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Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

ANEXO VIII
Propriedades de gases
comprimidos

VIII - 1
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

VIII - 2
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Acetileno

F+

R5, R6, R12


S9, S16, S33

PROPRIEDADES
• Combustível.
• Não é tóxico mas contém impurezas como sulfureto de hidrogénio e fosfina pelo que não deve ser inalado.
• Asfixiante por substituição do oxigénio do ar.
• São explosivas as misturas de ar/acetileno (com quantidades de acetileno compreendidas entre 2,2 e 85%) e oxigénio/acetileno (com
quantidades de acetileno compreendidas entre 2,8 e 93%), quando em contacto com ar (valores a 20 ºC e pressão atmosférica).
• Incolor.
• Odor característico a alho.
• Em concentrações elevadas tem propriedades anestesiantes.
• Mais leve que o ar.

RISCOS
 Com o produto:
• Explosão quando em contacto com o ar.
• Decomposição acidental.
• Em elevadas concentrações pode causar asfixia. Os sintomas podem incluir perda de conhecimento e motricidade. A vítima pode não
ter percepção da asfixia.
• Em baixas concentrações pode ter efeitos narcotizantes. Os sintomas podem ser: vertigens, dor de cabeça, náuseas e perda de
coordenação.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• Nunca utilizar material eléctrico não adequado em qualquer lugar susceptível de formar, mesmo que acidentalmente, uma atmosfera
com acetileno.
• Utilizar exclusivamente material compatível com o acetileno e em bom estado para evitar fugas.
• Fazer verificações periódicas do material, em particular das válvulas anti-retorno.
• Instalar redutores de débito para diminuir os riscos em caso de ruptura de flexíveis ou tubagens.
• Nunca utilizar as garrafas deitadas.
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão dos recipientes.
• Nunca fazer, em caso algum, chama nas proximidades.
• Recomenda-se vivamente a utilização generalizada de dispositivos corta-chamas, que já são obrigatórios para instalações fixas de
distribuição. Estes aparelhos evitam os riscos de propagação de chama por decomposição acidental do acetileno, indicada por um
incidente, por exemplo, entrada local de oxigénio no acetileno.
• Abrir e fechar as válvulas das garrafas.

 Com o produto:
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás, devem ser bem arejadas ou ventiladas, de modo a evitar uma concentração de
acetileno superior a 2,2% (limite inferior de inflamabilidade).
• Nunca entrar num espaço confinado que já tenha contido o gás, sem tomar as devidas precauções, nomeadamente inertizar, medir o
teor de oxigénio e o limite inferior de inflamabilidade (explosivímetro).
• Purgar as canalizações com azoto antes e depois de qualquer intervenção.
• Nunca transferir acetileno de uma garrafa para outra.
• O débito de saída máximo para uma garrafa de 6 m3 não deve ultrapassar 1 m3/h. Em caso de necessidade de maiores débitos, usar
mais do que uma garrafa ou mesmo quadros.
• Nunca acoplar garrafas com pressões sensivelmente diferentes.

VIII - 3
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga não inflamada:
• Evitar exposição à fuga.
• Fechar a válvula da garrafa ou de isolamento do circuito com fuga quando isto for possível sem risco.
• Quando for impossível aplicar a medida anterior, levar a garrafa para o ar livre e interditar a proximidade de veículos, material
eléctrico e fogo.
• Controlar a quantidade de acetileno, com explosivímetro, antes de entrar na zona do acidente.
• Antes de qualquer intervenção para reparações, purgar as tubagens e aparelhos com azoto, e verificar que o valor do acetileno é
inferior a 2,2%.

 Em caso de fuga inflamada:


• Fechar a válvula da garrafa ou de isolamento do circuito quando isto for possível sem risco.
• A combustão incompleta do acetileno pode formar monóxido de carbono.
• Se a fuga não pode ser isolada:
- Chamar os bombeiros
- Evacuar a zona e impedir o acesso a pessoal não autorizado
- Manter a garrafa e os equipamentos circundantes frios regando-os com água, de longe, protegendo-se atrás de uma
parede de betão
- Colocar a garrafa numa zona isolada
- Levar em conta a possibilidade de reavivamento do incêndio

 Em caso de garrafa quente:


• Fechar a válvula da garrafa ou de isolamento do circuito com fuga quando isto for possível sem risco.
• Regar abundantemente a garrafa com água, protegendo-se contudo contra possível explosão.
• Continuar com este procedimento até ter certeza de que a reacção no interior da garrafa foi extinta (esta verificação pode ser feita
simplesmente interrompendo a rega e verificando se não há libertação de vapor de água).
• Verificar, pelo tacto, se a garrafa está fria.
• Se após algumas horas a garrafa não voltar a aquecer a reacção foi convenientemente extinta. Convém, contudo, manter a garrafa
submersa em água durante aproximadamente 12 horas.

