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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO
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Por: LUCIANO GARCIA DE LIMA


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CU
DO

Orientador
JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO

RIO DE JANEIRO
2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA

TÉCNICAS DE ELEVAÇÃO APLICADAS NA


EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO

Apresentação de monografia à AVM A


Vez do Mestre como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Petróleo e Gás.
DEDICATÓRIA

Agradeço à minha mãe pela confiança que me foi dada, e todos que de alguma
forma contribuíram para o crescimento acadêmico.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a DEUS, aos meus familiares, principalmente Mãe, esposa e


filha.
RESUMO

O objetivo deste presente estudo é realizar de um estudo bibliográfico sobre as


técnicas de elevação aplicadas na exploração de petróleo. Alguns poços de petróleo
no Brasil para produzirem passam por etapas que vai desde a descoberta da jazida
até o refino do óleo bruto. Uma destas etapas trata-se de processo de elevação,
portanto, a retirada do óleo da jazida até chegar à superfície. A metodologia aplicada
ao estudo será uma extensa pesquisa bibliográfica dentro da engenharia do
petróleo. Com ênfase em uma pesquisa acerca dos estudos feitos sobre métodos de
elevação, com aprofundamento nas inovações e melhorias nas técnicas já
existentes. Para isso, serão separados artigos, publicações e pesquisas que irão
passar por uma triagem e posteriormente selecionados os que abordam o tema de
maneira específica. Todo esse material será coletado em bibliotecas virtuais de
artigos científicos.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 7

1. CAPÍTULO I - PETRÓLEO ........................................................................... 8

2.1. Origem .................................................................................................... 8

2.2. Composição ............................................................................................. 8

2.3. Prospecção ............................................................................................ 10

2.4. Perfuração ............................................................................................ 11

2.5. Completação ......................................................................................... 14

2. CAPÍTULO II - TÉCNICAS DE ELEVAÇÃO ................................................... 16

3.1. Elevação Natural ................................................................................... 16

3.2. Elevação Artificial .................................................................................. 19

3.2.1. Gás-Lift ................................................................................................. 20

3.2.2. Bombeio Centrífugo Submerso ............................................................... 22

3.2.3. Bombeio Mecânico Com Hastes ............................................................. 27

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS .................................................................... 33

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 37

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 38


7

INTRODUÇÃO

Na extração do petróleo da jazida, quando não se tem uma pressão suficiente


para bombear o petróleo para a superfície, qual a técnica mais apropriada a ser
utilizada. Alguns poços de petróleo no Brasil para produzirem passam por etapas
que vai desde a descoberta da jazida até o refino do óleo bruto. Uma destas etapas
trata-se de processo de elevação, portanto, a retirada do óleo da jazida até chegar à
superfície.

No processo de exploração do petróleo, a extração do óleo da jazida é feita


por meio de técnicas de elevação. Estas podem ser natural ou artificial. Quando o
reservatório não tem pressão satisfatória para alçar estes fluidos até a superfície,
usam-se as técnicas de elevação artificial. Estas técnicas de elevação também são
aplicadas no término da vida produtiva por nascente ou quando a vazão dos poços
está bem abaixo do que poderiam produzir.

O estudo será limitado à extração do petróleo em jazidas no Rio Grande do


Norte, podendo ser natural ou artificial.

O estudo será dividido da seguinte maneira; No capítulo 01 será mostrado o


conceito e características do Petróleo. No capítulo 02 serão apresentadas as
técnicas de elevação, onde ainda serão mostradas características e diferença das
duas técnicas de elevação abordadas neste estudo; artificial e natural.
Posteriormente será mostrada uma discussão do estudo com a comparação de
autores que tratam do assunto e logo depois os resultados do estudo.
8

1. CAPÍTULO I - PETRÓLEO

2.1. Origem

De acordo com Thomas (2004, p. 15) “o petróleo tem origem a partir da


matéria orgânica depositada junto com os sedimentos”.

Já para Gauto (2011, p. 03):

Segundo os geólogos, sua formação é o resultado da ação da própria


natureza, que transformou em óleo e gás o material orgânico de restos de
animais e de vegetais, depositados há milhões de anos no fundo de antigos
mares e lagos. Com o passar do tempo, outras camadas foram se
depositando sobre esses restos de animais e vegetais. A ação do calor e da
pressão, causados por essas novas camadas, transformou aquela matéria
orgânica em petróleo.

Conforme Amui (2010, p. 02):

Discute-se muito a origem dos hidrocarbonetos, uma vez que ela não é
perfeitamente conhecida. Admitem os estudiosos que eles resultam da
transformação de matéria orgânica, como plantas, animais e organismos
marinhos, depositada em meios lamacentos ao longo de milhões de anos,
quando outras condições favoráveis ao evento também aconteceram.

Para Cardoso (2008, p. 16):

O petróleo tem origem a partir da decomposição da matéria orgânica


resultante de resto de animais e plantas juntamente com rochas
sedimentares, que após longo tempo sofrendo ações bacterianas e
químicas, ativadas pelo aumento de pressão e temperatura, acabam por se
transformar em hidrocarbonetos.

Corrêa (2003, p. 13) explica que o “petróleo é o termo utilizado para designar
ambos, o óleo e o gás natural. É um produto da decomposição de matéria orgânica
armazenada em sedimentos, que migra através de aquíferos”.

2.2. Composição

Segundo Corrêa (2003, p. 16) o petróleo é, essencialmente, “composto de


carbono e hidrogênio, com menores parcelas de enxofre, nitrogênio e oxigênio. Um
9

aumento destas parcelas menores diminui o valor do óleo cru”.

Conforme Rosa, Carvalho e Xavier (2006, p. 01):

Petróleo (do latim petra = rocha e oleum = óleo) é o nome dado às misturas
naturais de hidrocarbonetos que podem ser encontrado no estado sólido,
líquido ou gasoso, a depender das condições de pressão e temperatura a
que estejam submetidas. o petróleo tanto pode aparecer em uma única fase
como pode se apresentar em mais de uma fase em equilíbrio.

Segundo Cardoso (2008, p. 19):

Sua composição é, basicamente, uma mistura de compostos químicos


orgânicos, os hidrocarbonetos. Quando essa mistura apresentar pequenas
moléculas em profusão, o estado físico será gasoso; havendo um maior
número de moléculas maiores, o estado físico será líquido, considerando as
condições normais de temperatura e pressão.

