade gestora ou por razões Concessão
de interesse público.
3 — A exclusão dos terrenos produz efeitos na data 1 — As ZCA são concessionadas por portaria do
de entrada em vigor da portaria que redefine os limites Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das
da zona de caça na qual os terrenos referidos no número Pescas a associações de caçadores com um mínimo de
anterior se encontravam integrados. 20 caçadores associados.
4 — No caso de alteração dos titulares de direitos 2 — As ZCT são concessionadas por portaria do
sobre os prédios, havendo acordo com o transmitente, Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das
não há lugar à exclusão de terrenos até ao termo da Pescas a entidades públicas ou privadas que tenham
transferência de gestão. por objecto a exploração económica dos recursos
cinegéticos.
3 — A prestação de serviços de cariz turístico, para
Artigo 29.o além das actividades cinegéticas, que as entidades ges-
Acompanhamento da gestão das ZCM toras ou outras pretendam desenvolver associadas às
ZCT tem enquadramento na legislação específica exis-
1 — Compete à DGRF: tente, devendo encontrar-se licenciadas para o efeito
pelo Ministério da Economia.
a) Aprovar o PAE;
b) Apoiar tecnicamente a sua execução;
c) Colaborar na divulgação a que se refere a alí- Artigo 31.o
nea g) do artigo 19.o; Limites territoriais das ZCT
d) Verificar o cumprimento cabal das obrigações
previstas no artigo 19.o 1 — A área mínima para as ZCT é de 400 ha.
2 — Em casos devidamente fundamentados de caça
2 — O prazo para aprovação do plano referido na a uma única espécie ou grupo de espécies, a área mínima
alínea a) do n.o 1 do presente artigo é de 15 dias, findo pode ser inferior à prevista no n.o 1 do presente artigo.
6664 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

Artigo 32.o iii) Processos de estimação dos efectivos das


espécies cinegéticas sedentárias;
(Revogado.) iv) Identificação do técnico responsável.

Artigo 36.o
Artigo 33.o
Acordos
Prazos de concessão
1 — Os acordos são estabelecidos entre a entidade
A concessão de zonas de caça associativas e turísticas que acede ao direito de caça e os proprietários ou pes-
é efectuada pelos prazos mínimo de 6 anos e máximo soas individuais ou colectivas que sejam titulares de
de 12 anos, renováveis por iguais períodos. direitos de uso e fruição nos termos legais, que incluam
a gestão cinegética, e deles tem obrigatoriamente de
constar:
Artigo 34.o a) Identificação dos prédios a integrar na zona de
Exercício da caça nas ZCA
caça;
b) Prazo e condições de eventuais renovações.
1 — Nas ZCA não pode ser exigido a caçadores con-
vidados o pagamento de quaisquer quantias pelo exer- 2 — No caso de terrenos do sector público, os acordos
cício da caça ou de actividades de carácter venatório. devem ser subscritos pelo órgão executivo da entidade
pública a que os mesmos estejam afectos.
2 — A área correspondente a cada associado não
3 — O prazo estabelecido nos acordos referidos no
pode ser superior a 50 ha.
n.o 1 do presente artigo tem de ser coincidente, pelo
menos, com o período da concessão pretendida,
DIVISÃO II podendo ser renovados automaticamente, caso dos mes-
mos conste cláusula específica nesse sentido.
Procedimentos para a concessão das zonas 4 — A denúncia dos acordos que prevêem renovação
de caça associativas e turísticas automática tem de ser feita até um ano antes do termo
da concessão ou renovação.
Artigo 35.o 5 — Qualquer alteração dos titulares dos direitos
sobre os prédios integrados em zona de caça obriga
Requerimento inicial ao estabelecimento de novo acordo, no termo do prazo
da concessão ou renovação.
1 — A concessão de zonas de caça é requerida ao 6 — No caso de o requerente ser o proprietário dos
Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e terrenos a integrar na zona de caça, está o mesmo dis-
das Pescas, mediante pedido apresentado nos serviços pensado de apresentar acordo prévio.
da DGRF, do qual deve constar:
Artigo 37.o
a) A identificação do requerente;
Impossibilidade de acordo prévio
b) O tipo de zona de caça pretendido, prazo de
concessão e eventuais períodos de renovação 1 — Na impossibilidade de obter o consentimento
automática; prévio de algumas das pessoas mencionadas no artigo
c) Área total e localização de prédios a integrar. anterior, por ser desconhecida a sua identidade ou o
seu paradeiro, os interessados devem instruir o processo
2 — O requerimento é instruído com os seguintes com uma declaração da junta de freguesia que o
documentos: certifique.
2 — Se a zona de caça incluir terrenos sem o con-
a) Delimitação perimetral da área requerida, em sentimento dos titulares de direitos sobre os prédios,
suporte digital, com localização daquela que nos termos do número anterior, aqueles podem, a todo
esteja integrada em áreas classificadas, nos ter- o tempo de duração da concessão, solicitar ao Ministro
mos a definir em portaria do Ministro da Agri- da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas
cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas; a sua exclusão.
b) Listagem com a identificação dos prédios a inte- Artigo 38.o
grar e respectivos titulares;
Instrução do processo
c) Acordos escritos com os titulares de direitos
sobre os prédios, nos termos do disposto no 1 — A instrução dos processos relativos à concessão
artigo seguinte; de ZCA e ZCT é da competência da DGRF.
d) POEC, do qual deve constar: 2 — Os processos que incluam terrenos situados em
áreas classificadas carecem de parecer do ICN.
i) A cartografia da ocupação do solo e dos 3 — O prazo para a emissão do parecer referido no
recursos hídricos disponíveis para a n.o 2 do presente artigo é de 30 dias, findo o qual pode
fauna; o procedimento prosseguir e vir a ser decidido sem o
ii) Listagem das espécies cinegéticas objecto parecer.
de exploração e estimativa qualitativa das 4 — Os prazos e termos do procedimento para con-
respectivas populações, assim como as cessão de zonas de caça são regulados por portaria do
medidas a implementar para o seu Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
fomento e conservação; das Pescas.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6665

Artigo 39.o 4 — Os concessionários devem proceder à actualiza-


Decisão da DGRF
ção dos planos de ordenamento cinegético sempre que
ocorram alterações significativas no meio com reflexos
Finda a instrução do processo, a DGRF deve: sobre as espécies a explorar.
5 — Os concessionários devem prestar informações
a) Indeferir o pedido sempre que o mesmo não
e colaborar com a DGRF e com o ICN no que respeita
reúna os requisitos legais ou não se revele com-
às áreas classificadas, em tudo o que estas fundamen-
patível com os critérios e princípios superior-
talmente solicitarem.
mente aprovados;
b) Propor ao Ministro da Agricultura, do Desen- Artigo 43.o
volvimento Rural e Pescas a concessão da res-
pectiva zona de caça sempre que não se veri- Resultados anuais de exploração
fiquem as situações previstas na alínea anterior.
1 — Os resultados anuais de exploração, referidos na
alínea e) do n.o 1 do artigo 42.o, devem referir:
Artigo 40.o
a) Número total de caçadores que exerceram o
Decisão final acto venatório;
O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento b) Número de jornadas de caça e de dias de caça;
Rural e Pescas decide: c) Exemplares de cada espécie cinegética abatidos,
devendo, no caso da caça maior, ser indicados
a) Conceder, por portaria, a respectiva concessão; o sexo, a idade e o processo.
b) Por despacho devidamente fundamentado, inde-
ferir o pedido de concessão. 2 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
as entidades concessionárias devem dispor de um sis-
Artigo 41.o tema de registo dos dados por jornada de caça.
Conteúdo da portaria de concessão
3 — Até à entrega dos resultados de exploração é
proibido o exercício da caça.
As portarias de concessão de zonas de caça devem
especificar, designadamente:
Artigo 44.o
a) A identificação do concessionário;
b) O tipo de zona de caça; Obrigações do Estado
c) A área e localização dos terrenos abrangidos; A DGRF, em articulação com o ICN nas áreas clas-
d) O prazo de concessão e eventuais períodos de sificadas, deve apoiar tecnicamente a gestão das zonas
renovação. de caça e proceder a inspecções destinadas a avaliar
Artigo 42.o o cumprimento das obrigações referidas nos artigos
anteriores.
Obrigações dos titulares de zonas de caça
Artigo 45.o
1 — Constituem obrigações dos titulares de zonas de
caça: Mudança de concessionário

a) Efectuar a sinalização da zona de caça e con- 1 — A mudança de concessionário de zona de caça


servá-la em bom estado; é requerida junto da DGRF em simultâneo pelo inte-
b) Cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras ressado em aceder à concessão e pelo concessionário.
do exercício da caça; 2 — Para efeitos do número anterior, o interessado
c) Efectuar o pagamento da taxa anual; em aceder à concessão deve apresentar os acordos por
d) Cumprir o POEC; ele celebrados de acordo com o disposto no artigo 36.o
e) Comunicar à DGRF os resultados anuais de do presente diploma.
exploração da época venatória anterior, bem 3 — Em caso de morte de concessionário de ZCT,
como o número, a nacionalidade e a qualidade os herdeiros devem comunicar à DGRF, no prazo de
dos utentes, no caso das zonas de caça turísticas, 120 dias, o óbito e manifestar a sua posição quanto
até 15 de Junho de cada ano; à concessão.
f) Não permitir o exercício da caça até à entrega 4 — Na mudança de concessionário mantêm-se os
dos resultados anuais de exploração; direitos e obrigações do anterior concessionário, bem
g) Não permitir que, nos dois últimos anos de con- como o prazo da concessão.
cessão, seja caçado um número de exemplares 5 — A mudança de concessionário é efectuada por
de espécies cinegéticas sedentárias superior à portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvi-
média dos dois anos precedentes, salvo nos casos mento Rural e das Pescas.
autorizados pela DGRF.

2 — Sempre que ocorram alterações, os concessio- Artigo 46.o


nários de ZCA devem enviar à DGRF, até 15 de Junho, Alterações múltiplas
a actualização dos caçadores associados em cada zona
de caça, reportadas a 31 de Maio desse ano. Ocorrendo alteração na estrutura ou tipologia de uma
3 — Os concessionários de zonas de caça devem ou várias zonas de caça confinantes entre si, seja por
comunicar à DGRF as alterações da sede social, no divisão de uma zona de caça, por unificação de várias
prazo de 90 dias contado da mesma. zonas, por anexação, por mudança de tipologia ou
6666 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

outras, em que se verifique simultaneidade ou sucessão concessionárias de zonas de caça, de obrigações decor-
temporal imediata de actos, são os mesmos objecto de rentes da concessão constitui causa de suspensão do
uma única portaria do Ministro da Agricultura, do exercício da caça e das actividades de carácter venatório.
Desenvolvimento Rural e das Pescas. 2 — Constitui ainda causa de suspensão do exercício
da caça e das actividades de carácter venatório a cons-
Artigo 47.o tatação de que, no decurso da vigência da concessão
ou renovação, não foram ou deixaram de ser cumpridos
Desanexação de prédios os requisitos essenciais à mesma.
Sem prejuízo dos direitos emergentes de denúncia 3 — Nos casos previstos nos números anteriores, a
unilateral de acordos, à desanexação de prédios de zonas suspensão é determinada pela DGRF, que estabelece
de caça já constituídas e a pedido do concessionário ainda o prazo para a supressão da falta que a deter-
é aplicável o definido nos artigos 35.o e 38.o a 40.o, minou.
com as devidas adaptações. Artigo 50.o
DIVISÃO III Extinção

Renovação, suspensão e extinção de concessões 1 — As concessões de zona de caça associativa e de


zona de caça turística extinguem-se por:
Artigo 48.o a) Revogação a pedido do concessionário;
Renovação de concessões b) Denúncia, nos termos do disposto no n.o 2 do
artigo 48.o;
1 — A renovação pode ser automática desde que a c) Revogação, nos termos do disposto no artigo
respectiva portaria de concessão o preveja e as condições seguinte;
que estiveram na sua origem não tenham sido alteradas d) Caducidade.
ou, ainda, se no decorrer da concessão ou renovação
vier a reunir as condições que o permitam. 2 — No caso de caducidade da concessão ou reno-
2 — No fim de cada período de concessão, o Estado vação, e na salvaguarda do património cinegético exis-
pode denunciar a sua renovação automática, notificando tente, a extinção da zona de caça é determinada apenas
o concessionário com a antecedência mínima de um por portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvol-
ano em relação ao termo do prazo da concessão. vimento Rural e das Pescas, não sendo entretanto per-
3 — A não renovação das concessões não confere aos mitida a actividade cinegética.
que tinham a qualidade de concessionários o direito
a qualquer indemnização.
4 — Sempre que se verifique exclusão de prédios de Artigo 51.o
uma zona de caça ou a concessão não reúna as condições
que permitam a sua renovação automática, o conces- Revogação das concessões
sionário deve apresentar requerimento dirigido ao 1 — O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Rural e das Pescas pode em qualquer altura revogar
das Pescas, junto da DGRF, no prazo que decorre entre a concessão de zonas de caça quando:
15 e 9 meses em relação ao termo da concessão.
5 — O requerimento de renovação de concessão pode a) A concessão se torne inconveniente para o inte-
entrar nos serviços nos três meses seguintes ao termo resse público;
do prazo previsto no número anterior, ou até ao termo b) O titular da zona de caça não cumpra as obri-
da concessão mediante o pagamento de taxas a fixar gações a que está vinculado, não supra tem-
por despacho do Ministro da Agricultura, do Desen- pestivamente as faltas a que se referem os n.os 1
volvimento Rural e das Pescas. e 2 do artigo 49.o ou quando deixem de se veri-
6 — Os prazos estipulados no número anterior apli- ficar os requisitos exigidos para a concessão.
cam-se também à renovação automática de concessões,
aquando do seu termo. 2 — No caso previsto na alínea a) do número anterior
7 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do é devida indemnização reportada ao termo do período
artigo 39.o, decorridos os prazos estipulados no n.o 5 de concessão ou de cada período de renovação em curso.
do presente artigo, a renovação deve ser recusada pela
DGRF.
8 — À renovação de concessões aplica-se o disposto CAPÍTULO IV
nos artigos 35.o a 41.o, com as necessárias adaptações.
Terrenos não cinegéticos e de caça condicionada
9 — Sempre que a renovação das concessões for
requerida nos prazos estabelecidos nos n.os 4 e 5 do
presente artigo, e os respectivos processos não fiquem Artigo 52.o
concluídos, fica suspenso o exercício da caça e das acti- Terrenos não cinegéticos
vidades de carácter venatório, até à publicação da por-
taria de renovação, pelo prazo máximo de seis meses. 1 — São terrenos não cinegéticos:
a) As áreas de protecção;
Artigo 49.o b) As áreas de refúgio de caça;
Suspensão da actividade cinegética
c) Os campos de treino de caça;
d) Os enclaves ou terrenos que confinem com
1 — Sem prejuízo da aplicação de outras sanções pre- outras figuras de ordenamento cinegético e cuja
vistas na lei, o incumprimento, por parte de entidades área individualmente considerada não exceda
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6667