 Em caso de asfixia:
• Assegurar-se da possibilidade de penetrar na zona contaminada sem perigo (teor de O2 e explosivímetro).
• Remover a vítima do local, o mais rapidamente possível, e colocá-la numa atmosfera normal.
• Começar de imediato a aplicar respiração artificial.
• Chamar o médico.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• As peças metálicas postas em contacto com o gás (juntas, freios e diafragmas), não podem nunca ser de prata, cobre, mercúrio,
ligas com mais de 65% de cobre, ou soldaduras com mais de 50% de prata, sob o risco de formação de compostos explosivos.

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Garantir que o equipamento esteja ligado à terra.
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• As embalagens cheias e vazias devem ser guardadas no exterior dos edifícios, e não ser expostas a temperaturas superiores a 50
ºC.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas com gases (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Armazenar longe de gases comburentes.
• Evitar toda e qualquer fonte de ignição.
• Não fumar ou foguear nas proximidades.
• Evitar os choques.
• Conservar o produto nas garrafas de origem de acordo com regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• Trabalhar numa atmosfera ventilada e/ou na presença de detectores apropriados.
• Utilizar unicamente materiais compatíveis com o acetileno.

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as embalagens vazias ao fornecedor.

VIII - 4
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Árgon Gasoso (Ar)

PROPRIEDADES
• Não inflamável.
• Não tóxico.
• Não corrosivo.
• Incolor.
• Inodoro.
• Mais denso que o ar.

RISCOS
 Com o produto:
• Asfixiante por substituição do oxigénio do ar.
• Acumulação nos pontos baixos.
• Uma atmosfera para ser respirável deve conter pelo menos 18% de oxigénio.
• Em elevadas concentrações pode causar asfixia. Os sintomas podem incluir perda de conhecimento e motricidade. A vítima pode
não ter percepção da asfixia.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão dos recipientes.
 Com o produto:
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás, devem ser devidamente arejadas ou ventiladas, de modo a permitir que o teor
de oxigénio não desça abaixo de 18%.
• Suprimir todas as comunicações entre os locais de armazenamento e/ou utilização, e as zonas baixas, pois o gás tem tendência à
acumulação nestes espaços tornando a atmosfera não respirável.
• Na impossibilidade de aplicação da medida anterior, o acesso a essas zonas deve ser restrito, e quando necessário, elas devem ser
devidamente ventiladas, e o teor de oxigénio medido.
• Nunca entrar num espaço confinado que já tenha contido o gás, sem tomar as devidas precauções, nomeadamente medir o teor de
oxigénio.
• Evitar a entrada de árgon para valas, esgotos ou outros locais em que a sua acumulação possa ser perigosa.

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga:
• Fechar a válvula que permite isolar a fuga.
• Evacuar o local.
• Arejar devidamente a zona.
• Em caso de necessidade de entrar na zona poluída antes que o teor de oxigénio seja reposto a 18%, utilizar um aparelho autónomo
de respiração e cinto de segurança que lhe permita ser puxado para o exterior em caso de perda de sentidos.
 Em caso de asfixia:
• Remover a vítima do local, o mais rapidamente possível, e colocá-la numa atmosfera normal.
• Em caso de paragem respiratória, aplicar respiração artificial.
• Se necessário administrar oxigénio com um respirador.
• Chamar o médico.
• Prosseguir o tratamento até à chegada do médico.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• Não são conhecidas quaisquer incompatibilidades de materiais com o árgon.

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• As embalagens cheias e vazias devem ser guardadas no exterior dos edifícios, e não ser expostas a temperaturas superiores a 50
ºC.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas com gases (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Conservar o produto nas garrafas de origem de acordo com a regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• Utilizar o aparelho de respiração autónomo e cinto de segurança para penetrar nas zonas suboxigenadas.

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as garrafas vazias ao fornecedor.

VIII - 5
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Azoto Gasoso (N2)

PROPRIEDADES
• Não inflamável.
• Não tóxico, mas não mantém a vida.
• Não corrosivo.
• Incolor.
• Inodoro.
• Mais leve que o ar.

