Você está na página 1de 8

AULA GERAÇÃO DE 30

18
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9,
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES: 10, 11, 12, 15, 16,
20, 22, 23, 24 e 25

A primeira geração de sociólogos da década de 1930,


foram os estudiosos que se debruçaram em busca de um
entendimento da formação da sociedade brasileira, abor-
dando diversas temáticas, como a abolição da escravatura
e a formação da sociedade brasileira.

1. CAIO PRADO JR. (1907-1990)


Formado em Direito e em Ciências Sociais, Caio Prado Jr.,
direcionou seus estudos para a área da Economia Política.
Com uma análise histórico-político-social da formação da multimídia: vídeo
sociedade brasileira.
Um sonho intenso
Brasil, 2013 (102 min).
História comentada do desenvolvimento so-
cioeconômico desde 1930 até os dias atuais.
Por meio de economistas e outros pensadores
que discorrem sobre os ciclos de crescimento,
a industrialização e as mudanças políticas pro-
duzidas no país nas últimas décadas, sem que
todos os desafios em termos de infraestrutura
e desigualdades tenham sido vencidos.

No ano de 1942, publica a Formação do Brasil Contem-


Seguindo essa lógica, o Brasil não passou por ciclos eco-
porâneo, livro que tratará da evolução histórica brasileira,
nômicos bem definidos historicamente (ciclo do pau-Brasil,
tendo como início o período colonial, a fim de apresentar
ciclo açucareiro, ciclo do café etc.). O que se passou foi
as estruturas sociais do país. Para Caio Prado Jr. o povo
uma superposição de fases econômicas, tendo um momen-
passa por um processo de evolução, que necessariamente to que predominava um momento. A problemática social
têm um sentido de ser. existente no país é consequência de uma política de explo-
Dessa maneira, o sentido da colonização brasileira precisa ração europeia, que tinha como principal objetivo abaste-
ser compreendido dentro de três séculos de atividade de cer o mercado da metrópole, renegando a colônia a uma
exploração, contendo elementos de dominação por parte pequena parcela desse processo econômico.
dos países europeus a partir do século XV. Isso quer di-
zer que os fatos históricos possuem enorme influência na
formação desse povo. Diante disso, não podendo dissociar
esses elementos para compreender a realidade atual.
Assim, o objetivo de Caio Prado Jr. era conhecer o Brasil
para mudá-lo. Segundo o autor, o país nunca foi um país
subdesenvolvido ou em desenvolvimento; mas é um país
rico e pobre, desenvolvido e atrasado, dependendo do ciclo
econômico de cada período histórico.

122
sendo direcionado a uma única pessoa. Este costume de
escolher um único ser para acabar com todos os males,
costume bem reproduzido pelos brasileiros até os dias atu-
ais, proporciona uma subordinação a um elemento com
características superiores ilusórias.
O início do século XIX não se assinala para nós unica-
mente por estes acontecimentos relevantes que são a
transferência da sede da Monarquia portuguesa para o
Brasil e os atos preparatórios da emancipação política do
país. Ele marca uma etapa decisiva em nossa evolução e
inicia em todos os terrenos, social, político e econômico,
multimídia: música uma fase nova. Debaixo daqueles acontecimentos que
se passam na superfície, elaboram-se processos comple-
Esmola xos de que eles não foram senão o fermento propulsor,
e, na maior parte dos casos, apenas a expressão externa.
Skank. Álbum: Calango, 1994.
Para o historiador, bem como para qualquer um que pro-
Esta canção traz uma forte crítica à sociedade cure compreender o Brasil, inclusive o de nossos dias, o
contemporânea brasileira, com seu consumo momento é decisivo. O seu interesse decorre sobretudo
exacerbado que provoca grandes níveis de de duas circunstâncias: de um lado, ele nos fornece, em
desigualdade social, e mais do que isso, incu- balanço final, a obra realizada por três séculos de colo-
te uma mentalidade excessivamente egoísta nização e nos apresenta o que nela se encontra de mais
característico e fundamental, eliminando do quadro ou
e competitiva.
pelo menos fazendo passar ao segundo plano, o aciden-
tal e intercorrente daqueles trezentos anos de história.
É uma síntese deles. Doutro lado, constitui uma chave,
e chave preciosa e insubstituível para se acompanhar e
interpretar o processo histórico posterior e a resultante
dele que é o Brasil de hoje.
JR. PRADO, CAIO.
FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 1961, P.5.