Embora a composição do petróleo seja essencialmente de hidrocarbonetos,


portanto, hidrogênio e carbono, existem outros componentes em menor
percentagem, como o nitrogênio, o enxofre, o oxigênio, metais e sais. Estes
componentes são avaliados sendo como nocivos aos produtos, equipamentos e ao
meio ambiente, sendo por isto, avaliados como sendo impurezas, necessitando ser
extraídos em processos de tratamento característicos.

Conforme diz Thomas (2004, p. 04) “do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o
petróleo no estado líquido é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a
água, com cheiro característico e cor variando entre o negro e o castanho-claro”. De
tal modo, o petróleo é composto, fundamentalmente, por uma combinação de
compostos químicos orgânicos (hidrocarbonetos). Quando a combinação contém
uma maior percentagem de moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e
quando a combinação contém moléculas maiores seu estado físico é líquido, nas
condições normais de temperatura e pressão.
10

Figura 01 - Estados físicos dos hidrocarbonetos. (Extraída de FROTA, 2003, p. 03).

Segundo Amui (2010, p. 03), “o petróleo, englobando óleo cru e condensado,


é uma mistura complexa de hidrocarbonetos que pode ainda conter oxigênio,
nitrogênio, enxofre, CO2 e outros gases”.

Já para Vaz, Maia e Santos (2008, p. 16):

O petróleo é definido como mistura de hidrocarbonetos que se apresentam


na natureza em estado sólido, líquido ou gasoso, dependendo das
condições de pressão e temperatura em que são encontrados. Quando o
petróleo se apresenta no estado líquido, é denominado óleo cru ou
simplesmente óleo. Este é definido como a parte líquida de uma mistura de
hidrocarbonetos proveniente de um reservatório geológico.

Assim, conforme os autores mencionados logo acima, o petróleo e composto


por carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos), tendo em sua composição água, óleo,
gás e impurezas.

2.3. Prospecção

Gauto (2011, p. 03) ressalta que “[...] para se perfurar um local à procura de
petróleo, é preciso, antes, que os geólogos e geofísicos façam um complexo estudo
11

geológico da bacia, para definir o ponto com melhores chances de ser perfurado”.

Para Cardoso (2008, p. 20):

Antes da perfuração de um poço, que é a etapa que exige a maior parte de


investimentos no processo prospectivo, geólogos e geofísicos estudam
detalhadamente os dados de diversas camadas do subsolo, [...] que indicam
a condição de acumulação de petróleo e os locais mais prováveis de sua
ocorrência, ou seja, não se trabalha com a certeza absoluta, mas com
parâmetros bastante confiáveis quanto à existência, que posteriormente terá
a relação custo/benefício avaliada para exploração.

Para Thomas (2004, p. 23):

A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada


através de métodos geológicos e geofísicos, que atuando em conjunto,
conseguem indicar o local mais propício para a perfuração. Todo programa
desenvolvido durante a fase de prospecção fornece quantidade muito
grande de informações técnicas, com um investimento relativamente
pequeno quando comparado ao custo de perfuração de um único poço
exploratório.

Segundo Amui (2010, p. 13):

Tendo em vista que o objetivo da atividade de exploração e produção de


hidrocarbonetos é encontrar e produzir petróleo e gás natural, os
exploracionistas, geólogos, geofísicos e outros, atuam no sentido de
identificar os locais onde os poços devam ser perfurados para maior
probabilidade de sucesso.

Para a constatação da existência de hidrocarbonetos em uma nova área, tudo


depende de estudos enraizados dos dados geofísicos geológicos de determinada
bacia sedimentar.

Para se conseguir sucesso nestas operações, precisa-se buscar por campos


onde o desempenho das rochas sedimentares é mais favorável para a existência de
óleo. Ao se obter certeza da existência de petróleo nestas áreas é necessário
realizar a perfuração do primeiro poço que é a fase em que os custos são maiores.
Logo depois é realizada a avaliação da formação, completação e elevação de seus
hidrocarbonetos.

2.4. Perfuração
12

Posteriormente a fase de prospecção, onde se consegue as informações


imprescindíveis para a localização do poço de petróleo, é feita a perfuração para que
consiga obter a fase de produção.

De acordo com Amui (2010, p. 49), “os hidrocarbonetos chegam à superfície


através de poços que são perfurados nas bacias sedimentares”. Assim, de forma
técnica, a perfuração incide em um conjunto de diversas operações geológicas que
compõem a porção superficial da crosta terrestre, com objetivos predeterminados,
até conseguir-se o objetivo principal, que é a prospecção de hidrocarbonetos.

Conforme Corrêa (2003, p. 21):

A perfuração de um poço de petróleo, em terra ou mar (offshore), é um


trabalho contínuo e que só se conclui ao ser atingida a profundidade final
programada pelos estudos geológicos. A perfuração é feita utilizando-se
uma estrutura metálica, torre ou mastro, de 30 a 40 metros de altura, bem
como de seus equipamentos auxiliares, tais como: bombas de lama;
colunas de tubos e comandos; tanques de lama, de diesel, de cimento etc.;
[...].

A torre ou mastro possui o objetivo de amparar a tubulação vertical, em cuja


terminação é posta uma broca, a qual irá perfurar as rochas da subsuperfície, por
meio de rotação e peso sobre elas.

Figura 02 – Mastro. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 57).


13

Conforme Gauto (2011, p. 31):

Em terra ou no mar, a perfuração de um poço é um trabalho realizado sem


interrupção, que só termina quando se atinge a profundidade programada
ou o objetivo proposto para perfuração: 800, 2.000, 6.000 metros etc. A
perfuração em terra é feita com a sonda de perfuração, constituída de uma
estrutura metálica de mais de 40 metros de altura (a torre) e de
equipamentos especiais que compõem o sistema de perfuração. A torre
sustenta um tubo vertical, a coluna de perfuração, cuja extremidade é
colocada uma broca. Por meio de movimentos de rotação e de peso
transmitidos pela coluna de perfuração à broca, as rochas são perfuradas.

Segundo Thomas (2004, p. 55):

A perfuração de um poço de petróleo é realizada através de uma sonda. Na


perfuração rotativa, as rochas são perfuradas pela ação da rotação e peso
aplicados a uma broca existente na extremidade de uma coluna de
perfuração, a qual consiste basicamente de comandos (tubos de paredes
espessas) e tubos de perfuração (tubos de paredes finas).

