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INTRODUÇÃO
Assim sendo, essa técnica garante que seja enfrentada certas dificuldades que
exigem pronta atuação do Poder Executivo, e também o cumprimento das metas
estabelecidas previamente pela lei de diretrizes orçamentárias. Ou seja, a flexibilização
da realização das despesas, que devido a fatos necessários, pode fazer com que se atinja
a meta previamente fixada. Algumas justificativas para o uso do contingenciamento são
apresentadas por Arnaldo Sampaio, são elas:
a) situação econômica e financeira mundial e seus reflexos na
economia nacional; b) necessidade de se alcançar gestão planejada e
transparente; c) comprovação de que eventualmente não se realizaram
valores de receitas previstos na lei orçamentária; d) enfrentamento da
queda de arrecadação; e) comprometimento da integralidade de
orçamento aprovado; f) necessidade de se recalcular valores e
projeções de transferências correntes e de capital; g) inadimplência no
recolhimento de tributos; h) necessidade de ajuste entre despesas e
disponibilidades financeiras de determinado unidade federada; i)
necessidade de consecução de programa de governo; j) necessidade de
se recuperar mecanismos de gestão pública; k) necessidade de
promover equilíbrio fiscal do Estado; l) necessidade de adequação do
orçamento à realidade financeira do Estado; m) necessidade imperiosa
de se cumprir diretriz de governo; n) constatação de desaceleração da
economia brasileira; o) efeitos de recessão de países capitalistas
desenvolvidos; p) progressiva diminuição da receita estadual; q)
comprometimento da integralidade do orçamento. (GODOY, 2014, p.
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Uma das defesas para a implantação desse modelo, consiste no fato de que ele
atingiria somente as despesas discricionárias não projetando efeito algum nas
obrigatórias, e isso representaria um percentual baixo em relação as despesas totais. Isso
é possível porque, do ponto de vista jurídico, o orçamento no Brasil é apenas
autorizativo, desse modo, a efetivação das despesas não se tornam obrigatórias somente
pelo fato de estarem projetadas no orçamento. Entretanto é necessário ressaltar que na
prática muitas das despesas do orçamento se tornam impostos por força constitucional
ou legal como, por exemplo, as despesas com o serviço da dívida que se referem ao
pagamento de dívida fundada dos entes federativos, despesas com manutenção e
desenvolvimento do ensino e com ações de saúde. Essa porcentagem pode ser
observada de acordo com sistema SIGA BRASIL, onde é apontado o orçamento da
União de 2012 demonstrando a seguinte situação quanto à classificação pelo IRP1:
CONCLUSÃO
A aplicação do modelo orçamentário impositivo vem sendo realizada a um longo
prazo na história do ordenamento jurídico brasileiro. No tocante as opiniões a favor ou
contra, é possível encontrar das mais variadas para ambos os lados. Não é algo muito
absurdo, uma vez que tanto o impositivo como o autorizativo possuem fortes pontos
positivos, assim como negativos, e permitem o surgimento de tal conflito.
Por um trabalho tão simples não é possível adotar uma determinada posição
porque, para isso, seria necessário um estudo aprofundado sobre a questão. Mas é capaz
analisar que, independente de tudo, o modelo impositivo dá maior segurança em relação
a execução das despesas previstas na lei orçamentária, de modo que, o Poder Executivo
não adquira tamanha liberdade para seguir ou não aquilo que é definido. Todavia, ao
3
Idem, pg. 57-62.
mesmo tempo, faria com que o orçamento ficasse engessado em relação a possíveis
situações que necessitassem reação imediata do Estado. Portanto, seria necessária uma
situação econômica, tanto do Estado, quanto mundial, muito mais estabilizada para
garantir melhor funcionamento de um modelo como esse, e ainda assim, não seria
possível determinar ao certo qual o melhor para ser adaptado ao ordenamento jurídico
nacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GAMA JUNIOR, Fernando Lima. O conceito de orçamento público. Disponível em:
“http://www.jornaisvirtuais.com.br/apostila_pdf/orcamento_publico_para_concursos_0
2.pdf”. Acesso em: 24/11/2015.
MAIA, Wagner. História do orçamento público. São Paulo, 2010. Disponível em:
“http://agesp.org.br/wp-content/uploads/2013/05/Artigo-HistOrcamento.pdf”. Acesso
em: 24/11/2015.