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Introdução

Objetivos

- Observar exemplares de organismos de Drosophila melanogaster;


- Distinguir características morfológicas de machos de fêmeas;
- Distinguir forma selvagem de mutantes;
- Caracterizar estirpes selvagens e mutantes: white;
- Distinguir as fases do ciclo de vida de Drosophila melanogaster;
- Efectuar cruzamentos entre diferentes mutantes de Drosophila melanogaster e observar
a sua descendência.

Outros erros que poderão explicar os desvios encontrados na observação das


caraterísticas da 1ª geração filial nos dois cruzamentos:

 Alguns indivíduos poderão ter fugido quando se procedeu ao cruzamento e à


contagem de descendentes.
 Verificou-se que o número de fêmeas descendentes foi maior do que o número de
machos nos dois cruzamentos o que indicia, em termos probabilísticos, que o
número de fêmeas da geração parental era maior do que o número de machos.
Esta situação não favorece a cópula, uma vez que não permite fenómenos de
interação e luta entre os exemplares, contribuindo assim para um menor número
de descendentes o que se traduz, mais uma vez, em termos probabilísticos numa
menor fidelidade de resultados.
 A utilização de fêmeas não virgens, ou seja, de fêmeas fecundadas de indivíduos
com outras caraterísticas não desejadas para o cruzamento na geração parental
também é uma justificação plausível para o desvio dos resultados obtidos em
relação aos esperados.
 Alguns dos indivíduos morreram devido ao excesso de anestesia administrada ou
ao manuseamento efetuado;
 A temperatura que deveria garantir a fiabilidade dos resultados, não se manteve
constante, essa foi uma variável que não conseguimos controlar. As condições de
temperatura diferentes das ideais, condicionou o período de desenvolvimento
desta mosca desde o embrião até o individuo adulto. Neste caso, a temperatura foi
bastante inferiore a 25 ºC o que justifica a maior demora na obtenção de
descendência a partir dos óvulos fertilizados para esta experiência.
Com esta atividade fomos capazes, ainda que com algumas dificuldades, de, através da
observação de indivíduos com recurso à lente binocular, distinguir machos de fêmeas
assim como indivíduos mutantes de selvagens. Desta dificuldade, adviriam erros de
observação, responsáveis pelo desvio de alguns resultados obtidos nos cruzamentos.
Fomos bem-sucedidos na aplicação dos princípios mendelianos e das suas extensões à
genética moderna para a explicação de como ocorre a transmissão da caraterística cor
dos olhos em indivíduos da espécie Drosophila melanogaster e chegámos à conclusão
que o seu modo de transmissão é hereditário, ou seja, encontra-se ligada ao sexo, mais
concretamente ligada ao cromossoma sexual X e que a cor vermelha dos olhos resulta da
expressão de um alelo dominante.
Para além disso, com esta atividade fomos capazes de aplicar os nossos conhecimentos
teóricos à prática, procedimento que consideramos imprescindível para a adquirição de
capacidades sólidas em qualquer área de estudo e que se revela extremamente
interessante, divertido e útil para o nosso futuro.
A Drosophila revelou-se um material biológico de fácil manipulação devido às suas
caraterísticas previamente enunciadas, das quais se destacam o curto ciclo de vida e o
reduzido número de cromossomas, que revelam uma grande vantagem na utilização desta
espécie em estudos de genética.

DOMINÂNCIA/RECESSIVIDADE DOS ALELOS CONSIDERADOS


No que diz respeito aos alelos considerados ambos são dominantes, pois um dos
progenitores apresenta genótipo AA, ou seja, apresenta apenas o alelo dominante,
enquanto que o outro progenitor apresenta um alelo dominante e um alelo recessivo
(no qual a dominância pertence ao alelo A) apresentando o genótipo Aa.
Alelos dominantes são alelos que encobrem a presença de outros alelos (alelos
recessivos) e que se exprime tanto em homozigóticos como em heterozigóticos.
Na experiencia efetuada com Drosophila melanogaster, pode-se observar que o alelo
dominante é o alelo que corresponde às asas vestigiais, pois nas descendências existe
maior percentagem de indivíduos com asas vestigiais do que com asas normais

(observação da tabela de registo – Anexo II).