Os pedaços da rocha são extraídos ininterruptamente por meio de um fluido


de perfuração ou lama. Ao chegar a uma determinada profundidade, a coluna de
perfuração é removida do poço e uma coluna de revestimento de aço, de diâmetro
inferior ao da broca, é descida até o poço. O anular entre os tubos do revestimento e
as paredes do poço é cimentado com o intuito de isolar as rochas atravessadas,
admitindo então o progresso da perfuração de forma segura.

Figura 03 - Esquema de uma sonda rotativa. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 56).


14

De acordo com os autores Vaz, Maia e Santos (2008, p. 86):

A perfuração dos poços, até certa profundidade em função dos estudos


sísmicos, é realizada por sondas de perfuração, constituídas de uma
estrutura metálica (a torre) e de equipamentos rotativos especiais. A torre
sustenta a coluna de perfuração, em cuja extremidade é colocada uma
broca que, por meio de movimentos de rotação e de peso transmitidos pela
coluna, consegue perfurar as rochas das camadas do subsolo.

Conforme os autores mencionados acima, a perfuração do poço é feita em


fases, onde se emprega uma sonda com movimento giratório na qual precisa de
peso para fazer a perfuração, a cada fase precisa-se remover a coluna de
perfuração para que se consiga revestir o poço passando para a próxima fase,
repetindo assim o processo até achar a formação de interesse.

2.5. Completação

Segundo Gauto (2011, p. 39) “é denominada completação, quando o poço é


preparado para produzir”.

Conforme Thomas (2004, p. 137):

Ao terminar a perfuração de um poço, é necessário deixá-lo em condições


de operar, de forma segura e econômica durante toda a vida produtiva. Ao
conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir óleo ou
gás (ou ainda injetar fluidos no reservatório) denomina-se completação.

Para Cardoso (2008, p. 49):

Após a perfuração de um poço vem à fase de completação, que consiste


numa serie de operações que têm por objetivo permitir a produção
econômica e segura de hidrocarbonetos, bem como injetar fluidos no
reservatório quando necessário.

Conforme Amui (2010, p. 147) “entende-se por completação de poço, o


conjunto de operações de preparação do poço para controle e produção de
hidrocarbonetos ou injeção de fluidos”.

Conforme os autores Vaz, Maia e Santos (2008, p. 86):


15

[...] tem como objetivo preparar os poços para início de produção. Uma
tubulação de aço, chamada coluna de revestimento, é introduzida no poço.
Em torno dela é colocada uma camada de cimento para impedir a
penetração de fluidos indesejáveis e o desmoronamento das paredes do
poço. A operação seguinte é chamada de canhoneio, quando um
equipamento especial é descido pelo interior do revestimento para causar
perfurações na parede do tubo e no cimento, abrindo furos nas zonas
portadoras de hidrocarbonetos e permitindo o escoamento desses fluidos
para o interior do poço. Outra tubulação, de menor diâmetro (chamada
coluna de produção), é introduzida no poço para levar os fluidos, sob
controle de vazão, até a superfície da unidade de produção, na qual ocorre
o tratamento primário desses fluidos e logo depois o envio para
processamento.

De acordo com os autores mencionados acima, em seguida de se perfurar um


poço, é preciso fazer a instalação de equipamentos que adequaram o trabalho de
maneira segura e econômica.

Assim, para se alcançar sucesso na completação de poços de petróleo, é


necessário desenvolver meios em que esta, seja mais constante presumível, pois,
quanto mais intervenções forem realizadas para retificar algum erro, mais alto será o
custo do poço, por conseguinte, ocasionará desvantagens a todo o projeto.
16

2. CAPÍTULO II - TÉCNICAS DE ELEVAÇÃO

De acordo com Frota (2003) um reservatório após ele ser encontrado,


sobrevém à perfuração, a completação, para logo a seguir este vir a produzir
petróleo. Quando um reservatório exibe pressão regular para elevar estes fluídos até
a superfície o poço é chamado de surgente e produz por elevação natural. No caso
do reservatório não houver pressão regular para elevar estes fluidos até a superfície,
necessita ser empregado técnicas de elevação artificial.

3.1. Elevação Natural

Segundo Frota (2003) a elevação natural dos poços de petróleo acontece


comumente no começo da vida produtiva do reservatório, e os fluidos nele presentes
elevam-se ate a superfície em razão da energia do reservatório. Entretanto, com o
decorrer do tempo e a ampliação da produção, a pressão do reservatório diminui,
sendo ela pouca para elevar os fluidos até a superfície com uma vazão econômica
ou apropriada.

De tal maneira, quando se possui um reservatório com uma pressão elevada,


os fluidos que estão presentes nele chegam livremente à superfície. Estes poços são
chamados de surgentes e produzem por elevação natural.

Frota (2003) fala que os poços surgentes produzem com menores problemas
operacionais em razão da naturalidade dos equipamentos de superfície e pela
própria subsuperfície, com vazões mais extensas de líquido e com um menor custo
por unidade de volume lançado, em razão destas vantagens, vem sendo realizados
estudos já algumas décadas das variáveis que afetam a vazão de um poço
surgente, para que se poça conservar e desenvolver esta produção de petróleo por
elevação natural.

Para Thomas (2004, p. 161) os fatores que entusiasmam na produção


acamada por surgência são:

Propriedades dos fluidos, índice de produtividade do poço, mecanismo de


17

produção do reservatório, dano causado à formação produtora durante a


perfuração ou durante a completação do poço, aplicação de técnicas de
estimulação, isolamento adequado das zonas de água e gás adjacentes à
zona de óleo, características dos equipamentos utilizados no sistema de
produção (coluna e linha de produção, restrições ao fluxo etc.), controle
adequado de produção dos poços através de testes periódicos de produção,
estudo e acompanhamento da queda de pressão do reservatório.

De acordo com Thomas (2004) a capacidade de fluxo do poço é distinguida


pelo índice de produtividade (IP) determinado pela equação (Eq. 1): IP = q/Pe-Pw
Equação 1.

