CURSO DE PEDAGOGIA
ARTE E EDUCAÇÃO
NOME:__________________________________________________________________________
DATA:_______/_______/___________
PROFESSOR(A):_______________________________________________________________
ÍNDICE
1. SUSTENTABILIDADE.................................................................................41
ARTE E EDUCAÇÃO
Através dos novos conhecimentos, o Ensino para Arte promove mais vida
ao desenvolver o senso ético e estético, solidariedade quando a arte é sentida e
experimentada e paz quando tornamos possível que os alunos possam integrar
os conteúdos abordados e interagir com as experiências do meio em que vivem.
Assim sendo, contribui-se para o aperfeiçoamento dos sentidos humanos, o
desenvolvimento da emoção estética e para a valorização da atividade artística na
constante descoberta do ser que está se humanizando.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e
novos tempos. São Paulo: Perspectiva; Porto Alegre: Fundação IOCHPE, 1991.
A Lei Federal que tornou obrigatório artes nas escolas, entretanto, não
pôde assimilar, como professores de arte, os artistas que tinham sido preparados
pelas Escolinhas, porque para lecionar a partir da 5ª série exigia-se o grau
universitário que a maioria deles não tinha.
porque elas não têm dinheiro para comprar livros. O professor tem sua cópia e
segue os exercícios propostos pelo livro didático com as crianças. Este é o caso
de 74,5% dos professores entrevistados por Heloísa Ferraz e Idméa Siqueira
(1987, p.27). Visitas a exposições são raras e em geral pobremente preparadas.
A viagem de ônibus é mais significativa para as crianças do que a apreciação das
obras de arte. A fonte mais frequente de imagens para as crianças é a TV, os
fracos padrões dos desenhos para colorir e cartazes pela cidade (outdoors). As
crianças de escolas públicas, na sua grande maioria, não têm revistas em casa,
sendo o acesso à TV mais frequente e mesmo que não se tenha o aparelho em
casa, há a possibilidade do acesso a algum tipo de TV comunitária.
Mesmo nas escolas particulares mais caras a imagem não é usada nas
aulas de arte. Eles lecionam arte sem oferecer a possibilidade de ver. É como
ensinar a ler sem livros na sala de aula. Em São Paulo há somente duas escolas
que usam regularmente imagens nas aulas de arte. A primeira, uma escola 1 para
a elite, usa a imagem em um convencional curso de história da arte para alunos
do 2º grau. A segunda é uma escola particular 2, preferida pelos intelectuais para
suas crianças, que incorpora a gramática visual, a história e a prática.
Contudo, eles ainda não sabem o que fazer ou quais são os limites da
invasão da auto expressão dos alunos. A maioria deles, que por um longo período
praticaram desenho de observação de objetos e da natureza com seus alunos,
estão chocados com a introdução da imagem nas suas salas de aula e com
crianças observando trabalhos de arte de adultos. O preconceito contra a imagem
é estendido e mais forte na escola primária.
Após 83, apesar de alguns esforços feitos pelo governo do estado para
desenvolver o conhecimento de arte-educação, mais de 50% dos professores
primários (lª a 4ª séries) estudaram apenas até a 4ª série. Eles não têm nenhum
preparo mas lecionam todas as matérias incluindo arte. Uma das razões são os
baixos salários. Uma mulher, e são sempre mulheres os professores primários,
que terminou a escola secundária faz mais dinheiro trabalhando como secretária
do que como professor primário. Como resultado, nós temos professores dando
aulas de arte que nunca leram nenhum livro sobre arte-educação e pensam que
arte na escola é dar folhas para colorir com corações para o Dia das Mães,
soldados no Dia da Independência, e assim por diante.
Temos sido muito cuidadosos para não transformar a leitura de uma obra
de arte num simples questionário. Esta simplificação está acontecendo com a
metodologia da Getty Foundation apesar da estrutura teórica e complexa
construída por Harry Broudy, porque os professores de arte estão reduzindo a
análise ou apreciação artística num jogo de questões e respostas — um mero
exercício escolar que leva a leitura a um nível medíocre e simplifica a
condensação de significados de uma obra de arte, limitando a imaginação do
leitor.
incluindo uma máquina Xerox. Estas condições especiais, aliadas a uma coleção
de 5.000 obras de arte com obras significativas da arte moderna francesa,
italiana4 e latino-americana, estimulam os arte-educadores no MAC. Porém,
alguns arte-educadores visitando o Museu ficaram chocados com as
reinterpretações de obras de artistas pelas crianças, acusando-nos de impor
restrições ao processo criativo.