10 % da área total da zona até ao máximo de j) Os olivais e os pomares e vinhas com instalação
50 ha; de rega gota a gota e por microaspersão;
e) As zonas interditas à caça integradas em áreas l) Os terrenos ocupados com culturas arvenses e
classificadas e outras que venham a ser con- os ocupados com sementeiras ou plantações de
sideradas como tal em despacho do Ministro espécies florestais com altura média inferior a
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e 80 cm;
Pescas a requerimento da entidade gestora. m) Os terrenos situados entre o nível de água das
albufeiras e o nível de pleno armazenamento
2 — A sinalização dos terrenos referidos no número (NPA), com excepção das situações previstas
anterior é da responsabilidade da entidade gestora nos nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 9.o, sempre que as
casos seguintes: albufeiras não possuam planos de ordenamento
(POA).
a) Enclaves, terrenos que confinem com outras
figuras de ordenamento cinegético e campos de 2 — A eficácia da proibição do acto venatório referida
treino de caça; nas alíneas g), h), i), j) e l) do número anterior depende
b) Todos os terrenos que a requerimento da enti- de os terrenos em causa se encontrarem sinalizados,
dade gestora venham a ser alvo de despacho nos termos a definir por portaria do Ministro da Agri-
do Ministro da Agricultura, do Desenvolvi- cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
mento Rural e Pescas. 3 — A sinalização dos aparcamentos de gado e dos
terrenos referidos na alínea i) do n.o 1 do presente artigo
carece de autorização prévia da DGRF.
Artigo 53.o
Artigo 54.o
Áreas de protecção
Áreas de refúgio de caça
1 — Constituem áreas de protecção os locais seguin- 1 — As áreas de refúgio de caça são criadas por por-
tes: taria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
a) Praias de banho, terrenos adjacentes a estabe- Rural e Pescas, que estabelece as limitações às acti-
lecimentos de ensino, hospitalares, prisionais ou vidades que prejudiquem ou possam perturbar as espé-
tutelares de menores, científicos, lares de idosos, cies cinegéticas e não cinegéticas, cuja conservação,
instalações militares ou de forças de segurança, fomento ou protecção se pretende.
estabelecimentos de protecção à infância, esta- 2 — As compensações devidas pelos prejuízos que
ções radioeléctricas, faróis, portos marítimos e advenham das limitações referidas no número anterior
fluviais, aeroportos, instalações turísticas, par- são suportadas pelo Estado.
ques de campismo e desportivos, instalações 3 — Sem prejuízo do disposto para correcção de den-
industriais e de criação animal, bem como quais- sidades das populações de espécies cinegéticas, o exer-
quer terrenos que os circundem, numa faixa de cício da caça é proibido nas áreas de refúgio de caça.
protecção de 500 m; 4 — Para os efeitos da correcção de densidade de
b) Povoados numa faixa de protecção de 250 m; populações cinegéticas, as normas de acesso dos caça-
c) As estradas nacionais (EN), os itinerários prin- dores são definidas por edital da DGRF.
cipais (IP), os itinerários complementares (IC), 5 — As áreas de refúgio de caça devem ser sinalizadas
as auto-estradas, as estradas regionais das nos termos a definir em portaria do Ministro da Agri-
Regiões Autónomas (ER) e as linhas de cami- cultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas.
nho de ferro numa faixa de protecção de 100 m; 6 — O Ministério das Cidades, Ordenamento do Ter-
d) Os aeródromos, os cemitérios, as estradas regio- ritório e Ambiente pode propor áreas de refúgio quando
nais (ER) e as estradas municipais; estejam em causa espécies não cinegéticas, a criar atra-
e) Os terrenos ocupados com culturas florícolas vés de portaria conjunta dos Ministros da Agricultura,
e hortícolas, desde a sementeira ou plantação do Desenvolvimento Rural e Pescas e das Cidades, do
até ao termo das colheitas, e os terrenos ocu- Ordenamento do Território e Ambiente.
pados com viveiros;
f) Os terrenos com culturas frutícolas, com excep- Artigo 55.o
ção dos olivais, desde o abrolhar até ao termo Campos de treino de caça
das colheitas;
g) Os aparcamentos de gado nas condições defi- 1 — As associações de caçadores, os clubes de cani-
nidas em portaria do Ministro da Agricultura, cultores, os clubes de tiro e as entidades titulares de
do Desenvolvimento Rural e das Pescas; zonas de caça podem ser autorizadas a instalar campos
h) Os apiários e pombais, bem como quaisquer ter- de treino de caça, nos termos a definir em portaria do
renos que os circundem, numa faixa de pro- Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
tecção de 100 m; das Pescas.
i) Os terrenos situados em zonas militares ou de 2 — Nos campos de treino de caça pode ser auto-
forças de segurança, terrenos de estabelecimen- rizada a formação ou avaliação de indivíduos inscritos
tos de ensino, hospitalares, prisionais ou tute- para exame de carta de caçador, quando inseridas em
lares de menores, de lares de idosos e os ter- curso aprovado pela DGRF.
renos onde decorram acções de investigação ou 3 — Nos campos de treino de caça são permitidas
experimentação que possam ser prejudicadas competições desportivas envolvendo a utilização de
pelo livre exercício da caça, situados para além espécies cinegéticas criadas em cativeiro quando rea-
do âmbito previsto na alínea a); lizadas sob controlo das competentes confederações,
6668 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

federações ou associações e no estrito cumprimento dos Artigo 59.o


respectivos regulamentos. Prazo
4 — Para fins didácticos ou científicos, a DGRF pode
constituir campos de treino de caça, bem como ser auto- O direito à não caça é concedido por um período
rizada a sua instalação a estabelecimentos de ensino. de 6 e máximo de 12 anos, renovável automaticamente
5 — Sem prejuízo do estabelecido no n.o 2, a prática por iguais períodos.
das actividades de carácter venatório em campos de Artigo 60.o
treino de caça só é permitida a caçadores titulares dos
documentos legalmente exigidos para o exercício da Decisão
caça, com excepção da licença de caça. O reconhecimento do direito à não caça é tornado
6 — As entidades gestoras de campos de treino de público por edital da DGRF da área onde se situam
caça devem assegurar a recolha dos resíduos resultantes os prédios, após decisão do Ministro da Agricultura,
das actividades neles desenvolvidas, após o seu término. do Desenvolvimento Rural e Pescas.
7 — A realização de largadas fora dos períodos vena-
tórios só é permitida em campos de treino.
8 — Nas largadas é permitida a utilização de pombos. Artigo 61.o
9 — A instalação de campos de treino de caça em Extinção
áreas classificadas carece de parecer favorável do ICN.
O direito à não caça extingue-se:
Artigo 56.o a) Quando se extinguirem os direitos que funda-
mentam a atribuição do direito à não caça;
Terrenos de caça condicionada b) Por caducidade, se decorrido o prazo do direito
1 — É proibido caçar sem consentimento de quem à não caça não for renovado;
de direito nos quintais, parques ou jardins anexos a casas c) Quando deixarem de se verificar as condições
de habitação bem como em quaisquer terrenos que os previstas no n.o 2 do artigo 57.o;
circundem numa faixa de 250 m e ainda nos terrenos d) Quando ocorrer violação da proibição de caçar
murados. por parte dos titulares ou com o seu con-
2 — É ainda proibido caçar sem consentimento de sentimento.
quem de direito nas zonas de caça. Artigo 62.o
Obrigações dos titulares do direito à não caça
CAPÍTULO V 1 — Os titulares do direito à não caça têm a obrigação
Direito à não caça de colocar a sinalização respectiva e de a conservar em
bom estado.
Artigo 57.o 2 — Extinto o direito à não caça, os que tinham a
qualidade de titular devem retirar a sinalização no prazo
Direito à não caça de 30 dias.
1 — O direito à não caça é a faculdade de os pro- 3 — Se a sinalização não for retirada, nos termos do
prietários ou usufrutuários e arrendatários, neste caso número anterior, a DGRF procede ao seu levantamento,
quando o contrato de arrendamento inclua a gestão cine- sendo os responsáveis obrigados ao pagamento das des-
gética, requererem a proibição da caça nos seus terrenos, pesas efectuadas.
passando estes a constituir áreas de direito à não caça.
2 — Os requerentes não podem ser titulares de carta CAPÍTULO VI
de caçador e, no caso de pessoas colectivas, o objecto Exercício da caça
social não pode contemplar a exploração dos recursos
cinegéticos nem os elementos que integram os órgãos SECÇÃO I
sociais serem titulares de carta de caçador.
Disposições gerais

Artigo 58.o Artigo 63.o


Procedimento Requisitos para o exercício da caça
O reconhecimento do direito à não caça é requerido Salvo nos casos previstos na lei, só é permitido o
ao Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural exercício da caça aos titulares de carta de caçador, da
e Pescas, mediante pedido apresentado nos serviços da respectiva licença de caça, de seguro de responsabilidade
DGRF do qual conste, designadamente: civil por danos causados a terceiros e dos demais docu-
a) Identificação completa do requerente; mentos legalmente exigidos.
b) Identificação dos prédios rústicos a afectar e
respectiva planta dos terrenos, em suporte digi- Artigo 64.o
tal, nos termos a definir em portaria do Ministro Direito às peças de caça
da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pes-
cas; 1 — O caçador adquire o direito à propriedade do
c) Direitos do requerente sobre os prédios; animal por ocupação, sem prejuízo de regime diverso
d) Declaração onde conste que sobre o prédio não em zonas de caça e em montarias e batidas a espécies
incide qualquer acordo de integração em zona cinegéticas de caça maior em terrenos cinegéticos não
de caça. ordenados, não podendo, porém, ser recusado ao caça-
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6669

dor o direito ao troféu dos exemplares de caça maior, 2 — A carta de caçador admite as seguintes espe-
desde que cumpridos os termos regulamentares ou cificações:
contratuais.
2 — Considera-se ocupado o animal que durante o a) Sem arma de caça nem ave de presa;
acto venatório for morto ou apanhado pelo caçador, b) Com arma de fogo;
pelos seus cães ou aves de presa. c) Arqueiro-caçador;
3 — O caçador adquire o direito à ocupação do ani- d) Cetreiro.
mal logo que o fere, mantendo esse direito enquanto
for em sua perseguição. 3 — O titular de carta de caçador com a especificação
4 — O caçador que ferir ou matar exemplar que se «com arma de fogo» ou «arqueiro-caçador» ou
refugie ou tombe em terreno onde o exercício da caça «cetreiro» está habilitado também a exercer o acto vena-
seja proibido ou condicionado não pode entrar nesse tório com lança e os correspondentes à especificação
terreno sem legítima autorização, salvo tratando-se de definida na alínea a) do número anterior.
terreno não murado e aquele se encontre visível, caso 4 — A carta de caçador com a especificação «arquei-
em que o pode fazer desde que sozinho e sem armas ro-caçador» permite ao seu titular exercer o acto vena-
nem cães. tório com arco ou com besta.
5 — Quando for necessária a autorização referida no 5 — Os titulares de carta de caçador em que não
número anterior e esta seja negada, é obrigatória a conste qualquer especificação estão habilitados a exercer
entrega do animal ao caçador, no estado em que se os actos venatórios correspondentes à especificação
encontre, sempre que tal seja possível. «com arma de fogo».
Artigo 67.o
Artigo 65.o
Exame para obtenção de carta de caçador
Documentos que devem acompanhar o caçador
1 — A obtenção de carta de caçador fica dependente
1 — Durante o exercício da caça o caçador é obrigado de exame teórico ao qual têm acesso os candidatos que
a trazer consigo e a apresentar às entidades com com- frequentarem com aproveitamento uma acção de for-
petência para a fiscalização, sempre que lhe seja exigido: mação a ministrar pelas OSC, em termos a regulamentar
a) A carta de caçador, quando não esteja dispen- por despacho do Ministro da Agricultura, Desenvolvi-
sado nos termos da lei; mento Rural e Pescas.
b) A licença de caça; 2 — Os interessados que, não sendo titulares de carta
c) A licença dos cães que o acompanhem; de caçador, pretendam obter mais de uma especificação
d) A licença de uso e porte de arma e o livrete realizam uma única prova teórica.
de manifesto, quando utiliza armas de fogo, bem
como a declaração de empréstimo, quando a Artigo 68.o
arma não seja do próprio; Júri de exame
e) O recibo comprovativo do pagamento do pré-
mio do seguro de caça válido; 1 — O exame para obtenção de carta de caçador é
f) O bilhete de identidade ou passaporte; efectuado perante um júri constituído por um repre-
g) Quando menor, a autorização escrita da pessoa sentante da DGRF e por um representante das OSC
que legalmente o represente especificando o representativas dos caçadores, podendo a DGRF soli-
período para o qual a mesma é válida. citar à Guarda Nacional Republicana a nomeação de
representantes para integrar o júri de exame.
2 — Os documentos previstos na alínea d) do número 2 — A presidência do júri cabe ao representante da
anterior podem, no caso de estrangeiros e de portu- DGRF, tendo este voto de qualidade.
gueses não residentes em território português, bem 3 — Na falta do representante de qualquer das OSC
como de membros do corpo diplomático e consular acre- referidas no n.o 1 é o mesmo substituído por um repre-
ditados em Portugal, ser substituídos por outros que sentante da DGRF.
legitimem o uso e porte da arma de que sejam por- 4 — Da decisão do júri cabe recurso para o direc-
tadores. tor-geral dos Recursos Florestais, a interpor no prazo
SECÇÃO II de 15 dias após a comunicação do resultado ao exa-
minado.
Carta de caçador 5 — O exame para obtenção de carta de caçador pode
ser realizado na Região Autónoma dos Açores, podendo
Artigo 66.o a DGRF delegar a sua representação em organismo
Carta de caçador daquela Região, cabendo às OSC designar o seu
representante.
1 — A carta de caçador só pode ser emitida a favor 6 — Os critérios para a representação das OSC refe-
de pessoas que reúnam as seguintes condições: ridas no n.o 1 são definidos por portaria do Ministro
a) Terem mais de 16 anos; da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
b) Não serem portadoras de anomalia psíquica ou
de deficiência orgânica ou fisiológica que torne Artigo 69.o
perigoso o exercício da caça; Requerimento e emissão de carta de caçador
c) Não estarem sujeitas a proibição de caçar por
disposição legal ou decisão judicial; 1 — Os interessados que tenham obtido aprovação
d) Terem sido aprovadas em exame destinado a em exame devem requerer a emissão da carta de caçador
apurar a aptidão e o conhecimento necessário até 31 de Maio do ano seguinte ao da sua realização,
ao exercício da caça. em impresso próprio, de modelo a definir por portaria
6670 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural Artigo 71.o


e Pescas, nos serviços da DGRF ou do município da Validade da carta de caçador
sua residência ou, caso não residam em território por-
tuguês, no respectivo consulado português. 1 — Salvo renovação nos termos dos números seguin-
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior tes ou disposição em contrário, a carta de caçador é
deve o interessado apresentar: válida até aos 60 anos e seguidamente por períodos
de cinco anos.
a) Atestado médico comprovativo de que não é 2 — A renovação da carta de caçador deve ser reque-
portador de anomalia psíquica ou de deficiência rida pelo interessado nos 12 meses que antecedem a
orgânica ou fisiológica que torne perigoso o data de validade, juntando para o efeito os documentos
exercício da caça ou, ainda que portador de tal referidos no n.o 2 do artigo 69.o
anomalia ou deficiência, a mesma só limite o 3 — No prazo de cinco anos após a data de validade
interessado a exercer a caça com o emprego da carta de caçador pode ainda ser requerida a sua
de arma de fogo, arco ou besta; renovação excepcional, sob pena de a mesma caducar.
b) Certificado de registo criminal;
c) Quando menor, não emancipado, a autorização
Artigo 72.o
escrita da pessoa que legalmente o represente.
Sujeição a exame médico
3 — A carta de caçador é emitida pela DGRF, dela 1 — Sempre que haja fundado receio de o titular de
devendo constar, designadamente: carta de caçador ter deixado de reunir os requisitos pre-
vistos na alínea b) do n.o 2 do artigo 21.o da Lei
a) O número da carta;
n.o 173/99, de 21 de Setembro, a DGRF pode determinar
b) As especificações nos termos do n.o 2 do
a sua sujeição a exame médico.
artigo 66.o;
2 — Na sequência do exame médico, a carta de caça-
c) A identificação do titular pela menção do nome,
dor pode ser mantida, revogada ou alteradas as suas
data de nascimento e residência;
especificações.
d) A data da concessão e de validade.
SECÇÃO III
4 — Os titulares da carta de caçador, quando dela Licenças e seguros
devam ser privados, são obrigados a entregá-la sempre
que para o efeito sejam notificados. Artigo 73.o
5 — Quando a carta de caçador seja apreendida por
prática de infracção ou tenha sido entregue pelo seu Tipos de licenças de caça e validade
titular nos termos do número anterior, é emitido recibo Os tipos, validade e condições gerais e específicas
de modelo aprovado pelo Ministro da Agricultura, do da licença de caça são regulamentados por portaria do
Desenvolvimento Rural e Pescas, comprovativo da sua Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
apreensão ou entrega, recibo que substitui a referida Pescas.
carta, caso o seu titular possa continuar a exercer o
acto venatório correspondente à especificação da Artigo 74.o
mesma. Emissão e requerimento

Artigo 70.o 1 — As licenças de caça são emitidas pela DGRF.