Assim, onde é a vazão Pe é a pressão estática do reservatório e a Pw é a


pressão de fluxo no fundo do poço. Quanto maior for o diferencial de pressão sobre
o meio poroso, maior será a vazão de líquido que se eleva para a superfície. A
vazão máxima seria conseguida se acontecesse da pressão dinâmica do fundo do
poço fosse igual à zero, porém, esta hipótese é impossível em poços surgentes, pois
é cogente uma pressão mínima para que o fluido da formação seja arrastado até os
equipamentos de separação na superfície, conforme apresentados na figura 04.

Figura 04 - Etapas de Fluxo. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 58).


18

A Eq 1 usada para determinar o índice de produtividade em função da vazão


e diferencial de pressão pode ser reescrita, pois a pressão do reservatório varia
vagarosamente com o decorrer do tempo, podendo, portanto, se dizer que para um
determinado período de tempo e para pressões dinâmicas no fundo do poço maiores
do que a pressão de saturação, considera-se o índice de saturação contínua
constante (Eq. 2). Pw= Pe- q/IP Equação 2.

O índice de produtividade é avaliado sendo como constante, independente de


qual seja a vazão de líquido, sendo a equação acima uma linha reta, chamada de
IPR (Inflow Performance Relationship). É popular como potencial do poço o ponto
onde a reta intercepta o eixo das vazões, sendo neste ponto representado a máxima
vazão no caso da pressão de fluxo de fundo pudesse ser diminuída a zero.

Figura 05 - Curva de IPR – Modelo Linear. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 59).

Este modelo linear referido não é aplicado quando as pressões no meio


poroso se encontram abaixo da pressão de saturação do óleo, em razão do gás que
desponta de solução, que aumenta a saturação.

Neste caso é usado o modelo desenvolvido por Vogel no ano de 1968, usado
em reservatórios com gás em solução e pressão igual ou abaixo da pressão de
saturação, considerando apenas o fluxo bifásico de óleo e gás. Ele delineou diversos
IPRS, avaliando diversos estágios do reservatório e sugeriu o modelo representado
pela subsequente expressão. q/qmax = 1-0,2. (Pw//Pe)-0,8 ( Pw/Pe) 2 Equação 3.
19

Figura 06 - Curva de IPR –Modelo de Vogel. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 60).

Segundo Thomas (2004) no caso de reservatórios que tenham pressão acima


da pressão de saturação e poços com avarias, o modelo desenvolvido por Vogel não
pode ser aplicado, pois têm modelos que foram desenvolvidos especificamente para
estes casos, como por exemplo, o modelo de Patton e Goland no ano de 1980, e o
de Standing no ano de 1970.

3.2. Elevação Artificial

Para Cardoso (2008) existem reservatórios que têm pressão relativamente


baixa, nestas circunstâncias, os fluidos presentes nele não chegam à superfície,
sendo preciso usar técnicas de elevação artificial. Estas técnicas de elevação
também são usadas no final da vida produtiva por surgência ou quando a vazão dos
poços está bastante abaixo do que poderiam produzir.

Segundo Thomas (2004) na indústria de petróleo existe quatro principais


técnicas de elevação artificial: o gás-lift contínuo (GLC) e intermitente (GLI); bombeio
centrífugo submerso (BCS); bombeio mecânico com hastes (BM) e o bombeio por
cavidades progressivas.
20

3.2.1. Gás-Lift

Thomas (2004) explica que esta técnica de elevação em razão de apresentar


um custo relativamente baixo para produzir em poços profundos, é amplamente
usada. Sendo favorável para poços produtores de fluidos com elevado teor de areia,
ampla vazão de gás liquido, profundidade de até 2.600 metros e com uma vazão de
1 a 1.700m³/dia.

Tipos de Gás-Lift:

O contínuo e intermitente são os principais tipos de gás-lift usados nos poços


de petróleo. O gás-lift contínuo incide na injeção de gás a alta pressão
consecutivamente na coluna de produção, tendo como finalidade gaseificar o fluido
desde o ponto de injeção até a superfície. A ampliação da quantidade de gás na
coluna de produção reduz a pressão, tendo como consequência a redução da
pressão de fluxo no fundo e ampliação da vazão. Na Figura 07 abaixo, nota-se a
vazão de líquido em função da injeção de gás.

Figura 07 - Vazão de líquido em função da injeção de gás em um GLC. (Extraída de THOMAS, 2004,
p. 61).
21

O gás- lift intermitente é causado por meio da injeção de gás a alta pressão,
imprescindível para a condução do petróleo a base das golfadas (fluxo para a
superfície de maneira variante). Esta injeção de gás é realizada por meio de tempos
bem definidos e é comumente controlada na superfície por um intermitor de ciclo e
uma válvula controladora.

Segundo Thomas (2004) a opção por ambos vai depender de múltiplos


fatores como, por exemplo, o índice de produtividade (IP). Para o IP acima de 1,0
m³/dia/kgl/cm² é usado o gás- lift contínuo. Nos poços com índice de produtividade
abaixo do GLC, é usado o gás- lift intermitente.

Sistemas de Gás-Lift:

Para Thomas (2004) o sistema de gás- lift é formado por uma fonte de gás a
alta pressão distinguida como compressores, um controlador de injeção de gás na
superfície denominado de choke ou motor valve, um controlador de injeção de gás
de subsuperfície distinguida como válvulas de gás- lift e equipamentos para
separação e armazenamento dos fluidos produzidos. Sendo eles: separadores,
tanques, entre outros. Os dois tipos de gás-lift usam válvulas de orifícios
dessemelhantes.

Figura 08 - Sistema de Gás-Lift. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 62).


22

No caso do gás-lift contínuo, a válvula usada possui uma abertura


relativamente pequena, pois demanda de uma injeção contínua de gás na coluna de
produção, sendo a mesma medida a vazão de líquidos que vem do reservatório.

O gás-lift intermitente precisa de uma válvula de abertura veloz, para reduzir a


penetração do gás na golfada de fluido, pois não há elemento de separação entre o
líquido e o gás. No GLI a vazão é alta e recursiva de gás para transmitir maior
velocidade ascendente à golfada.