2. SÉRGIO BUARQUE DE
multimídia: livro HOLANDA (1902-1982)
Com formação histórica e jurídica, o paulista Sérgio Bu-
Formação do Brasil Contemporâneo
Caio Prado Jr. São Paulo: Cia. Das Letras, 2011. arque de Holanda começa a esboçar sua teoria sobre a
formação cultural, econômica e social do Brasil.

1.1. Materialismo Histórico à brasileira


Caio Prado Jr. observa o Brasil sem uma desconfiança que
existia no começo do século XX, mas salienta um otimismo
no futuro dessa nação. Sua análise perante a formação da
sociedade brasileira, se sustenta em não dar todo o crédito
para as elites que direcionam esse país; mas, em denomi-
nar que o confronto existente entre as classes sociais bra-
sileiras. Dando uma importância as outras classes sociais,
classes estas que foram renegadas anteriormente que con-
figuram esse povo e darão base para essa sociedade, tanto
no presente como em seu futuro.
Segundo Caio Prado, a glorificação dos heróis é um grave Com forte influência de Max Weber, o pensamento de
problema para a sociedade, pois massacra as iniciativas Sérgio Buarque de Holanda constituí a geração de 1930,
coletivas, impedindo uma transformação sistemática, pois que pretende interpretar a identidade e singularidade do
consolida uma dependência na resolução dos problemas povo brasileiro.

123
2.1. Raízes do Brasil vantagens em certas situações. Diante dessa característica,
o brasileiro tem uma enorme dificuldade de discernir o pú-
Nessa obra publicada em 1936, Sérgio Buarque apresenta a blico do privado, misturando constantemente essas duas
transição do modo rural para o urbano, porém, essa socieda- esferas. Com isso, essas ações interferem na transição para
de ainda continha traços ruralizados. Essas características o a urbanização dessa sociedade.
povo brasileiro herda de suas influências ibéricas (Portugal e
Espanha) que ainda cultua hábitos rurais, conjunto com uma
preservação de um patrimonialismo e de uma burocracia.

Dessa maneira, Raízes do Brasil apresenta as ideias webe-


multimídia: vídeo rianos, diante uma série de contraposições, como o racional
Raízes do Brasil e o cordial, o pessoal e o impessoal. Salientando o conceito
Brasil: 2004 (100 min). de Weber de patrimonialismo para descrever as relações
Homenagem ao centenário de nascimento de politicamente promíscuas entre o Estado, os governos e as
Sérgio Buarque de Holanda (1902), o docu- classes dominantes no Brasil.
mentário inclui imagens do arquivo pessoal do
escritor e cenas históricas do século XX. Divi-
dido em duas partes, o filme mostra desde o
cotidiano de Sérgio até um panorama cronoló-
gico de sua época.

O brasileiro, consequência desses costumes, acaba sendo


descrito como um “homem cordial”, ou seja, é um sujei-
to que age pelo coração e pelo sentimento, preferindo ter
suas relações sociais tendo uma regra flexível ao invés de
cumprir as leis objetivas e imparciais. multimídia: música
Essa prática cultural brasileira, chamada de “jeitinho brasi-
Paratodos
leiro”, surgida durante o período colonial, momento onde
Chico Buarque. Álbum: Paratodos (1993)
teve pouca organização social, com o uso frequente da vio-
Filho de Sérgio Buarque de Holanda, Chico
lência e um domínio personalista. A escravidão, segundo
Buarque nesta canção fala não só sobre si,
o autor, desvalorizou o trabalho, favorecendo aventureiros
mas também sobre as raízes do Brasil e a
que desejavam vencer sem custos.
miscigenação do povo brasileiro.
Diante disso, Sérgio Buarque chama de “Cultura da Perso-
nalidade”, que representa um sentimento de autonomia
e independência de um sujeito que quer se sobressair em Foram ainda os jesuítas que representaram, melhor de
relação aos demais. O autor pretende salientar que essa que ninguém, esse princípio da disciplina pela obediência.
característica é fruto da união ibérica, e não um elemento Mesmo em nossa América do Sul, deixaram disso exem-
originário brasileiro. plo memorável com suas reduções e doutrinas. Nenhuma
tirania moderna, nenhum teórico da ditadura do proleta-
Entretanto, essa cordialidade, não tem relação com o modo riado ou do Estado totalitário, chegou sequer a vislum-
cortês, mas sim pela forma flexível de se adaptar e tentar brar a possibilidade desse prodígio de racionalização que