2 — As licenças de caça podem ser requeridas nos
Equivalência de carta de caçador serviços da DGRF, nos municípios ou nas associações
de caçadores para tal habilitadas por acordo estabe-
1 — Os portugueses e os estrangeiros residentes em lecido entre as OSC que as representam e a DGRF.
território português que sejam titulares de carta de caça- 3 — As licenças de caça são atribuídas a titulares de
dor ou documento equivalente emitido por outro país carta de caçador, ou a quem dela esteja legalmente dis-
da União Europeia, após aprovação em exame destinado pensado, e de seguro de responsabilidade civil contra
a apurar a sua aptidão e conhecimentos necessários ao terceiros válido para o período a que a licença respeita.
exercício da caça, podem requerer ao director-geral dos
Recursos Florestais a emissão de carta de caçador por-
tuguesa com especificação correspondente, desde que Artigo 75.o
o referido documento esteja válido e os interessados Licença para não residentes em território português
reúnam as demais condições exigidas no n.o 2 do
artigo 21.o da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro. 1 — A licença de caça para não residentes em ter-
ritório português só pode ser emitida a favor de pessoas
2 — A emissão de carta de caçador portuguesa, rela-
que se encontrem nas situações previstas no artigo 22.o
tivamente à equivalência concedida aos estrangeiros
da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro.
residentes em território português, é condicionada ao
2 — A licença de caça para não residentes em ter-
regime de reciprocidade.
ritório português pode ser requerida nos serviços da
3 — Para os efeitos do disposto no n.o 1 devem ainda
DGRF e nas OSC para tal habilitadas por acordo com
os interessados apresentar comprovativo da aprovação
a DGRF, devendo os interessados, para além do seguro
em exame destinado a apurar a sua aptidão e conhe-
a que se refere o n.o 3 do artigo 74.o e com excepção
cimentos necessários ao exercício da caça.
dos membros do corpo diplomático ou consular acre-
4 — Sempre que os interessados tenham sido con-
ditados em Portugal, apresentar, ainda:
denados por crime de caça o exame a que se refere
o número anterior deve ter ocorrido em data posterior a) Documento que permita comprovar a residência
à da condenação. no estrangeiro;
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6671

b) Documento equivalente à carta de caçador ou Artigo 79.o


licença de caça que comprove estarem habili-
tados a caçar no país da sua nacionalidade ou Armas de fogo
residência.
1 — No exercício da caça apenas podem ser utilizadas
Artigo 76. o as armas de fogo classificadas, nos termos da lei apli-
cável, como armas de caça.
Seguros 2 — As armas semiautomáticas, que correspondem
às armas de fogo que se recarregam automaticamente
1 — Para o exercício da caça, os caçadores devem por acção do disparo, apenas podem ser utilizadas no
celebrar um contrato de seguro de responsabilidade civil exercício da caça quando estejam previstas ou trans-
contra terceiros no montante mínimo de E 100 000, no formadas de forma que não possam comportar mais
caso de acto venatório com arma de caça, e de E 25 000, de três munições.
nos restantes casos. 3 — No exercício da caça com armas de fogo é proi-
2 — No caso de realização de montarias, batidas e bido o uso ou detenção de:
largadas, as entidades responsáveis pelas mesmas devem
celebrar um contrato de seguro, em condições a definir a) Cartuchos carregados com múltiplos projécteis
por portaria. de diâmetro superior a 4,5 mm, vulgarmente
3 — Os montantes mínimos dos seguros referidos nos designados por zagalotes;
números anteriores podem ser actualizados por portaria b) Na caça às espécies de caça menor, cartuchos
do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural carregados com um projéctil único, vulgarmente
e das Pescas e dos ministros competentes em razão da designado por bala;
matéria. c) Na caça às espécies de caça maior, cartuchos
carregados com múltiplos projécteis, vulgar-
SECÇÃO IV mente designados por chumbos.
Auxiliares e meios de caça
4 — No exercício da caça com armas de fogo, os caça-
dores devem recolher os cartuchos vazios após a sua
Artigo 77.o utilização.
Auxiliares 5 — Fora do exercício da caça ou de actividades de
carácter venatório apenas é permitido o transporte de
1 — Os secretários ou mochileiros não podem pra- armas de fogo legalmente classificadas como de caça
ticar quaisquer actos venatórios ou exercer funções de quando descarregadas e acondicionadas em estojo ou
matilheiro ou batedor e só podem ser portadores de bolsa.
armas de fogo, arco ou besta desde que acondicionados 6 — O disposto no número anterior não é aplicável
em estojo ou bolsa e de aves de presa aparelhadas com às deslocações entre locais de espera, desde que a dis-
piós e avessada. tância entre eles não exceda 100 m.
2 — Os negaceiros, os batedores e os matilheiros não
podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta
nem capturar qualquer exemplar de espécie cinegética, Artigo 80.o
com excepção dos matilheiros no remate de um animal
Arco e besta
ferido.
3 — Nos terrenos cinegéticos não ordenados cada 1 — No exercício da caça com arco ou com besta
caçador só pode ser acompanhado por um auxiliar. é proibido o uso ou detenção de flechas e virotões:
4 — Os auxiliares não podem fazer parte da linha
de caçadores. a) Envenenados ou portadores de qualquer pro-
o
duto destinado a acelerar a captura dos animais;
Artigo 78. b) Com pontas explosivas, com barbelas ou com
Meios de caça farpa;
c) Com menos de duas lâminas na ponta e com
1 — No exercício da caça e dentro dos limites fixados uma largura de corte inferior a 25 mm, na caça
nos artigos seguintes apenas são permitidos os seguintes às espécies de caça maior.
meios:
a) Armas de caça; 2 — Fora do exercício da caça ou de actividades de
b) Pau; carácter venatório apenas é permitido o transporte de
c) Negaças e chamarizes; arco ou besta devidamente acondicionado em estojo ou
d) Aves de presa; bolsa.
e) Cães de caça; 3 — O disposto no número anterior não é aplicável
f) Furão; às deslocações entre locais de espera, desde que a dis-
g) Barco; tância entre eles não exceda 100 m.
h) Cavalo.
Artigo 81.o
2 — Para os efeitos do presente diploma, são con-
siderados objectos os instrumentos e meios utilizados Pau
no exercício da caça.
3 — No acto venatório é proibido iluminar as peças O uso de pau só é permitido no exercício da caça
a caçar. a corricão e de salto.
6672 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

Artigo 82.o 2 — A utilização de furões em acções de ordenamento


Negaças e chamarizes
de populações de coelho-bravo depende de autorização
prévia da DGRF.
1 — O uso de negaças e chamarizes só é permitido 3 — O transporte e a utilização de furões devem ser
nos termos definidos nos artigos 92.o a 106.o do presente acompanhados de guia de transporte de modelo da
diploma para cada uma das espécies cinegéticas. DGRF, emitida pela entidade detentora dos mesmos.
2 — Durante o exercício venatório é proibida a uti-
lização ou a detenção de aparelhos que emitam ultra- Artigo 86.o
-sons e ainda dos que, funcionando por bateria ou pilhas,
tenham por efeito atrair as espécies cinegéticas, bem Barco
como o uso de negaças que sejam animais cegos ou 1 — É proibida a utilização de barco na caça, com
mutilados. excepção da caça aos patos, ao galeirão e à galinha-
Artigo 83.o -d’água.
2 — É proibida a utilização de barco para perseguir
Aves de presa a caça, bem como atirar com o barco em movimento
1 — No exercício da caça com aves de presa é proibido ou com o motor em funcionamento.
soltar simultaneamente mais de duas aves a uma presa.
2 — Os proprietários de aves de presa devem pro- Artigo 87.o
ceder ao seu registo no ICN, ao abrigo, nomeadamente, Cavalo
do disposto no Decreto-Lei n.o 140/99, de 24 de Abril,
com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 49/2005, de 1 — A utilização de cavalo só é permitida na caça
24 de Fevereiro, e no Decreto-Lei n.o 565/99, de 21 às espécies de caça maior, à raposa e à lebre e na caça
de Dezembro, e do estipulado na regulamentação de cetraria.
CITES (Convenção Internacional das Espécies da Fauna 2 — Na caça com utilização de cavalo é proibido usar
e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção). armas de fogo, arco ou besta.
3 — O ICN comunica periodicamente à DGRF a
informação relativa ao registo das aves de presa referido SECÇÃO V
no número anterior.
Períodos e processos de caça
Artigo 84.o
Cães de caça Artigo 88.o
Jornada de caça
1 — No exercício da caça às espécies de caça menor,
cada caçador só pode utilizar até dois cães, sem prejuízo 1 — O exercício da caça só é permitido no período
das seguintes excepções: que decorre entre o nascer e o pôr do Sol, excepto:
a) Na caça de batida, em que o número de cães a) Na caça aos patos pelo processo de espera até
não é limitado; 100 m dos planos de água, em que é permitido
b) Na caça ao coelho-bravo, por processo diferente desde uma hora antes do nascer do Sol até uma
do de batida, cada caçador ou grupo de caça- hora depois do pôr do Sol;
dores pode utilizar até 10 cães; b) Na caça a espécies de caça maior pelos processos
c) Na caça à raposa a corricão podem ser utilizados de aproximação e, em período de lua cheia, de
até 50 cães. espera.

2 — Os galgos só podem ser utilizados na caça à lebre 2 — A jornada de caça aos pombos, tordos e estor-
a corricão. ninho-malhado, bem como a detenção de exemplares
3 — Na caça à lebre a corricão é proibido utilizar destas espécies no exercício da caça, só é permitida entre
mais de dois cães de busca ou soltar mais de dois galgos o nascer do Sol e as 16 horas, exceptuando-se em locais
a cada espécime. de passagem:
4 — Nas montarias e caça de salto, previstas no a) Em terreno que não esteja sujeito a qualquer
artigo 105.o, o número de cães não é limitado, devendo tipo de ordenamento cinegético, em locais devi-
no caso das montarias ser utilizadas apenas matilhas damente identificados em edital da DGRF;
de caça maior. b) Em zonas de caça identificadas em edital da
5 — A DGRF deve organizar e manter um cadastro DGRF, nos locais que tenham sido autorizados.
nacional de matilhas de caça maior.
6 — A organização do cadastro referido no número
anterior pode ser transferido para as OSC mediante Artigo 89.o
protocolo estabelecido entre o Ministério da Agricul- Dias de caça
tura, do Desenvovimento Rural e das Pescas e cada
uma destas. 1 — Nos terrenos cinegéticos ordenados, os dias de
caça são:
Artigo 85.o
a) Para as espécies de caça maior, os previstos nos
Furão respectivos planos de ordenamento cinegético
1 — As entidades gestoras de zonas de caça e as asso- ou exploração;
b) Para as espécies de caça menor sedentária:
ciações de caçadores devem proceder ao registo anual
dos furões nos serviços da DGRF da área onde os mes- i) As quintas-feiras, domingos, feriados na-
mos se encontram instalados. cionais obrigatórios e um dia à escolha
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6673

previsto nos planos de ordenamento e f) De cetraria — aquele em que o caçador, para


exploração cinegética e anuais de explo- capturar espécies cinegéticas, utiliza aves de
ração, no caso das ZCA, ZCM e ZCN; presa para esse fim adestradas, com ou sem auxí-
ii) Os dias previstos nos planos de ordena- lio de cães de caça;
mento e exploração cinegética, no caso g) De aproximação — aquele em que o caçador
das ZCT; se desloca para capturar determinado exemplar
de caça maior;
c) Para as espécies de caça menor migratória: h) De montaria — aquele em que o caçador aguar-
da, em local previamente definido, para capturar
i) As quintas-feiras, domingos, feriados na- exemplares de caça maior levantados por mati-
cionais obrigatórios e o dia à escolha refe- lhas de caça maior conduzidas por matilheiros;
rido na subalínea i) da alínea b) do pre- i) Com lança — aquele em que o caçador para
sente número, no caso das ZCA, ZCM capturar exemplares de caça maior utiliza lança,
e ZCN; com ou sem auxílio de cavalo e de cães de caça.
ii) Os feriados nacionais obrigatórios e os
três dias da semana constantes nos res- 2 — Nos terrenos cinegéticos não ordenados, no pro-
pectivos planos de ordenamento e explo- cesso de caça de salto, os grupos ou linhas de caçadores
ração cinegética, no caso das ZCT. não podem ser constituídos por mais de cinco caçadores,
devendo entre linhas mediar no mínimo 150 m.
2 — A escolha dos dias referidos na subalínea i) da 3 — Nos terrenos cinegéticos não ordenados a bater
alínea b) e na subalínea ii) da alínea c) do número ou a montear é proibido o exercício venatório nos 15 dias
anterior pode ser alterada uma única vez por época anteriores à realização da batida ou montaria e numa
venatória, por simples comunicação à DGRF, produ- faixa com largura de 500 m circundante daqueles ter-
zindo efeitos cinco dias após a sua recepção. renos, nos dias das batidas ou montarias, desde que
3 — Nos terrenos cinegéticos não ordenados, os dias devidamente sinalizados.
de caça são as quintas-feiras, domingos e feriados nacio- 4 — É proibido enxotar, bater ou praticar quaisquer
nais obrigatórios, exceptuando-se: actos que possam conduzir intencionalmente as espécies
a) A caça de batida à raposa e saca-rabos e caça cinegéticas de uns terrenos para outros, com excepção
ao javali prevista no n.o 2 do artigo 105.o nos das batidas e montarias devidamente autorizadas.
meses de Janeiro e Fevereiro, que pode ser exer-
cida aos sábados;
b) A caça de cetraria, a caça à raposa a corricão Artigo 91.o
e a caça com arco ou besta, que se exerce às Calendário venatório
quartas-feiras e aos sábados não coincidentes
com dia de feriado nacional obrigatório. 1 — A portaria referida no n.o 2 do artigo 3.o fixa
igualmente em cada época venatória os períodos, os
4 — É proibido caçar nos dias em que se realizem processos e outros condicionamentos venatórios, com
eleições ou referendos nacionais e, ainda, quando se as limitações fixadas nos artigos 78.o a 90.o e 92.o a
realizem eleições ou referendos locais na área das res- 106.o
pectivas autarquias. 2 — As espécies constantes na portaria referida no
número anterior, os períodos, os processos e os outros
condicionamentos venatórios podem variar consoante
Artigo 90.o as regiões cinegéticas, no seu todo ou em parte, os pro-
Processos de caça cessos de caça e os terrenos cinegéticos estarem ou não
ordenados.
1 — A caça pode ser exercida pelos seguintes pro- 3 — Os limites diários de abate autorizados para cada
cessos: espécie cinegética são fixados pela portaria referida no
a) De salto — aquele em que o caçador se desloca n.o 1 do presente artigo.
para procurar, perseguir ou capturar exemplares 4 — No caso das espécies cinegéticas sedentárias, os
de espécies cinegéticas que ele próprio levanta, limites referidos no número anterior só se aplicam aos
com ou sem auxílio de cães de caça; terrenos não ordenados, aplicando-se nos terrenos orde-
b) À espera — aquele em que o caçador, parado, nados os limites estabelecidos nos respectivos POEC
emboscado ou não, com ou sem negaça ou cha- ou PAE.
mariz e com ou sem cães de caça para cobro,
aguarda as espécies cinegéticas a capturar; SECÇÃO VI
c) De batida — aquele em que o caçador aguarda,
Condicionamentos venatórios
para capturar, as espécies cinegéticas que lhe
são levantadas por batedores, com ou sem cães
de caça, no caso de caça menor, e sem cães, Artigo 92.o
no caso de caça maior; Caça ao coelho-bravo
d) Com furão — aquele em que o caçador se
coloca à espera para capturar coelhos-bravos 1 — A caça ao coelho-bravo pode ser exercida de
com auxílio de furão; salto, de batida, à espera, a corricão, de cetraria e com
e) A corricão — aquele em que o caçador se des- furão, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
loca a pé ou a cavalo para capturar espécies 2 — Os processos de caça de batida e com furão só
cinegéticas apenas com o auxílio de cães de caça podem ser exercidos em zonas de caça, desde que pre-
e com ou sem pau; vistos no POEC ou PG devidamente aprovado.
6674 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

