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FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO - FIS

Bacharelado em Direito
Autorizado pela Portaria MEC nº 698 de 03.08.2007 publicada no D.O.U. em 06.08.2007

Curso: Bacharelado em Direito


Professor: Renato Godoy Inácio de
Disciplina: Direito Civil IV
Oliveira

DA POSSE

a) Classificação – (CC art.1.196 a 1203)


b) Aquisição – (CC art. 1.204 a 1.209)
c) Efeitos – (CC art. 1210 a 1222)
d) Perda – (CC art. 1223 e 1224)
e) Proteção – (CC art. 920 a 933)

Aquisição da Posse.

O legislador brasileiro, aproximou a definição de aquisição de


posse, do modelo alemão que determinou:

“A posse de uma coisa se adquire pela


obtenção do poder de fato sobre essa
coisa”(g.n)

No direito Brasileiro, a posse identifica-se nos dizeres do art.


1204 do CC de 2002, senão vejamos:

“Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que


se torna possível o exercício, em nome próprio, de
qualquer dos poderes inerentes à propriedade.”(g.n)

Em outras palavras a posse não se adquire pelo exercício do


p o d e r, m a s p e l a o b t e n ç ã o d o p o d e r d e f a t o o u p o d e r d e
ingerência socioeconômica, acarretando a abstenção de terceiros
R. João Luiz de Melo nº 2110, Bairro: Tancredo Neves, CEP:56.909 – 205, Serra Talhada – Pernambuco – Brasil – Fone/Fax: (87) 3831-1472
Coordenação: Prof. Msc. Magno Antonio Leite: e- m ai l :l ei te.m ag no @gm ai l .com : Si te: http://www.fis.edu.br
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em relação a esse mesmo bem. Assim encontramos que


adquirimos a posse pelo exercício do direito.

Quem pode adquirir a posse:

“Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:

I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu


representante;

II - por terceiro sem mandato, dependendo de


ratificação.”(g.n)

Obs. No primeiro ponto, verificamos que a própria pessoa possui


interesse na aquisição da posse, podendo um terceiro capaz,
adquiri-la por meio de instrumento de mandato, ou ainda, quando
incapaz a pessoa adquiri-la por meio de seu representante legal.

Obs.02 No segundo caso, verificamos que um terceiro pode


adquirir a posse em nome de outrem, sem necessariamente
apresentar um instrumento de mandato, simplesmente o que
interessa é a sua intenção.

Obs. Constituto Possessório é quando uma pessoa que


adquire a posse para sí, passa a adquirir a posse em nome de
terceiro.

Ex. Uma pessoa que é possuidora direta, proprietário, aliena sua


casa em nome de terceiro, mas nela permanece como
representante do adquirente.
Pelo Constituto Possessório, a posse se desdobra em duas
faces:

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a)O possuidor antigo, que tinha a posse plena e unificada, se


torna mero possuidor direto.

b)O novo proprietário se investe na posse indireta, em virtude da


convenção.

Obs. A claúsula constituti não se presume, deve estar expressa.


Aplica-se tanto a bens móveis como bens imóveis.

Tr a n s m i s s ã o d a P o s s e M o r t i s C a u s a :

“Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou


legatários do possuidor com os mesmos caracteres.

Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a


posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é
facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos
legais.”

Obs. Os Romanos não admitiam a sucessão da posse mortis


causa, eles empreendiam que com a morte, sumiria o animus,
vontade, necessária para a aquisição.

Obstáculos à Aquisição de Posse :

Art. 1208 do CC:

“Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera


permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua
aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois
de cessar a violência ou a clandestinidade.”(g.n)
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A p r e o c u p a ç ã o d o l e g i s l a d o r, v i a d e r e g r a , s e r i a q u a n t o à
impossibilidade de aquisição da posse por meio violenta,
clandestina ou precária.

A diferença entre permissão e tolerância é que a primeira é


expressa, enquanto que a segunda é virtual ou tácita.

Dos Efeitos da Posse:

Inegável é que a aquisição da posse gera efeitos, onde na


história, antigos escritores, enumeravam em 72(setenta e dois)
efeitos.

Para Savigny, os efeitos são dois: Usucapião e direito de


invocar os interditos.

