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Vôlei Sentado

São Gonçalo
2020

VÔLEI SENTADO
Verificação de trabalho solicitado como objeto de avaliação
e aprendizagem da disciplina de educação física inclusiva e
adaptada, ministrada pelo professor Alexandre Carvalho de
Medeiros.

São Gonçalo
2020
1. INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas com deficiências na prática de esportes, proporciona além de


benefícios ao corpo, um sentimento de superação de limites maior autoestima, prevenção
de doenças, e uma maior integração social. No vôlei sentado, participam pessoas amputadas,
com lesões na coluna, deficiências de locomoção e paralisia cerebral, promovendo, portanto
uma grande inclusão dessas pessoas na vida esportiva.

Então a pratica de atividades físicas em pessoas com necessidades especiais é até mais
importante que em pessoas normais, porque transforma o psicológico contribuindo para uma
melhor qualidade de vida, além de ser um forte estimulo pela vontade de viver.

O vôlei sentado surgiu a partir da união de dois outros esportes e atualmente é um dos
principais esportes nas paraolimpíadas, possuindo regras algumas diferentes do vôlei
normal e diversas classes de pessoas com necessidades especiais que participam serão
apresentadas nesse trabalho. Enfim, a importância do esporte é extrema em relação a inclusão
social dessas pessoas.
2. VOLEI SENTADO

O vôlei sentado é o resultado da combinação entre o sitzball e o vôlei tradicional. O


sitzball, que em tradução literal é bola sentado, era uma das modalidades das paraolimpíadas,
porém por este ser demasiadamente passivo teve que ser reformulado, para que pessoas com
necessidades especiais pudessem jogar de forma não tão passiva, como seria o sitzball.

A primeira vez na qual se viu o vôlei sentado foi em 1967, quando ocorreram algumas
competições internacionais, todavia esse esporte somente foi incluído na lista de jogos
oficiais das paraolimpíadas em 1980 na Holanda, em versão masculina e desde aqueles jogos
passou a ter vôlei em pé e sentado até que nas paraolimpíadas de Atenas em 2004
o vôlei sentado prevaleceu sobre o vôlei em pé que foi cortado da lista de jogos. Junto com o
fim do vôlei em pé nas paraolimpíadas iniciou-se a modalidade feminina de competição.
Atualmente as equipes de vôlei sentado podem ser formadas de homens e mulheres.

No Brasil o vôlei sentado iniciou com o professor Ronaldo Gonçalves de Oliveira


que em 2002 começou com um projeto em Mogi das Cruzes (SP) que era similar ao vôlei
sentado, visando à integração de portadores de poliomielite, sendo que somente em 2007 que a
seleção brasileira se apresentou no torneio Banco do Brasil de vôlei, para depois participar de
sua primeira olimpíada em Pequim no ano de 2008.

Atualmente o vôlei sentado é regulamentado no Brasil pela Associação Brasileira


de Voleibol Paralímpico (ABVP), e está ocorrendo a popularização de outro tipo de vôlei
sentado, que é o vôlei sentado de praia, que por ser mais novo que o próprio vôlei sentado no
Brasil, ainda não possui suas regras e dimensões definidas, todavia foi inaugurada em 2010
uma escolinha de vôlei sentado de praia, a primeira do Brasil, que se localiza na Praia do
Flamengo, no Rio de Janeiro, porém o vôlei de praia sentado ainda não é considerado uma
modalidade paraolímpica, todavia já existem pessoas lutando para que um dia esse esporte
possa se tornar mais uma modalidade na qual portadores de necessidades especiais possam
competir.
3. AS PARAOLIMPIADAS E A ASSOCIAÇÃO DE ESPORTES DO BRASIL

A pratica de atividades físicas com finalidade terapêuticas é cultivado desde a


antiguidade, porém só foi concretizado como esporte para pessoas com deficiência em 1944
pelo Dr. LudwingGuttmann, este fundou um centro de reabilitação, tendo por objetivo atender
os ex-soldados da segunda guerra mundial que sofreram lesões medulares, isto porque havia
percebido que os esportes além de serem benéficos na restauração psicológica e social,
porquanto estes indivíduos poderiam se sentir incluído na sociedade, mesmo após perder
seus membros e outros.

Os diversos esportes sofreram adaptações ao decorrer do processo de assimilação do


mesmo pela sociedade, tendo como consequência mudança de organização, parâmetros
esportivos, número de participantes e outros, este foi denominado esporte adaptado. Conforme
afirma CARVALHO, 2010 em citação de Brazuna e Maauerberg (2002) pode-se afirmar:

O esporte adaptado, conforme afirma Brazuna e Mauerberg (2002) em


citação de Castro (2005), pode ser terapêutico, recreacional e de alto
rendimento, contribuindo com o desenvolvimento da autoestima, da
autoconfiança, das condições e capacidades físicas, atuando como um
estímulo positivo em relação à auto-imagem, independência, superação e
ainda prevenindo deficiências secundárias.