3 — A caça ao coelho-bravo pode ser permitida nos 3 — É permitida a utilização de negaças na caça à
meses de Setembro a Dezembro, inclusive, sem prejuízo pega-rabuda e à gralha-preta.
do disposto no número seguinte. 4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
4 — As entidades gestoras das zonas de caça podem meses de Agosto, Setembro, Janeiro e Fevereiro, a caça
autorizar a caça ao coelho-bravo durante o mês de Julho a estas espécies só é permitida à espera e de cetraria
desde que tal esteja previsto na portaria referida no e apenas nos locais e nas condições estabelecidos por
n.o 2 do artigo 3.o edital da DGRF.
Artigo 93.o Artigo 97.o
Caça à lebre Caça aos patos, à galinha-d’água e ao galeirão

1 — A caça à lebre pode ser exercida de salto, de 1 — A caça aos patos, à galinha-d’água e ao galeirão
batida, à espera, a corricão e de cetraria, sem prejuízo pode ser exercida de salto, de espera e de cetraria.
do disposto no número seguinte. 2 — É permitida a utilização de negaça e chamariz
2 — O processo de caça de batida só pode ser auto- na caça aos patos.
rizado em zonas de caça. 3 — A caça a estas espécies pode ser permitida nos
3 — A caça a esta espécie pode ser permitida nos meses de Agosto a Janeiro, inclusive, aos patos e galeirão
meses de Setembro a Fevereiro, inclusive, sem prejuízo e até Fevereiro à galinha-d’água.
do disposto no número seguinte. 4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
4 — Nos meses de Janeiro e Fevereiro, a caça à lebre meses de Agosto, Setembro e Janeiro, a caça aos patos,
só pode ser permitida a corricão e de cetraria e apenas galinha-d’água e galeirão e, ainda, no mês de Fevereiro,
em zonas de caça. no que respeita à galinha-d’água, só é permitida à espera
e de cetraria e apenas nos locais e nas condições esta-
Artigo 94.o belecidos por edital da DGRF.
Caça à raposa e ao saca-rabos
Artigo 98.o
1 — A caça à raposa e ao saca-rabos pode ser exercida
de salto, à espera e de batida, podendo ainda a raposa Caça à tarambola-dourada
ser caçada a corricão e, em terrenos ordenados, no 1 — A caça a estas espécies pode ser exercida de salto
decurso de montarias. e à espera.
2 — É permitida a utilização de chamariz na caça 2 — O exercício da caça a estas espécies pode ser
à raposa. permitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive,
3 — A caça à raposa e ao saca-rabos pode ser per- nos termos definidos anualmente na portaria que esta-
mitida nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, belece o calendário venatório, sem prejuízo do disposto
sem prejuízo do disposto no número seguinte. no número seguinte.
4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados: 3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
a) A caça de salto só pode ser permitida nos meses meses de Janeiro e Fevereiro, a caça a esta espécie
de Outubro a Dezembro, inclusive; só é permitida à espera e apenas nos locais e nas con-
b) A caça de batida e a corricão só pode ser per- dições estabelecidos por edital da DGRF.
mitida nos meses de Janeiro e Fevereiro e ape-
nas nos locais e nas condições estabelecidos em Artigo 99.o
edital da DGRF. Caça às narcejas

Artigo 95.o 1 — A caça à narceja-comum e à narceja-galega pode


ser exercida de salto e à espera.
Caça à perdiz-vermelha e ao faisão
2 — O exercício da caça a estas espécies pode ser
1 — A caça à perdiz-vermelha e ao faisão pode ser permitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive,
exercida de salto, de batida e de cetraria, sem prejuízo nos termos definidos anualmente na portaria que esta-
do disposto no número seguinte. belece o calendário venatório, sem prejuízo do disposto
2 — A caça de batida só é autorizada em zonas de no número seguinte.
caça. 3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
3 — A caça a estas espécies pode ser permitida nos meses de Janeiro e Fevereiro, a caça a estas espécies
meses de Outubro a Janeiro, inclusive, nos termos defi- só é permitida nos locais e nas condições estabelecidos
nidos anualmente na portaria que estabelece o calen- por edital da DGRF.
dário venatório.
Artigo 100.o
4 — A DGRF pode autorizar a caça à perdiz-ver-
melha com chamariz ou negaça em terrenos ordenados Caça à galinhola
nos meses de Fevereiro a Abril. 1 — A caça à galinhola pode ser exercida de salto.
2 — O exercício da caça a esta espécie pode ser per-
Artigo 96.o mitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive,
Caça ao gaio, à pega-rabuda e à gralha-preta nos termos definidos anualmente na portaria que esta-
belece o calendário venatório, sem prejuízo do disposto
1 — A caça ao gaio, à pega-rabuda e à gralha-preta no número seguinte.
pode ser exercida de salto, à espera e de cetraria. 3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
2 — A caça a estas espécies pode ser permitida nos meses de Janeiro e Fevereiro, a caça a esta espécie
meses de Agosto a Fevereiro, inclusive, sem prejuízo só é permitida nos locais e nas condições estabelecidos
do disposto no n.o 4. por edital da DGRF.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6675

Artigo 101.o Artigo 105.o


Caça à rola-comum Caça ao javali

1 — A caça a esta espécie pode ser exercida à espera. 1 — A caça ao javali pode ser exercida à espera, de
2 — O exercício da caça a esta espécie pode ser per- salto, de aproximação, de batida, de montaria e com
mitido nos meses de Agosto e Setembro. lança.
3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados só é per- 2 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça
mitida a caça a esta espécie nos locais e nas condições a esta espécie só pode ser permitida de batida e de
estabelecidos por edital da DGRF. montaria e apenas nos meses de Outubro a Fevereiro
4 — É proibido o exercício da caça a esta espécie e nos locais e nas condições estabelecidas por edital
a menos de 100 m de pontos de água acessíveis à fauna da DGRF.
e de locais artificiais de alimentação. 3 — Em terrenos cinegéticos ordenados, com excep-
ção da caça de salto, de batida e de montaria, que só
pode ser permitida nos meses de Outubro a Fevereiro,
Artigo 102.o inclusive, a caça ao javali pode ser permitida durante
toda a época venatória.
Caça à codorniz
Artigo 106.o
1 — A caça à codorniz pode ser exercida de salto
e de cetraria. Caça ao gamo, ao veado, ao corço e ao muflão
2 — O exercício da caça a esta espécie pode ser per- 1 — A caça ao gamo, ao veado, ao corço e ao muflão
mitido nos meses de Setembro a Dezembro, inclusive, pode ser exercida à espera, de aproximação, de batida,
sem prejuízo do disposto no número seguinte. de montaria e com lança.
3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, no mês 2 — É permitida a utilização de chamariz na caça
de Setembro, só é permitida a caça à codorniz nos locais ao veado e ao corço.
e nas condições estabelecidos em edital da DGRF. 3 — Com excepção da caça pelos processos de batida
e de montaria, que só pode ser permitida nos meses
de Outubro a Fevereiro, inclusive, a caça a estas espécies
Artigo 103.o
pode ser permitida durante toda a época venatória, sem
Caça aos pombos prejuízo do disposto no número seguinte.
4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça
1 — A caça ao pombo-da-rocha, ao pombo-bravo e a estas espécies só pode ser exercida nos casos e con-
ao pombo-torcaz pode ser exercida de salto, à espera dições autorizados pelo Ministro da Agricultura, do
e de cetraria. Desenvolvimento Rural e das Pescas.
2 — É permitida a utilização de negaças na caça aos
pombos.
3 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, CAPÍTULO VII
o exercício da caça ao pombo-da-rocha pode ser per- Espécies cinegéticas em cativeiro
mitido nos meses de Agosto a Dezembro e ao pom-
bo-bravo e ao pombo-torcaz de Agosto a Fevereiro. Artigo 107.o
4 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça
a estas espécies nos meses de Agosto, Setembro, Janeiro Espécies cinegéticas em cativeiro
e Fevereiro só é permitida de espera e de cetraria e 1 — A reprodução, criação e detenção de espécies
apenas nos locais e nas condições estabelecidos por edi- cinegéticas em cativeiro pode ser autorizada para fins
tal da DGRF. de repovoamento, utilização em campos de treino, pro-
5 — Nos meses de Agosto e Setembro é proibido o dução de reprodutores, consumo alimentar, produção
exercício da caça a estas espécies a menos de 100 m de peles ou fins científicos, didácticos, recreativos e de
de pontos de água acessíveis à fauna e de locais artificiais colecção.
de alimentação. 2 — Só é permitida a reprodução, criação e detenção
6 — O exercício da caça ao pombo-da-rocha só é per- em cativeiro das espécies cinegéticas e subespécies iden-
mitido nos municípios definidos em portaria do Ministro tificadas em portaria do Ministro da Agricultura, do
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Desenvolvimento Rural e das Pescas, ouvido o Ministro
do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional, que estabelece os fins a que
Artigo 104.o se destina cada espécie e, ainda, as condições de
Caça aos tordos, ao melro e ao estorninho-malhado autorização.
3 — A reprodução, a criação e a detenção de espécies
1 — A caça aos tordos, ao melro e ao estorninho- cinegéticas em cativeiro dependem de autorização
-malhado pode ser exercida de salto, à espera e de expressa da DGRF e de parecer favorável do ICN nas
cetraria. áreas classificadas, após parecer favorável da Direcção-
2 — O exercício da caça a estas espécies pode ser -Geral de Veterinária sobre os aspectos sanitários, com
permitido nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, excepção da reprodução de coelho-bravo de populações
sem prejuízo do disposto no número seguinte. locais em zonas de caça com o fim exclusivo de proceder
3 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos ao respectivo repovoamento.
meses de Janeiro e Fevereiro, a caça a estas espécies 4 — A DGRF pode ainda autorizar a detenção de
só é permitida à espera e de cetraria e apenas nos locais espécies cinegéticas em centros de recuperação de
e nas condições estabelecidos por edital da DGRF. animais.
6676 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

5 — Os alvarás para reprodução, criação e detenção Artigo 109.o


de espécies cinegéticas em cativeiro definem as obri-
Exemplares naturalizados e troféus
gações decorrentes da autorização e são válidos por
cinco anos civis, renováveis por iguais períodos. 1 — A avaliação e classificação de troféus de caça
6 — A reprodução de pombo-da-rocha e de coelho- maior compete a uma comissão nacional de homolo-
-bravo prevista no n.o 3 não carece de alvará, obede- gação de troféus nomeada pelo Ministro da Agricultura,
cendo a captura dos reprodutores, no caso dos coelhos, Desenvolvimento Rural e Pescas.
ao disposto no n.o 2 do artigo 4.o 2 — A DGRF organiza e mantém um cadastro nacio-
nal de troféus de caça maior.
3 — A formação e o funcionamento da comissão refe-
CAPÍTULO VIII rida no n.o 1 podem ser assegurados por OSC, em termos
a regulamentar por despacho do Ministro da Agricul-
Detenção, comércio, transporte e exposição tura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
de espécies cinegéticas
Artigo 110.o
Artigo 108.o Exemplares vivos
Exemplares mortos 1 — A detenção, o comércio, a cedência a título gra-
tuito, o transporte e a exposição de exemplares vivos
1 — Só é permitida a comercialização, a detenção, de espécies cinegéticas e seus produtos só são permitidos
o transporte e a exposição ao público para fins de comer- para os exemplares das espécies indicadas em portaria
cialização de exemplares mortos de espécies cinegéticas, do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
bem como de qualquer parte ou produto obtido a partir e das Pescas, ouvido o Ministro do Ambiente, do Orde-
dos mesmos, identificados em portaria do Ministro da namento do Território e do Desenvolvimento Regional,
Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. e desde que autorizados pela DGRF.
2 — Só é permitido o transporte, o comércio, a cedên- 2 — O transporte de exemplares vivos de espécies
cia e a exposição para venda de exemplares mortos de cinegéticas ou dos seus produtos deve ser acompanhado
espécies cinegéticas durante os períodos venatórios res- de certificado sanitário e guia de transporte de modelo
pectivos e nos cinco dias seguintes. da DGRF emitida:
3 — Exceptua-se do disposto no número anterior: a) Pela entidade detentora de alvará, quando pro-
venientes de estabelecimentos de reprodução,
a) O transporte, o comércio e a exposição para
criação e detenção em cativeiro;
venda efectuados ao abrigo do Decreto-Lei b) Pela DGRF, quando provenientes de capturas
n.o 44/96, de 10 de Maio, com as alterações de animais silvestres ou de países comunitários.
que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei
n.o 481/99, de 11 de Setembro, bem como de
espécies produzidas em cativeiro, desde que Artigo 111.o
devidamente marcadas;
Importação e exportação de exemplares vivos
b) O transporte, pelo próprio caçador, de exem-
plares mortos de espécies cinegéticas em países Depende de autorização da DGRF e da Direcção-
comunitários ou em países terceiros, quando -Geral de Veterinária, quanto aos aspectos hígio-sani-
acompanhados de documento comprovativo da tários, a importação e a exportação de exemplares vivos
sua origem. de espécies cinegéticas, sem prejuízo do disposto no
Decreto-Lei n.o 565/99, de 21 de Dezembro, com as
4 — Os exemplares mortos no exercício da caça alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei
podem estar sujeitos a marcação, nos termos a definir n.o 205/2003, de 12 de Setembro.
em portaria do Ministro da Agricultura, Desenvolvi-
mento Rural e Pescas. Artigo 112.o
5 — Os quantitativos de exemplares de espécies cine-
géticas a transportar diariamente por cada caçador Marcação de exemplares vivos
durante os respectivos períodos venatórios não podem A marcação de exemplares de espécies cinegéticas
ser superiores aos limites diários de abate fixados na prevista no presente diploma é efectuada pela DGRF
portaria a que se refere o n.o 2 do artigo 3.o ou pelas entidades por esta autorizadas.
6 — O disposto no número anterior não se aplica
quando, nos termos do artigo 89.o, ocorram dias de caça
consecutivos, em que é permitido o transporte de quan- CAPÍTULO IX
titativos de exemplares de espécies cinegéticas corres-
pondentes ao somatório dos limites diários de abate Correcção da densidade dos animais prejudiciais
permitidos para essas espécies. à caça, pesca e agricultura
7 — Os exemplares abatidos em dias diferentes dos
permitidos no terreno não ordenado ou em quantidades Artigo 113.o
superiores às permitidas naqueles terrenos devem ser Correcção da densidade das espécies cinegéticas
acompanhados de guia de transporte emitida pela enti-
dade gestora da zona de caça ou do campo de treino 1 — As populações de espécies cinegéticas podem,
de caça. fora das condições regulamentares do exercício da caça,
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6677