P a r a E d m u n d o L i n s e Vi c e n t e R á o , e s t e s s u s t e n t a m q u e o s
efeitos da posse, nada mais são do que apenas um, direito de
invocar os interditos, pois o usucapião não seria efeito exclusivo
da posse, inclusive é uma das formas de aquisição de
propriedade.

Para Clovis Beviláqua, os efeitos são sete:

I – Direito ao Uso dos Interditos.


II – A percepção dos frutos.
III – O direito à Retenção por Benfeitorias.
IV – A responsabilidade pelas deteriorações.
V – A posse conduz ao usucapião.
VI – Se o direito do possuidor é contestado o ônus da prova
compete ao adversário, pois a posse se estabelece pelo fato.
VII – O possuidor goza de posição mais favorável em atenção à
propriedade, cuja defesa se completa pela posse.
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Definições importantes:

E s b u l h o : É a r e t i r a d a f o r ç a d a d o b e m d e s e u l e g í t i m o p o s s u i d o r,
que pode se dar violenta ou clandestinamente. Neste caso, o
possuidor esbulhado tem o direito de ter a posse de seu bem
restituída utilizando-se, para tanto, de sua própria força, desde
que os atos de defesa não transcendam o indispensável à
restituição. O possuidor também poderá valer-se da ação de
reintegração de posse para ter seu bem restituído.

Tu r b a ç ã o : É a c o n d u t a q u e i m p e d e o u a t e n t a c o n t r a o e x e r c í c i o
d a p o s s e p o r s e u l e g í t i m o p o s s u i d o r, p o d e n d o s e r p o s i t i v a ,
quando o agente de fato invade o imóvel e o ocupa, não
importando se de forma parcial ou total, ou negativa, quando o
agente impede que o real possuidor se utilize de seu bem como,
por exemplo, fazendo construções no local.

Especificações:

I – Direito ao Uso dos Interditos – É o direito de propor as ações


possessórias, sendo o primeiro e o mais importante efeito da
posse.

As principais ações possessórias são: Manutenção, Reintegração


e Interdito Proibitório, que são formas evoluídas do Direito
Romano.

No direito Romano existiam três espécies de interdito:


adipiscendae possessionis, retinendae possessionis e
recuperandae possessionis .

No primeiro, este conferia posse ao litigante vencedor no pleito


judiciário.
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Segundo tinha por objetivo a defesa da posse contra atos


turbativos.

a)Para proteção dos bens imóveis seria interdito uti possidetis.

b) Para proteção dos bens móveis o interdito seria utrubi.

O terceiro, destinava-se a devolver a posse ao possuidor que


tivesse o seu direito de posse arrebatado pela violência.

O sistema brasileiro admite seis modalidades de ações para


defesa da posse:

I – Ação de Manutenção de Posse – Equivalente ao retinendae


possessionis, também chamada de Ação de força nova turbativa.

II – Ação de Reintegração de Posse – que corresponde ao


recuperandae possessionis, também denominada de ação de
força nova espoliativa, interdito recuperatório, ação de esbulho.

III – Interdito proibitório, também chamado de preceito


cominatório(obrigação de fazer ou não fazer).

IV – Ação de imissão de posse.

V – E m b a r g o s d e t e r c e i r o s e n h o r e p o s s u i d o r.

VI – Ação de nunciação de obra nova.

Especificidades:

Ação de Manutenção de Posse –

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“Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na


posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se


ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir
além do indispensável à manutenção, ou restituição da
posse.

§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a


alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a
coisa.”(g.n)

Tu r b a ç ã o é a a g r e s s ã o m a t e r i a l d i r i g i d a c o n t r a a p o s s e .

Obs.A turbação distingue-se do esbulho, porque com o esbulho a


posse seria arrebatada, sendo o possuidor privado da posse. No
caso da turbação não, na turbação o possuidor continua na posse
dos bens, sendo apenas cerceado em seu exercício.

Para Propor a Ação de Manutenção o réu tem de comprovar os


seguintes requisitos:

a)A sua posse.

b)A turbação praticada pelo réu.

c)A data de turbação.

d)A continuação da Posse embora turbada.

