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Parte

3 FICha FOrMatIva 8
Fichas formativas

NOME: N.O: TURMA: DATA:

Grupo I
Parte A

Lê o texto seguinte.

ParaÍSOS SUbaQUÁtICOS
É difícil imaginar um país europeu como destino de mergulho. a europa é uma terra de urbes e, no bulício da
nossa vida urbana, esquecemos os ritmos da natureza, não sabemos quando nasce e se põe o Sol, só damos pela
Lua às vezes — quando está cheia — e, se não estamos na praia, vivemos o conceito de marés como uma abstração.
Sem o mar, contudo, Portugal não faz sentido, e há uma mão-cheia (enfim, um pouco mais que uma mão-
5 -cheia) de gente que todos os fins de semana se afoita a procurar, por esse país fora, o contacto com o mítico

atlântico, que modelou as nossas terras e as nossas gentes.


O mar em Portugal carece da temperatura amena dos destinos de mergulho mais mediáticos e não tem
«nemos» nem outras tropicalidades subaquáticas. a água não é transparente nem tem aquele azul profundo
(exceto nos açores e na Madeira, onde os azuis são únicos). Quem tenha estudado alguma biologia sabe, contudo,
10 que a água é tanto mais azul e límpida quanto mais pobre é a vida. tal como as florestas tropicais, que sob o

exuberante manto de vida escondem uma constrangedora pobreza do solo, os recifes de coral tropicais são ilhas
de vida num quase deserto de nutrientes.
nas águas de Portugal continental, a riqueza de nutrientes é, pelo contrário, enorme, universal e consegue
alimentar uma quantidade planetária de peixes, peixinhos e peixões; como não há bela sem senão, o omnipre-
15 sente plâncton torna a água esmeralda em vez de turquesa e mais fitogénica que fotogénica, mas com uma

biodiversidade equiparável à dos mais ricos recifes de coral. À beira de Lisboa, há uma curiosidade geológica que
potencia o interesse da equação: perto do cabo espichel, a plataforma continental é mínima e passa abruptamente
dos quarenta metros de profundidade para os mais de mil. esta proximidade do verdadeiro mar alto traz para
perto de Sesimbra espécies animais que, de outro modo, só se poderiam ver a muitas milhas da costa. bichos
20 pequenos e grandes, coloridos como se fossem pintados, em profusão alarmante, eis algo que não se antecipa

encontrar nos mares de uma capital europeia.


vasCo pinHoL, Expresso, 25 de outubro de 2008 (adaptado).

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1 A s afirmações apresentadas de (A) a (G) baseiam-se em informações do texto.

Fichas formativas
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações aparecem
no texto.
Começa a sequência pela letra (E).
(A) a biologia ensina que a transparência da água do mar não é sinal de riqueza em vida marinha.
(B) Os recifes de coral são exemplos de riqueza de vida, ao contrário das águas que os rodeiam.
(C) existe uma ligação estreita entre Portugal e o mar, e são muitas as pessoas que procuram o contacto
com o atlântico.
(D) na costa portuguesa, junto a Lisboa, vivem espécies que são típicas de mares profundos.
(E) não é comum os países do continente europeu serem associados à prática de mergulho.
(F) em Portugal, o mar tem características diferentes das que se associam aos destinos de mergulho mais
famosos.
(G) a tonalidade das águas do mar, em Portugal, deve-se à presença do plâncton.

2 S
eleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.5), a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1 a expressão «só damos pela Lua às vezes — quando está cheia» (linhas 2-3) ilustra a ideia de que
os europeus, em especial os citadinos,
(A) procuram o contacto com a natureza.
(B) vivem afastados dos ciclos da natureza.
(C) se abstraem a observar a natureza.
(D) contactam, apenas à noite, com a natureza.
2.2 a expressão «os recifes de coral tropicais são ilhas de vida num quase deserto de nutrientes»
(linhas 11-12) contém uma
(A) comparação.
(B) enumeração.
(C) metáfora.
(D) personificação.
2.3 entre as águas de Portugal continental e os recifes de coral, a semelhança está na
(A) temperatura amena.
(B) pobreza de nutrientes.
(C) tonalidade da água.
(D) biodiversidade existente no mar.
2.4 a expressão «peixes, peixinhos e peixões» (linha 14) traduz a ideia de
(A) quantidade e diversidade.
(B) intensidade e igualdade.
(C) qualidade e desigualdade.
(D) diversidade e intensidade.
2.5 a utilização do advérbio «abruptamente» (linha 17) revela que a passagem de uma profundidade
para outra se faz de forma
(A) gradual.
(B) lenta.
(C) suave.
(D) súbita.