ser objecto de acções de correcção quando tal seja neces- CAPÍTULO X


sário para prevenir ou minimizar a ocorrência de danos
Áreas classificadas
na fauna, na flora, nas pescas, nas florestas, na agri-
cultura e na pecuária ou ainda para a protecção da
saúde e segurança públicas. Artigo 116.o
2 — As acções de correcção carecem de autorização (Revogado.)
da DGRF.
3 — A DGRF dispõe de um prazo de cinco dias para
decidir o pedido de autorização da realização das acções Artigo 117.o
de correcção, findo o qual se considera deferida a Recursos cinegéticos e preservação da fauna
autorização. 1 — Por portaria dos Ministros da Agricultura, do
4 — O prazo referido no número anterior é de 10 dias Desenvolvimento Rural e das Pescas e das Cidades,
quando as acções de correcção são em áreas clas- Ordenamento do Território e Ambiente, pode ser inter-
sificadas. dito o exercício da caça a determinadas espécies
5 — As acções de correcção são efectuadas pelos inte- cinegéticas.
ressados, associações de caçadores ou outras entidades. 2 — As autorizações previstas no artigo 4.o relativas
6 — A entidade que realiza a acção de correcção a áreas classificadas dependem de parecer favorável
comunica à DGRF, no prazo de 30 dias contados do do ICN.
termo da acção, o resultado desta. 3 — A aprovação do PAE referido na alínea f) do
7 — As acções de correcção para prevenir ou mini- artigo 19.o carece de parecer favorável do ICN, a emitir
mizar danos na fauna revestem-se de carácter excep- no prazo de 15 dias, findo o qual pode o procedimento
cional. prosseguir e vir a ser decidido sem o parecer.
4 — A DGRF, recebido o PAE para aprovação, tem
Artigo 114.o cinco dias para o remeter ao ICN para parecer, sus-
pendendo-se a contagem do prazo para aprovação.
Responsabilidade por prejuízos 5 — O ICN pode solicitar à DGRF, por ofício, infor-
mações e documentos em falta ou adicionais, suspen-
1 — As entidades titulares de zonas de caça, de ins- dendo-se a contagem do prazo para parecer, por uma
talações para a criação de caça em cativeiro e de campos única vez, no período de tempo que se verifique entre
a entrada do primeiro ofício na DGRF e a entrada do
de treino de caça são obrigadas a indemnizar os danos
ofício de resposta da DGRF àquele no ICN.
que, por efeitos da sua actividade, forem causados nos 6 — Os planos referidos nos n.os 3 e 4 do artigo 8.o
terrenos vizinhos e nos próprios terrenos. são elaborados pela DGRF em conjunto com o ICN.
2 — Nas áreas de direito à não caça, a responsabi- 7 — Nas áreas classificadas não é permitido o exer-
lidade por prejuízos causados pelas espécies cinegéticas cício da caça até à aprovação do respectivo PAE.
nos terrenos vizinhos e nos próprios é dos titulares do 8 — O PAE deve propor, nomeadamente:
direito, podendo a DGRF ou entidade por ela auto-
rizada proceder ao seu controlo, a pedido e a expensas a) Espécies e processos de caça autorizados;
do requerente. b) Número de exemplares de cada espécie a abater,
devendo, no caso de caça maior, com excepção
3 — A obrigação de indemnização referida no n.o 1
do javali, ser indicados sexo e idade;
do presente artigo não existe nas situações em que os c) Número previsto de jornadas de caça e limite
danos não se teriam verificado caso tivessem sido auto- de peças a abater.
rizadas pelas autoridades competentes as medidas cor-
rectivas requeridas pelas entidades em causa.
4 — As indemnizações previstas nos números ante- Artigo 118.o
riores podem ser fixadas por tribunal arbitral. Zonas de caça

1 — A criação de zonas de caça, a anexação e desa-


Artigo 115. o nexação de terrenos, bem como a sua renovação, revo-
gação e mudança de concessionário, são efectuadas por
Responsabilidade do Estado portaria dos Ministros da Agricultura, Desenvolvimento
Rural e Pescas e das Cidades, Ordenamento do Ter-
1 — O Estado, através da DGRF, é obrigado a indem- ritório e Ambiente.
nizar os danos causados pelas espécies cinegéticas nas 2 — A DGRF deve comunicar ao ICN as informa-
ções que lhe forem prestadas nos termos do disposto
florestas, na agricultura e na pecuária, desde que não
nas alíneas f) e i) do artigo 19.o e no n.o 1 do artigo 43.o
tenha autorizado medidas de correcção ou efectuado 3 — À criação e renovação de ZCT em áreas clas-
directamente as mesmas. sificadas aplica-se o disposto no n.o 3 do artigo 30.o
2 — As entidades que tenham sido autorizadas a pro-
ceder às acções de correcção não têm direito a receber
indemnizações pelos prejuízos causados por espécies Artigo 119.o
cinegéticas. Terrenos não cinegéticos
3 — Não há também lugar à indemnização prevista
no n.o 1 do presente artigo quando, designadamente, Constituem zonas interditas à caça:
as culturas ou plantações prejudicadas não estiverem a) Reservas integrais constituídas em áreas pro-
devidamente licenciadas. tegidas;
6678 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

b) Os locais definidos em portaria do Ministro do sificadas onde é permitido o exercício da caça, a fixar
Ambiente, Ordenamento do Território e Desen- por portaria dos Ministros da Agricultura, Desenvol-
volvimento Regional, ouvido o Ministério da vimento Rural e Pescas e das Cidades, Ordenamento
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das do Território e Ambiente.
Pescas, ponderados os interesses específicos de
conservação da natureza.
CAPÍTULO XI
Artigo 120.o Regime sancionatório
Períodos, processos e condicionantes venatórios
SECÇÃO I
1 — Por portaria dos Ministros da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas e das Cidades, Disposições gerais
Ordenamento do Território e Ambiente pode ser fixado
um calendário venatório próprio para as áreas clas- Artigo 123.o
sificadas.
Infracções de caça
2 — A caça ao coelho-bravo no mês de Julho e a
caça pelo processo com furão carecem de parecer favo- 1 — Constitui infracção de caça todo o facto punível
rável do ICN, a emitir no prazo de cinco dias, findo que seja praticado com violação das normas legais em
o qual pode o procedimento prosseguir e vir a ser deci- matéria de caça.
dido sem o parecer. 2 — As infracções de caça são crimes ou contra-
3 — A caça ao veado, gamo, corço e muflão em ter- -ordenações.
renos cinegéticos não ordenados depende de autoriza-
ção conjunta dos Ministérios da Agricultura, do Desen- SECÇÃO II
volvimento Rural e das Pescas e das Cidades, Orde-
Conhecimento da infracção de caça
namento do Território e Ambiente.
4 — Os editais previstos na alínea b) do n.o 5 do ar-
Artigo 124.o
tigo 94.o, no n.o 4 do artigo 96.o, no n.o 4 do artigo 97.o,
no n.o 3 do artigo 98.o, no n.o 3 do artigo 99.o, no n.o 3 Participação
do artigo 100.o, no n.o 3 do artigo 101.o, no n.o 3 do
Os agentes de autoridade competentes para o poli-
artigo 102.o, no n.o 4 do artigo 103.o, no n.o 3 do
ciamento e fiscalização da caça que tiverem conheci-
artigo 104.o e no n.o 2 do artigo 105.o carecem de parecer
mento da prática de qualquer infracção em matéria de
favorável do ICN no prazo de 10 dias, findo o qual
caça que não tenham presenciado devem efectuar a com-
pode o procedimento prosseguir e vir a ser decidido
petente participação e enviá-la às entidades competentes
sem o parecer.
para o respectivo procedimento criminal ou contra-
5 — As autorizações previstas no n.o 2 do artigo 113.o
-ordenacional.
carecem de parecer favorável do ICN, que tem um prazo
de cinco dias para a sua emissão, findo o qual pode Artigo 125.o
o procedimento prosseguir e vir a ser decidido sem o Levantamento dos autos de notícia
parecer.
6 — A realização de montarias e batidas a espécies 1 — O levantamento de autos de notícia compete aos
de caça maior carece de comunicação prévia ao ICN. agentes de autoridade que realizam o policiamento e
a fiscalização da caça, sem prejuízo das competências
das demais autoridades judiciárias, administrativas e
Artigo 121.o policiais.
Correcção de animais prejudiciais à caça, 2 — Os autos de notícia são emitidos em duplicado.
pesca e agricultura 3 — O autuante, no momento do levantamento do
1 — As acções de correcção da densidade das espécies auto de notícia, deve notificar o arguido, com a indicação
cinegéticas previstas no artigo 113.o carecem de parecer do preceito legal violado pela sua conduta e da sanção
do ICN a emitir no prazo de cinco dias, findo o qual aplicável.
pode o procedimento prosseguir e vir a ser decidido Artigo 126.o
sem o parecer. Autos de notícia
2 — O ICN pode efectuar acções de correcção.
3 — A responsabilidade pelo pagamento da indem- 1 — Os autos de notícia são levantados nos termos
nização prevista no n.o 1 do artigo 115.o compete ao previstos no Código de Processo Penal, acrescendo as
ICN sempre que o indeferimento do pedido de auto- seguintes menções:
rização resulte de parecer desfavorável emitido nos ter-
a) Número e data da carta de caçador ou da licença
mos do n.o 1 do presente artigo.
para não residentes;
b) Preceito legal violado;
Artigo 122.o c) Espécies e número de exemplares caçados ou
Receitas
destruídos e o processo usado;
d) Meios e instrumentos utilizados na prática da
Constitui receita do ICN uma percentagem das recei- infracção ou abandonados pelo infractor;
tas provenientes das taxas cobradas pela concessão e e) Danos causados, o seu valor provável e a iden-
manutenção de zonas de caça nas áreas classificadas tificação dos lesados e dos prédios ou coisas
e do montante líquido das licenças de caça cobradas, danificados;
em percentagem equivalente à superfície das áreas clas- f) Apreensões efectuadas.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6679

2 — Nos autos de notícia levantados pelos agentes tituições de solidariedade social da área onde a infracção
de autoridade referidos no n.o 1 do artigo anterior do foi cometida.
presente diploma, por contra-ordenações que tenham 2 — Os exemplares vivos de espécies cinegéticas ili-
presenciado em matéria de caça, é dispensada a indi- citamente capturados em zonas de caça são entregues
cação de testemunhas sempre que as circunstâncias do às autoridades que administram essas zonas, salvo se
facto a tornem impossível, sem prejuízo de fazerem fé lhes for imputável total ou parcialmente a prática da
até prova em contrário. infracção.
3 — Verificando-se a excepção prevista na última
Artigo 127.o parte do número anterior e, bem assim, quando a infrac-
Envio dos autos de notícia ção haja sido cometida fora de zonas de caça, os exem-
plares capturados são entregues à DGRF.
1 — Levantado o auto de notícia, caso se trate de 4 — Os exemplares vivos de espécies cinegéticas deti-
contra-ordenação, os dois exemplares são remetidos à dos indevidamente e perdidos a favor do Estado são
DGRF, acompanhados da carta de caçador ou da licença pertença da DGRF, que lhes dá o destino adequado.
especial para não residentes.
2 — Caso se trate de crime, um dos exemplares é
remetido ao tribunal competente para conhecer da
SECÇÃO IV
infracção, sendo o outro remetido à DGRF, acompa-
nhado da carta de caçador ou da licença especial para Processos de contra-ordenação
não residentes.
SECÇÃO III Artigo 131.o
Apreensões e destino dos bens apreendidos Instrução

Artigo 128.o 1 — A instrução dos processos de contra-ordenação


compete à DGRF e ao ICN relativamente a factos pra-
Apreensão de objectos e documentos ticados nas áreas classificadas.
1 — Os agentes de autoridade, sempre que presen- 2 — A instrução de processos de contra-ordenação
ciarem a prática de um facto punível, procedem à não pode ser atribuída ao autuante ou ao participante.
apreensão da carta de caçador do infractor, da licença
de caça para não residentes, quando for caso disso, e
procedem à emissão da respectiva guia, nos termos da Artigo 132.o
Portaria n.o 1239/93, de 4 de Dezembro. Prazo
2 — Os agentes de autoridade procedem, ainda, à
apreensão de todos os objectos que tiverem servido ou 1 — O prazo para a instrução é de 60 dias.
estivessem destinados à prática de infracção de caça, 2 — Se, por fundadas razões, a entidade que dirigir
ou que constituam seu produto, e de todos os objectos a instrução não a puder completar no prazo indicado
que tiverem sido deixados pelo agente no local da infrac- no número anterior, solicita a sua prorrogação à enti-
ção e quaisquer outros susceptíveis de servir de prova. dade que ordenou a instrução pelo prazo indispensável
à sua conclusão.
Artigo 129.o Artigo 133.o
Apreensão e devolução de objectos
Notificação e defesa do arguido
1 — Podem ser provisoriamente apreendidos pelas
autoridades policiais ou administrativas competentes os 1 — Recebido o auto de notícia ou participação, o
objectos que serviram ou estavam destinados a servir arguido deve ser notificado para, no prazo de 15 dias,
para a prática de infracção de caça e quaisquer outros apresentar resposta escrita, arrolar testemunhas, juntar
que forem susceptíveis de servir de prova. documentos, requerer quaisquer meios de prova ou com-
2 — Os objectos são restituídos logo que se tornar parecer em dia determinado, a fim de prestar depoi-
desnecessário manter a apreensão para efeitos de prova, mento.
a menos que possam ser declarados perdidos a favor 2 — As testemunhas arroladas pelo arguido são noti-
do Estado. ficadas pela entidade à qual for confiada a instrução.
3 — Os objectos apreendidos são restituídos logo que 3 — O arguido pode proceder à substituição das tes-
a decisão se torne definitiva e os mesmos não tenham temunhas até ao dia designado para a sua audição,
sido declarados perdidos. devendo, neste caso, por ele ser apresentadas.
4 — Consideram-se perdidos a favor do Estado os
objectos que tenham sido apreendidos e que após noti-
ficação aos interessados a ordenar a sua entrega não Decisão
tenham sido reclamados no prazo de dois meses.
5 — Os bens e produtos resultantes da infracção de Artigo 134.o
caça perdidos a favor do Estado revertem para a DGRF,
Proposta de decisão
que lhes dá o destino que julgar adequado.
Finda a instrução do processo, o instrutor elabora,
Artigo 130.o no prazo de 20 dias, proposta de decisão, devidamente
Apreensão de animais
fundamentada, em relatório, donde constem os elemen-
tos previstos no artigo 58.o do Decreto-Lei n.o 433/82,
1 — Os exemplares de animais mortos apreendidos de 27 de Outubro, na última redacção que lhe foi
e susceptíveis de consumo público são entregues a ins- conferida pela Lei n.o 109/2001, de 24 de Dezembro.
6680 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