De acordo com Thomas (2004) as válvulas de gás-lift, válvulas de descarga,


são responsáveis também por promover facilmente a operação de descarga do poço
(remoção do fluido suavizado entre a coluna de produção e o espaço anular) e
controlar o fluxo de gás no anular para dentro da coluna de produção em profundez
pré-determinada (válvulas de descarga e operadora). As válvulas de descarga e
operadora podem ser usadas tanto no gás-lift contínuo como no gás-lift intermitente.
Nas instalações do GLC ou GLI pode ser usados packer para vedar o espaço anular
e no gás-lift intermitente pode ser usado válvula de pé com a intenção de impedir
que durante a injeção de gás na coluna de produção, a pressão do gás injetado
empurre de volta para o reservatório parte dos fluidos produzidos. Os tipos mais
comuns de instalações de gás-lift estão representados na Figura 07.

Figura 09 - Tipos de instalações de gás-lift. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 63).

3.2.2. Bombeio Centrífugo Submerso

Esta técnica de elevação vem sendo cada vez mais usado em razão da sua
23

disponibilidade, a crescente flexibilidade dos equipamentos e sua funcionalidade. No


bombeio centrífugo submerso (BCS), a transferência de energia para o fundo do
poço é feita por meio de um cabo elétrico, onde esta energia elétrica por meio de um
motor de subsuperfície é decomposta em energia mecânica. Este motor está
inteiramente integrado a uma bomba centrífuga que conduz a energia para o fluido
por meio de pressão, subindo-o até a superfície.

Segundo Thomas (2004) o BCS há algumas décadas atrás era usado em


poços que produziam com alto teor de água e com baixa razão gás-óleo. Hoje em
dia estão sendo produzidos de maneira econômica pelo BCS, poços com fluidos de
alta viscosidade e com altas temperaturas. Estudos estão sendo realizados para
esta técnica de elevação produzir também poços com alta razão gás-líquido.

Principais equipamentos de um poço equipado para produzir por BCS:

De acordo com Thomas (2004) os equipamentos responsáveis por fazer o


poço produzir por bombeio centrífugo submerso podem ser de superfície ou de
subsuperfície. Na Figura 10 abaixo se pode analisar o esquema de funcionamento
de um poço produtor pó BCS.

Figura 10 - Poço produtor por bombeio centrífugo submerso. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 64).
24

Quadro de comandos: Equipamento responsável por proteger de mudanças


climáticas, para com isso controlar e operar com segurança o equipamento de fundo.
O quadro de comando que vai ser utilizado vai depender da voltagem, amperagem e
potência máxima do sistema.

Transformador: Este equipamento objetiva transformar a tensão da rede


elétrica na tensão nominal do motor acrescentada das perdas acontecidas no cabo
elétrico. A opção de qual transformador usar depende da voltagem da rede,
voltagem do motor, perdas no cabo elétrico e potência do motor.

Cabeça de produção: É uma cabeça especial onde se tem duas passagens,


sendo uma para a coluna de produção e uma para o cabo elétrico. A cabeça de
produção a ser usada depende do diâmetro do revestimento, tipo do cabo, pressões
abrangidas e diâmetro da coluna de produção.

Caixa de ventilação: É um equipamento suplementar que pode ou não, ser


instalado entre o quadro de comandos e o poço, tendo como objetivo a ventilação do
cabo trifásico, causando assim a saída do gás que poça migrar do poço pelo interior
do cabo para a atmosfera.

Válvula de retenção: Equipamento responsável por conservar a coluna de


produção cheia de fluido, quando acontecer por alguma razão o desligamento do
conjunto de fundo.

Válvula de drenagem ou de alívio: Sempre que acontece a descida da


válvula de retenção é usada à válvula de drenagem. Para impedir que a coluna
removida venha cheia de fluido, gerando derramamento de óleo toda vez que um
tubo for desconectado.

Sensores de pressão e temperatura de fundo: Equipamentos instalados


abaixo do motor com o objetivo de avaliar o comportamento do poço por meio de
informações de pressão e temperatura transmitidas do fundo do poço para
superfície, por meio do mesmo cabo que induz energia ao motor.
25

Bomba: No BCS é usada uma bomba do tipo centrífuga de diversos estágios,


cada estagio contendo um impulsor e um difusor como podem ser visto na figura 11.
O impulsor é acoplado a um eixo e gira a uma velocidade de cerca de 3.500
rotações por minuto, diferindo energia ao girar sob a forma de energia cinética ao
fluido, ampliando, de tal maneira, a sua velocidade. O difusor continua imóvel,
redirecionado o fluido do impulsor localizado abaixo para cima, reduzindo sua
velocidade e transformando a energia cinética em pressão. A quantidade de
estágios é inteiramente regular a quantidade de fluidos deslocados para superfície.
O tamanho e a forma do difusor e do impulsor determina a vazão a ser bombeada,
havendo bombas com vazões posicionadas entre 20 e 10.000 m3/dia, tendo
disposição de elevar até 5.000metros.

Figura 11 – Estágios de uma bomba de múltiplos estágios para BCS. (Extraída de THOMAS, 2004, p.
65).

Admissão da bomba: Está situada na parte de baixo da bomba e é o


caminho do fluido para fornir o primeiro estágio. A admissão pode ser localizada de
duas maneiras, sendo elas simples ou de separador de gás. É usada a forma
simples quando o volume de gás livre na entrada da bomba seja pequeno, não
afetando assim a eficácia do bombeio. A forma de separador de gás é usada
dependendo do volume de gás livre a ser separado. A admissão da bomba, sendo
ela simples ou do tipo separador de gás, é optada conforme a série da bomba,
vazão do líquido e da razão gás-líquido nas condições de bombeio.

Motor elétrico: São motores projetados para trabalhar em condições muito


bruscas, como por exemplo: imerso em fluidos que estão sendo produzidos,
26

elevadas pressões e temperaturas. Estes são cheios com óleo especial de origem
mineral com a intenção de assegurar o isolamento elétrico, lubrificação dos mancais
e o resfriamento do motor. A opção de qual motor usar para determinado poço
depende do diâmetro do revestimento, potência necessária, transformadores
disponíveis e profundidade do poço.

Protetor: Equipamento situado entre a admissão da bomba e o motor. Com a


intenção de ligar a carcaça do motor com a carcaça da bomba igual a os eixos da
bomba e do motor, precaver a entrada de fluido produzido no motor, equalizar as
pressões do fluido produzido e do motor impedindo que haja diferencial de pressão
no protetor, fornecer o volume necessário para a expansão do óleo do motor em
razão do seu aquecimento e alojar o mancal que absorve os esforços axiais
transmitidos pelo eixo da bomba.