Tu d o , c o n f o r m e o a r t . 9 2 7 d o C P C :

“Art. 927. Incumbe ao autor provar:


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I - a sua posse;

Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção; a perda da posse, na ação de
reintegração.”(g.n)

Obs. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório a


cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho. CC
art. 921, II:

“Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez


de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos
requisitos estejam provados.

Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o


de:

I - condenação em perdas e danos;

Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou


esbulho;(astreinte)

III - desfazimento de construção ou plantação feita em


detrimento de sua posse.”(g.n)

Há controvérsias com relação ao prazo de contagem ano e


dia quando continuada a turbação, ou reiterados os atos turbativos.

Para tal devem ser levados em consideração alguns


elementos:

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a) Se existem atos sucessivos, sendo os primeiros


meramente preparatórios, estes não constituiriam turbação, sendo
assim, o ultimo ato integratório, o chamado de vis inquietativa,
começará a correr o prazo.

b)Os vários atos inquietativos, são distintos e nenhum nexo


de causalidade. Neste caso em sendo distintas as turbações, cada um
corresponderá a uma ação.

c)Atos sucessivos com relação de causalidade entre si. No


caso de um vizinho de condomínio, se apossar de um terreno, limpá-lo
e iniciar uma edificação. Existem dois posicionamentos doutrinários,
no primeiro, começaria a contar do primeiro ato, o segundo começaria
a contar do segundo ato, que seria consequência do primeiro.

Ação de reintegração de posse – Deve ser impetrada


quando o possuidor for esbulhado de sua posse, com o fim de ser
restituído da posse. Art. 1210 do CC:

“Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na


posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se


ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir
além do indispensável à manutenção, ou restituição da
posse.

§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração


na posse a alegação de propriedade, ou de
outro direito sobre a coisa.”(g.n)

Os elementos essenciais à interposição da ação são,


conforme previstos no art. 927 do CPC:

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“Art. 927. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção; a perda da posse, na ação de
reintegração.”(g.n)

O Esbulho, conforme visto é o ato pelo qual o possuidor se


vê privado da posse violenta, clandestinamente ou por precariedade.

Interdito Proibitório – Destina-se apenas a proteger a


posse, na iminência ou sob ameaça de ser molestada.

Aplica-se o previsto no art. 927 do CPC:

“Art. 927. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada,


na ação de manutenção; a perda da posse, na
ação de reintegração.”(g.n)

Acrescentando-se o previsto no art. 932:

“Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que


tenha justo receio de ser molestado na posse,
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poderá impetrar ao juiz que o segure da


turbação ou esbulho iminente, mediante
mandado proibitório, em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária, caso transgrida
o preceito.”(g.n)

Previsão da Fungibilidade art. 920 CPC:

“Art. 920. A propositura de uma ação


possessória em vez de outra não obstará a
que o juiz conheça do pedido e outorgue a
proteção legal correspondente àquela, cujos
requisitos estejam provados.”(g.n)

Atos Processuais Previstos para as Ações Possessórias:

“Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório


o de:

I - condenação em perdas e danos;

Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou


esbulho;

III - desfazimento de construção ou plantação feita em


detrimento de sua posse.

Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi


o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

Art. 923. Na pendência do processo possessório, é


defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de
reconhecimento do domínio.

Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de


reintegração de posse as normas da seção seguinte,
quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do
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esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não


perdendo, contudo, o caráter possessório.

Art. 925. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor


provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece
de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação,
responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo
de 5 (cinco) dias para requerer caução sob pena de ser
depositada a coisa litigiosa.”(g.n)

Embargos de Terceiro

O CPC refere-se aos embargos de terceiro não no capitulo relativo às


ações possessórias, mas entre os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa.

Efetivamente, os embargos de terceiro representam a própria ação de


manutenção, ou de reintegração de posse, que, por necessidade de ordem prática,
adota forma processual diversa.

Têm eles, como pressuposto essencial, ato de apreensão judicial, praticado


em detrimento do terceiro embargante.

Com efeito, dispõe o art. 1.046 do CPC:

“Art. quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação


ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão
judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto,
seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento,
inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam
manutenidos ou restituídos por meio de embargos”.(g.n)

O CPC, em seu art. 1.046, § 1º, estabelece que “os embargos podem ser
de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor”.