Artigo 135.o m) O exercício da caça em ZCN e ZCM com vio-


Decisão
lação das respectivas condições de autorização
e a caça em ZCA e ZCT a espécies cinegéticas
1 — Compete ao director-geral dos Recursos Flores- autorizadas pelo calendário venatório e que não
tais aplicar as coimas e as sanções acessórias. constem no respectivo POEC;
2 — A competência prevista no número anterior pode n) A prática de actividades de carácter venatório
ser delegada em funcionário com categoria não inferior fora de campos de treino de caça;
a director de serviços ou equiparado e, no caso das o) A infracção ao disposto no n.o 8 do artigo 55.o
áreas classificadas, no presidente do ICN, que poderá e no n.o 4 do artigo 79.o;
subdelegar em funcionário com categoria não inferior p) A infracção ao disposto no n.o 4 do artigo 64.o
a director de serviços ou equiparado. e no n.o 2 do artigo 76.o;
q) A infracção ao disposto no n.o 1 do artigo 65.o;
r) O exercício da caça no período estabelecido
Pagamento para a renovação excepcional da carta de caça-
dor, definido no n.o 3 do artigo 71.o e antes
Artigo 136.o que opere a respectiva caducidade;
s) O transporte de armas de fogo e de aves de
Pagamento voluntário
presa, por parte dos secretários ou mochileiros,
O infractor tem a possibilidade de efectuar o paga- fora das condições previstas no n.o 1 do ar-
mento voluntário da coima, nos termos do artigo 36.o tigo 77.o;
da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro. t) A infracção ao disposto nos n.os 3 e 4 do
artigo 77.o;
u) A infracção ao disposto nas alíneas a) a c) do
SECÇÃO V n.o 3 do artigo 79.o e nas alíneas a) a c) do
n.o 1 do artigo 80.o;
Contra-ordenações v) A infracção ao disposto no n.o 5 do artigo 79.o
e no n.o 2 do artigo 80.o;
Artigo 137.o x) A infracção ao disposto no n.o 2 do artigo 83.o,
Contra-ordenações e coimas
no n.o 4 do artigo 84.o e no n.o 3 do artigo
85.o;
1 — Constituem contra-ordenações de caça: z) A utilização, no exercício venatório, de cães em
número superior ao previsto nos n.os 1 e 3 do
a) O exercício da caça sem licença de caça válida, artigo 84.o;
em violação do disposto no artigo 63.o e na alí- aa) A infracção ao disposto no n.o 2 do artigo 87.o;
nea b) do n.o 1 do artigo 65.o do presente bb) A infracção ao disposto no n.o 4 do artigo 89.o;
diploma; cc) A formação nos terrenos cinegéticos não orde-
b) O exercício da caça em local que não seja nados, no processo de caça de salto, de grupos
permitido; ou linhas com mais de cinco caçadores e bem
c) Efectuar repovoamentos, reforços cinegéticos e assim a distância entre grupos ou linhas de
largadas fora das condições previstas no ar- menos de 150 m;
tigo 5.o; dd) A infracção ao disposto no n.o 3 do artigo 90.o;
d) A violação dos critérios de proporcionalidade ee) A infracção ao disposto no n.o 4 do artigo 90.o,
no acesso dos caçadores às ZCN e ZCM fixados no n.o 4 do artigo 101.o, no n.o 5 do artigo 103.o,
nas respectivas portarias de constituição de no n.o 2 do artigo 77.o e no n.o 1 do artigo 85.o;
ZCM e nas portarias de transferência de gestão ff) A caça fora dos locais e sem observância das
de ZCN e do disposto na alínea e) do artigo 19.o; condições estabelecidas no respectivo edital da
e) O não cumprimento pelas respectivas entidades DGRF, nos termos da alínea b) do n.o 4 do
gestoras de ZCN e ZCM das obrigações cons- artigo 94.o, do n.o 4 do artigo 96.o, do n.o 4
tantes nas alíneas f) e i) do artigo 19.o; do artigo 97.o, do n.o 3 do artigo 98.o, do n.o 3
f) O não cumprimento pelas respectivas entidades do artigo 99.o, do n.o 3 do artigo 100.o, do n.o 3
gestoras de ZCN e ZCM das obrigações cons- do artigo 101.o, do n.o 3 do artigo 102.o, do
tantes nas alíneas b), d), g) e h) do artigo 19.o; n.o 4 do artigo 103.o, do n.o 3 do artigo 104.o
g) A exigência de quaisquer contrapartidas, por e do n.o 2 do artigo 105.o, sem prejuízo da apli-
parte das ZCA, a caçadores não sócios pelo cação ao caso de outra sanção;
exercício da caça ou de actividades de carácter gg) A não observância das condições previstas nas
venatório; autorizações a que se refere o n.o 4 do ar-
h) A infracção ao disposto na alínea a) do artigo 19.o tigo 106.o;
e na alínea a) do n.o 1 do artigo 42.o; hh) A reprodução, criação e detenção de espécies
i) O não cumprimento pelos titulares de zonas de cinegéticas em cativeiro, quando não autori-
caça do disposto nas alíneas b), c) e f) do n.o 1 zadas;
do artigo 42.o e no n.o 3 do artigo 43.o; ii) A detenção de espécies cinegéticas em centros
j) O não cumprimento pelos titulares de zonas de de recuperação de animais, quando não auto-
caça do disposto na alínea e) do n.o 1 e nos rizada;
n.os 2, 3 e 5 do artigo 42.o, nos n.os 2 e 3 do jj) A reprodução, criação e detenção em cativeiro
artigo 43.o e no n.o 7 do artigo 117.o; de perdizes que não sejam da espécie Alectoris
l) O não cumprimento pelos titulares de zonas de rufa;
caça do disposto na alínea g) do n.o 1 do ll) O não cumprimento das obrigações definidas
artigo 42.o; no respectivo alvará de reprodução, criação e
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6681

detenção de espécies cinegéticas em cativeiro; Lei de Bases Gerais da Caça, os quantitativos das coimas
mm) A infracção ao disposto nos n.os 1 e 2 do previstos neste diploma serão actualizados automatica-
artigo 108.o; mente de acordo com as percentagens de aumento da
nn) A não marcação dos exemplares mortos no exer- remuneração mínima nacional mais elevada, arredon-
cício da caça quando a mesma seja exigida nos dando-se o resultado obtido para a unidade de euro
termos do n.o 4 do artigo 108.o; imediatamente superior.
oo) Deter ou transportar quantitativos de exempla-
res mortos de espécies cinegéticas superiores Artigo 141.o
aos definidos nos termos do n.o 5 do artigo 108.o
e, bem assim, a detenção, no exercício da caça, Regime subsidiário
de pombos, tordos e estorninhos-malhados Em tudo o que não for contrário ao presente diploma
depois de finda a jornada de caça a estas aplica-se subsidiariamente as normas do Regime Geral
espécies; das Contra-Ordenações e Coimas.
pp) A infracção ao disposto no n.o 7 do artigo 108.o;
qq) A comercialização, a detenção, o transporte e
a exposição ao público para fins de comercia- CAPÍTULO XII
lização de exemplares mortos de espécies cine-
géticas, bem como qualquer parte ou produto Administração e fiscalização da caça
obtido a partir dos mesmos fora das condições
estabelecidas nos termos do n.o 1 do artigo 108.o; Artigo 142.o
rr) A infracção ao disposto no artigo 110.o; Regiões cinegéticas
ss) A infracção ao disposto no artigo 111.o;
tt) A infracção ao disposto no n.o 6 do artigo 113.o Para efeitos de organização e administração da caça
o País considera-se dividido em cinco regiões cinegéticas
2 — As contra-ordenações previstas no número ante- conforme definido no anexo II ao presente diploma e
rior são punidas com as seguintes coimas: que dele faz parte integrante.
a) De E 50 a E 500, no caso das alíneas e), j), p),
q), r), s), t), x), z), cc), ii), nn) e tt); Artigo 143.o
b) De E 100 a E 1000, no caso das alíneas h), m), Fiscalização da caça
v), oo) e pp);
c) De E 100 a E 3700, no caso da alínea hh); 1 — O policiamento e a fiscalização da caça com-
d) De E 250 a E 1850, no caso das alíneas g), l), petem ao Corpo Nacional da Guarda Florestal, à Guarda
dd), ee) e ff); Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública,
e) De E 300 a E 2500, no caso das alíneas d), n), aos guardas florestais auxiliares, à Polícia Marítima, à
u), aa), ll), mm), qq) e rr); polícia municipal e aos vigilantes da natureza, nos ter-
f) De E 500 a E 3700, no caso das alíneas a), b), mos das suas competências, bem como às autoridades
c), f), i), o), bb), gg), jj) e ss). a quem venham a ser atribuídas essas competências.
2 — Os agentes de autoridade aos quais compete o
3 — No caso de se tratar de pessoas colectivas, o mon- policiamento e fiscalização da caça não podem caçar
tante máximo das coimas definidas nas alíneas a), b), durante o exercício das suas funções.
c), d) e e) do número anterior é de E 22 400.
4 — A tentativa e a negligência são puníveis. Artigo 144.o
Recrutamento e nomeação de guardas florestais auxiliares
Artigo 138.o
Sanções acessórias 1 — O recrutamento dos guardas florestais auxiliares
obedece aos requisitos fixados na lei geral para os guar-
Cumulativamente com as contra-ordenações previstas das florestais, com excepção de:
nas alíneas a), b), c), r), t), u), ee), ff), hh), mm), nn),
pp), qq), rr) e ss), podem ser aplicadas, em função da a) Limite de idade máxima;
gravidade da infracção e da culpa do agente, as sanções b) Habilitações literárias, que devem correspon-
acessórias previstas no artigo 35.o da Lei n.o 173/99, der, no mínimo, à escolaridade obrigatória, se
de 21 de Setembro. não forem detentores de três anos de exercício
de funções semelhantes reconhecidas pela
Artigo 139.o DGRF.
Aplicação e destino das coimas
2 — Os concessionários de zonas de caça podem pro-
O produto das coimas é distribuído da seguinte forma: por à DGRF a nomeação de guardas florestais auxiliares,
a) 10 % para a entidade autuante; com funções de fiscalização da actividade cinegética.
b) 20 % para a entidade que instrui o processo;
c) 10 % para a entidade que aplica a coima; Artigo 145.o
d) 60 % para o Estado.
Subordinação jurídica dos guardas florestais auxiliares
o
Artigo 140. 1 — Os guardas florestais auxiliares ficam submetidos
Actualização das coimas
a uma relação jurídica de emprego privado com as enti-
dades concessionárias de zonas de caça.
Sem prejuízo dos limites máximos previstos no 2 — Os guardas florestais auxiliares exercem funções
Regime Geral das Contra-Ordenações e Coimas e na de polícia e, relativamente a estas, dependem hierár-
6682 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

quica e disciplinarmente do director-geral dos Recursos com ela relacionadas, nomeadamente à sua pro-
Florestais. tecção, fomento e fiscalização;
c) Os prémios a atribuir a agentes de fiscalização
Artigo 146.o da caça que se revelem particularmente diligen-
Competências dos guardas florestais auxiliares tes no desempenho das suas funções;
d) A organização de missões de estudo, congressos,
1 — Os guardas florestais auxiliares contratados para e da representação nestes, exposições, estudos e
fiscalização das zonas de caça têm competência para publicação de trabalhos que tenham por objecto
o policiamento e fiscalização das zonas de caça. a caça.
2 — Os guardas florestais auxiliares participam à
DGRF todas as infracções que tenham presenciado ou Artigo 148.o
de que tomem conhecimento. Receitas
3 — O guarda-florestal auxiliar, no exercício da sua
competência para fiscalizar a caça, tem competência 1 — Para fazer face aos encargos e despesas resul-
para: tantes da execução da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro,
e do presente diploma são atribuídas à DGRF, sem
a) Verificar a posse, pelos que exerçam a caça, prejuízo do disposto nos números seguintes, as receitas
da carta de caçador e das respectivas licenças previstas no artigo 41.o da referida lei.
de caça; 2 — Os municípios e as OSC que tenham intervenção
b) Verificar a identidade e o conteúdo do equi- no processo de concessão de licenças de caça e de
pamento dos que cometam qualquer infracção cobrança de quaisquer taxas previstas nas disposições
relativa a disposições sobre caça ou sejam sus- legais e regulamentares sobre caça ficam autorizadas
peitos da sua prática; a arrecadar 30 % das taxas referidas como contrapartida
c) Tomar as medidas cautelares necessárias à pre- dos serviços prestados.
servação de vestígios das infracções, bem como
relativamente a objectos susceptíveis de apreen-
são; CAPÍTULO XIII
d) Ordenar aos caçadores que descarreguem as
armas, as coloquem no chão e se afastem 10 m Organização venatória
do local onde a arma fica colocada, ordem que
lhes é transmitida levantando o braço estendido Artigo 149.o
na vertical e efectuando, três vezes seguidas, Organização venatória
o levantamento do braço e o seu abaixamento
lateral, até o juntar ao corpo num movimento 1 — O associativismo dos caçadores é livre e as asso-
lento e cadenciado. ciações e os clubes constituem-se nos termos da lei.
2 — As associações e clubes de caçadores que tenham
4 — A acção fiscalizadora dos guardas florestais auxi- como objectivo gerir zonas de caça associativa ou par-
liares é exercida numa ou mais zonas de caça. ticipar na gestão de zonas de caça nacionais ou muni-
cipais deverão prosseguir, designadamente, os seguintes
fins:
Artigo 147.o a) Contribuir para o fomento dos recursos cine-
Competências dos serviços do Ministério da Agricultura, géticos e para a prática ordenada e melhoria
Desenvolvimento Rural e Pescas do exercício da caça;
1 — Compete ao Ministério da Agricultura, Desen- b) Zelar pelas normas legais sobre a caça.
volvimento Rural e Pescas, pela DGRF, a prossecução
das atribuições e o exercício das competências previstas 3 — O reconhecimento das organizações representa-
no artigo 39.o da Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro. tivas de caçadores e a sua intervenção ao nível da admi-
2 — Compete à DGRF propor a celebração de acor- nistração da caça são objecto de diploma próprio.
dos e convenções internacionais no âmbito da conser-
vação e gestão da fauna cinegética e do exercício da Artigo 150.o
caça, bem como participar nas actividades dos organis- Federações e confederações de caçadores
mos internacionais relativas àquelas matérias.
3 — Compete à DGRF promover acções de formação 1 — As associações de caçadores previstas neste
para os guardas florestais e guardas florestais auxiliares, diploma podem federar-se ou confederar-se a nível
bem como promover ou apoiar acções de formação a regional ou nacional, nos termos da lei.
levar a efeito pelas forças policiais com competência 2 — Às federações e confederações de caçadores
na fiscalização da actividade cinegética. compete, no âmbito da respectiva área de actuação:
4 — Os cursos de formação para os guardas florestais
a) Administrar ou participar na administração dos
auxiliares podem ser organizados pelas federações ou
terrenos cinegéticos nos termos deste decre-
confederações de caçadores, nos termos a estabelecer,
to-lei;
por acordo, com o Ministério da Agricultura, Desen-
b) Propor a atribuição ou conceder subsídios a
volvimento Rural e Pescas.
associações de caçadores ou outras entidades
5 — São encargos da DGRF:
individuais ou colectivas que tenham desenvol-
a) As despesas resultantes da execução deste diploma vido actividades relevantes em favor do patri-
e demais legislação relativa à caça; mónio cinegético;
b) As dotações e subsídios eventuais a conceder c) Cooperar com os serviços oficiais na apreciação
por acções que tenham por objecto a caça ou de projectos, planos e orçamentos e na reso-
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6683