RISCOS
 Com o produto:
• Em elevadas concentrações pode causar asfixia. Os sintomas podem incluir perda de conhecimento e motricidade. A vítima pode
não ter percepção da asfixia.
• Asfixiante por substituição do oxigénio do ar (o azoto puro provoca a perda quase imediata de sentidos e morte quase instantânea).
• Uma atmosfera para ser respirável deve conter pelo menos 18% de oxigénio.
• Uma quantidade insuficiente de oxigénio provoca desmaios e paragem respiratória.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão dos recipientes.
 Com o produto:
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás, devem ser devidamente arejadas ou ventiladas, de modo a permitir que o teor
de oxigénio não desça abaixo de 18%.
• Nunca entrar num espaço confinado que tenha já contido o gás, sem tomar as devidas precauções, nomeadamente medir o teor de
oxigénio.
• Utilizar um aparelho de respiração autónomo e cinto de segurança para penetrar nas zonas suboxigenadas.

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga:
• Fechar a válvula que permite isolar a fuga.
• Arejar devidamente a zona.
• Evacuar o local.
• Nunca penetrar na zona contaminada sem antes confirmar que a quantidade de oxigénio é no mínimo de 18%, ou se for necessário
fazê-lo, utilizar um aparelho autónomo de respiração e cinto de segurança.
 Em caso de asfixia:
• Remover a vítima do local, o mais rapidamente possível, e colocá-la numa atmosfera normal.
• Em caso de paragem respiratória, aplicar respiração artificial.
• Chamar o médico.
• Se necessário administrar oxigénio até à chegada de um médico.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• Não são conhecidas quaisquer incompatibilidades de materiais com o azoto.

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• As embalagens cheias e vazias devem ser guardadas no exterior dos edifícios, e não ser expostas a temperaturas superiores a 50
ºC.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas com gases (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Conservar o produto nas garrafas de origem de acordo com a regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• As embalagens que tenham sido sujeitas a aquecimento não devem ser reutilizadas. Prevenir o fornecedor.

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as embalagens vazias ao fornecedor.

VIII - 6
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Dióxido de Carbono (CO2)

PROPRIEDADES
• Não inflamável, incolor e odor ligeiramente ácido em concentrações elevadas.
• Não comburente.
• Não corrosivo excepto quando misturado com água.
• A utilização em fase gasosa produz uma vaporização de líquido com arrefecimento importante.
• 1 kg de líquido liberta cerca de 500 litros de gás.
• A neve carbónica (CO2 sólido) apresenta uma temperatura de –80 ºC e pode carregar-se de elctricidade estática.
• Mais denso que o ar.
• Modifica o ritmo respiratório.

RISCOS
 Com o material:
• Um arrefecimento excessivo provoca a sua passagem ao estado sólido no interior da garrafa, e consequente fragilização do metal, e
possibilidade de entupimento ou obturação de tubagens interiores e saídas.

 Com o produto:
• Em elevadas concentrações pode causar asfixia. Os sintomas podem incluir perda de conhecimento e motricidade. A vítima pode
não ter percepção da asfixia.
• Asfixiante por substituição do oxigénio, produzindo um efeito narcótico e perturbações respiratórias a partir de concentrações de 2%
(acima de 7% pode provocar uma rápida perda de conhecimento).
• O contacto do CO2 sólido com a pele provoca queimaduras pelo frio.
• O esvaziamento rápido de uma garrafa de CO2 é acompanhado pela passagem deste ao estado sólido e provoca facilmente
descargas eléctricas para a atmosfera, criando um risco se esta for explosiva.
• A libertação do gás produzido pelo aquecimento do sólido ou do líquido, provoca um aumento de pressão quando levado a cabo em
espaços fechados, havendo o risco de ruptura do material.
• Acumulação nas zonas baixas.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão dos recipientes.
• Não descer abaixo dos –20 ºC na parede da garrafa, em caso de excesso de débito da fase gasosa.
• Nunca aquecer uma garrafa com uma chama, e sim em banho-maria não ultrapassando os 50 ºC.
• Colocar dispositivos de segurança contra aumento de pressão em todo o circuito de CO2 líquido.
• Os contentores de CO2 sólido não devem ser hermeticamente fechados, e sim conter aberturas para desgasificação.
• Nos circuitos de CO2 líquido prever dispositivos de segurança contra sobre-pressões.