1º) Que se o artista utiliza imagens de outros artistas, por que sonegar imagens
às crianças;
2º) Que se nós preparamos as crianças para lerem imagens produzidas por
artistas, estamos preparando-as para ler as imagens que as cercam em seu meio
ambiente;
3º) Que a percepção pura da criança sem influência de imagens não existe
realmente, uma vez que está provado que 80% de nosso conhecimento informal
vem através de imagens;
Referências
pertencente ao Museu de Arte Contemporânea. A partir deste gesso foi feita uma
cópia pelo Museum of Modern Art a qual está reproduzida em The role of
disciplined based art education in America's schools, publicado pela Getty
Foundation.
29
pessoal da professora Izabel, a experiência foi encerrada, embora não sem ter
marcado a vida artístico-cultural da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, a partir da
iniciativa heroica e solitária de alguém que acreditava na expressão da criança
por meio da linguagem plástica.
Varela (1986) era uma das pessoas que estava à frente da organização
do curso e em seu depoimento ela diz que: "é um curso provocador do que
chamamos prontidão para mudanças, muitas vezes bem sensíveis-seja no próprio
professor aluno, seja em escolas e outras instituições-alargando,
estrategicamente, dimensões da personalidade e estendendo as fronteiras da
experiência nas Escolinhas de Arte. (. . .) Não recebendo o Curso Intensivo
apenas professores titulados e leigos, caracteriza-se, também, pela sua abertura
para artistas, artesãos e estudantes de artes; psicólogos e professores de
pedagogia juntamente com alunos do curso de psicologia e de faculdade de
educação- motivando o impacto e a descoberta do outro, em sua originalidade e
poder criativo, em seus condicionamentos e pobreza de expressão simbólica ".
(VARELA, 1986: 17)
33
Par Cruz (1983: 2), a Escolinha de Arte no Brasil foi realmente a "célula
mater "da arte na educação brasileira. Ela acredita "que os educadores lá
formados contribuíram para criar o clima propício para a obrigatoriedade do
ensino da arte nas escolas fundamentais ". A autora mostra que, apesar de
existirem muitos professores formados na Escolinha de Arte no Brasil, poucos
puderam ser aproveitados no curso universitário para a formação de professores
de arte. A obrigatoriedade de Educação Artística para vinte milhões de crianças e
jovens encontrou a realidade da falta de especialistas preparados par a tal tarefa,
o que fez com que os professores de outras áreas de ensino passassem a
ensinar arte, pois a Lei deveria ser cumprida (CRUZ, 1983). Dada a precariedade
dos recursos humanos, cursos de treinamento organizados pelas Secretarias de
Educação, em convênio com universidades, órgãos públicos, Escolinhas de Arte
no Brasil, Serviço Nacional de Teatro proliferaram, com o objetivo de cumprir com
a determinação legal.
34
Valente (1989 :20), assim coloca essa questão: "Toda a atividade plástica
pode ser realizada no nível da possibilidade ou da impossibilidade. A
dramatização, a pintura, a música e a dança, o recorte e a colagem, a modelagem
podem ser possibilidades ou não. A apropriação mecanicistas, utilitarista, dessas
atividades programadas, limitadoras, marcam a impossibilidade. A arte acontece
no processo transformador, mutador, atendendo à dimensão do desejo, do lúdico,
do espontâneo, do possível ".