124
conseguiram os padres da Companhia de Jesus em suas
missões. Hoje, a simples obediência como princípio de dis-
ciplina parece uma fórmula caduca e impraticável e daí,
sobretudo, a instabilidade constante de nossa vida social.
HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE.
RAÍZES DO BRASIL. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1995, PP.39-40.

multimídia: livro
Raízes do Brasil
Sérgio Buarque de Holanda. São Paulo: Cia das
Letras, 2015.

125
DIAGRAMA DE IDEIAS

GERAÇÃO DE
1930

SÉRGIO BUARQUE
CAIO PRADO JR.
DE HOLANDA

A FORMAÇÃO ANALISA AS
DA SOCIEDADE ORIGENS DO POVO
BRASILEIRA BRASILEIRO

SE FAZ POR
HERDA HÁBITOS
UMA DIALÉTICA
IBÉRICOS
CONSTANTE E
COMPLEXA

O BRASILEIRO
SENDO RICO SURGE COMO
E POBRE, “HOMEM CORDIAL”
DESENVOLVIDO
E ATRASADO

É SUBMISSO, PORÉM,
NÃO É DÓCIL

126
d) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
Aplicando para e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

Aprender (A.P.A.) 3. (UEL) “A falta de coesão em nossa vida social não


representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso
1. (ENEM) Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se que erram profundamente aqueles que imaginam na
completaria no momento em que fosse superada a nos- volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possí-
sa herança de inorganicidade social - o oposto da inter- vel contra nossa desordem. Os mandamentos e as orde-
ligação com objetivos internos - trazida da colônia. Este nações que elaboraram esses eruditos são, em verdade,
momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passar- criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo
mos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade
análogo. O país será moderno e estará formado quando de organização sólida não representam, a seu ver, mais
superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, do que uma ausência da única ordem que lhes parece
quando então teríamos um país democrático. Também necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierar-
aqui o ponto de chegada está mais adiante, na depen- quia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se
dência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu justificar e ganhar prestígio”.
turno, dirá que a nação não se completa enquanto as
HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE. RAÍZES DO BRASIL. SÃO
alavancas do comando, principalmente do econômico, PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1995. P. 33.
não passarem para dentro do país. Como para os outros
dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque
que agora parece remoto. de Holanda são intelectuais da chamada “Geração de
30”, primeiro momento da sociologia no Brasil como
SCHWARZ, R. OS SETE FÔLEGOS DE UM LIVRO. SEQUÊNCIAS
BRASILEIRAS. SÃO
PAULO: CIA. DAS LETRAS,1999 (ADAPTADO). atividade autônoma, voltada para o conhecimento
sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preo-
Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, cupações características dessa geração, considere as
a sentença que sintetiza os pontos de vista apresenta- afirmativas a seguir:
dos no texto é:
I. Critica o processo de modernização e defende a preservação
a) Brasil, um país que vai pra frente.
das raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem
b) Brasil, a eterna esperança.
e o progresso da sociedade brasileira.
c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
d) Brasil, terra bela, pátria grande. II. Promove a desmistificação da retórica liberal vigente
e) Brasil, gigante pela própria natureza. e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das elites
brasileiras.
2. (UNIOESTE) “Se vamos à essência da nossa formação
veremos que na realidade nos constituímos para forne- III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos
cer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde bacharéis como instrumento de transformação social.
ouro e diamantes; depois algodão, e em seguida café,
para o comércio europeu.” IV. Faz a defesa do cientificismo como instrumento de
compreensão e explicação da sociedade brasileira.
PRADO JR, CAIO. FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO.
SÃO PAULO, PUBLIFOLHA, 2000, P.21 Estão corretas apenas as afirmativas:
O texto acima sintetiza a análise feita por Caio Prado a) I e III.
Júnior sobre o sentido da colonização do Brasil iniciada b) I e IV.
pelos portugueses a partir do século XVI. Sobre este pe- c) II e IV.
ríodo é correto afirmar que: d) I, II e III.
e) II, III e IV.
I. Formou-se, no Brasil, uma economia de caráter depen-
dente do mercado externo. 4. (UFRN) Na obra Raízes do Brasil, publicada pela pri-
meira vez em 1936, Sérgio Buarque de Holanda, ao ana-
II. O Brasil foi caracterizado por pequenas unidades de lisar o processo histórico de formação da nossa socie-
produção diversificadas. dade, afirma:
III. A economia brasileira era dominada por pequenas ma- Desde o período colonial, para os detentores dos cargos
nufaturas exportadoras. públicos, a gestão política apresentava-se como assunto
IV. Prevaleceu, no Brasil, uma produção baseada no lati- de seus interesses particulares. Isso caracteriza justamente
fúndio monocultor. o que separa o funcionário patrimonial e o puro burocra-
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. ta. Para o funcionário patrimonial, as funções, os empregos
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas. e os benefícios que deles recebe relacionam -se a direitos
c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. pessoais dos funcionários e não a interesses objetivos, como