 Com o produto:
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás, devem ser devidamente arejadas ou ventiladas, de modo a manter um teor de
CO2 inferior a 0,5% (concentração máxima admissível para uma exposição de 8h/dia).
• Suprimir toda a comunicação entre os locais de armazenamento e/ou utilização, e as zonas baixas, pois o gás tem tendência à
acumulação nestes espaços tornando a atmosfera não respirável.
• Na impossibilidade de aplicação da medida anterior, o acesso a estas zonas deve ser restrito, e quando necessário, elas devem ser
devidamente ventiladas, e o teor de oxigénio medido. Verificar que o teor de CO2 é menor que 2%.
• As instalações de inertização com CO2 devem ser devidamente estudadas, de modo a evitar descargas eléctricas em atmosferas
explosivas.
• Utilizar elementos protectores como luvas e óculos, quando se manipula CO2 líquido ou sólido.

VIII - 7
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga:
• Fechar a válvula que permite isolar a fuga.
• Arejar devidamente a zona.
• Evacuar o local.
• Para que seja respirável, uma atmosfera deve conter no mínimo 18% de oxigénio. Em função da concentração de CO2 na atmosfera,
os sintomas observados são:
- 2 a 7%: activação dos fenómenos respiratórios.
- 7 a 15%: dores de cabeça, náuseas, vómitos e eventual perda de sentidos.
- 20%: perda de consciência e paragem respiratória.
- 40%: paralisia imediata, paragem do aparelho respiratório e cardíaco.

 Em caso de asfixia:
• A pessoa que vai prestar os primeiros socorros deve munir-se de um aparelho de respiração autónomo, e de um cinto de segurança
que o ligue ao exterior de modo e poder ser facilmente retirado da atmosfera contaminada em caso de dificuldades.
• Remover a vítima do local, o mais rapidamente possível, e colocá-la numa atmosfera normal.
• Começar de imediato a aplicar respiração artificial.
• Chamar o médico.
• Chamar os bombeiros.

 Em caso de projecção de CO2 líquido:


Para os olhos:
• Lavar os olhos com água abundante durante pelo menos 15 minutos.
• Chamar um oftamologista.
Para a pele:
• Não esfregar.
• Desapertar ou arrancar a roupa se necessário.
• Descongelar as partes afectadas com um aquecimento moderado e progressivo (preferencialmente com água tépida ou por contacto
com uma parte quente do corpo).
• Aplicar um penso esterilizado.
• Chamar o médico.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• É incompatível com materiais não resistentes a temperaturas negativas.

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• Para as formas gasosa e líquida: as embalagens cheias e vazias devem ser guardadas no exterior dos edifícios, e não ser expostas
a temperaturas superiores a 50 ºC.
• Para a forma sólida: nunca guardar num recipiente estanque.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas de gases (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Conservar o produto nas garrafas de origem de acordo com a regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• Utilizar um aparelho de respiração autónomo e cinto de segurança para penetrar em zonas suboxigenadas.

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as embalagens vazias ao fornecedor.

VIII - 8
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Hidrogénio (H2)

F+

R12
S9, S16, S33

PROPRIEDADES
• São inflamáveis as misturas ar/hidrogénio com 4 a 74,5% de hidrogénio e oxigénio/hidrogénio com 4 a 94% de hidrogénio.
• O hidrogénio inflama-se muito facilmente e arde com uma chama muito quente e quase invisível.
• Não tóxico.
• Não corrosivo.
• Incolor.
• Inodoro.
• Mais leve que o ar.

RISCOS
 Com o produto:
• Em elevadas concentrações pode causar asfixia. Os sintomas podem incluir perda de conhecimento e motricidade. A vítima pode
não ter percepção da asfixia.
• Explosão em caso de:
- Fuga de hidrogénio para a atmosfera.
- Introdução de hidrogénio num espaço com ar.
- Entrada de ar nas canalizações de hidrogénio.
• Ao aproximar-se de uma fuga que não se suspeita de estar a arder há o risco de queimadura.
• Uma fuga acidental pode inflamar-se espontaneamente, especialmente perto de uma chama, cigarro ou faísca.
• Acumulação nas zonas altas.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão das garrafas.
• Nunca utilizar material eléctrico não adequado em qualquer local susceptível de formar, mesmo que acidentalmente, uma atmosfera
de hidrogénio.
• Evitar choques de garrafas não as colocando em locais movimentados.
• Evitar todas as fugas de hidrogénio, limitando ao mínimo o número de raccords e usando material em bom estado e próprio para
trabalhar com hidrogénio.
• Colocar válvulas anti-retorno nos circuitos de alimentação.
• Colocar eventuais detectores nas zonas altas.
• Escolher materiais resistentes à temperatura.
• Utilizar ferramentas anti-deflagrantes.