Cabo elétrico: O cabo elétrico possui o papel de conduzir energia da


superfície para o motor. Este cabo elétrico é trifásico e com condutores de alumínio
ou de cobre. O cabo é dimensionado conforme a corrente elétrica que irá alimentar o
motor, da temperatura de operação, voltagem da rede, tipo de fluido a ser produzido
e do espaço disponível entre a coluna de produção e o revestimento. O cabo elétrico
selecionado precisará proceder em uma queda de tensão menor do que 10 volts
para cada 100 metros de cabo.

Acompanhamento do poço em produção: A produção de um poço que


produz por bombeio centrífugo submerso é realizada por meio de testes de
produção. No teste de produção é medida a vazão, pressão dinâmica na cabeça do
poço, razão gás-líquido, fração de água, nível de fluido no anular, amperagem média
etc. A Figura 12 satisfaz a uma carta de registro reproduzida em um poço que esta
agindo em condições normais. É responsável por detectar e retificar problemas
operacionais logo que aparecerem, impedindo avarias maiores para o equipamento.
27

Figura 12 - Carta de registro de amperagem. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 67).

3.2.3. Bombeio Mecânico Com Hastes

Esta técnica de elevação é o mais usado em todo o planeta, podendo ser


instalado para alçar vazões médias de poços rasos ou baixas vazões para amplas
profundidades. No bombeio mecânico com hastes (BM) o movimento rotativo de um
motor elétrico ou de combustão interna é decomposto em movimento alternativo por
uma unidade de bombeio posicionada perto da cabeça do poço, então uma coluna
de hastes tem o papel de transmitir o movimento alternativo para o fundo do poço
ativando uma bomba que possui o papel de alçar os fluidos produzidos pelo
reservatório até a superfície.

Segundo Thomas (2004) o bombeio mecânico com hastes exibe problemas


operacionais mediano em poços direcionais (desviados propositalmente da vertical),
em poços que produzem areia e poços onde parte do gás produzido incida pela
bomba. Os poços direcionais procedem em alto atrito da coluna de hastes com a de
produção, gerando um desgaste antecipado das hastes e da coluna de produção
nos pontos onde ocorre um maior contato. A areia desgasta mais breve as partes
28

móveis e a camisa da bomba em razão da sua abrasividade. O gás quando passa


pela bomba diminui sua eficiência volumétrica.

Bomba de subsuperfície: Esta bomba é do tipo alternativo, sendo de


simples efeito e formadas pelas seguintes partes principais: Camisa, pistão, válvula
de passeio e válvula de pé, representada na Figura 13, o plano de funcionamento da
bomba de subsuperfície.

Figura 13 - Partes da bomba e ciclo de bombeio. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 68).

De acordo com Thomas (2004) a bomba de superfície possui por objetivo


prover energia ao fluido procedente da formação, sob a forma de acréscimo de
pressão, para elevá-lo até a superfície. No ciclo de bombeio têm dois cursos, o
ascendente (upstroke) e o curso descendente (downstroke). O fluido que esta dentro
da coluna de produção no curso ascendente sustenta a válvula de passeio fechada,
sendo que a baixa pressão criada na camisa da bomba abaixo do pistão e acima da
válvula de pé faz com que a mesma se abra, deixando que o fluido que se encontra
no anular passe para dentro da bomba. As hastes são responsáveis por erguer todo
29

o fluido que esta acima do pistão e o mesmo que está mais próximo da cabeça do
poço entra na linha de produção, sendo mexido nos ciclos seguintes para o vaso
separador.

Os fluidos que estão inseridos na camisa da bomba são comprimidos


fechando a válvula de pé no curso descendente e como o pistão permanece
descendo, as pressões abaixo e acima da válvula de passeio se coincidem e a
mesma se abre deixando o fluido passar para cima do pistão. Quando for alcançado
o final do curso descendente e principiar o curso ascendente a válvula de passeio se
fecha e a de pé se abre, iniciando, de tal maneira, um novo ciclo.

Há ainda o diâmetro do pistão mais adequado, para que não aconteçam


esforços inúteis no equipamento de superfície e na coluna de hastes. Em uma
mesma vazão diâmetros maiores de pistão causam maiores cargas de fluido nas
hastes, enquanto que menores diâmetros provocam velocidades e cargas dinâmicas
(atrito e aceleração) bem maiores.

De acordo com Thomas (2004) o deslocamento volumétrico de uma bomba


pode ser apontado por meio da Eq. 04:

Figura 14 - Equação 04. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 69).

Coluna de hastes: São diversos os tipos de hastes que podem ser usados
no Bombeio Mecânico, podendo ser usadas hastes de aço e de fibra de vidro, sendo
as primeiras de uso mais frequente em razão do elevado custo das hastes de fibra
30

de vidro.

As hastes são usadas em ambientes que podem ser ásperos, corrosivos ou


ambos. Elas estão sujeitas a cargas cíclicas, e por motivo da alternância de esforços
do curso ascendente para o descendente e assim consecutivamente, a coluna de
hastes se torna o ponto crítico do sistema. As hastes de fibra de vidro são mais
usadas em poços que exibem sérios problemas de corrosão e cargas elevadas.

As hastes são qualificadas em função do diâmetro nominal e do seu arranjo


químico (grau de aço) para as hastes de aço. E diâmetro nominal, temperatura
aceitável de trabalho e arranjo químico das extremidades (Metálicas) para hastes de
fibra. A primeira haste no topo da coluna é chamada de haste polida, pois possui sua
superfície externa polida. E marzão do movimento alternativo da coluna de hastes, a
polida está sucessivamente entrando e saindo do poço. Esta haste possui por
finalidade a vedação na cabeça do poço realizada por meio de um equipamento
conhecido como Stuffing Box.

A haste polida é a seção da coluna de hastes sujeita à maior força de tração,


pois apoia o peso das hastes (Peso da coluna de hastes medido no ar), força de
empuxo (força igual ao peso do fluido arrastado pela coluna de hastes), força de
aceleração (força responsável pela variação da velocidade das hastes), força de
fricção (Devido ao atrito das hastes com fluido e com a coluna de produção), peso
do fluido (peso da coluna de fluido que está acima do pistão).