Entre os diversos tipos de esportes adaptados encontra-se o vôlei sentado, destinados a


indivíduos impossibilitados, por algum motivo, de exercer a pratica deste esporte em sua
modalidade convencional, suas regras são bem semelhantes ao convencional, porém existem
determinadas adaptações como o deslocamento, tendo de equivalente os seus fundamentos.

Segundo alguns dados o esporte surgiu por volta de 1956 na Holanda pelos criadores T.
van der Scheer e A. Albers que uniram o Sitzball e o vôlei, o primeiro é realizado sentado e não
era considerado um esporte por ser passivo, ou seja, possuir poucos movimentos. Para
atender as necessidades dessa criação e organização foi criado o Comitê de Esportes da
Holanda.

No Brasil o processo de construções de esportes adaptados já era pensado desde década


de 50, porém a concretização da formação de uma organização responsável por estes se deu
mais tarde com os criadores Robson Sampaio de
Almeida e Sérgio Serafim Del Grande, portadores de deficiência física. Após estes ao decorrer
dos anos foram criadas medidas para inclusão destes no Brasil.

Todavia o vôlei sentado é bem recente no país, tendo seu início em 2002, através de um
jogo realizado pelo professor Ronaldo Gonçalves, onde houve a participação de três times em
Mogi das Cruzes. O ano de 2003 foi marcante para o voleibol sentado brasileiro, pois foi
criado a Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico (ABVP) e neste mesmo ano o do
país nos jogos pan-americanos e conquista a segunda colocação nas modalidades feminina e
masculina.

O processo de conquista para o vôlei paraolímpico continua em 2004 com a realização


do 2º Campeonato de vôlei sentado, onde participaram um maior número de equipes e dentre
estas estava a feminina, que até então não havia. No ano seguinte em 2005 além da organização
do 3º Campeonato houve a participação do I Mundial Junior, na Eslovênia, tendo como
conquista o bronze.

No ano de 2006 o país conseguiu classificar-se nas equipes masculinas e femininas no


Campeonato mundial de Voleibol sentado em Roermond, na Holanda. Este é de função pré-
classificatória para as Paraolimpíadas que aconteceria em Pequim em 2008, neste ano ocorreu
o IV campeonato brasileiro. Já em 2007, o Brasil tornou-se campeão dos jogos Pan-americanos
do Rio de Janeiro e no mesmo ano foi sede do II Campeonato Mundial de Voleibol Sentado.
Obteve em 2008 a sexta posição com uma equipe masculina nas paraolimpíadas de Pequim

Segundo CARVALHO,2010 temos que:

Atualmente, de acordo com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), o Voleibol


Paraolímpico é organizado no Brasil pela Associação Brasileira de Voleibol
Paraolímpico (ABVP), presidida desde 2009 por Amauri Ribeiro, e
internacionalmente pela WorldOrganizationVolleyball for theDisabled
(WOVD) – Organização Mundial de Voleibol para Deficientes.

Este esporte é considerado um dos mais inclusivos, permitindo a pratica de pessoas com
deficiências e lesões medulares, além de atender pessoas, que por algum motivo são
impossibilitadas de praticar o vôlei convencional.
4. CLASSIFICAÇÃO

No vôlei sentado, os jogadores podem ser classificados de acordo com o tipo de


deficiência física do jogador. Existem, de acordo com CPB (2013), dois tipos de classificações:
amputados e lesautres.A primeira classificação divide-se, como ilustra o quadro 01, entre
Classe A1 e Classe A9, em que cada uma dessas classes designa um tipo de amputação dos
jogadores. Enquanto a segunda divide-se a partir dos diversos tipos de deficiências locomotoras.

Quadro 01 – Classificação por amputação

Fonte: Adaptações de CPB, 2013.

Classe A1: refere-se aos jogadores com dupla amputação acima ou através das
articulações do Joelho (Duplo AK, do inglês “AboveKnee”, que significa “acima do joelho”);
Classe A2: assim como a classificação anterior, refere-se a uma amputação acima ou
através das articulações do joelho, entretanto uma amputação simples e não dupla;
Classe A3: são aqueles com dupla amputação abaixo do joelho
(BelowKnee, BK), ou através ou acima da articulação tálus-calcanear;
Classe A4: o mesmo que os anteriores, mas com amputação simples;
Classe A5: refere-se aos atletas que possuem dupla amputação acima ou através da
articulação do cotovelo (aboveelbow, AE);
Classe A6: as características da amputação são as mesmas do anterior, porém,
esta é simples;
Classe A7: caracteriza os jogadores com dupla amputação abaixo do cotovelo
(belowelbow, BE) ou através/acima das articulações do pulso;
Classe A8: como o anterior, todavia há apenas uma amputação simples;
Classe A9: ACMIS refere-se a amputações combinadas de membros inferiores
e superiores.
Além da classe dos amputados, há a LesAutres. De acordo com o CPB (2013),
“em lesautres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora”. Que pode ser
proveniente de um: Acidente vascular cerebral;Lesão na medula espinhal;Paralisia cerebral ou
de alguma lesão cerebral.