lução de problemas emergentes da prática do Artigo 153.o


ordenamento e da aplicação da lei e seus
Conselho Nacional da Caça e da Conservação da Fauna
regulamentos;
d) Contribuir para a formação dos caçadores por- O Conselho Nacional da Caça e da Conservação da
tugueses, auxiliando nessa função as associações Fauna é presidido pelo Ministro da Agricultura, Desen-
e clubes de caçadores, nomeadamente na pre- volvimento Rural e Pescas e a sua composição é definida
paração dos candidatos à carta de caçador; de acordo com os critérios fixados na lei.
e) Fomentar nos caçadores o espírito associativo;
f) Dar pareceres sobre matérias que lhes sejam
solicitadas, designadamente sobre as propostas Artigo 154.o
quanto a espécies, locais e processos de caça
para cada época venatória; Funcionamento
g) Representar os caçadores portugueses a nível
nacional e internacional; O Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural
h) Exercer as competências que lhes sejam come- e Pescas pode convidar para participarem nas reuniões
tidas. do Conselho Nacional da Caça e da Conservação da
Fauna representantes de serviços públicos ou pessoas
Artigo 151.o de reconhecida competência sobre as matérias a apre-
ciar.
Outras organizações

1 — As entidades dedicadas à exploração económica Artigo 155.o


dos recursos cinegéticos, previstas no presente diploma, Competências
designadamente as entidades concessionárias de zonas
de caça turísticas, podem associar-se nos termos da lei. O Conselho Nacional da Caça e da Conservação da
2 — Às organizações representantes das entidades Fauna tem funções consultivas do Ministro da Agri-
referidas no número anterior compete, no âmbito da cultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, no que se
respectiva área de actuação: refere a todos os assuntos de carácter cinegético sobre
que o Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural
a) Propor a atribuição ou conceder subsídios a
e Pescas entenda consultá-lo.
entidades individuais ou colectivas que tenham
desenvolvido actividades relevantes em favor do
património cinegético; Artigo 156.o
b) Cooperar com os serviços oficiais na apreciação
de projectos, planos e orçamentos e na reso- Conselhos cinegéticos e da conservação da fauna
lução de problemas emergentes da prática do
ordenamento e da aplicação da lei e seus Os conselhos cinegéticos e da conservação da fauna
regulamentos; são órgãos consultivos que se constituem a nível muni-
c) Contribuir para a formação dos gestores e enti- cipal.
dades concessionárias das zonas de caça;
d) Fomentar nos gestores e entidades concessio- Artigo 157.o
nárias de zonas de caça o espírito associativo; Conselhos cinegéticos e da conservação da fauna municipais
e) Dar pareceres sobre matérias que lhes sejam
solicitadas, designadamente sobre as propostas 1 — Os conselhos cinegéticos e da conservação da
quanto a espécies, locais e processos de caça fauna municipais, designados, abreviadamente, por con-
para cada época venatória; selhos cinegéticos municipais, circunscrevem-se à área
f) Representar as entidades que se dedicam à do concelho e são presididos pelo presidente da res-
exploração comercial dos recursos cinegéticos pectiva câmara municipal.
a nível nacional e internacional. 2 — Os conselhos cinegéticos municipais são cons-
tituídos pelos seguintes vogais:

CAPÍTULO XIV a) Três representantes dos caçadores do concelho;


b) Dois representantes dos agricultores do con-
Participação da sociedade civil celho;
c) Um representante das ZCT do concelho;
Artigo 152.o d) Um representante das associações de defesa do
ambiente existentes no concelho;
Participação da sociedade civil
e) Um autarca de freguesia a eleger em assembleia
1 — A participação da sociedade civil na política cine- municipal;
gética efectiva-se no Conselho Nacional da Caça e da f) Um representante da DGRF sem direito a voto;
Conservação da Fauna e nos conselhos cinegéticos e g) Um representante do ICN, no caso da área do
da conservação da fauna. município abranger áreas classificadas, sem
2 — Na constituição dos órgãos referidos no número direito a voto.
anterior é dada preferência às associações cuja área de
acção mais se aproxime do âmbito territorial de cada 3 — A composição de cada conselho é fixada por por-
um desses órgãos. taria do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento
3 — A representatividade das associações de caçado- Rural e Pescas.
res, de agricultores e outras entidades colectivas obedece 4 — A duração do mandato dos membros destes con-
aos princípios gerais inscritos na lei. selhos é de quatro anos.
6684 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

Artigo 158.o CAPÍTULO XVI


Competências Disposições finais e transitórias

No desempenho das suas atribuições, aos conselhos Artigo 160.o


cinegéticos municipais compete, no que respeita à sua Limitações territoriais
área geográfica, nomeadamente, o seguinte:
1 — A área global abrangida por zonas de caça que
a) Propor à Administração as medidas que con- não sejam nacionais ou municipais, durante o período
siderem úteis à gestão e exploração dos recursos de cinco anos após a entrada em vigor da Lei n.o 173/99,
cinegéticos; de 21 de Setembro, não pode exceder 50 % da área
b) Propiciar que o fomento cinegético e o exercício total dos respectivos municípios, exceptuando as situa-
da caça, bem como a conservação da fauna, con- ções existentes à data de entrada em vigor do presente
tribuam para o desenvolvimento local, nomea- diploma.
damente para a melhoria da qualidade de vida 2 — A percentagem referida no número anterior pode
das populações rurais; ser alterada por despacho do Ministro da Agricultura,
c) Apoiar a Administração na fiscalização das nor- Desenvolvimento Rural e Pescas, ouvidos os conselhos
mas legais sobre a caça e na definição de medi- cinegéticos e da conservação da fauna respectivos.
das tendentes a evitar danos causados pela caça 3 — A alteração da percentagem prevista no número
à agricultura; anterior fundamenta-se, designadamente, em situações
d) Emitir parecer, no prazo de 15 dias, sobre a relativas à integração de enclaves em zonas de caça já
concessão de ZCA e ZCT, a criação e trans- constituídas e à localização dos terrenos em áreas
ferência de ZCN e ZCM, bem como sobre a classificadas.
anexação de prédios rústicos a zonas de caça Artigo 161.o
e, ainda, sobre a transferência de gestão de ter-
renos cinegéticos não ordenados e suas reno- Cartas de caçador
vações, findo o qual pode o procedimento pros- 1 — Até à publicação do despacho referido no n.o 1
seguir e vir a ser decidido sem o parecer; do artigo 67.o, o exame para a obtenção de carta de
e) Emitir parecer sobre as prioridades e limitações caçador é composto por uma prova teórica e, no caso
dos diversos tipos de zona de caça; de carta de caçador com arma de fogo, de arqueiro
f) Facilitar e estimular a cooperação entre os orga- caçador e de cetreiro, por uma prova prática ou
nismos cujas acções interfiram com o ordena- teórico-prática.
mento dos recursos cinegéticos. 2 — São dispensados da prova teórica referida no
número anterior os titulares de carta de caçador que
pretendam obter outras especificações.
CAPÍTULO XV 3 — Até à publicação da portaria referida no
artigo 73.o, mantém-se em vigor o disposto no artigo 69.o
Taxas do Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, com
a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei
Artigo 159.o n.o 338/2001, de 26 de Dezembro.

Cobrança de taxas
Artigo 162.o
1 — São devidas taxas nos seguintes casos: Conselhos cinegéticos e de conservação da fauna

a) Concessão de zonas de caça, cujo montante é Até à publicação das portarias que fixam a compo-
reduzido para metade, no caso das ZCA; sição dos conselhos cinegéticos e de conservação da
b) Exame para carta de caçador; fauna, mantêm-se em vigor as portarias de constituição
c) Emissão de carta de caçador; existentes.
d) Renovação de carta de caçador, nos 60 dias que Artigo 163.o
antecedem o prazo de validade e num ano após Reconhecimento de assinaturas
o prazo de validade;
e) Emissão de segunda via de carta de caçador, Salvo legislação específica em contrário, as assinaturas
por deterioração, extravio, alteração de dados previstas no âmbito da instrução dos processos previstos
ou de modelo de carta; no presente diploma não carecem de reconhecimento.
f) Atribuição de licenças de caça;
g) Atribuição dos alvarás para reprodução, criação Artigo 164.o
e detenção de espécies cinegéticas em cativeiro
e sua renovação. Zonas de caça

1 — Exceptuando o disposto no artigo seguinte, as


2 — Os montantes das taxas são fixados por portaria zonas de caça criadas ao abrigo dos diplomas que regu-
do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e laram a da Lei n.o 30/86, de 27 de Agosto, e ao abrigo
Pescas. do Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, man-
3 — A aplicação da taxa referida na alínea a) do n.o 1 têm-se válidas até ao fim do respectivo período de vigên-
do presente artigo pode ser reduzida ou isentada por cia, ficando os respectivos titulares apenas sujeitos ao
portaria do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento cumprimento das obrigações previstas no presente
Rural e Pescas. diploma.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6685

2 — O presente diploma aplica-se aos processos em artigo 43.o, nos termos previstos na alínea e) do n.o 1
instrução ou pendentes de decisão à data da sua entrada do artigo 42.o
em vigor. 2 — As secretarias judiciais devem enviar à DGRF,
Artigo 165.o no prazo de 15 dias a contar do respectivo trânsito em
julgado, certidão das decisões proferidas nos processos
Zonas de caça sociais em matéria de caça.
1 — As zonas de caça sociais podem ser convertidas 3 — A DGRF pode solicitar informações às secre-
em zonas de caça de um dos tipos previstos no presente tarias judiciais sobre o andamento dos processos rela-
diploma, através de requerimento dirigido ao Ministro tivos às infracções de caça a que se refere o número
da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. anterior.
2 — As zonas de caça sociais que não sejam objecto Artigo 169.o
de conversão, nos termos do número anterior, extin-
Regiões Autónomas
guem-se em 2005 ou no termo do respectivo prazo de
vigência, quando este for anterior a 2005. 1 — Nas Regiões Autónomas dos Açores e da
Madeira as competências cometidas à DGRF pelo pre-
Artigo 166.o sente diploma são exercidas pelos competentes serviços
e organismos das respectivas administrações regionais.
Colaboração das OSC 2 — O produto das coimas cobradas nas Regiões
1 — O Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Autónomas constitui receita própria destas.
Rural e Pescas pode celebrar protocolos com as OSC
que tenham como objecto a colaboração destas em rela- Artigo 170.o
ção, nomeadamente, às seguintes matérias: Revogação
a) Instrução dos processos relativos à criação e
Sem prejuízo do regime transitório previsto no artigo
transferência de ZCN e ZCM a que se refere
seguinte, são revogados:
o n.o 1 do artigo 16.o do presente diploma;
b) Recepção do requerimento inicial do procedi- a) Os n.os 1 e 4 do artigo 3.o do Decreto-Lei
mento de concessão de zonas de caça a que n.o 64/98, de 17 de Março, relativos à zona de
se refere o n.o 1 do artigo 35.o do presente caça existente na Tapada Nacional de Mafra;
diploma; b) A Portaria n.o 1239/93, de 4 de Dezembro, que
c) Instrução dos processos relativos à concessão define os modelos de impressos, os documentos
de ZCA e ZCT a que se refere o n.o 1 do a apresentar, o procedimento para a concessão,
artigo 38.o do presente diploma; renovação e emissão de segundas vias da carta
d) Recepção do requerimento inicial relativo ao de caçador e o valor das taxas devidas;
procedimento relativo à mudança de concessio- c) A Portaria n.o 123/2001, de 23 de Fevereiro,
nário de zona de caça a que se refere o n.o 1 que define os termos, os conteúdos das provas
do artigo 45.o do presente diploma; e o processo do exame e o valor das taxas devidas
e) Recepção do requerimento inicial relativo ao pela inscrição para realização de exame para
procedimento de renovação de concessão de obtenção de carta de caçador;
zona de caça a que se refere o n.o 4 do artigo 48.o d) A Portaria n.o 229/2002, de 12 de Março, que
do presente diploma. altera a Portaria n.o 123/2001, de 23 de Feve-
reiro, que define os termos, os conteúdos das
2 — A obrigação constante do n.o 3 do artigo 45.o provas e o processo do exame para obtenção
pode ser satisfeita junto das entidades identificadas no da carta de caçador;
número anterior que, para esse efeito, tenham celebrado e) O despacho n.o 19 853/2001 (2.a série), de 20
protocolo com o MADRP. de Setembro, que aprova o modelo de impresso
3 — Excepciona-se do número anterior a matéria res- de requerimento para realização de exame para
peitante às ZCN. obtenção de carta de caçador;
f) O despacho n.o 6358/2002 (2.a série), de 22 de
Artigo 167.o Março, que aprova as regras de procedimento
Exclusão de terrenos de ZCM aplicáveis à realização da prova teórica para
obtenção de carta de caçador;
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, g) O despacho n.o 6424/2002 (2.a série), de 25 de
a exclusão dos terrenos referidos no n.o 1 do artigo 28.o Março, que aprova as regras de procedimento
pode ser requerida no prazo de um ano sobre a data aplicáveis à realização das provas prática e teó-
de publicação da portaria de criação ou de renovação rico-prática para obtenção de carta de caçador;
da zona de caça. h) A Portaria n.o 469/2001, de 9 de Maio, que
2 — Às ZCM criadas ao abrigo do Decreto-Lei determina que as licenças gerais e especiais de
n.o 227-B/2000, de 15 de Setembro, com a redacção caça sejam tituladas por vinhetas a emitir anual-
conferida pelo Decreto-Lei n.o 338/2001, de 26 de mente e fixa os montantes das taxas devidas
Dezembro, aplica-se o disposto no seu artigo 26.o em cada época venatória;
i) A Portaria n.o 736/2001, de 17 de Julho, que
Artigo 168.o identifica os municípios onde é permitida a caça
Informação
ao pombo-da-rocha (Columbia livia);
j) A Portaria n.o 553/2004, de 22 de Maio, que
1 — A DGRF fornece à Direcção-Geral do Turismo estabelece o calendário venatório para a época
os elementos previstos na alínea a) do n.o 1 do de 2004-2005;
6686 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