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Deduzindo os embargos, caber-lhe-á, tão somente, defender seu domínio e


posse, não se lhe permitindo, de forma alguma, argüir nulidades por acaso existentes
no processo principal, ou, ainda, prescrição da execução movida contra o executado.

Os embargos serão admissíveis em qualquer tempo, antes de sentença


final, ou, na execução, até cinco dias depois da arrematação, adjudicação, ou remissão,
mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

“Art. 1.049. Os embargos serão distribuídos por


dependência e correrão em autos distintos perante o
mesmo juiz que ordenou a apreensão.

Art. 1.052. Quando os embargos versarem sobre todos os


bens, determinará o juiz a suspensão do curso do
processo principal; versando sobre alguns deles,
prosseguirá o processo principal somente quanto aos
bens não embargados.”(g.n)

Havendo, domínio ou posse, ou ambos, em favor do terceiro embargante,


molestado pro ato de apreensão judicial, o juiz receberá os embargos para a discussão
e prova, de acordo com o art. 1.050 e § 1º do CPC.

“Art. 1.050. O embargante, em petição elaborada com


observância do disposto no art. 282, fará a prova sumária
de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas.

§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar


designada pelo juiz.”(g.n)

Admitem-se ainda embargos de terceiro:

“I – para a defesa da posse, quando nas ações de divisão


ou de demarcação for o imóvel sujeito a atos materiais,
preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de
rumos;

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II – para o credor com garantia real obstar alienação


judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese. (CPC,
art. 1.047)”(g.n)

Nunciação de obra nova

O embargo de obra nova pode ser requerido não só para a defesa do


domínio, como igualmente para defesa da posse. Sob esse último aspecto, a nunciação
será, inquestionavelmente, de natureza possessória.

“Art. 934. Compete esta ação:

I - ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a


edificação de obra nova em imóvel vizinho Ihe prejudique
o prédio, suas servidões ou fins a que é destinado;
II - ao condômino, para impedir que o co-proprietário
execute alguma obra com prejuízo ou alteração da coisa
comum;
III - ao Município, a fim de impedir que o particular
construa em contravenção da lei, do regulamento ou de
postura.”(g.n)

Compete essa ação a quem considere prejudicial ao seu domínio ou posse,


obra nova em vias de conclusão no prédio vizinho. Seu objetivo é impedir que o
prejuízo se consuma pela ultimação da obra. Exemplificativamente, proíbe a lei que na
construção vizinha se abra janela e menos de metro e meio.
Art. 1.301 do CC:

Ação de Imissão de posse

Essa rubrica foi censurada por CAMARA LEAL, para quem a expressão
correta seria, do ponto de vista gramatical, imissão na posse.

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Aliás, a Lei n. 1.522, de 26/12/1951, art. 12, § 1º, depois revogada pela Lei
Delegada n.4, de 26/09/1962, art. 25, sensível, talvez, a essa crítica, falava em imissão
na posse.

A ação de imissão de posse pode ser conceituada, inicialmente, como o


meio processual cabível para conferir posse a quem ainda não a tem, ou, nas palavras
do professor Ovídio Baptista, como a ação quevisa a proteger "o direito a adquirir uma
posse que ainda não desfrutamos" .

O art. 381 do Código de Processo Civil revogado previa em seus incisos os


casos de cabimento da ação de imissão de posse.

O inciso I do referido artigo dizia ser a ação de imissão conferida ao


adquirente para haver a posse do bem adquirido, contra o alienante. Os incisos II e III
tratavam da ação de imissão de posse conferida aos administradores e mandatários.

O nosso ordenamento jurídico, entende por possível a Imissão de Posse


em duas circunstâncias:

a) Constituto Possessório

b) Sucessão Hereditária

Obs. As ações possessórias têm regime jurídico próprio, inconciliáveis com


a essência da ação de imissão (por exemplo, a fungibilidade, não sendo possível
imaginá-la entre a ação de reintegração e a de imissão, pois a causa de pedir dessas
ações é diversa).

