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Maior
Definição: Quando falamos de Campo estamos nos referindo a abrangência e
limitação, pensamos em agrupamento, espaço e afinidade. Usamos esse termo em
diversas situações:
Campo de Futebol → É a área onde jogamos bola, o espaço que confina os jogadores
durante a partida. Se a bola sair desse campo o jogo é pausado, é cobrada a reentrada
da bola (lateral) e dá-se continuidade.
Então o conceito de Campo Harmônico vai muito além da simples formação de acordes
de tríade e tétrade usando as notas de uma escala. Podemos incluir as notas de tensão,
o leque completo de acordes, entre eles os suspensos, com baixo trocado e alterados,
os intervalos e até mesmo outras escalas (normalmente pentatônicas).
Quais são? Potencialmente qualquer escala tem o seu campo harmônico mas alguns se
popularizaram mais, como o Campo Harmônico Maior, Menor Natural, Menor
Harmônico, Menor Melódico, Diminuto (e DomDim), Hexafônico (Tons Inteiros) e
Aumentado. Podemos ter ainda os campos das pentatônicas, escalas Be Bop (8 notas),
exóticas ou qualquer outra escala.
Pra que serve? É através da dedução do campo harmônico de uma escala que
sabemos quais são os acordes e tensões compatíveis e que conseguimos definir todas
as opções melódicas para um determinado acorde. Vou colocar de forma simples: se um
acorde faz parte de um campo harmônico, você poderá usar a escala para solar em
cima desse acorde. Como um mesmo acorde pode aparecer em diferentes campos
harmônicos teremos diferentes opções de escala para tocar.
Exemplo:
Com a escala de Dó maior consigo formar o acorde de C7M, então posso usar essa
escala para solar em cima do acorde.
Com a escala de Sol maior consigo formar o acorde de C7M, então posso usar essa
escala para solar em cima do acorde.
Com a escala de Mi menor harmônica consigo formar o acorde de C7M, então posso
usar essa escala para solar em cima do acorde.
2 – Intervalos→ Qualquer combinação entre as notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e
Si também vai fazer parte do Campo Harmônico de Dó Maior. Como os
intervalos são formados por 2 notas temos as seguintes possibilidades:
3 – Tríades→ Formadas pela Tônica do acorde, a terça e a quinta. Como a
escala de Dó maior possui 7 notas teremos 7 acordes de tríade, cada uma
começando numa das notas da escala.
Escala de Dó Maior: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
São essas as notas que temos disponíveis para construir as tríades pois são elas que
definem o campo harmônico de Dó maior. Qualquer outra nota que não faz parte da
escala de Dó maior por consequência também não fará parte do Campo Harmônico de
Dó maior.
Primeira nota (Grau 1) da escala de Dó Maior→ Nota Dó, será a tônica do primeiro
acorde de tríade.
Então a Tríade de Dó terá as notas Dó, Mi e Sol. Fazendo a análise da distância de tons
entre as notas:
Segunda nota (Grau 2) da escala de Dó Maior→ Nota Ré, será a tônica do segundo
acorde de tríade.
A Tríade de Ré terá as notas Ré, Fá e Lá. Fazendo a análise da distância de tons entre
as notas:
1 ½ tom + 2 tons = Tríade menor, então a segunda tríade do Campo Harmônico de
Dó maior será a Tríade de Dm.
Terceira nota (Grau 3) da escala de Dó Maior→ Nota Mi, será a tônica do terceiro
acorde de tríade.
A Tríade de Mi terá as notas Mi, Sol e Si. Fazendo a análise da distância de tons entre
as notas:
Então a Tríade de Fá terá as notas Fá, Lá e Dó. Fazendo a análise da distância de tons
entre as notas:
Quinta nota (Grau 5) da escala de Dó Maior→ Nota Sol, será a tônica do quinto
acorde de tríade.
Então a Tríade de Sol terá as notas Sol, Si e Ré. Fazendo a análise da distância de tons
entre as notas:
A Tríade de Lá terá as notas Lá, Dó e Mi. Fazendo a análise da distância de tons entre
as notas:
Sétima nota (Grau 7) da escala de Dó Maior→ Nota Si, será a tônica do sétimo acorde
de tríade.