"Pois o que conta mais na sala de aula, além das informações que o
professor possa transmitir, é a própria postura diante do seu fazer. Se para ele as
obras de arte não representam valores de vida, estendendo-se esta avaliação à
sensibilidade das matérias e das linguagens, o professor pouco terá a dar aos
alunos fora receitas técnicas ou nomes ou datas- nada que toque ao essencial da
experiência artística. Se, porém para o professor, a arte representar algo de
fundamental na sua vida, uma necessidade de sentir e de ser, ele haverá de
transmitir sua convicção de uma maneira ou outra. (. . .) É com o que de mais
valioso ele poderá contribuir: em vez de mera informação, a formação do ser
sensível ". (OSTOWER, 1990: 223)
A resistência toma o sentido proposto por Giroux (1986: 147): "no sentido
mais geral, acho que a resistência tem que ser situada em uma perspectiva ou
racionalidade que leva em conta a noção de emancipação como seu interesse
norteador. Isto é, a natureza e significado de um ato de resistência tem que ser
definido juntamente com o grau em que contém as possibilidades de desenvolver
o que Marcuse chamou de 'um comprometimento com uma emancipação da
sensibilidade, da imaginação e da razão, em todas as esferas da subjetividade. '
(MARCUSE, 1977,in Giroux, 1986). Assim, seria central à análise de qualquer ato
de resistência uma preocupação como descobrir o grau em que ela fala de uma
forma de recusa que enfatiza, seja implícita, seja explicitamente, a necessidade
de se lutar contra o nexus social de dominação e submissão. Em outras palavras,
a resistência deve ter uma função reveladora, que contenha uma crítica da
dominação e que forneça oportunidades teóricas para a autorreflexão e para a
luta no interesse da auto emancipação e da emancipação social. "
REFERÊNCIAS
______. Arte e educação no Brasil. 2. ed. ,São Paulo : Perspectiva, 1986. 132 p.
(Debates,139). [ Links ]
RESUMO: Este artigo fundamenta que a arte e a educação através da arte têm
um papel importante na construção de um futuro sustentável porque promovem
criatividade, inovação e pensamento crítico, capacidades fundamentais para uma
cultura emancipadora, de igualdade e responsabilidade social, e condições
essenciais para o desenvolvimento de um futuro sustentável. Pela sua natureza
holística, a educação através da arte pode, quando direcionada para a educação
para a cidadania e para os valores, transformar o currículo e recriar a escola por
meio de projetos transdisciplinares, quebrando as barreiras entre áreas do saber
e proporcionando espaços únicos de aprendizagem. No entanto, para que tal
aconteça é preciso rever e reformular os paradigmas atuais da educação e as
abordagens da educação através da arte e, sobretudo, apostar mais na formação
de educadores e professores.
Key words: Artistic education. Art and education. Creativity. Citizenship education.
Sustainable development.
41
1. SUSTENTABILIDADE
Educação
Criatividade
criatividade ensaiada por Pope (2005, p. xvi), esta seria a “(...) capacidade de
produzir, fazer, ou tornar algo em uma coisa nova e válida tanto para si como para
os outros”. É um atributo humano comum. A maioria das pessoas resolve
problemas de todas as espécies no seu dia a dia com algum grau de criatividade.
Mas é um atributo que raramente encontramos no topo das prioridades escolares.
Criatividade implica incerteza, desconhecimento, e não é fácil de ser avaliada. Por
isso, ela fica muitas vezes à margem dos currículos.
As escolas são instituições sociais que dão muito valor a certo grau de
conformismo. A escola tende para um ambiente feito de certezas e “seriedade”,
onde o jogo não entra. Os horários rígidos e os prazos de entrega de trabalhos
não permitem habilidades para concentração e persistência. A escola dificilmente
fomenta associações insólitas e ideias aparentemente desconexas, e a vontade
de explorar é tolhida muito cedo por questões de calendarização ou de
cumprimento de programas rígidos. Já para não falar na dificuldade em aceitar
comportamentos inconformistas, ousados ou arriscados (Steers, 2008). Na escola
vive-se rotineiramente, joga-se pelo seguro, para os alunos terem bons resultados
nos exames, porque a escola e a sociedade acreditam que ter resultados nos
exames é um passaporte para o sucesso na vida futura. E os exames,
normalmente, avaliam conhecimentos e capacidades que não são
necessariamente importantes para um futuro sustentável.
atmosfera forte de confiança mútua e suporte afetivo. Confiança e afetos não são
o forte das escolas europeias geridas por regras e regulamentos baseados na
desconfiança e no medo.
Aprendizagem individualizada
A escola, para atingir estes fins, não é aquela que conhecemos, mas uma
escola de confiança, valorizada pelo Estado e pela sociedade em geral e
valorizadora das comunidades que a constituem. Só assim se poderá trabalhar
em novas e diferentes redes, nomeadamente as ancoradas na comunidade local.