l) A Portaria n.o 893/98, de 10 de Outubro, que apresentação dos resultados de exploração de


actualiza as normas de funcionamento das zonas zonas de caça;
de caça sociais e revoga a Portaria n.o 640-C/94, bb) A Portaria n.o 466/2001, de 8 de Maio, que iden-
de 15 de Julho; tifica as espécies ou subespécies cinegéticas com
m) A Portaria n.o 1119/2001, de 21 de Setembro, que é permitido efectuar repovoamentos e esta-
que define as normas gerais que concretizam belece normas particulares para repovoamentos
o direito de acesso dos caçadores e as condições com corços;
particulares do exercício da caça nas ZCN, geri- cc) A Portaria n.o 465/2001, de 8 de Maio, que esta-
das pelas direcções regionais de agricultura belece as normas para autorizar a instalação de
(DRA) ou, em conjunto, com o ICN; campos de treino de caça;
n) A Portaria n.o 1118/2001, de 20 de Setembro, dd) A Portaria n.o 463/2001, de 8 de Maio, que res-
que fixa os valores das taxas a pagar pelo exer- tringe a comercialização, a detenção, o trans-
cício da caça em zonas de caça municipais; porte e a exposição ao público para fins de
o) O Despacho Normativo n.o 41/2003, de 30 de comercialização de exemplares mortos de espé-
Setembro, que estabelece os valores das taxas cies cinegéticas;
a pagar pela concessão de autorizações especiais ee) A Portaria n.o 464/2001, de 8 de Maio, que
de caça da ZCN do perímetro florestal da define os termos da autorização para criação
Contenda; e detenção de espécies e subespécies cinegéticas
p) A Portaria n.o 1103/2000, de 23 de Novembro, em cativeiro;
que define os modelos e as condições de colo- ff) O Despacho Normativo n.o 4/2002, de 31 de
cação das tabuletas e sinais a utilizar na deli- Janeiro, que determina que a sanção a aplicar
mitação de zonas de caça, campos de treino de pelo não pagamento das taxas anuais devidas
caça, áreas de refúgio, áreas sujeitas ao direito pela autorização de criação ou detenção de
à não caça, aparcamentos de gado, bem como espécies em cativeiro seja graduada de acordo
de outras áreas de protecção em que a eficácia com o prejuízo concreto e com um certo critério;
da proibição ao acto venatório depende de os gg) O despacho n.o 23 134/2001 (2.a série), de 15
terrenos em causa se encontrarem sinalizados; de Setembro, que aprova o modelo da guia de
q) A Portaria n.o 1391/2002, de 25 de Outubro, transporte de exemplares mortos de espécies
que altera a Portaria n.o 1103/2000, de 23 de cinegéticas, a emitir pelas entidades gestoras de
Novembro; ZC sempre que os quantitativos de exemplares
r) A portaria n.o 1288/2001 (2.a série), de 25 de a transportar são superiores aos limites diários
Julho, que define a sinalização aplicável às zonas de abate permitidos em terrenos cinegéticos não
interditas à caça; ordenados, e define as condições da sua uti-
s) A Portaria n.o 1391/2002, de 25 de Outubro, lização e aquisição;
que estabelece os requisitos, prazos e termos hh) O despacho n.o 1105/2001 (2.a série), de 19 de
de procedimento administrativo a seguir em Janeiro, que aprova o modelo de guia de trans-
processos relativos a zonas de caça municipais, porte de exemplares vivos de espécies cinegé-
associativas e turísticas, bem como os períodos ticas e define as condições da sua utilização e
de sinalização das zonas de caça e o valor das aquisição. Estabelece que, até se esgotarem,
taxas anuais devidas pela concessão de zonas podem continuar a ser utilizadas as guias de
de caça, e revoga as Portarias n.os 439/2001, modelo aprovado ao abrigo da Portaria
467/2001 e 1123/2001, respectivamente de 28 de n.o 487/95, de 22 de Maio;
Abril, de 8 de Maio e de 24 de Setembro; ii) A Portaria n.o 247/2001, de 22 de Março, que
t) A Portaria n.o 45/2004, de 14 de Janeiro, que define as condições e os termos em que os ter-
altera o n.o 8.o da Portaria n.o 1391/2002, de renos sujeitos a pastoreio ordenado podem ser
25 de Outubro; considerados aparcamento de gado e autoriza
u) O Despacho Normativo n.o 6/2001, de 2 de Feve- a colocação de sinalização indicativa da proi-
reiro, que estabelece as condições a preencher bição do exercício da caça nos mesmos;
pelos técnicos responsáveis pelos planos de jj) O despacho n.o 25 035/2002 (2.a série), de 25
ordenamento e exploração cinegéticos a apre- de Novembro, que estabelece a composição e
sentar nos termos da alínea d) do n.o 2 do ar- funcionamento da Comissão Nacional de
tigo 31.o do Decreto-Lei n.o 227-B/2000, de Homologação de Troféus;
15 de Setembro; ll) O despacho n.o 1104/2001 (2.a série), de 19 de
v) O Despacho Normativo n.o 21/2001, de 3 de Janeiro, que aprova o modelo de guia de trans-
Maio, que estabelece o valor da taxa devida pelo porte de furões (privativo da DGRF, não sendo
pedido de renovação de ZCT e ZCA fora do de reprodução livre) e define as condições da
prazo normal; sua utilização e aquisição.
x) O despacho n.o 23 133/2001 (2.a série), de 15
de Novembro, que aprova o modelo de impresso Artigo 171.o
para efeitos de declaração anual, por entidades Regime transitório
gestoras de ZCA, dos caçadores associados;
z) O despacho n.o 2203/2002 (2.a série), de 28 de O disposto nas portarias e despachos revogados pelo
Janeiro, que aprova o modelo de impresso para artigo anterior, desde que não contrarie as normas cons-
apresentação de proposta de plano anual de tantes do presente diploma, mantém-se transitoriamente
exploração de zonas de caça; em vigor, com as devidas adaptações, até à publicação
aa) O despacho n.o 2417/2002 (2.a série), de 30 de das portarias e despachos necessários à aplicação do
Janeiro, que aprova o modelo de impresso para presente diploma.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6687
ANEXO I
Amarante.
Lista de espécies cinegéticas Amares.
Arcos de Valdevez.
1 — Caça menor Armamar.
I — Mamíferos Arouca.
Coelho-bravo — Oryctolagus cuniculus. B
Lebre — Lepus granatensis.
Raposa — Vulpes vulpes. Baião.
Barcelos.
Saca-rabos — Herpestes ichneumon.
Boticas.
Braga.
II — Aves
Bragança.
a) Aves sedentárias
C
Perdiz-vermelha — Alectoris rufa.
Faisão — Phasianus colchicus. Cabeceiras de Basto.
Pombo-da-rocha — Columba livia. Caminha.
Gaio — Garrulus glandarius. Carrazeda de Ansiães.
Pega-rabuda — Pica pica. Castelo de Paiva.
Gralha-preta — Corvus corone. Celorico de Basto.
Melro — Turdus merula. Chaves.
Cinfães.
b) Aves migradoras ou parcialmente migradoras
E
Pato-real — Anas platyrhynchos (v. nota de asterisco).
Frisada — Anas strepera (v. nota de asterisco). Espinho.
Marrequinha — Anas crecca (v. nota de asterisco). Esposende.
Pato-trombeteiro — Anas clypeata (v. nota de asterisco). F
Marreco — Anas querquedula (v. nota de asterisco).
Arrabio — Anas acuta (v. nota de asterisco). Fafe.
Piadeira — Anas penelope (v. nota de asterisco). Felgueiras.
Zarro-comum — Aythya ferina (v. nota de asterisco). Freixo de Espada à Cinta.
Negrinha — Aythya fuligula (v. nota de asterisco).
Galinha-d’água — Gallinula chloropus (v. nota de G
asterisco). Gondomar.
Galeirão — Fulica atra (v. nota de asterisco). Guimarães.
Tarambola-dourada — Pluvialis apricaria.
Galinhola — Scolopax rusticola. L
Rola-comum — Streptopelia turtur.
Codorniz — Coturnix coturnix. Lamego.
Pombo-bravo — Columba oenas. Lousada.
Pombo-torcaz — Columba palumbus. M
Tordo-zornal — Turdus pilaris.
Tordo-comum — Turdus philomelos. Macedo de Cavaleiros.
Tordo-ruivo — Turdus iliacus. Maia.
Tordeia — Turdus viscivorus. Marco de Canaveses.
Estorninho-malhado — Sturnus vulgaris. Matosinhos.
Narceja-comum — Gallinago gallinago. Melgaço.
Narceja-galega — Lymnocryptes minimus. Mesão Frio.
Miranda do Douro.
2 — Caça maior Mirandela.
Mogadouro.
Javali — Sus scrofa. Moimenta da Beira.
Gamo — Cervus dama. Monção.
Veado — Cervus elaphus. Mondim de Basto.
Corço — Capreolus capreolus. Montalegre.
Muflão — Ovis ammon. Murça.
(*) Aves aquáticas para efeitos deste diploma. O

ANEXO II Oliveira de Azeméis.


Regiões cinegéticas P
1.a região Paços de Ferreira.
A Paredes.
Paredes de Coura.
Alfândega da Fé. Penafiel.
Alijó. Penedono.
6688 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

Peso da Régua. C
Ponte da Barca.
Cantanhede.
Ponte de Lima.
Carregal do Sal.
Porto.
Castanheira de Pêra.
Póvoa de Lanhoso.
Castelo Branco.
Póvoa de Varzim.
Castro Daire.
Celorico da Beira.
R
Coimbra.
Resende. Condeixa-a-Nova.
Ribeira de Pena. Covilhã.
E
S
Estarreja.
Sabrosa.
Santa Maria da Feira. F
Santa Marta de Penaguião.
Santo Tirso. Figueira da Foz.
São João da Madeira. Figueira de Castelo Rodrigo.
São João da Pesqueira. Figueiró dos Vinhos.
Sernancelhe. Fornos de Algodres.
Fundão.
T
G
Tabuaço. Góis.
Tarouca. Gouveia.
Terras de Bouro. Guarda.
Torre de Moncorvo.
Trofa. I

V Idanha-a-Nova.
Ílhavo.
Vale de Cambra.
Valença. L
Valongo.
Valpaços. Leiria.
Viana do Castelo. Lousã.
Vieira do Minho. M
Vila do Conde.
Vila Flor. Mação.
Vila Nova de Cerveira. Mangualde.
Vila Nova de Famalicão. Manteigas.
Vila Nova de Foz Côa. Marinha Grande.
Vila Nova de Gaia. Mealhada.
Vila Pouca de Aguiar. Meda.
Vila Real. Mira.
Vila Verde. Miranda do Corvo.
Vimioso. Montemor-o-Velho.
Vinhais. Mortágua.
Vizela. Murtosa.

2.a região N

A Nelas.

Águeda. O
Aguiar da Beira. Oleiros.
Albergaria-a-Velha. Oliveira de Frades.
Almeida. Oliveira do Bairro.
Alvaiázere. Oliveira do Hospital.
Anadia. Ovar.
Ansião.
Arganil. P
Aveiro.
Pampilhosa da Serra.
B Pedrógão Grande.
Penacova.
Batalha. Penalva do Castelo.
Belmonte. Penamacor.
N.o 226 — 24 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6689

Penela. G
Pinhel. Golegã.
Pombal.
Porto de Mós. L
Proença-a-Nova.
Lisboa.
S Loures.
Lourinhã.
Sabugal.
Santa Comba Dão. M
São Pedro do Sul.
Sátão. Mafra.
Moita.
Seia. Montijo.
Sertã.
Sever do Vouga. N
Soure.
Nazaré.
T
O
Tábua.
Tondela. Óbidos.
Trancoso. Odivelas.
Oeiras.
V Ourém.

Vagos. P
Vila de Rei. Palmela.
Vila Nova de Paiva. Peniche.
Vila Nova de Poiares.
Vila Velha de Ródão. R
Viseu.
Vouzela. Rio Maior.
S
3.a região

A Salvaterra de Magos.
Santarém.
Abrantes. Sardoal.
Alcanena. Sesimbra.
Alcobaça. Seixal.
Alcochete. Setúbal.
Alenquer. Sintra.
Almada. Sobral de Monte Agraço.
Almeirim. T
Alpiarça.
Amadora. Tomar.
Arruda dos Vinhos. Torres Novas.
Azambuja. Torres Vedras.

B V

Barreiro. Vila Franca de Xira.


Benavente. Vila Nova da Barquinha.
Bombarral.
4.a região
C A

Cadaval. Alandroal.
Caldas da Rainha. Alcácer do Sal.
Cartaxo. Aljustrel.
Cascais. Almodôvar.
Chamusca. Alter do Chão.
Constância. Alvito.
Coruche. Arraiolos.
Arronches.
E Avis.
Entroncamento. B

F Barrancos.
Beja.
Ferreira do Zêzere. Borba.
6690 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 24 de Novembro de 2005

C C

Campo Maior. Castro Marim.


Castelo de Vide.
Castro Verde. F
Crato. Faro.
Cuba.
L
E
Lagoa.
Elvas. Lagos.
Estremoz. Loulé.
Évora.
M
F
Monchique.
Ferreira do Alentejo.
Fronteira. O

G Olhão.
Gavião. P
Grândola.
Portimão.
M
S
Marvão.
Mértola. São Brás de Alportel.
Monforte. Silves.
Montemor-o-Novo. T
Mora.
Moura. Tavira.
Mourão.
V
N
Vila do Bispo.
Nisa. Vila Real de Santo António.
O
Decreto-Lei n.o 202/2005
Odemira. de 24 de Novembro
Ourique.
A produção de gado bovino, para qualquer dos fins
P com que é realizada em Portugal, representa um seg-
mento fulcral da política de desenvolvimento agro-
Ponte de Sor. -pecuário do País.
Portalegre. A legislação aplicável ao sector é, não obstante,
Portel. omissa no que toca, especificamente, ao licenciamento
R
de explorações de bovinos, que correspondem a uma
percentagem considerável da actividade pecuária nacio-
Redondo. nal, de tal modo que se impõe disciplinar a actividade
Reguengos de Monsaraz. do sector, através do estabelecimento de regras que,
por um lado, potenciem o respectivo crescimento eco-
S nómico e, por outro, garantam o conjunto dos valores
em causa, como a saúde pública, o bem-estar animal
Santiago do Cacém. e a protecção do ambiente.
Serpa. Acresce a necessidade de regulamentação daquela
Sines. actividade numa perspectiva dos interesses dos bovini-
Sousel. cultores, para efeitos de legislação comunitária, nomea-
V damente a habilitação às ajudas previstas no Regula-
mento (CE) n.o 1783/2003, de 29 de Setembro.
Vendas Novas. Neste quadro e no âmbito das orientações definidas
Viana do Alentejo. pelo XVII Governo Constitucional no que diz respeito
Vidigueira. à qualidade e competitividade da produção nacional,
Vila Viçosa. as normas ora estabelecidas reconhecem a complexidade
dos procedimentos de licenciamento da actividade, con-
5.a região siderando as múltiplas vertentes a equacionar. Estão,
A deste modo, previstas e reguladas matérias que vão
desde o impacte ambiental e as condições físicas do
Albufeira. alojamento aos procedimentos administrativos.
Alcoutim. Salienta-se, em primeiro lugar, o regime estabelecido
Aljezur. para os diferentes tipos de licenças, que atendem às

Você também pode gostar