ANÁLISE DOS ARTIGOS 17 e 19 REFERENTE AO DECRETO 2.067/1996
TRATADO DE LAS LEÑAS, SOB A ÓTICA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF
O protocolo de Las Leñas foi instituído baseado no MERCOSUL com a
união dos Estados da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, para fins de assistência jurisdicional e da cooperação em matéria cível, trabalhista, comercial e administrativa, com a exceção de matéria penal, desse modo, obtendo a integração legislativa dos países envolvidos neste Tratado. O artigo 17 do Tratado em comento, prevê que “os trâmites pertinentes para o cumprimento da carta rogatória não exigirão necessariamente a intervenção da parte solicitante, devendo ser praticados de ofício pela autoridade jurisdicional competente do Estado requerido.” Sabendo que a finalidade da Carta Rogatória é um meio facilitador para que a esfera judiciária solicite ao Tribunal de um país informações, intimações, e outros atos processuais para fins de saneamento de um determinado processo. Diante do art. 17, tal ato pode ser postulado de ofício sem a necessidade de aguardar a provocação da parte requerente. No que tange a expectativa do artigo 19 do mesmo Tratado, o pedido de reconhecimento e execução de sentenças e de laudos arbitrais por parte das autoridades jurisdicionais será tramitado por via de cartas rogatórias e por intermédio da Autoridade Central.” O artigo 19 preceitua que a Carta Rogatória é instrumento eficaz para o reconhecimento e execução de sentenças, todavia, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, para a real efetividade deste reconhecimento, que é equiparado a uma decisão interlocutória, se faz necessário a homologação perante o STF. Assim, o presente entendimento é que o Exequatur é constitucional, pois atua como um meio legal dos países partes, para o funcionamento das Cartas Rogatórias no Brasil, que logo autorizado, será remetido ao Juiz Federal competente.