Sétima maior→ Fica ½ tom abaixo da tônica. Representada na cifra por 7M.
Sétima diminuta→ Fica 1 ½ tom abaixo da tônica. Só existe no acorde diminuto (To).
Tensões:
Segundo grau (Grau 2)→ É representado pela nota Ré, tríade de Dm e tétrade
de Dm7.
Tensões:
Terceiro grau (Grau 3)→ É representado pela nota Mi, tríade de Em e tétrade
de Em7.
Tensões:
Quarto grau (Grau 4)→ É representado pela nota Fá, tríade de F e tétrade de F7M.
Tensões:
Quinto grau (Grau 5)→ É representado pela nota Sol, tríade de G e tétrade de G7.
Tensões:
Sexto grau (Grau 6)→ É representado pela nota Lá, tríade de Am e tétrade de Am7.
Tensões:
Sétimo grau (Grau 7)→ É representado pela nota Si, tríade de Bm(b5) e tétrade
de Bm7(b5).
Tensões:
Abaixo a tabela com o resumo das tensões por grau do campo harmônico:
Acordes Suspensos: São aqueles que possuem na sua formação a segunda maior (2)
ou a quarta justa (4) no lugar da terça do acorde de tríade ou tétrade. Analisando a
tabela acima vemos que…
Acordes de sexta maior (6): Podem ser vistos de forma enarmônica, por exemplo…
Em não aceita a sexta maior, somente a sexta menor (b6→ nota Dó). Quando esse
acorde recebe a sexta menor acaba sendo analisado como o primeiro grau invertido
(C/E).
Am não aceita a sexta maior, somente a sexta menor (b6→ nota Fá). Quando esse
acorde recebe a sexta menor acaba sendo analisado como o quarto grau invertido
(F/A).
Bm(b5) não aceita a sexta maior, somente a sexta menor (b6→ nota Sol). Quando
esse acorde recebe a sexta menor acaba sendo analisado como o quinto grau invertido
(G/B).
O baixo também pode ser trocado em qualquer variação do acorde base, por exemplo:
1 tom acima da tônica (Dó) será a nota Ré, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (9). Exemplos: C9 | C7M(9)
1 tom acima da terça (Mi) será a nota Fá#, ausente na escala de Dó maior, tensão não
utilizada. Para empregar a nota Fá no acorde de primeiro grau deve-se retirar a terça do
acorde e indicar isso na cifra como uma quarta – C4. A décima primeira (11) não é
utilizada pois gera conflito com a terça do acorde e um trítono com a sétima
confundindo a sua função harmônica.
1 tom acima da quinta (Sol) será a nota Lá, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (13). Quando o acorde não tiver sétima escreve-se na cifra como uma
sexta (C6). Quando a sétima existir essa nota gera tensão e é escrita como uma décima
terceira (13). Exemplos: C6 | C7M(13)
1 tom acima da tônica (Ré) será a nota Mi, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (9). Exemplos: Dm9 | Dm7(9)
1 tom acima da terça (Fá) será a nota Sol, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (11). Exemplos: Dm11 | Dm7(11)
1 tom acima da quinta (Lá) será a nota Si, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (13). Quando o acorde não tiver sétima escreve-se na cifra como uma
sexta (Dm6→ acorde Dórico). Quando a sétima existir essa nota gera tensão e é escrita
como uma décima terceira (13). Exemplo: Dm7(13)
1 tom acima da tônica (Mi) será a nota Fá#, ausente na escala de Dó maior, tensão não
utilizada. O emprego da nota Fá (b9) normalmente se faz com a retirada da terça do
acorde e a adição da quarta justa (acorde Frígio). Exemplo: E4(b9)
1 tom acima da terça (Sol) será a nota Lá, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (11). Exemplos: Em11 | Em7(11)
1 tom acima da quinta (Si) será a nota Dó#, ausente na escala de Dó maior, tensão não
utilizada. A nota Dó (b6) quando usada somada a tríade de Em gera um acorde de
primeiro grau invertido pois possui as mesmas notas. Em(b6) (E G B C) = C7M (C E G
B).