Unidade de bombeio: É o aparelhamento que transforma o movimento


rotativo do motor em movimento alternativo das hastes. A unidade de bombeio (UB)
a ser optada para um apontado poço precisa considerar o máximo torque, a máxima
carga e o máximo curso de haste polida que irão acontecer no poço. Estas três
considerações necessitam ser atendidas para UB não sofrer avarias quando estiver
atuando.

A unidade de bombeio possui uma estrutura formada pela base, tripé, viga
transversal ou balancim, cabeça da UB, biela e manivela. A base é amoldada em
concreto ou composta por perfis de aço, servindo como base para conectar
31

precisamente ataviados, o tripé, caixa de diminuição e o motor. O tripé é composto


por três ou quatro perfis de aço, possui a finalidade de aguentar toda a carga da
haste polida. A viga transversal ou balancim é uma viga de aço escorada em seu
centro por um mancal que fica conectado no topo do tripé, tendo o papel de suportar
a carga da haste polida de um lado e a força conduzida pela biela do outro.

A cabeça da unidade de bombeio está situada em uma das extremidades do


balancim, aturando a carga da haste polida através de dois cabos de aço (cabresto)
e uma barra carreadora. A cabeça da UB possui uma geometria que faz com que a
haste polida realize o seu movimento verticalmente no poço, diminuindo esforços e
atrito. A biela e manivela possuem como função transmitir o movimento ao balancim.
O curso da haste polida é determinado pela distância do eixo da manivela ao mancal
da biela. Se mudar a posição onde a biela é presa à manivela este curso pode ser
alterado. Na Figura 15 é apresentada uma unidade de bombeio característica com
suas partes principais.

Figura 15 - Unidade de bombeio. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 70).

Contrapesos: Os contrapesos são usados para ampliar a vida útil do motor.


O motor somente é promovido a prover energia para alçar os fluidos no curso
ascendente, pois no curso descendente a força da gravidade é responsável pela
32

circulação das hastes. Para ampliar a vida útil do motor, ele precisa ser exigido da
maneira mais continuada aceitável. Se a UB for perfeitamente balanceada o torque
máximo no curso ascendente é semelhante ao torque máximo no curso
descendente. Os contrapesos são usados na manivela ou no balancim, para que no
curso ascendente os contrapesos declinem suavizando a potência promovida do
motor e no curso descendente, o motor precisa prover energia para alçar os
contrapesos. Assim sendo, este balanceamento somente é obtido se for bem
ajustado à posição e a quantidade de contrapesos na unidade de bombeio.

Caixa de redução: A caixa de diminuição possui o papel de transformar a


energia de alta velocidade e baixo torque do motor em energia de alto torque e baixa
velocidade. A velocidade diminuída é de quase 600 rpm do motor para 20 cpm da
coluna de hastes. A caixa de diminuição é a parte com maior custo da UB, pois
corresponde quase a 50% do custo total da unidade de bombeio.

Motor: Podem ser usados na UB, motores elétricos ou de combustão interna.


O seu uso depende do custo beneficio de cada um. Em lugares onde tem energia
elétrica disponível são usados motores elétricos por três fatores: maior eficácia,
menor gasto operacional e menor ruído. Todavia, em locais remotos, onde a
construção de uma rede para distribuição de energia elétrica seja inviável
economicamente, os motores usados serão os de combustão interna.

Acompanhamento do poço em produção: Este acompanhamento do poço


produzindo pelo BM é realizado por meio de testes de produção, cartas
dinamométricas e registros de sonolog (registra a profundidade em que se encontra
o nível dinâmico e o nível estático do anular). O sonolog incide no disparo de uma
pequena carga explosiva na superfície, provocando um pulso acústico que se lavra
pela coluna e é receptado na superfície através de um receptor que registra a
reflexão do pulso nas luvas da coluna de produção e no nível de líquido no anular,
determinando a profundidade do nível dinâmico ou estático.
33

3. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Conforme os estudos de Cardoso (2008), em um estudo feito em sistema de


bombeio mecânico, observou-se que para acontecer uma excelente operação de
elevação, é preciso que haja o controle constante sobre o desempenho da carga
operante na profundez em que está colocada a bomba de fundo. Entretanto, o autor
ainda reitera em seu estudo que, somente um dinamômetro de superfície é
responsável por registrar, com a coluna de hastes em circulação, o valor numérico
das forças que agem no extremo elevado da haste polida. O resultado alcançado foi
o traçado de uma carta dinamométrica de superfície, a qual nada mais concebe do
que as decorrências provocadas pela carga operante na bomba de fundo,
posteriormente terem se lavrado por meio da coluna de hastes. De tal maneira,
conforme o autor, o bombeio mecânico é a técnica de elevação artificial de petróleo
mais usada no Brasil, aproveitada somente nos campos de produção terrestres.

Já Corrêa (2003), em seu estudo feito acerca do gás-lift e o bombeio


mecânico com hastes, comprovou estes dois se encontram entre as técnicas de
elevações mais usadas no ramo de extração do petróleo. Sendo o gás-lift usado
tanto em poços terrestres (onshore) como também em mar (offshore). O autor ainda
afirma que na elevação artificial existem equipamentos que proveem energia
suplementar ao sistema, esta energia é habitualmente provocada na superfície, e
conduzida para o poço.

De acordo com o estudo de Frota (2003), as atividades de análises e escolha


de uma determinada técnica de elevação abrangem a pesquisa e organização de
diversas informações atinentes ao reservatório, ao projeto do poço e às
particularidades dos fluidos que serão produzidos, além das considerações de
especialistas abarcados com a produção dos poços. Para o autor, os
aparelhamentos de elevação artificial de petróleo são tecnologias que propendem
adequar e conservar a produção de óleo de um poço ou de um conjunto de poços,
tendendo maximizar o retorno financeiro do projeto de produção, durante as distintas
etapas que formam a vida produtiva de um poço, do campo ou do reservatório de
petróleo.
34

Assim sendo, por meio dos autores citados neste presente estudo, pode-se
confirmar que as técnicas de elevação artificial, como por exemplo, o bombeio
mecânico com hastes e o bombeio por cavidades progressivas não são
considerados como alternativas viáveis na produção offshore, sendo esta utilizada
geralmente onshore. Todavia, o bombeio centrífugo submerso e o gás-lift contínuo
têm uma extensa utilização offshore.