 Com o produto:
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás devem ser devidamente arejadas ou ventiladas e conter orifícios de arejamento
nas zonas altas.
• Manter o gás afastado de fontes de calor como cigarros, chamas, faíscas produzidas por ferramentas ou choques de materiais,
superfícies quentes (acima de 550 ºC), descargas de electricidade estática e equipamentos eléctricos não protegidos.
• Não colocar garrafas de hidrogénio perto das garrafas de oxigénio.
• Purgar com azoto as tubagens e equipamentos antes de receber hidrogénio.
• Nunca utilizar uma chama para detectar fugas.
• Para grandes débitos prever expansões duplas de modo a evitar aquecimento excessivo.

VIII - 9
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga não inflamada:
• Fechar a válvula da garrafa ou do circuito com fuga quando isto for possível sem risco.
• Não utilizar chamas ou aparelhos eléctricos não apropriados antes de o local ser devidamente arejado, dando especial relevo às
zonas altas.
• Antes de qualquer intervenção para reparações, purgar as tubagens e aparelhos com azoto.

 Em caso de fuga inflamada:


• Fechar a válvula que permite isolar a fuga, quando isto for possível sem risco.
• Não se deve apagar o fogo enquanto o hidrogénio não tiver sido totalmente consumido, pois o gás ao misturar-se com a atmosfera
cria o risco de explosão, mais grave que o próprio incêndio.
• A chama do hidrogénio é quase invisível, portanto quando é necessária uma aproximação, há que fazê-la com precaução, por
exemplo, levando à frente um pedaço de papel ou uma vara para detectar a chama.
• Utilizar extintores de pó atacando a chama por trás (de costas para o vento).
• Se a fuga não pode ser isolada:
- Chamar os bombeiros.
- Evacuar a zona e impedir o acesso a pessoal não autorizado.
- Manter a garrafa e os equipamentos circundantes frios, regando-os com água.
- Colocar a garrafa numa zona isolada e devidamente sinalizada.

 Em caso de asfixia:
• Assegurar-se da possibilidade de penetrar na zona contaminada sem perigo (explosivímetro e teor de oxigénio).
• Remover a vítma do local, o mais rapidamente possível, e colocá-la numa atmosfera normal.
• Em caso de paragem respiratória aplicar respiração artificial.
• Chamar o médico.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• Embora não corrosivo, é incompatível com aços ferríticos, titânio e cobre desoxidulado..

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Garantir que o equipamento esteja ligado à terra.
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• As embalagens cheias e vazias devem ser armazenadas no exterior do edifício e não ser expostas a temperaturas superiores a 50
ºC.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas de gás (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Armazenar longe de gases comburentes (por exemplo, oxigénio).
• Evitar toda e qualquer fonte de ignição bem como acumulação de cargas electrostáticas.
• Não fumar ou foguear nas proximidades.
• Conservar o produto nas embalagens de origem de acordo com a regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• Trabalhar numa atmosfera ventilada e/ou na presença de um detector de atmosfera explosiva.
• Utilizar o sistema FIFO (o material que se encontra há mais tempo em armazém deve ser o primeiro a ser consumido).

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as embalagens vazias ao fornecedor.

VIII - 10
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

Oxigénio gasoso (O2)

R8
S17

PROPRIEDADES
• O oxigénio do ar (21% de oxigénio) mantém a vida e as combustões (comburente). Para concentrações superiores a 23% as
combustões são activadas podendo mesmo tornar-se explosivas.
• Não tóxico, mas uma atmosfera com mais de 75% de oxigénio não é respirável.
• Incolor.
• Inodoro.
• Sem sabor.
• Não inflamável.
• Mais denso que o ar.

RISCOS
 Com o produto:
• A inalação contínua em concentrações superiores a 75% pode causar náuseas, vertigens, dificuldades respiratórias e convulsões.
• A maior parte dos corpos, e sobretudo os materiais orgânicos (gorduras, tecido, madeira, papel, matérias plásticas) inflamam-se na
presença de oxigénio quando em contacto com uma fonte de ignição.
• Objectos gordurosos podem inflamar-se espontaneamente quando em contacto com o oxigénio.
• A sobre-oxigenação de um local ou espaço confinado (atmosfera com mais de 21% de oxigénio), torna-se perigosa, pois a mais
pequena fonte de ignição (por exemplo um cigarro ou faísca eléctrica) pode incendiar um corpo combustível (por exemplo vestuário).
• Há materiais que não são combustíveis no ar mas ardem no oxigénio.