5. MOVIMENTOS E PASSES

No Vôlei sentado todos os movimentos devem ser realizados com o glúteo fixo ao chão,
exceto na defesa, onde é necessário um maior nível de movimentação para evitar que a bola caia
no chão. Os movimentos são similares ao do vôlei convencional, mas o que muda são as
jogadas principalmente no saque. A seguir estão os movimentos do vôlei sentado:

Saque: Este movimento, ilustrado na figura 1, dará inicio a disputa de pontos e durante
o movimento, os glúteos não devem tocar na linha de fundo. O saque deve lançar a bola
pelo espaço aéreo acima da quadra percorrendo passando acima da rede e pelo espaço delimitado
pelas antenas até a quadra adversaria e dificultar a recepção dos oponentes o máximo possível.

Recepção: é o primeiro contato com a bola do time que não realizou o saque e deve
impedir que a bola toque na quadra (para evitar que o ponto seja marcado) e fazer com que ela
cheque em boas condições ao levantador.
Figura 1 – Saque No Voleibol sentado

Fonte: STAUDT, 2013.

Toque: é uma forma de passe de bola que consiste em manipular a mesma com os dedos.

Manchete: é uma forma de receber e passar a bola, que consiste em unir as mãos e
estender o braço e é indicado pra bolas que vem em baixa altura e com alta

velocidade, ou seja, bolas típicas de ataques adversários, por isso é um movimento bastante
utilizado na defesa.
Figura 2 – Movimento Manchete

Fonte: STAUDT, 2013.

Levantamento: o objetivo é posicionar bola de forma estratégica e ofensiva para outra


pessoa realizar o ataque, pode ser feito por toque ou manchete. Sendo que pelo primeiro há um
maior controle da bola e por isso a manchete é utilizada quando a bola vem muito baixa. O
levantamento é o segundo contato do time com a bola.

Ataque: é o terceiro contato do time com a bola e consiste em lançar na quadra


adversaria com o objetivo de tocar no chão e se conquistar o ponto. No vôlei sentado o
movimento fundamental é a Cortada, que consiste em um levantamento e batida para a quadra
adversaria. A figura abaixo mostra o ataque sendo realizado no vôlei sentado:
Figura 3: Jogadora atacando no vôlei sentado.

Fonte: STAUDT, 2013.

Bloqueio: No voleibol sentado o bloqueio pode ser realizado durante o saque do


adversário, o que é uma diferença em relação ao vôlei convencional ou normal. O movimento é
feito pelos jogadores de frente e tem o objetivo de atrapalhar ou evitar o ataque do time
adversário e funciona estendendo-se os braços para mudar a trajetória da bola.O bloqueio
pode funcionar como uma forma de ataque ou defesa. Será uma forma de ataque se o bloqueio
rebater a bola para a quadra adversaria e será uma forma de defesa se ele apenas reduzir a
velocidade da bola e facilitar a recepção e defesa pelos jogadores encarregados dessa função.
A figura a seguir mostra um bloqueio sendo realizado em uma paraolimpíada:
Figura 4: Bloqueio no vôlei sentado nas paraolimpíadas de Londres

Fonte: STAUDT, 2013.

Defesa: tem o
objetivo de impedir
que a bola
proveniente do
ataque adversário toque
na quadra e o ponto
seja marcado.
Geralmente a defesa é
fita utilizando-se a
manchete.
7. CONCLUSÃO

O vôlei sentado possibilita um mundo de oportunidades para pessoas com


deficiências, contribuindo para sua independência social. A sociedade cria
padrõesestéticos e a inclusão através do esporte é uma prova de aceitação social o que contribui
para o aumento da autoestima. O professor de Educação Física tem um papel fundamental no
Vôlei Sentado promovendo a auto aceitação e o ganho de confiança o que possibilitar aos
deficientes o desenvolvimento de habilidades que compensam em parte suas deficiências.

Os efeitos psicológicos sociais causados nos deficientes são devastadores, até mesmo
pior que sua própria deficiência. Então, a possibilidade de fazer esportes como as pessoas ditas
“normais”,é fundamental para a socialização e saúde do deficiente.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

STAUDT, M. Voleibol sentado. Disponível em: <http://goo.gl/Wx3mTW>. Acesso


em: 02 de nov. de 2020.

CPB – Comitê Brasileiro Paraolímpico. Voleibol Sentado. Disponível em:

<http://goo.gl/qg2CzI>. Acesso em: 02 de nov. de 2020.

GIOIA, F. M.; SILVA, P. F. R.; PEREIRA, E. G. B. O voleibol sentado: uma


reflexão bibliográfica e histórica. Revista Digital - Buenos Aires , Ano 13, N° 125, Out de
2008.

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