1) O epílogo descreve a longa viagem de 10 anos de Carlos da Maia e Ega pelo mundo.
2) Após o retorno, Carlos observa como Lisboa e Portugal continuam estagnados e decadentes.
3) Sua visita ao Ramalhete, outrora a casa de sua família, mostra como o local agora se encontra em ruínas, assim como a família Maia.
1) O epílogo descreve a longa viagem de 10 anos de Carlos da Maia e Ega pelo mundo.
2) Após o retorno, Carlos observa como Lisboa e Portugal continuam estagnados e decadentes.
3) Sua visita ao Ramalhete, outrora a casa de sua família, mostra como o local agora se encontra em ruínas, assim como a família Maia.
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1) O epílogo descreve a longa viagem de 10 anos de Carlos da Maia e Ega pelo mundo.
2) Após o retorno, Carlos observa como Lisboa e Portugal continuam estagnados e decadentes.
3) Sua visita ao Ramalhete, outrora a casa de sua família, mostra como o local agora se encontra em ruínas, assim como a família Maia.
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O epílogo da obra Os Maias é caracterizado por uma longa
viagem de Carlos da Maia e Ega através do mundo, que decorreu durante dez anos. Quando chegam, Ega regressa a Portugal e Carlos fica a viver em Paris a vida de uma príncipe da Renascença, regressando a Portugal e só por duas semanas, apenas ao fim de dez anos de ausência. Carlos reencontra todos os seus velhos conhecidos e também os caminhos que cada um fora percorrendo. A vista ao Ramalhete é lúgubre e, durante ela, Carlos dá inicio a um passeio pela cidade de Lisboa, juntamente com Ega. É neste passeio que Ega anúncia a Carlos da Maia a notícia do casamento de Maria Eduarda com um fidalgo francês (Mr. de Trelain), em que este casamento, é para Carlos da Maia o enterro definitivo daquela atribulada fase da sua vida. Quando estão no Loreto, Carlos da Maia vê e que o país continua num estado de estagnação, decadência, envelhecimento e ociosidade. Sendo por estes motivos que tanto a cidade de Lisboa como o país, são o alvo crítico de Carlos. Além do seu passeio por Lisboa, Carlos visita também o Ramalhete, mas antes almoça com Ega no salão do Hotel Bragança e são visitados por alguns amigos. No Hotel Bragança, Carlos da Maia confirma que Ega encontra-se envelhecido “dois vincos fundos ao lado do nariz”, “face chupada” e “uma calva que começara, alastrara e reluzia no alto”. No entanto no almoço com Carlos, vê novamente a ociosidade voluntária do Ega “Olha este horror! A ciência para tudo acha um remédio, menos para a calva!” e relembra que “a política é a ocupação dos inúteis”, devido aos políticos serem manipulados como fantoches, por pessoas abastadas economicamente, e sem poder. No almoço são visitados por Alencar e Cruges. Tanto Alencar como Cruges encontram-se ambos mais velhos, apesar de continuar Cruges um bom compositor e Alencar com vede romântica. Ainda durante o almoço, Carlos da Maia convida Alencar para um “jantarinho à portuguesa”. Por sua vez, quando Carlos da Maia e Ega chegaram ao chiado, verificaram que nada mudou. Pois tudo continua do mesmo modo aquando a sua partida. É no chiado que encontram Dâmaso exactamente igual “barrigudo, nédio, e de flor ao peito”, mas casado com a filha mais nova do Conde d`Águeda, para que essa família não fosse arruinada. Carlos comenta ainda a Ega, que Craft se encontra doente e alcoolizado. Refere ainda, que a sociedade portuguesa é “postiça”, e que o Taveira havia encontrado uma secretária “ainda metido continuamente com alguma espanhola”, e que o Steinbroken é ministro em Atenas ”entre as ruínas clássicas”. O Ramalhete encontra-se em ruínas como antes de ser habitado por Afonso e Carlos. É no jardim do Ramalhete que se verifica essencialmente o seu estado de abandono. Através de alguns elementos pode-se verificar o seu estado, nomeadamente “ferrugem verde, de humidade, cobria os grossos membros da Vénus Citereia, o cipreste e o cedro envelheciam juntos, como dois amigos num ermo; e mais lento corria o prantozinho da cascata, esfiado saudosamente, gota a gota, na bacia de mármore”, em todos estes elementos encontram-se presságios. Como a Vénus Citereia que Carlos comparou a Maria Eduarda antes e depois da prática do acto incestuoso consciente. Primeiro compara-a a uma deusa (a Vénus) “com belas formas de mármore” tal como a estátua e depois do acto incestuoso, passa a compara-la a uma amazona de ”grossos membros da deusa”. O cipreste e o cedro também são um índice de fatalidade, pois estão ligados por um laço de fraternidade, simbolizando assim a fatalidade que insiste em acompanhar a família Maia. Não só o cipreste e o cedro foram fatais a esta família, como também as paredes do Ramalhete também o foram. A cascata, em que a água caía gota a gota, era de mármore. O mármore por sua vez simboliza a morte, pois as lajes das campas são de mármore, e o presságio acaba por se verificar, devido a vir a ser junto da cascata de mármore e debaixo do cedro que Afonso da Maia acaba por morrer. Por sua vez a água que caía gota a gota na cascata simboliza o fim da vida de Afonso e também o fim da família Maia. O interior do Ramalhete encontra-se com ar de claustro abandonado. Durante a ausência de Carlos, Vilaça ficara como o “guardião” do Ramalhete. No salão os móveis encontravam-se “embrulhados em lençóis de algodão” e que retratam a morte, “da família”, ou seja, a separação. Também na maior sala encontram-se “todos os móveis ricos da Toca” e que representam o fim, a destruição do sentimento entre Carlos e Maria Eduarda, os móveis são vistos agora por Carlos, como “lixo”, algo que não presta. O Ramalhete representa assim um retrato de Lisboa e de Portugal, ou seja, é uma sinédoque, pois todos se encontram num estado de ruínas e de degradação. Por último, a ironia final de Carlos e Ega, correndo atrás do “americano”, enquanto convictamente proclamam que nada na vida os faria apressar o passo.