As parcerias entre o sistema de ensino, o mundo do trabalho e a sociedade civil,
em geral, são deveras cruciais para a antecipação e adaptação às necessidades
em mutação da vida profissional e social: estágios profissionais, projetos
conjuntos, aprendizagem entre pares e formadores vindos de fora do sistema de
ensino podem dar a conhecer novas ideias a professores e alunos. Mas, para
fazer essas redes, é necessário desburocratizar a escola. É preciso que o Estado
reconheça a educação como fator-chave para o desenvolvimento econômico do
país e invista nela, flexibilizando-a, encorajando os professores a desenvolver o
seu papel profissional como mediadores de aprendizagem e promotores de
criatividade; promovendo a produção cultural, o diálogo intercultural e a
cooperação a nível local, regional, nacional e internacional, com vistas a
desenvolver ambientes particularmente propícios à criatividade e à inovação, tal
como é proposto pelo Conselho Europeu. E, para atingir tais metas, a educação
através da arte tem um papel crucial.
arte ou com a arte pode criar situações de ensino e aprendizagem, nas quais se
pode refletir sobre realidades socioculturais das comunidades locais e das
comunidades globais, onde se possam fazer observações profundas e criar uma
consciência social responsável em relação ao ambiente e à sociedade, em
relação ao local e ao global? Será que a educação através da arte cria essas
situações? Como as cria? Como desenvolve esse tipo de reflexões? Como
promove uma consciência crítica social? Como fomentar interações responsáveis,
reflexão, diálogo, pensamento crítico e como pode ser um motor de
transformação social?
Notas
5. Book Tackles Old Debate: role of art in schools. Disponível em: . Acesso em:
mar. 2009.
Referências
DCMS. Creative Britain: new talents for a new economy; a strategy document for
the creative industries. 2008. Disponível em: . Acesso em: 1º maio 2008.
PRODUZIR Os alunos devem experimentar novas técnicas, como grafitar e fotografar uma cena. Foto: Leo
Drumond.
54
1816 Durante o governo de dom João VI, chega ao Rio de Janeiro a Missão
Artística Francesa e é criada a Academia Imperial de Belas Artes. Seguindo
modelos europeus, é instalado oficialmente o ensino de Arte nas escolas.
1900 Até o início do século 20, o ensino do desenho é visto como uma
preparação para o trabalho em fábricas e serviços artesanais. São valorizados o
traço, a repetição de modelos e o desenho geométrico. .
1973 Criação dos primeiros cursos de licenciatura em Arte, com dois anos de
56
1989 Desde 1982 desenvolvendo pesquisas sobre três ideias (fazer, ler imagens
e estudar a história da arte), Ana Mae Barbosa cria a proposta triangular, que
inova ao colocar obras como referência para os alunos. .
Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais / Metodologia do Ensino da Arte, Maria Heloísa C. de T. Ferraz e Maria.
F. de Rezende e Fusari / Para gostar de aprender Arte: Sala de aula e formação de professores, Rosa Iavelberg
TRADICIONAL
LIVRE EXPRESSÃO .
SOCIOINTERACIONISTA
.
Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro linguagens
de Arte: dança, artes visuais, música e teatro. .
58
2. O ENSINO DE ARTES
Com a reforma de 1971, a Lei nº. 5.692 (BRASIL, 1971) incluiu a Arte no
currículo escolar com o título de Educação Artística, porém era considerada
apenas uma "atividade educativa" e não uma disciplina: "Será obrigatória a
inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e
Programas de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1º e 2º graus
[...]". Admitimos que a introdução da Educação Artística no currículo escolar por
61
esta LDBN foi um avanço, tanto pelo aspecto de sustentação legal para esta
prática, quanto por ter sido considerada importante na formação dos indivíduos.
Porém, essa alteração criou questões novas a serem enfrentadas, principalmente
para os professores de cada uma das disciplinas artísticas.
Em 1996, a Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996, Art. 26, § 2º) estabeleceu que o
ensino da Arte constituísse "componente curricular obrigatório, nos diversos níveis
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos".
Apesar do "avanço" desta Lei, a escola e o sistema educativo atual têm
enfrentado desafios que transcendem a dimensão estrutural do currículo e a
dinâmica das metodologias de ensino. As políticas educacionais da atualidade
necessitam adequar-se às questões sociais que estão refletidas na escola
pública, como o desemprego, a violência e a marginalização, que se acentuaram
como possíveis reflexos da globalização da economia, da política e da cultura.
62
Visto que o artigo 10 da Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996) aponta que um dos
deveres do Estado é "elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e
coordenando as suas ações e as dos seus Municípios", notamos que é
responsabilidade do Estado pôr em prática as diretrizes das políticas
educacionais que atendam de forma eficaz às necessidades da educação.
