Você está na página 1de 16

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Falta da Iluminação nas Vias Públicas em Gurúe

Igor Constantino Lemos Moreira - 708181642

Curso: Gestão Ambiental


Disciplina: Gestão Costeira
Ano de Frequência: 3º Ano

Docente: Ma. Rocha

Gurúè, Junho de 2020


ii

Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
iii

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
iv

Índice

Folha de Feedback ...................................................................................................................... ii

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor .......................................... iii

1. Introdução ........................................................................................................................... 1

1.1. Problematização ........................................................................................................... 1

1.2. Delimitação do tema ..................................................................................................... 2

1.3. Justificativa .................................................................................................................. 2

1.4. Objectivos .................................................................................................................... 2

1.5. Considerações éticas ..................................................................................................... 3

2. Revisão bibliográfica ........................................................................................................... 3

2.1. Pedestres ...................................................................................................................... 5

2.2. Modelo de controlo da eficiência energética pública ..................................................... 6

2.3. Conceito de prevenção criminal .................................................................................... 7

2.4. Estratégias de prevenção criminal ................................................................................. 8

3. Análise e discussão ............................................................................................................. 8

4. Conclusão ......................................................................................................................... 10

Referências bibliográficas ..................................................................................................... 11


1

1. Introdução

A iluminação de vias públicas tem sido objecto de interesse para desenvolver diversas
investigações. A eficiência energética e a segurança para condutores e pedestres são os
temas em que incidimos na nossa pesquisa.

Através de um estudo de caso, do Distrito do Gurúè, pretende-se analisar o impacto da falta


de iluminação nas vias públicas tendo em conta a crescente onda de criminalidade. De igual
modo pretende-se analisar os dados sobre as “infraestruturas” de iluminação de vias
públicas, nomeadamente, a tecnologia tradicional e a de ponta (LED).

O trabalho está organizado em secções. Para além da introdução, também consta a


problematização, delimitação do tema, objectivos, questões de investigação, a revisão
bibliográfica e as teorias que sustentam o estudo de caso – a falta de iluminação nas vias
públicas no Município de Gurúè e, por fim, a conclusão e referências bibliográficas.

Quanto à metodologia, a concretização do trabalho é fundamentada com uma revisão


bibliográfica sobre o fornecimento de eficiente energética para iluminação de vias públicas,
bem como entrevistas aos munícipes da cidade do Gurúè.

1.1. Problematização
A falta de iluminação na via pública e deficiente patrulhamento da polícia no período
nocturno, preocupa munícipes do Gurúè, um pouco por todos os bairros, e particularmente
no bairro Barragem, onde assaltos são recorrentes.

A falta de iluminação pública está a facilitar a actuação de criminosos no bairro Barragem


em Gurúè segundo munícipes daquela urbe. Reagindo ao caso, a Electricidade de
Moçambique (EDM) disse estar em curso um projecto de reestruturação da rede de
iluminação pública naquele bairro.

“Durante o dia, é tudo tranquilo. Mas quando a noite chega, chega também o maior medo
desta urbe” rematou um dos munícipes que pediu anonimato.
2

E se por um lado a presença da força policial é reduzida, por outro, a falta de iluminação da
rua que vitimou em Dezembro mais de 15 pessoas, agudiza o problema.

Sendo assim, levanta-se a seguinte questão norteadora: Qual é o impacto da falta de


iluminar nas vias públicas no Município do Gurúè?

1.2. Delimitação do tema


Devido à insegurança causada pelo crescente índice de criminalidade nas vias públicas do
Gurúè, propõem-se o seguinte tema: a falta da iluminação nas vias públicas em Gurúè.

O distrito de Gurué localiza-se a Norte da Província da Zambézia, na região da Alta


Zambézia, fazendo limite com os distritos de Milanje, Namarrói, Errego e Alto Mólocuè na
mesma província; e limitando-se ao norte pelos distritos de Malema, na província de
Nampula e de Mecanhelas na província de Niassa.

A superfície do distrito é de 5.664 km2 e a sua população está estimada em 430.870


habitantes (Censo 2017).

1.3. Justificativa
Esta pesquisa demonstra a sua importância para a os munícipes do Gurúè e a sociedade em
geral pelo facto de denotar-se fragilidade na actuação da polícia aliada à fraca intervenção do
município na resolução deste problema que vem se arrastando há décadas.

A iluminação pública (IP) está directamente ligada à segurança da via pública e à prevenção
da criminalidade (Santos, 2011).

1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral
 Analisar o impacto da falta de iluminar nas vias públicas no Município do Gurúè.