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Parte B

Lê o texto seguinte.
Fichas formativas

aLGUMaS PrOPOSIçõeS COM CrIançaS


a criança está completamente imersa na infância
a criança não sabe que há de fazer da infância
a criança coincide com a infância
a criança deixa-se invadir pela infância como pelo sono
5 deixa cair a cabeça e voga na infância

a criança mergulha na infância como no mar


a infância é o elemento da criança como a água
é o elemento próprio do peixe
a criança não sabe que pertence à terra
10 a sabedoria da criança é não saber que morre

a criança morre na adolescência


Se foste criança diz-me a cor do teu país
eu te digo que o meu era da cor do bibe
e tinha o tamanho de um pau de giz
15 naquele tempo tudo acontecia pela primeira vez

ainda hoje trago os cheiros no nariz


Senhor que a minha vida seja permitir a infância
embora nunca mais eu saiba como ela se diz
ruy BELo, Homem de Palavra(s), Presença, 1999.

Responde, de forma completa e estruturada, aos itens que se seguem.

3 Identifica o tema do poema. Justifica a tua resposta.

4 Identifica a figura de estilo mais recorrente no poema e comenta o seu valor expressivo.

5 Transcreve do poema o verso que melhor ilustra a ingenuidade da infância.

6 Explicita o sentido dos dois versos finais do poema.

7 Explica o título atribuído ao poema.

Parte C
8 P
roduz um texto, de 70-120 palavras, em que apresentes dois argumentos em defesa do direito
das crianças a brincar.
O teu texto deve incluir:
• um parágrafo introdutório;
• uma parte de desenvolvimento, em que apresentes os dois argumentos, reforçando cada um deles com
um exemplo;
• uma parte final, em que concluas o teu texto de forma interpelativa.

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Parte

Grupo II

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
3

Fichas formativas
1 C
onsiderando o poema do grupo I, parte B, seleciona, para responderes a cada item (1.1 a 1.5),
a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1 na passagem «a criança mergulha na infância […]» (verso 6), está presente
(A) uma personificação.
(B) um eufemismo.
(C) uma anástrofe.
(D) uma metáfora.
1.2 na passagem «Se foste criança diz-me a cor do teu país» (verso 12), encontra-se uma oração
(A) subordinada adverbial final.
(B) subordinada adverbial condicional.
(C) subordinada adverbial temporal.
(D) subordinada adverbial comparativa.
1.3 na passagem «eu te digo que o meu era da cor do bibe» (verso 13), o segmento sublinhado é uma
oração
(A) subordinada substantiva relativa sem antecedente
(B) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(C) subordinada adverbial comparativa.
(D) subordinada substantiva completiva.
1.4 O segmento sublinhado em «a criança coincide com a infância» (verso 3) desempenha a função
sintática de
(A) complemento oblíquo.
(B) predicativo do sujeito.
(C) complemento direto.
(D) complemento indireto.
1.5 O elemento «Senhor» (verso 17) desempenha a função sintática de
(A) agente da passiva.
(B) sujeito simples.
(C) vocativo.
(D) complemento indireto.

Grupo III
1 A infância é um tempo de liberdade e de ingenuidade, em que tudo surge como um mistério
a desvendar; por isso, é, muitas vezes, associada ao mar.
Num texto de 180-240 palavras, imagina uma aventura misteriosa que tenha o mar como cenário
e uma criança como personagem principal.
tem em conta as seguintes indicações:
• Organiza o teu texto em parágrafos;
• Inclui, pelo menos, um momento de descrição de uma personagem;
• U tiliza o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito.

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