Torna-se importante destacarmos que a Lei nº. 9.394 foi alterada pela Lei
nº. 2.732 de 2008 (BRASIL, 2008), aprovada em 21 de maio deste mesmo ano, e
que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da Música na educação básica. O
Artigo 26 da Lei de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996) passa a vigorar
acrescido dos seguintes parágrafos:
A verdade é que a Arte, de uma forma geral, não tem sido valorizada nas
escolas como disciplina de importância dentro do processo pedagógico, o que se
reflete na contratação de profissionais não ou pouco qualificados, e num certo
menosprezo da Arte em relação às outras disciplinas mais tradicionais.
Esperamos que, por meio da valorização da música como prática pedagógica em
todos os níveis da educação básica, possamos presenciar o despertar de uma
cultura democrática em que valores como diversidade, sensibilidade e cidadania
sejam postos em evidência.
64
Dilemas e ações nos anos 1990 e início dos anos 2000: breve abordagem
Ainda fazendo o uso dos PCNs, muitos professores têm tido dificuldades
em aplicar as sugestões apresentadas por eles, de forma que também se torna
questionador o papel destes como diretriz política eficiente nos dias atuais.
Algumas questões reflexivas nos levam a indagar também a respeito da formação
desses professores e seu envolvimento com a qualificação docente, pois a
melhoria da qualidade do ensino requer maior atenção para a implementação de
políticas públicas de formação inicial e continuada dos profissionais de educação
(BRASIL, 2001).
De acordo com Almeida (2003, p. 75), por volta da década de 80, novas
abordagens foram introduzidas no ensino da Arte no Brasil. A imagem 1 ganhou
um lugar de destaque na sala de aula, o que representa uma das tendências da
Arte contemporânea e uma novidade para o ensino da época. As imagens
produzidas tanto pela cultura artística (pintores, escultores) como as produzidas
pela mídia (propaganda de TV e publicitária gráfica, clip musical, internet)
passaram a ser utilizadas pelos professores e alunos da educação básica.
podem mais ficar distantes da realidade dessas escolas e dos seus alunos, uma
vez que se questiona a qualidade do ensino artístico em muitas escolas por lhes
faltarem infraestrutura, material de apoio e professores qualificados. As políticas
de incentivo ao ensino necessitam acompanhar as modificações na educação e
dar a sua contribuição. Os professores precisam estar sempre se atualizando,
pois, sem adquirir um conhecimento básico em Arte, torna-se impossível
contribuir para que uma consciência crítica e valores vinculados à cidadania se
desenvolvam em seus alunos.
Chegamos num ponto chave que pode tornar-se um dos fios condutores
da discussão apresentada: o modo de vida do capitalismo tardio ou pós-industrial
(JAMESON, 1996) tornou-se o grande responsável e a mola-mestra de todas as
transformações que hoje permeiam a economia, a educação, a Arte, a cultura e o
mundo do trabalho. O declínio de uma valorização da originalidade nas Artes deu
lugar à suposição de que a Arte pode ser "arte" na repetição, e de que a
genialidade do produtor artístico e o que ele deseja expressar não são mais
valorizados. E, se não fosse somente isso, "é doloroso notar a perversidade
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Devemos ressaltar, como afirma Frigotto (1999, p. 26), que vivemos "sob
a égide de uma sociedade classista, vale dizer, estruturada na extração de mais-
valia absoluta, relativa e extra," em que as relações sociais são, por base,
estabelecidas primeiramente por critérios materialistas. Educadores e educandos
são agentes sociais que constituem essa contraditória trama de consciência
crítica e de alienação, interagindo, assim, num processo educativo marcado pela
lógica do mercado e por uma "noção de equivalência entre consumo e cidadania"
(REIS; RODRIGUES, 2005, p. 2).
Referências
______. As escuelas de pintura al aire libre do México: liberdade, forma e cultura. In:
PILLAR, A. D. (Org.). A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação,
2003.
______. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de
1º e 2º graus, e dá outras providências. Leis, Brasília, DF, 1971. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 11 nov. 2008.
VITRAL NUM INSTANTE Passar água em papel celofane e aplicar direto no vidro
da janela é uma forma descomplicada de simular o vitralismo praticada na Escola
Grão de Chão, na capital paulista (Foto: Verônica Mancini)
Um lugar ideal para fazer arte exibe variedade de materiais: papel Kraft,
carbono, jornal, papelão, tinta, canetinha, giz de cera, lápis de cor, argila... Quem
tem tudo na mão às vezes tende a se acomodar e repetir as mesmas atividades.