HEREDITARIEDADE AUTOSSÓMICA OU LIGADA AO SEXO


As características ligadas ao sexo, são características cujos genes responsáveis pela
sua manifestação se localizam em cromossomas sexuais.
As fêmeas possuem dois cromossomas X (verdadeiros homólogos) e os machos
possuem um cromossoma X e um cromossoma Y, sem genes correspondentes (não
homólogos).
Podemos assim concluir que o gene responsável pelo tamanho das asas estaria no
cromossoma X. Nesta experiência com Drosophila melanogaster podemos então
concluir que estamos perante um caso de hereditariedade ligada ao sexo.

SEGREGAÇÃO INDEPENDENTE DOS CARACTERES OU LIGAÇÃO FATORIAL


Drosophila melanogaster tem um cariótipo constituído por apenas 8 cromossomas (o
que é muitíssimo menor que o número de genes que determina o fenótipo destes
indivíduos), logo tem necessariamente mais que um gene em cada cromossoma.
Os genes que se encontram no mesmo cromossoma designam-se por genes ligados
fatorialmente.
No entanto, os genes presentes no mesmo cromossoma não se comportam como uma
unidade indissociável, pois durante a formação de gâmetas, durante a meiose, podem
ocorrer fenómenos de crossing-over.

Nesta experiência, se os genes em estudo se localizassem em cromossomas distintos,


seria de esperar que se verificasse o princípio de segregação independente, e, por
isso, os indivíduos da F1 deveriam produzir quatro tipos de gâmetas em igual
quantidade.
Por outro lado, se se admitir que os genes em estudo se localizem no mesmo
cromossoma, constituindo um grupo fatorial, então seriam transmitidos à
descendência em conjunto, não se verificando a segregação independente. Nesta
situação deveriam produzir apenas dois tipos de gâmetas correspondentes aos
gâmetas parentais. Assim, a geração F2 deveria ser constituída por 50% de indivíduos
com asas normais e 50% de indivíduos com asas vestigiais, o que não se verifica nos
resultados obtidos.

 PROPORÇÃOFENOTÍPICADADESCENDÊNCIA
Nesta experiência pode observar-se uma desproporção entre indivíduos com asas
normais e indivíduos com asas vestigiais. Através da tabela, concluímos que o número
de indivíduos com asas vestigiais vai aumentando ao longo das gerações, enquanto
que o número de indivíduos com asas normais vai diminuindo. Este acontecimento
deve-se ao facto de haver dominância entre alelos.

Conclusão:

Após esta atividade com a espécie Drosophila melanogaster, concluímos que será
possível compreender melhor os conhecimentos teóricos relacionados com a
transmissão das características genéticas, em especial da espécie em estudo.

Analisando os resultados obtidos, podemos concluir que vão de encontro aos registos
bibliográficos consultados e referidos na bibliografia.

Os indivíduos que apresentam dois cromossomas sexuais idênticos, homogaméticos,


distinguem-se dos heterogaméticos, que manifestam cromossomas sexuais diferentes
entre si.

Com isto, é de concluir que os machos são heterogaméticos, pois possuem um


cromossoma X e um cromossoma Y, contrariamente das fêmeas que apresentam dois
cromossomas X (homogaméticos).

Os resultados indicam que o alelo responsável pela característica das asas (vestigiais
ou normais) se encontra alojado no cromossoma X. Estamos portanto, perante um
caso de dominância heterossómica: a característica estudada denomina-se
hereditária, pois está ligada ao sexo.

De uma forma geral, todos os objetivos desta experiência foram cumpridos,


nomeadamente a grande obtenção de descendentes. Porém, existiram fatores que
não se conseguem controlar e que influenciaram negativamente os resultados finais.
Entre estes fatores, podemos nomear:
 A incapacidade de controlar a temperatura a que as larvas se deveriam
desenvolver;
 Não foram utilizadas linhagens puras, devido ao curto tempo para se poder obter as
gerações e concluir o estudo;
 Alguns indivíduos poderão ter fugido quando foram transportados do meio de
cultura
para a câmara de adormecimento;
 Alguns dos indivíduos morreram devido ao excesso de anestesia administrada ou ao
manuseamento efetuado;
 O tempo de obtenção das gerações foi maior do que o previsto.
Concluindo, a Drosophila melanogaster é um ótimo modelo animal para o estudo
genético laboratorial, devido ao seu ciclo de vida curto (o que nos permite
economizar tempo), pela facilidade de técnica de observação e cruzamento e,
principalmente, pelo grande número de descendentes.

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