127
ocorre no verdadeiro Estado burocrático. Assim, no Brasil, elementos patrimonialistas e paternalistas que dificultam a
pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema consolidação democrática.
administrativo e um corpo de funcionários puramente dedi- II. A política brasileira é tradicionalmente voltada para a re-
cados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. cusa das relações hierárquicas, as quais são incompatíveis
HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE. RAÍZES DO BRASIL. SÃO com regimes democráticos.
PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1995 (ADAPTADO).
III. As relações pessoais entre governantes e governados
Considerando as reflexões do autor e levando em conta
inviabilizaram a instauração do fenômeno democrático no
práticas políticas constatadas no Brasil Republicano, é
possível inferir que: país com a mesma solidez verificada nas nações que ado-
taram o liberalismo clássico.
a) os limites entre os domínios do público e do privado,
no âmbito da administração pública, se confundem, não IV. A cordialidade, princípio da democracia, possibilitou
obstante as leis que visam a combater o patrimonialismo. que se enraizassem, no país, práticas sociais opostas aos
b) o patrimonialismo está presente nas regiões mais princípios do clientelismo político.
carentes do País, em razão apenas do baixo nível de
formação dos quadros da administração pública. Assinale a alternativa correta:
c) as estruturas do poder administrativo no Brasil per- a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
manecem as mesmas do período colonial, daí a manu- b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
tenção do patrimonialismo disseminado na sociedade.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) o predomínio do interesse particular sobre o inte-
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
resse público, no Brasil, foi efetivamente rompido com
o êxito da Revolução de 1930. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

5. (IFSP) O historiador Caio Prado Jr. a afirmou que o 7. (UECE) “Caio Prado Jr. procurou mostrar que a estru-
sentido da colonização do Brasil foi o de “fornecer ao tura colonial (latifúndio, monocultura, escravismo) sur-
comércio europeu alguns gêneros tropicais ou minerais giu por causa dos interesses da Metrópole em ter uma
de grande importância. A nossa economia se subordinou área que produzia artigos tropicais que seriam exporta-
inteiramente a esse fim, isto é, se organizará e funcionará dos para o mercado europeu. Pesquisas mais recentes
para produzir e exportar aqueles gêneros”. afirmam que não se pode exagerar a importância da
plantation e do mercado externo na estrutura da pro-
PRADO JR, CAIO. FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO. dução colonial”.
SP: CIA DAS LETRAS, 2011, P. 123 (ADAPTADO)
FRAGOSO, JOÃO E FLORENTINO, MANOLO. O ARCAÍSMO COMO
Considerando o sentido da colonização apontado no PROJETO. RIO DE JANEIRO: DIADORIM, 1993, PP. 15-31.
texto, é correto afirmar que na organização do Brasil
Colonial predominavam: Com base no fragmento acima, considere as seguintes
afirmativas:
a) o latifúndio, o trabalho assalariado e a policultura.
b) a urbanização do interior e a produção monocultora. I. Os grandes traficantes de escravos, que viviam no Bra-
c) o trabalho escravo, o mercado livre e a industrialização. sil, estavam entre os mais ricos da Colônia e também
d) o latifúndio, o trabalho escravo e a agricultura de compravam terras.
exportação.
e) a pequena propriedade, o trabalho dos imigrantes II. O retorno líquido de uma plantation era geralmente in-
e a mineração. ferior ao lucro obtido com o tráfico de africanos.