1.4.2. Objectivos Específicos


 Identificar as principais vias públicas do Município do Gurúè sem iluminação;

 Avaliar o nível de criminalidade nas vias públicas;


 Acompanhar a actuação da polícia no que concerne ao patrulhamento nocturno;

 Sugerir formas para a restauração da segurança nas vias públicas do Gurúè.


3

1.5. Considerações éticas


Esta pesquisa foi realizada com dados secundários, colectados e utilizados somente para o
que se referia aos objectivos da mesma, sendo as informações apresentadas de forma
colectiva, sem qualquer prejuízo para as pessoas envolvidas, principalmente no que diz
respeito a menção de nomes dos entrevistados envolvidos. Os dados se encontram sob a
guarda do pesquisador, sendo garantido seu sigilo e confidencialidade.

2. Revisão bibliográfica

A função da iluminação pública (IP) é garantir a segurança rodoviária de pessoas e bens


(Peña-García, Hurtado, & Aguilar-Luzón, 2015). Os aspectos da qualidade da iluminação
são diversos, destacando-se: a quantidade, a distribuição do número de pontos de luz, o
brilho, a distribuição de energia espectral, a luz do dia, a direcção e a sua dinâmica
(Kruisselbrink, Dangol & Rosemann, 2018). Os investigadores ressaltaram que o primeiro
passo para optimizar a qualidade da iluminação é medir todos os aspectos fotométricos
relevantes, relacionados com a compreensão da qualidade da mesma. Portanto, os modelos
criados através dos algoritmos têm de se concentrar nos diversos aspectos apontados pelos
referidos investigadores. Para fazer face à qualidade energética em vias públicas
recomendam-se medições contínuas que visam melhorar a qualidade da iluminação. A este
respeito, fez-se referência à investigação sistemática de alguns investigadores
(Kruisselbrink, Dangol & Rosemann, 2018), que verificaram que a qualidade da iluminação
nos anos 90 teve um desenvolvimento significativo, evidenciando-se esse resultado nas
diversas conferências e publicações de diversos investigadores. Uma investigação que
4

merece ser citada refere-se à qualidade da iluminação (Veitch & Newsham, 1996). Outra,
sobre medição dos aspectos de qualidade de iluminação, é a demonstrada noutros trabalhos
de investigação (Gentile et al, 2016). Estes dois temas complementam-se em termos de visão
geral para o estudo da iluminação. Regra geral, à medida que a quantidade de luz aumenta,
até um certo limite, a iluminação torna-se mais agradável, mais confortável, mais clara, mais
estimulante, mais brilhante, mais colorida, mais natural, mais amigável, mais quente e mais
uniforme (Gentile, et al., 2016). Outro tema de relevo relacionado com a IP são as emissões
de CO2. Com o progressivo desenvolvimento económico do nosso país, os consumos de
energia eléctrica per capita para iluminação das vias públicas tiveram um crescimento
gradual e, consequentemente, torna-se necessário conduzir a uma diminuição das emissões
de CO2 durante o período de utilização das mesmas. Este facto deve-se ao aumento da área
total iluminada devido ao crescimento das áreas urbanizadas, que foi o ponto da ignição da
electrificação nas várias localidades.

O sistema de IP, gerido pela Administração Local, consome uma boa parte do orçamento,
sendo através dos impostos que este é suportado (Milan & Creutzig, 2016). Os maiores
gastos também estão relacionados com níveis de dívida mais elevados e os orçamentos
municipais têm que contemplar essa relação com a intervenção municipal (Milan &
Creutzig, 2016).

O crescimento urbano verificado no século XIX, (…), trouxe consigo problemas de


circulação de pessoas e bens, obrigados a deslocar-se numa área de maiores dimensões
(Matos, 2012:13).

A iluminação pública, (…) deve reger-se pelo critério da eficiência energética. (…) é
frequentemente repartida por várias entidades (…) (Silva, 2007:32).

A IP deve ser adequada porque é necessária para ver e ser visto, sendo que os níveis básicos
de iluminação devem permitir a identificação de um indivíduo a uma distância mínima de 10
metros (Costa, 2015). A IP nocturna tem como principal função facilitar a mobilidade dos
cidadãos em segurança, quer a pé quer de automóvel (Murray & Feng, 2016). Durante o
período nocturno, maiores iluminâncias aumentam a segurança, permitindo um nível de luz
ideal para que o cidadão pedestre seja identificado (Fotios & Castleton, 2016).
5

A IP está directamente ligada à segurança da via pública, sendo uma das características em
destaque nas cidades (Santos, 2011) e outros meios urbanos de menor dimensão.