Grau 4→ Acorde de F (F A C) ou F7M (F A C E).
1 tom acima da tônica (Fá) será a nota Sol, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (9). Exemplos: F9 | F7M(9)
1 tom acima da terça (Lá) será a nota Si, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (#11). Exemplo: F7M(#11) → acorde Lídio.
1 tom acima da quinta (Dó) será a nota Ré, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (13). Exemplo: F7M(13)
1 tom acima da tônica (Sol) será a nota Lá, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (9). Exemplos: G9 | G7(9)
1 tom acima da terça (Si) será a nota Dó#, ausente na escala de Dó maior, tensão não
utilizada. O emprego da quarta justa (Dó) junto com a terça do acorde (Si) pode
confundir a resolução do trítono enfraquecendo a função harmônica e por consequência
a cadência. O uso da nota Dó deverá na maioria das vezes aparecer como suspensão
(4). Exemplo: G4
1 tom acima da quinta (Ré) será a nota Mi, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (13). Exemplo: G7(13)
1 tom acima da tônica (Lá) será a nota Si, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (9). Exemplos: Am9 | Am7(9)
1 tom acima da terça (Dó) será a nota Ré, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (11). Exemplos: Am(11) | Am7(11)
1 tom acima da quinta (Mi) será a nota Fá#, ausente na escala de Dó maior, tensão não
utilizada. A nota Fá (b6) quando usada somada a tríade de Am gera um acorde de
quarto grau invertido pois possui as mesmas notas. Am(b6) (A C E F) = F7M (F A C
E).
1 tom acima da Tônica (Si) será a nota Dó#, ausente na escala de Dó maior, tensão
não utilizada. O uso da tensão b9 (nota Dó) é evitada pois confunde o trítono do acorde
(entre as notas Si e Fá) enfraquecendo a função do acorde.
1 tom acima da terça (Ré) será a nota Mi, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (11). Exemplos: Bm(b5/11) | Bm7(b5/11)
1 tom acima da quinta (Fá) será a nota Sol, presente na escala de Dó maior, então essa
tensão é utilizada (13). A presença dessa nota Sol transforma o acorde de Bm7(b5) (B
D F A G) em acorde de quinto grau G7(9) (G B D F A).
Tabela com o resumo das tensões mais utilizadas:
6 – Escalas→ Qualquer escala que for uma redução da escala de Dó maior fará
parte do seu campo harmônico.
Por consequência podemos utilizar qualquer uma das pentatônicas acima ao invés da
escala de Dó maior. Observe porém que a utilização das pentas de Dm7, Dm6 e G7,
que possuem na sua formação a quarta justa do tom (a nota Fá), deverão ser usadas
com cautela em acordes tônicos (que não possuem a nota Fá na sua formação), pois o
repouso nessa quarta poderá soar desiquilibrado.
Blue Note→ Pode ser adicionada livremente as pentatônicas pois sua utilização é um
efeito de aproximação ou passagem cromática e sua análise dentro do campo
harmônico é desconsiderada.
7 – Arpejos→ Utilizam os mesmos acordes gerados pela escala de Dó Maior
tocados de forma melódica.
Os arpejos com muitas notas de tensão tendem a se confundir com a própria escala do
campo harmônico, por exemplo:
Dm7(9/11/13)→ Tem as notas Ré, Fá, Lá e Dó + tensões Mi (9), Sol (11) e Si (13).
Somando as notas do tétrade com suas tensões temos a escala de Dó
maior: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si.
Um arpejo não precisa conter as mesmas notas do acorde de base, muito pelo
contrário, podem ser todas diferentes contando que a tensão seja compatível com o
acorde. De forma geral pode-se usar a regra de “um tom acima” onde as notas de
tensão estarão sempre um tom acima das notas do acorde. O acorde de sétima da
dominante (G7 em Dó maior) aceita qualquer tensão com excessão da sétima maior.
Temos então as seguintes relações e seus resultados:
Os arpejos com sexta foram excluídos pois podem ser vistos de forma enarmônica com
os arpejos de tétrade. Alguns dos resultados da combinação dos arpejos do tipo T2
coincidem com os arpejos do tipo T4 pois na sua formação possuem as mesmas notas
(exemplo: D2 = A4).