6. Leia o texto a seguir. III. O projeto colonizador não visava lucros, mas criar um
sistema hierárquico de poder e de acumulação de terras.
Na verdade, a ideologia impessoal do liberalismo demo-
crático jamais se naturalizou entre nós. Só assimilamos Marque o correto:
efetivamente esses princípios até onde coincidiram com a) Somente I e III são verdadeiras.
a negação pura e simples de uma autoridade incômoda, b) Somente II e III são falsas.
confirmando nosso instintivo horror às hierarquias e permi- c) Somente I e II são verdadeiras.
tindo tratar com familiaridade os governantes. d) I, II e III são verdadeiras.
HOLANDA, S. B. DE. RAÍZES DO BRASIL. SÃO PAULO: 8. (UFSJ) Para Caio Prado Jr., A observação de Engels:
COMPANHIA DAS LETRAS, 1995. P. 160. “O núcleo que encerra as verdadeiras descobertas de
Hegel… o método dialético na sua forma simples em
O trecho de Raízes do Brasil ilustra a interpretação de
que é a única forma justa do desenvolvimento do pen-
Sérgio Buarque de Holanda sobre a tradição política bra-
samento”, revela:
sileira. A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.
a) a herança da dialética hegeliana assumida por
I. As mudanças políticas no Brasil ocorreram conservando Karl Marx.

128
b) a filosofia de Marx com sua herança escolástica
partilhada por Hegel.
c) a perspectiva dialética do Homem, que permite
considerá-lo capaz de conceituar termos científicos
no aspecto ou feição do Universo.
d) o tema central da filosofia, a saber, o desenvolvi-
mento da dialética do ser humano, fator determinan-
te do existencialismo contemporâneo.

9. (Fuvest) “No seu conjunto, e vista no plano mundial e


internacional, a colonização dos trópicos toma o aspec-
to de uma vasta empresa comercial, ... destinada a ex-
plorar os recursos naturais de um território virgem em
proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sen-
tido da colonização tropical, de que o Brasil é uma das
resultantes; e ele explicará os elementos fundamentais,
tanto no social como no econômico, da formação e evo-
lução dos trópicos americanos”.
CAIO PRADO JÚNIOR, HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL.

Com base neste texto, podemos afirmar que o autor:


a) indica que as estruturas econômicas não condicionam
a vontade soberana dos homens.
b) demonstra a autonomia existente entre as esferas
social e econômica.
c) propõe uma interpretação econômica sobre a colo-
nização do Brasil, acentuando seu sentido mercantil.
d) dá ao Brasil uma especificidade dentro do contexto
de colonização dos trópicos.
e) confere ao sentido da colonização uma relativa au-
tonomia em relação ao mercado internacional.

10. (UNICAMP) Caio Prado Júnior, falecido em novem-


bro de 1990, foi um dos mais importantes historiadores
brasileiros deste século. No livro FORMAÇÃO DO BRASIL
CONTEMPORÂNEO, de 1942, escreveu:

"O início do século XIX não se assinala para nós unica-


mente por esses acontecimentos relevantes que são a
transferência da sede da monarquia portuguesa para o
Brasil e os atos preparatórios da emancipação política
do Brasil. Ele marca uma etapa decisiva em nossa evo-
lução e inicia em todos os terrenos, social, político e
econômico, uma fase nova."

Para cada um dos "terrenos" mencionados por Caio Pra-


do Jr. ("social, político e econômico") indique e analise
uma transformação importante ocorrida no século XIX.

GABARITO
1B 2C 3C 4D 5D 6B 7C 8A 9C
10. O Brasil viveu sua independência política, porém mar-
cou-se a dependência do capitalismo inglês (divisão inter-
nacional do trabalho) e a sociedade viveu sua organização
aristocrática e a população excluída do regime.

129

Você também pode gostar