A IP tem sido uma das necessidades básicas das sociedades modernas. Devido a este facto, o
investimento tem sido considerável neste sector (Amaral, 2013). O desenvolvimento
desigual, em extensão de área iluminada num determinado território, derivou em
investimento, conquista de novos mercados de trabalho e consequente modernização, em
geral (Sáez & Costa, 2013).

A substituição de lâmpadas de Mercúrio de Alta Pressão (HPM) por lâmpadas Sódio Alta
Pressão (HPS) permite uma redução nos consumos na ordem do 50 %, sendo que, quando se
substitui as HPM directamente por lâmpadas energeticamente eficientes, como as LED, a
redução verificada pode ir até 80 %, sem perder intensidade luminosa (Santos, 2011). Ora,
existem evidências que com a tecnologia LED temos uma redução do consumo de
electricidade (Gentile et al, 2016). As redes de IP com luminárias LED, utilizando Dimming,
são as que permitem obter uma maior poupança energética, paralelamente, as soluções LED
revelaram-se a longo prazo as mais económicas, reflectindo os custos com o investimento e
a energia consumida (Machado, 2017).

2.1. Pedestres
As luminárias decorativas para pedonais são usadas para iluminação de ruas comerciais,
áreas de exposição ao ar livre, estacionamentos, jardins, praças, parques, por citar apenas
estes exemplos (Gentile et al, 2016). De acordo com os mesmos autores, o controlo óptico da
emissão do fluxo luminoso nas respectivas direcções deve ser tido em conta para evitar o
desperdício de luz.

As iluminâncias colocadas em posições mais altas permitem o reconhecimento do pedestre a


uma distância mais afastada (Sáez & Costa, 2013). Além disso, dois investigadores
estudaram as expressões faciais relativamente à quantidade de luz, ou seja, como a
iluminação pode influenciar os julgamentos das emoções transmitidas por expressões faciais
(raiva, repugnância, medo, felicidade, neutralidade e tristeza), manifestando a segurança
percebida pelos cidadãos pedestres (Sáez & Costa, 2013). Há evidências de que a expressão
facial e a postura corporal contribuem para julgamentos sociais relacionados com a avaliação
6

da ameaça (Sáez & Costa, 2013). Além disso, os estímulos ambientais podem afectar o
humor momentaneamente o estado de alerta, ou seja, a quantidade de luz pode afectar o
estado de espírito (Sáez & Costa, 2013).

O estudo da iluminação tem sido objecto de diversas investigações, centradas nas


características óptimas para o reconhecimento facial dos pedestres através da distância
(Fotios, Yang & Uttley, 2015). Pretende-se que os pedestres se sintam seguros ao caminhar
durante a noite em áreas pedonais (Veitch & Newsham, 1996). Uma das distâncias sugerida
foi de 10 m (Veitch & Newsham, 1996). Uma maior distância permite ao usuário reconhecer
o rosto de outra pessoa, sendo sugerido por outros investigadores, os 25 m (Veitch &
Newsham, 1996). Porém, a distância mínima crítica, para o período nocturno, para
reconhecimento facial é de 4 m (Fotios, Yang & Uttley, 2015).

Quanto a distância entre pessoas desconhecidas que caminham na rua para se sentirem
confortáveis (evitando por exemplo “colisão” entre pessoas), ou seja, se sintam seguras, os
estudos apontam para 30 m (Fotios, Yang & Uttley, 2015). A distância interpessoal para
baixo conforto situa-se em 1,5 lux (Murray & Feng, 2016). A média da distância para uma
baixa iluminação, obtida pelos investigadores referidos, foi de 1,17 m, sendo para uma boa
iluminação com o valor de 0,53 m.

Por conseguinte, para examinar os efeitos da iluminação, especialmente durante o período


nocturno, entre pedestres perante “juízos”, estimou-se que 15 m é uma boa referência, para
uma duração da observação de fixação média de 500 m (Fotios, Yang & Uttley, 2015).
Outros investigadores também recorreram ao limiar de tempo de fixação de 500 m.

2.2. Modelo de controlo da eficiência energética pública


As tecnologias energeticamente eficientes não devem, sob nenhuma hipótese, prejudicar o
conforto e a satisfação dos utilizadores (Murray & Feng, 2016). Para a construção de um
modelo de controlo de IP, uma das primeiras coisas a fazer ao nível da gestão municipal,
passa pela elaboração do cadastro de IP, ou seja, fazer um levantamento de todos os
componentes de IP instalados, como: os números de circuitos, luminárias, tipo de lâmpadas,
consumos, balastros e sensores (Murray & Feng, 2016).
7

Quanto a modelos de controlo da eficiência energética, apresenta-se um modelo matemático


aplicado por investigadores, que considera inter-relações de parâmetros, tais como
população (evolução), consumo energético e fazendo estimativas a longo prazo das
poupanças energética, ambiental e económica, contribuindo para o desenvolvimento
sustentável (Patrício et al., 2016).