PRECAUÇÕES ESSENCIAIS
 Com o material:
• A exposição ao fogo pode provocar ruptura e/ou explosão dos recipientes.
• Utilizar apenas materiais a aparelhos específicos para o oxigénio.
• È expressamente proibido lubrificar e engordurar as torneiras, válvulas, tubagens e mangueiras, ou qualquer outra parte do circuito
de oxigénio.
• Antes de ligar um regulador a uma garrafa, inspeccioná-lo cuidadosamente, de modo a comprovar que este e o filtro de entrada não
contêm óleo, gorduras ou outros hidrocarbonetos.
• Abrir e fechar lentamente as válvulas.
• É interdito fazer a manutenção ou qualquer outra alteração das válvulas das garrafas por parte do utilizador.

 Com o produto:
• Alimenta a combustão.
• As zonas de armazenamento e/ou utilização do gás, devem ser devidamente arejadas ou ventiladas, de modo a manter uma
concentração de oxigénio inferior a 22%.
• Suprimir todas as comunicações entre os locais de armazenamento e/ou utilização e as zonas baixas, pois o gás tem tendência a
acumulação nestes espaços, tornando a atmosfera não respirável.
• Na impossibilidade de aplicação da medida anterior, o acesso a estas zonas deve ser restrito, e quando necessário elas devem ser
devidamente ventiladas e o teor de oxigénio medido.
• Nunca utilizar oxigénio para activar uma combustão se isto não tiver sido especialmente previsto.
• Nunca utilizar uma chama para detectar fugas de oxigénio. Utilizar sistemas de detecção apropriados.
• Nunca utilizar oxigénio em substituição de azoto ou ar, em particular nas seguintes aplicações:
- Arranque de motores de combustão interna.
- Accionamento de sistemas pneumáticos.
- Pressurização de depósitos de óleos.
- Purga de depósitos e tubagens para trabalhos de manutenção e inspecção.
- Enriquecimento de atmosferas respiráveis pobres em oxigénio.
• Não fumar ou foguear numa atmosfera em que haja risco de sobre-oxigenação.

VIII - 11
Manual de Segurança em Laboratórios do DQB – Anexo VIII

EM CASO DE INCIDENTE OU ACIDENTE


 Em caso de fuga:
• Não fumar.
• Não provocar chama ou faísca.
• Fechar a válvula da garrafa ou de isolamento de circuito com fuga.
• Purgar com azoto todas as canalizações antes de qualquer intervenção.
• Arejar devidamente a zona.
• Não entrar em qualquer zona contaminada antes de controlar o teor de oxigénio.

 Em caso de incêndio:
• Fechar a válvula da garrafa ou de isolamento do circuito com fuga quando isto for possível sem risco.
• Retirar as garrafas para uma zona sem risco.
• Se for impossível aplicar a medida anterior, regar as garrafas com água fria com uma mangueira situada a uma distância segura.
• Chamar os bombeiros advertindo para o perigo de explosão.

INCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS
• Utilizar apenas materiais compatíveis com o oxigénio.

ARMAZENAMENTO E MANIPULAÇÃO
• Não utilizar óleos ou gorduras.
• Abrir lentamente a válvula para evitar choques de pressão.
• Impedir a entrada de água no recipiente.
• Não permitir o retorno do produto para o recipiente.
• As embalagens cheias e vazias devem ser armazenadas no exterior do edifício e não ser expostas a temperaturas superiores a 50
ºC.
• Respeitar as precauções de manipulação comuns a todas as garrafas de gás (consultar a ficha informativa sobre garrafas).
• Conservar longe de matérias inflamáveis.
• Evitar todas as fontes de ignição.
• Não fumar ou foguear nas proximidades.
• Conservar o produto nas embalagens de origem de acordo com a regulamentação em vigor.
• Utilizar luvas, óculos e calçado reforçado aquando da manipulação das garrafas.
• Evitar a utilização de vestuário gorduroso e/ou material sintético que inflame facilmente.

PROTECÇÃO AMBIENTAL
• Nunca deitar para a atmosfera um gás não identificado.
• Devolver as embalagens vazias ao fornecedor.

VIII - 12

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