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Mia Couto (1989), na sua locução, afirma que “o português vai se deslocando da
oficialidade para as zonas mais íntimas”. Em Moçambique, ou melhor, na Lusitânia
novíssima, excluindo Timor Leste, existe uma relação descomplexada, isto é, uma forte
relação, com a língua portuguesa. Os povos das ex-colónias apoderaram-se do
português e fizeram dele algo que vai sendo cada vez mais da sua propriedade. Na
mesma esteira, Cristóvão advoga que para os cinco países africanos, o português é a
língua que melhor os aproxima e os laços históricos que os acompanham levaram já à
constituição de um grupo africano de países diferentes dos outros – os chamados “países
da linha da frente”.
É importante ressaltar que a lusofonia não se esgota no comum uso da língua, mas de
tudo o que o diálogo por ela possibilitado e facilitado proporciona: na aproximação dos
países, na economia, na religião, na ciência, no desporto, em todos os alinhamentos,
também políticos. Pode-se inferir, corroborando com Cristóvão (2005), que a lusofonia
reúne três círculos concêntricos de valores, reunidos pela mesma língua, a saber:
1º Círculo da lusofonia – pertence aos oito países que têm o Português como sua
língua materna, oficial ou de património (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) e regiões que pertencem a
outros países e cultura, mas com as quais se partilha ou se partilhou no passado a língua
e a história. É importante notar que existe inúmeros lugares da diáspora que em
situações diversas falam ou falaram português, suas variantes ou crioulos. Aponta-se os
casos de Galiza; Casamansa (no Senegal), Ilha do Ano Bom, Ajudá (no Benim), Goa,
Damão, Diu, Mangaler, Mahé Fort, Cochim (na Índia).
3º Círculo concêntrico ainda mais vasto porque formado pelas instituições, grupos e
pessoas não pertencentes a países e regiões lusófonas, mas que mantém com a língua
comum e as línguas e culturas dos oito países um diálogo de amizade, simpatia e
interesses vários. Cita-se o caso dos professores, religiosos, empresários e outros.
Do portal de Lusofonia refere-se que a língua portuguesa levada para os quatro cantos
do mundo a partir do século XV com a expansão comercial, no Oriente e as descobertas
marítimas, hoje ocupa a 3ª posição das sete línguas mais faladas no mundo Ocidental, a
5ª do mundo, a 2ª entre as línguas latinas e a 1ª na América do Sul.
Na acepção de Costa, João (coord) (2010:25), a língua Portuguesa é a quinta nativa mais
falada a nível mundial, sendo utilizada não só em Portugal e no Brasil (onde é língua
nacional), como também em vários países de África, como Angola, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe (onde é língua oficial). Na Ásia apenas se
conservou como língua oficial em Macau, sendo certo, contudo que é amplamente
utilizada em Timor Leste e em alguns territórios na Índia onde grassou o domínio
lusitano. Assim, no total, estima-se que o número de falantes da língua portuguesa se
cifre em aproximadamente 250 milhões. A este número, há também que averbar as
muitas comunidades portuguesas de emigrantes um pouco por todo o globo.