Obs.02 Igualmente não se confunde a ação questionada com a imissão de


posse da coisa expropriada, pedida pelo poder expropriante, em seu favor, em duas
ocasiões:

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Autorizado pela Portaria MEC nº 698 de 03.08.2007 publicada no D.O.U. em 06.08.2007

 Provisoriamente, até a sentença proferida na causa, depositando a quantia a que


se refere a Lei n. 2.786, de 21-5-1956, art. 2º, e da qual o desapropriado pode
levantar até 80% (art. 6º)

 Definitivamente, depois de proferida a sentença, depositando o preço nela fixada.

De qualquer forma, urge não confundir a imissão com as demais ações


possessórias. Nestas, não se discute o domínio, e o autor de inicio precisa provar sua
posse, turbada, esbulhada ou simplesmente ameaçada; naquela, discute-se o domínio
e o requisito da posse inexiste, porquanto, se existisse não caberia imissão.

DA PERDA DA POSSE

Generalidades

O possuidor conserva a posse enquanto se comporta em face da coisa


como o faria verdadeiro proprietário. Perdê-la-á, portanto, quando deixar de se conduzir
como dono diante do que lhe pertence. A maneira de servir-se da coisa é elemento
revelador do verdadeiro proprietário. Igualmente o possuidor há de manifestar pela
coisa possuída o mesmo interesse, uma vez que a posse outra coisa não é senão a
visibilidade do domínio. Se o possuidor não evidencia essa diligencia, privando-se de
seus direitos sobre a coisa, perder-lhe-á a posse.

Art. 1.223 do CC: Perde-se a posse quando cessa,


embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o
bem, ao qual se refere o art. 1.196.

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Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem


de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.

Em primeiro lugar, perde-se a posse das coisas pelo abandono, que é ato
voluntário, pelo qual o possuidor manifesta intenção de largar o que lhe pertence.

Exemplo típico de perda de posse pelo abandono se depara no ato de


pessoa que atire à rua objeto seu.

Art. 1.275, III, CC: Além das causas consideradas neste


Código, perde-se a propriedade:
III - por abandono;

Mas nem sempre abandono da posse significa abandono da propriedade.

Com relação aos bens imóveis, haverá abandono se o possuidor se


ausenta indefinidamente, não se utilizando deles e não deixando representante.

Não haverá abandono, porém, se a desocupação do imóvel representa


fenômeno natural de sua utilização, como, por exemplo, se se trata de casa de campo.

Em segundo lugar, perde-se a posse pela tradição, que se apresenta sobre


duas faces: simples entrega da coisa sem intenção de transferir posse e entrega da
coisa de uma a outra pessoa, concorrendo na primeira a intenção de transmitir, e, na
segunda, a intenção de adquiri a posse.

Em terceiro lugar, perde-se a posse pela perda da coisa ou destruição dela,


ou por ser posta fora do comercio.
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Quanto à perda da coisa móvel, sua posse, vem a desaparecer verificada a


impossibilidade de reencontrá-la.

Também se perde a posse pela destruição da coisa possuída. A perda da


coisa pode resultar de acontecimento natural ou fortuito.

Por igual, posta a coisa fora do comércio, perde o possuidor a posse.

Em quarto lugar, perde-se ainda posse pela posse de outrem, ainda


contra a vontade do possuidor, se este não foi manutenido ou reintegrado em tempo
competente.

O tempo competente é o prazo de ano e dia.

Constituto possessório

“Art. 1.267, parágrafo único do CC: A propriedade das


coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da
tradição.

Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o


transmitente continua a possuir pelo constituto
possessório; quando cede ao adquirente o direito à
restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro;
ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por
ocasião do negócio jurídico.”(g.n)

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Perda da posse dos direitos

Perde-se a posse dos direitos, em se tornando impossível de exercê-los, ou não se


exercendo no tempo, que baste para prescreverem.

Exemplo:

Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao


dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar,
mediante a prova da extinção:

III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.

Reivindicação das coisas móveis

Relativamente às coisas móveis, nenhuma duvida pode pairar, sabido que


não se encontra guarida em nosso direito a velha máxima do direito Francês: en fait de
meubles la possession vaut titre. De acordo com essa regra, a posse produz em favor
de terceiro de boa-fé o mesmo efeito do próprio título.

Art. 907. Aquele que tiver perdido título ao portador ou


dele houver sido injustamente desapossado poderá:
I - reivindicá-lo da pessoa que o detiver;
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem
não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.

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