Notas e intervalos:
Tríades:
Formatos das tríades de C:
Formatos das tríades de Dm:
Pentatônicas:
Função Harmônica: Cada acorde dentro do campo harmônico maior desempenha uma
função harmônica que está relacionada com a sua estrutura de tríade ou tétrade e o
papel que atua na cadência harmônica. Podemos classificá-los em 3 formas…
Tônico→ Ausência da quarta justa da escala (em Dó maior é a nota Fá). Acorde de
repouso.
Subdominante→ Possui a quarta justa (Fá) mas não possui a sétima maior da escala
(Si). Acorde com tensão intermediária, se afasta do repouso.
Dominante→ Possui a quarta justa (Fá) e a sétima maior da escala (Si) formando um
trítono (intervalo de 3 tons). Acorde com tensão, quer se aproximar do repouso.
C Dm Em F G Am Bm(b5)
Eb Fm Gm Ab Bb Cm Dm(b5)
Aqueles acordes do campo harmônico de Eb maior (Dó menor) que possuem a quarta
justa da escala (nota Láb) poderão ser usados na tonalidade de Dó maior
desempenhando função de Acorde de Empréstimo Modal com característica de
Subdominante. São eles:
C7M Dm7(b5) Dm7 Em7 Fm7 F7M G7 Ab7M Am7 Bb7 Bm7(b5)
Modos Gregos: São as inversões da escala maior, ou seja, a escala maior começando
de um ponto diferente. Como as notas de cada modo grego correspondem as notas da
escala maior todo o campo harmônico gerado será o mesmo, observe.
Cadência típica: C | F | G7 | C
Notas características: G, B e F
Acorde característico: G7 – o quinto grau é o único acorde maior com sétima menor –
acorde Mixolídio.
Cadência típica: G | F
Cadência típica: Am | Dm | Em | Am
Notas características: B, D e F
Acorde característico: Bm7(b5) – o sétimo grau é o único com o acorde meio diminuto.
Cadência típica: Bm7(b5) | Am7
Nem toda a relação entre arpejo e acorde de base gera uma intenção modal concreta.
No quadro acima as relações modais estão indicadas com as cores.
Jônico e Aeólio→ Como são as nossas referências tonais de maior e menor, qualquer
acorde com a tônica do grau (Dó ou Lá) será característico do modo.
Dórico→ Todos os acordes menores com tônica em Ré que tiverem sexta ou décima
terceira são característicos do modo.
Lídio→ Todos os acordes maiores com tônica em Fá que tiverem a décima primeira
aumentada são característicos do modo.
Mixolídio→ Todos os acordes maiores com tônica em Sol que tiverem a sétima menor
são característicos do modo.
Lócrio→ Todos os acordes meio diminutos com tônica em Si que não tiverem a nota Sol
na sua formação são característicos do modo.
1 – As notas da escala→ A B C# D E F# G#
2 – Intervalos→ qualquer combinação intervalar entre as notas da escala de Lá
maior.
3 – Tríades→ Montadas em cada grau da Escala de Lá maior (Tônica + Terça +
Quinta):
Grau 1 – A + C# + E = A
Grau 2 – B + D + F# = Bm
Grau 3 – C# + E + G# = C#m
Grau 4 – D + F# + A = D
Grau 5 – E + G# + B = E
Grau 6 – F# + A + C# = F#m
Grau 7 – G# + B + D = G#m(b5)
Grau 1 – A + C# + E + G# = A7M
Grau 2 – B + D + F# + A = Bm7
Grau 3 – C# + E + G# + B = C#m7
Grau 4 – D + F# + A + C# = D7M
Grau 5 – E + G# + B + D = E7
Grau 6 – F# + A + C# + E = F#m7
Grau 7 – G# + B + D + F# = G#m7(b5)
Tétrades:
Podemos dessa forma estabelecer uma regra geral para qualquer campo harmônico
maior:
Para deduzir qualquer outro campo harmônico basta aplicar a tabela acima, por
exemplo:
Tríades: Bb Cm Dm Eb F Gm Am(b5)