Para Nascimento (2005) a primeira técnica de elevação artificial que apareceu


na área do petróleo foi o bombeio mecânico com hastes. Seu valor se reflete na
quantidade de instalações existentes em todo o planeta, sendo 87% equipados para
produzir por bombeio mecânico (BM), 6% por bombeio por cavidades progressivas
(BCP), 2% bombeio centrífugo submerso (BCS), 2% gás-lift contínuo (GLC), 2%
surgência (SURG). Porém, de acordo com Thomas (2004), a surgência é uma
técnica de elevação natural não justificando a presença desta técnica na figura 16
abaixo.

Figura 16 - Métodos de elevação artificial. (Extraída de THOMAS, 2004, p. 80).

Assim, conforme o estudo de Thomas (2004), o bombeio mecânico trata-se


da técnica de elevação mais usada em todo o planeta, sendo 87% dos poços no
planeta equipados para produzir com ele, também é o mais velho e usado apenas
em poços situados em terra. Um parâmetro essencial para a opção da técnica de
elevação é a pressão estática do reservatório, que determina se a elevação se dá
35

apenas pela energia natural do reservatório (popular como surgência) ou se técnicas


artificiais são indispensáveis para concluir esta energia e alçar os fluidos desde o
fundo do poço, até as instalações de produção.

De acordo com Thomas (2004) a troca da injeção de gás natural por


nitrogênio para alçar a pressão do reservatório, além de apresentar desvantagens
como todas as técnicas de elevação possuem, poderia ser usado com a tecnologia
habitual do gás-lift pelo simples fato de o nitrogênio ser um gás insensível, e que
com esta troca o gás natural deixaria de ser um insumo para este ramo da indústria
e adviria a ser um produto para o mercado consumidor. Isto seria de enorme valor,
sobretudo, pelo crescimento da demanda de gás natural visto no Brasil nas últimas
duas décadas podem ser um meio de ampliar o volume de gás natural disponíveis
para comercialização. O autor alega que 95% dos poços que produzem por meio
das técnicas de elevação de gás-lift, usam o gás-lift contínuo.

Para os autores Rosa; Carvalho e Xavier (2006) a técnica de elevação


artificial abrange todas as técnicas de elevação que aproveitam equipamentos
característicos que diminuem a pressão de fluxo no fundo do poço, fazendo somar o
diferencial de pressão sobre o reservatório, procedendo em um avanço da vazão do
poço.

Conforme o estudo de Vaz (2008), em se tratando de aspectos tecnológicos,


as técnicas de elevação são caracterizadas pelos aparelhamentos de que se formam
designados a atender a distintas circunstâncias de campo. Algumas técnicas surgem
amplamente em utilização em poços onshore e já outros são mais apropriados para
produção offshore. Técnicas como o Bombeio Mecânico com hastes, o Bombeio por
Cavidades Progressivas, o Bombeio Centrífugo Submerso, o gás-lift Contínuo e o
gás-lift Intermitente representam aplicações características para poços terrestres em
campos no país.

Portanto, conforme analisado na literatura abordada neste presente estudo,


as fases de prospecção até a fase de completação possui influência direta na
remoção do petróleo do reservatório, pois o acontecimento de alguma falha nestas
fases irá afetar no volume de fluidos que conseguem ser alçados até a superfície.
36

Estas fases precisam que ser bem muito bem planejadas, removendo do
reservatório e da formação rochosa a maior quantidade de informações, para que
seja selecionada a melhor técnica de elevação para um determinado poço. Todas as
técnicas de elevação possuem suas vantagens e desvantagens, assim, é
imprescindível a presença de profissionais treinados e habilitados com conhecimento
característico em cada técnica de elevação, para conforme as informações
conseguidas realizar a opção apropriada da melhor técnica a ser aproveitada.
37

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A técnica de elevação artificial mais apropriado para ser aproveitado em um


poço de petróleo depende de inúmeros fatores, entre eles estão à quantidade de
poços, diâmetro do revestimento, produção de areia, razão gás-líquido, vazão,
profundidade do reservatório, viscosidade dos fluidos, mecanismo de produção do
reservatório, disponibilidade de energia, ingresso aos poços, extensão dos poços às
estações ou plataformas, equipamentos disponíveis, profissionais treinados,
investimento, custo operacional, segurança, entre outros. As técnicas de elevação
artificial exibem vantagens e desvantagens, de tal modo, é imprescindível possuir
total conhecimento de cada técnica, para somente em seguida escolher por um
deles para determinado poço.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMUI, Sandoval. Petróleo e gás natural para executivos: Exploração de áreas,


perfuração e completação de poços e produção de hidrocarbonetos. Rio de
Janeiro: Interciência, 2010.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço de Energia Útil. Brasília, 2006.

CARDOSO, Luiz Cláudio. Petróleo do poço ao posto. Rio de Janeiro: Qualitymark,


2008.

CORRÊA, Oton Luiz Silva. Petróleo: Noções sobre exploração, produção e


microbiologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.

FROTA, H. M. Desenvolvimento de método para planejamento da manutenção


de poços petrolíferos em águas profundas. Macaé, 2003. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Reservatório e de Exploração) - Universidade Estadual do Norte
Fluminense - UENF.

GAUTO, Marcelo Antunes. Petróleo S.A. Exploração, produção, refino e


derivados. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011.

NASCIMENTO, João Maria Araújo do Nascimento. Simulador computacional para


poços de petróleo com método de elevação artificial por Bombeio Mecânico.
2005. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, 2005. Disponível em:
<http://bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado/tde_arquivos/19/TDE-2007-01-
18T063848Z-505/Publico/JoaoMAN.pdf>. Acessado em 23 de outubro de 2013.

ROSA, Adalberto José; CARVALHO, Renato de Souza; XAVIER, José Augusto


Daniel. Engenharia de reservatórios de petróleo. Rio de Janeiro: Interciência,
2006.

THOMAS, J. E. Fundamentos de engenharia de petróleo. 2ª ed. Rio de Janeiro:


Interciência, 2004.

VAZ, Célio Eduardo Martins. Tecnologia da indústria do Gás Natural. São Paulo:
Blucher, 2008.

WALISIEWICZ, M. Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de biocom-


39

bustíveis. São Paulo: Publifolha, 2008.

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