Já o educador que sofre com a escassez de recursos fica paralisado pela falta de
opções na hora de planejar. Nos dois casos, o jeito é tentar mudar o olhar,
adequando as propostas. Para a arte-ducadora Gina Dinucci, a experimentação é
muito importante nas aulas e bolar novos usos para materiais já conhecidos
colabora para o exercício da criação artística. “O educador tem que ter abertura
para propor experiências, como extrair o corante do papel crepom para pintar
aquarelas e usar carvão para desenhar grandes murais.”
Vire a página e veja algumas sugeridas por Lucília Helena Franzini, coordenadora
de artes visuais da Escola Grão de Chão, e Ana Tatit, professora do
Singularidades e autora do livro 300 Propostas de Artes Visuais.
Junte duas folhas de papel (color set, cartolina ou cartão). Com tesoura
ou estilete, faça recortes de formatos geométricos, deixando uma “moldura” em
volta. O papel ficará vazado. Separe uma das folhas e preencha os espaços com
pedaços de celofane de cores diferentes, fixando com cola ou fita adesiva.
Coloque o outro papel sobre o desenho, colando ou grampeando as duas partes.
Está pronto o vitral.
Qual a descoberta?
Ao serem colocadas junto a uma janela ensolarada, as produções
permitem que a turma observe e brinque com a composição de cores e luzes.
Obras de artistas como Matisse e Chagall podem servir de inspiração na hora dos
recortes.
Desenho escondido
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Qual a descoberta?
Qual a descoberta?
Qual a descoberta?
PERCEPÇÃO SONORA
Objetivo(s)
Perceber e expressar corporalmente os sons que eles estavam ouvindo durante a
música, fazendo uma relação entre o movimento do corpo e os sons graves e
agudos, fortes e suaves, curtos e longos.
Conteúdo(s)
Elementos do som.
Ano(s)
Creche
Pré-escola
Tempo estimado
30 a 40 min
Material necessário
Pen Drive - DVD, Violão, Caixa de Som.
Desenvolvimento
1ª etapa
Fazer uma brincadeira de vivo ou morto, onde as crianças ouvirão o som GRAVE
ou AGUDO do VIOLÃO, e se movimentarão de acordo.
2ª etapa
Recursos: Um pedaço de corda grossa e outro pedaço de corda fina.
Preferencialmente, que ambas sejam da mesma cor, medindo cerca de 0,50 m de
comprimento; ainda, violão, flauta ou teclado.
Produto final
Essas atividades contribuem para: .
• Refinar a escuta musical; .
• Conscientizar os parâmetros sonoros por meio de atividades lúdicas; .
• Trabalhar a imaginação e o movimento corporal.
Avaliação
Observação em sala de aula.
Objetivo(s)
- Compreender os conceitos básicos da linguagem do teatro. .
- Participar de experimentações práticas de caráter lúdico. .
- Conscientização corporal.
Conteúdo(s)
81
- Contação de histórias. .
- Jogos populares e dramáticos. .
- Improvisações livres e regradas. .
- Apreciação e protocolo.
Ano(s)
1º
2º
3º
4º
5º
Tempo estimado
Seis meses.
Material necessário
Maquiagem, caderno de anotações, objetos diversos para uso nas improvisações,
um aparelho de CD e CDs diversos.
Desenvolvimento
1ª etapa
Todos os encontros são compostos de aquecimento, jogos e brincadeiras,
improvisações, apresentação de cenas e leitura e apreciação de protocolo.
Aquecimento
Explicar à garotada que o aquecimento desperta, leva à conscientização corporal
e evita machucados na hora dos exercícios. Opções: siga-o-mestre, pular corda,
corre-cutia e exercícios de alongamento. Use música e proponha um relaxamento
no fim.
Apresentação de cenas .
Além da apresentação para todos os colegas dos esquetes concebidos durante
as improvisações, essa etapa inclui conversas sobre as aulas e apreciação das
cenas dos colegas. .
Avaliação
Nos dois últimos meses, incentive os estudantes a montar uma apresentação.
Vale elencar as cenas de que mais gostaram durante o processo de apreciação e
refazê-las - dessa vez, construindo um pequeno cenário e usando figurinos -,
escolher um texto curto e criar algo coletivamente para apresentar aos pais e
colegas de toda a escola.
Flexibilização
Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.
(Paulo Freire)