2.3. Conceito de prevenção criminal


Num Estado de direito democrático, torna-se impossível atingir a noção de segurança sem
antes reflectir sobre o conceito de prevenção criminal (Elias, 2008). No discurso actual, o
interesse pela prevenção criminal “surge de uma mudança de paradigma que nos permite ver
a redução do crime como um objectivo separado da punição dos seus infractores” (Elias,
2008).

As Nações Unidas, de acordo com a Resolução 2002/13 do Conselho Económico e Social,


afirmam que a prevenção criminal “oferece oportunidades para uma abordagem humana e
económica aos problemas do crime” (p. 3). A mesma Resolução prevê uma definição de
prevenção criminal, ao afirmar que as “estratégias e medidas (…) procuram reduzir o risco
de ocorrência de crimes e os seus potenciais efeitos nocivos sobre os indivíduos e a
sociedade, incluindo o medo do crime, intervindo para influenciar as suas múltiplas causas”
(p. 3).

Rocher, (1968) afirma que “a prevenção define-se essencialmente, por oposição à repressão”
(p. 79). Assim, pode ser definida “como o conjunto de medidas, cuja intenção é minimizar as
infracções (a sua frequência, a sua gravidade e as suas consequências), sejam de natureza
criminal ou outras e quando ocorrem antes da prática do acto delinquente” (Rocher, 1968, p.
148).

A segurança é, hoje, um conceito fundamental à convivência em sociedade, surgindo como


um direito fundamental plasmando na Constituição da República Moçambicana.

A prevenção tem sido definida por muitos autores como a possibilidade de prever um
resultado e a possibilidade de intervenção no mesmo, por forma a alterar o resultado
esperado (Rocher, 1968, p. 148).
8

2.4. Estratégias de prevenção criminal


Um modelo é “uma representação teórica que procura descrever uma realidade que se
apresenta como complexa” (Rocher, 1968, p. 148), procurando representar e estudar essa
realidade através de “modelos que são (…) construções simbólicas e simplificadas” da
mesma (Rocher, 1968, p. 148)

2.4.1. Policiamento comunitário e policiamento orientado para os problemas


Segundo Gomes (2017), “um modelo de policiamento pode ser visto como um referencial
que pretende condensar e sintetizar, num quadro teórico, uma determinada realidade
materializada em técnicas, tácticas e programas que caracterizam a acção policial de uma
determinada organização junto da população” (p. 18).

2.4.2. Policiamento de proximidade


É cada vez mais consensual que o que incomoda e condiciona o comum dos cidadãos não é
tanto o crime organizado, mas antes a pequena criminalidade, ou criminalidade de massa
(Elias, 2007:477). Neste sentido, é importante perceber que as antigas respostas não se
adequam às exigências e expectativas de uma sociedade moderna (Leitão, 2001:8).

3. Análise e discussão

No que diz respeito à iluminação pública nas vias do Gurúè, verifica-se que somente a
Avenida da República com a iluminação. As restantes ruas ficam à mercê da sua sorte.

A rua que parte da Emochá ao Aeródromo possui candeeiros obsoletos e sem iluminação
qualquer.

Olhando para a missão policial, é perceptível que no Gurúè não há patrulhamento nem da
Polícia da República de Moçambique (PRM), nem da Polícia Comunitária (PC). Porém, a
Polícia neste ponto do país unanimemente considera a prevenção criminal o pilar mais
importante na missão policial.

Se nem com sol quem anda pelo Município do Gurúè actualmente certifica-se da segurança,
a sensação de insegurança aumenta mais ainda à noite. Ruas escuras e lâmpadas apagadas
são recorrentes em vários bairros, como pôde-se constatar.
9

Sem iluminação pública, a boa vontade de moradores é o que mantém o mínimo de


visibilidade em algumas ruas dos bairros do Município do Gurúè.

3.1. Recomendações e sugestões

A segurança da via pública não deve ser tarefa apenas de um único órgão, devendo contar
com a intervenção do Município, PRM, EDM e o próprio Governo Local.

Cabe aos munícipes evitarem caminhar individualmente nas noites, pois o assalto a um
grupo de pessoas é mais difícil comparativamente a uma única pessoa.

Ao Tribunal compete aplicar molduras penais que possam desencorajar a outras quadrilhas
que ainda se encontram a solto.

Ao Governo Local cabe desenhar acções concretas com vista a difundir educação cívica
tendente a precaver situações de criminalidade no distrito do Gurúè.
10

4. Conclusão

Na investigação sobre a iluminação de vias públicas no Gurúè, fez-se uma análise aos dados
sobre a necessidade dos investimentos no sector, devido aos seguintes factos: contribuir para
a eficiência energética e a segurança dos cidadãos. Constatou-se que para o período
estudado, entre 2019 e 202020, a grande maioria dos assaltos em vias públicas foram durante
a noite, o que mereceu a nossa atenção relativamente às abordagens da qualidade da
iluminação das vias, podendo ser um dos factores importantes para evitar perdas de vidas.

A evolução da Polícia revê-se na evolução da sociedade, a qual, por sua vez, está em
constante mudança fruto da modernização. Esta conduz-nos a novas dinâmicas e a novas
formas de criminalidade. A sociedade torna-se cada vez mais exigente e consciente quanto à
sua segurança, impondo um ajustamento na forma como as organizações policiais se
posicionam face aos problemas da comunidade. Neste sentido, a sociedade civil valoriza
cada vez mais a vertente preventiva da Polícia, que se concretiza no patrulhamento nocturno.
11

Referências bibliográficas

Santos, C. R. A. S. (2011). Iluminação Pública e Sustentabilidade Energética. (Dissertação


de Mestrado). Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/61677/1/000148456.pdf, (Consulta a 13 de Junho de 2020).

Veitch, J. A. & Newsham, G. R. (1996). Determinants of lighting quality I: State of the


science. In Annual Conference of the Illuminating Engineering Society of North America,
Cleveland, OH. (Consulta a 28 de junho de 2018).

Gentile, N. et al. (2016). A Toolbox to Evaluate Non-residential Lighting and Daylighting


Retrofit in Practice. Energy and Buildings, 123, 151-161. (Consulta a 28 de junho de 2018).

Matos, A. C. (2012). Tecnologia, Engenharia e Electricidade nas Redes Urbanas de


Iluminação e Transporte. Lisboa: 1880-1926.

Milan, B. F. & Creutzig, F. (2016). Municipal Policies Accelerated Urban Sprawl and
Public Debts in Spain. Land Use Policy, 54, 103–115.

Murray, A. T. & Feng, X. (2016). Public Street Lighting Service Standard Assessment and
Achievement. Socio-Economic Planning Sciences, 53, 14–22.

Silva, C. B. L. (2007). Estudo da Eficiência Luminosa e Energética do Sistema de


Iluminação (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Fotios, S. & Castleton, H. (2016). Specifying Enough Light to Feel Reassured On Pedestrian
Footpaths. Leukos, 12(4), 235-243. <https://doi.org/10.1080/15502724.2016.1169931>,
(Consulta a 01/06/2018).

Costa, J. A. F. (2015). Relações Segurança Pública e Desenvolvimento Urbano. CEDIS


Working Papers Direito, Segurança e Democracia.

Amaral, C. (2013). Para uma Análise do tema Electricidade na Revista da Associação dos
Engenheiros Civis Portugueses:(1870-1945). CEM: Cultura, Espaço & Memória: revista do
CITCEM, No 2, 2011, p. 193-218.
12

Sáez, H. C. & Costa, V. C. (2013). Capitalismo e História da Eletrificaçao, 1890-1930 (Vol.


61). Ediciones del Serbal, SA.

Machado, A. M. Q. (2017). Gestão e Eficiência Energética em Redes de Iluminação


Pública. (Dissertação de Mestrado), Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Available online: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/12295 (Consulta a 16 julho
de 2018).

Patrício, R. et al. (2016). O Modelo do Sistema Energético de Hidrogênio Solar e o Estado


do Ceará. Revista Tecnologia, 35(1/2), 7–35.

Elias, L. (2008). A Gestão da Prevenção Criminal. In M. M. G. Valente, M. T. P. Martins


(Coord.), Estudos de homenagem ao professor doutor Artur Anselmo (pp. 443-491).
Coimbra, Portugal: Edições Almedina.

Gomes, P. (2001). Modelos de Policiamento. Separata da Revista Polícia Portuguesa, No.


128, 1-4.

Oliveira, J. (2006). As Políticas de Segurança e Os Modelos de Policiamento. A emergência


do policiamento proximidade. Coimbra, Portugal: Edições Almedina.

Rocher, G. (1968). L’organisation sociale. Paris, França: Éditions HMH.

Leitão, J. (2001). Tácticas de Patrulhamento. Separata da Revista Polícia Portuguesa, No.


128, 6-9.

Você também pode gostar